PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Janeiro/14




HISTÓRIAS DE VIDA-JANEIRO/14

O primeiro passo e seus efeitos

Havia, certa vez, uma mocinha adolescente que vivia brigando com sua vó. Ou melhor, a vó vivia brigando com ela. A garota pertencia ao grupo de jovens, e os colegas do grupo também se preocupavam com o problema, e já não sabiam mais o que fazer.

Um dia, a menina chegou para a reunião vibrando de alegria. “Resolvi o problema!” disse ela. “Eu e minha vó somos agora as melhores amigas”.

E o motivo foi muito simples: A garota começou a arrumar a sua cama de manhã, quando se levantava. Só isso bastou para a vó não pegar mais no pé dela.

Claro, a vó entendeu que aquele gesto da neta era o primeiro passo de uma vida futura, dedicada a servir o próximo.

A menina pulou do outro lado: De recebedora de serviços, passou a doadora, a servidora. O resto, o tempo vai se encarregar de trazer e de construir.

O simples gesto de arrumar a própria cama ao se levantar é visto pela vó como o primeiro passo de uma longa vida de doação e de serviço, talvez de uma futura esposa e mãe.

As coisas são assim: Crescem devagar em nós. Podemos comparar o serviço ao próximo com uma grande estrada. No começo, está o arrumar a própria cama. No final da estrada, está o gesto de Jesus, de se transformar em alimento.

“Quem poderá definir o encanto que há no espelho do teu olhar? Ó Mãe de Deus, eu te amo tanto, mas cada vez mais te quero amar.”


O caminho para morar com Jesus

Diz uma lenda que aquela viúva de Naim, cujo filho Jesus ressuscitou (Lc 7,11-17), um dia ficou sabendo que Jesus fora preso em Jerusalém, e estava ameaçado de ser condenado à morte.

Ela ficou desesperada, e queria de toda maneira encontrá-lo, para dizer-lhe mais uma vez: “Deus lhe pague!”. Convidou o seu filho e foram para Jerusalém.

Logo que chegaram, começaram a perguntar para todos que encontravam, onde estava Jesus. Mas ninguém sabia, ou tinham medo de informar.

Finalmente, alguém lhe disse: “Há três dias, um homem, chamado Jesus, foi condenado, e devia morrer numa cruz, no topo daquele morro ali”.

A viúva e o filho foram às pressas para o monte do Calvário. Ao se aproximarem, viram umas manchas de sangue no chão. Pensaram que deviam ser de Jesus. Foram seguindo as manchas, morro acima.

Ao chegarem ao topo do morro, não viram ninguém. Então a viúva começou a chorar. Neste momento, Jesus lhes apareceu, ressuscitado e glorioso. Ficaram muito alegres, e ela lhe disse todas as palavras de agradecimento que queria dizer.

Jesus lhe falou: “Se a senhora quiser morar eternamente comigo, deverá fazer o que a senhora fez hoje: Seguir os meus rastos de sangue aqui na terra”.

Que Maria Santíssima nos ajude a seguir os passos do seu Filho, mesmo que sejam manchados de sangue.


Idoso doa herança para asilo

Havia, certa vez, um senhor viúvo e idoso, que tinha quatro filhos casados. Estes acharam melhor colocá-lo em um asilo, dirigido por Irmãs religiosas.

Alguns meses após a sua mudança para o asilo, o velho recebeu a notícia de que um irmão seu, solteiro, que morava muito distante, havia falecido e uma grande herança em dinheiro tinha ficado para ele. Esse valor já estava no banco à sua disposição.

Ao saberem do fato, os quatro filhos o queriam de volta em suas casas. Mas o pai foi decidido e disse: “Vocês me rejeitaram, e as Irmãs daqui me acolheram com alegria. Agora, vou morar aqui até o fim da vida. Esta é a minha casa. E colocarei todo este dinheiro na conta bancária do asilo”.

Maria, passa na minha frente, para que eu possa vencer o egoísmo e obedecer o quarto mandamento da Lei de Deus!


As velas do nosso Batismo

Certa vez, uma senhora bem idosa teve um sonho. Ela sonhou que havia morrido e estava na porta do Céu, esperando para entrar. Havia várias almas lá, todas em fila. De repente, S. Pedro chegou e abriu a porta.

Olhando para dentro do Céu, a senhora viu uma quantidade enorme de velas. Umas acesas, outras apagadas, algumas já estavam quase no fim, e outras no começo. Umas estavam se apagando e outras tinham a chama grande e bonita.

A senhora perguntou a S. Pedro que velas eram aquelas. Ele respondeu: “São as velas que cada um recebeu no dia do seu batismo. Uns cuidam bem, outros não cuidam e até a deixam apagar. A situação é esta que a senhora está vendo”.

A mulher então perguntou: “S. Pedro, e a minha está aí?” “Sim”, disse S. Pedro. É aquela ali”. Era uma vela que estava já no toquinho, mas ainda acesa. E S. Pedro continuou: “Depois que a pessoa entra aqui, este fogo da sua vela se junta com a luz de Deus que ilumina todo Céu”.

Resta saber como está a nossa vela! “Vós sois a luz do mundo”. Todos somos profetas, e o profeta deve ser como João Batista. A luz de Deus deve brilhar forte através de nós, anunciando a justiça e denunciando as injustiças e os pecados, sem medo das consequências.

Quando nos virmos cercados dos perigos desta vida,
É-nos remédio infalível a Senhora Aparecida.


O viúvo que queria ver Jesus

Certa vez, a esposa de um homem faleceu. Os dois viviam muito unidos, por isso ele ficou desnorteado. Perdeu até o gosto de viver. Mas continuou morando sozinho na casa.

Como ele sempre dizia, em suas orações, que gostaria muito de ver Jesus, numa noite teve um sonho, no qual Jesus lhe dizia que no dia seguinte, à tarde, ia visitá-lo. O homem ficou vislumbrado.

A primeira coisa que fez foi limpar e enfeitar a casa. Depois carpiu o quintal e ajuntou um monte de lixo. Cansado, sentou-se em cima do lixo.

Nisso, apareceu um jovem e perguntou-lhe: “O senhor deseja uma ajuda?” “Sim”, disse ele, “porque Jesus vem me visitar hoje à tarde e este quintal está muito sujo”. E os dois passaram a trabalhar juntos.

Durante o trabalho, eles conversaram muito. O homem contou para o moço a sua alegria por receber Jesus. Estava atento a qualquer barulho na frente da casa, para ir lá receber Jesus.

Mas o sol entrou, e nada. Começou a escurecer e Jesus não apareceu. Quando terminaram de arrumar tudo, ele convidou o rapaz para sentar-se e falou: “Eu acreditava que Jesus vinha me visitar hoje, mas não veio!”

O jovem levantou-se e disse: “Olhe para mim. Eu sou Jesus!”

Essa história lembra a cena dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Deus é amor, e Jesus é a imagem de Deus invisível. Onde existe amor, Deus aí está. Que nós também sejamos, através do amor, presença de Jesus na vida das pessoas.

Maria, na Anunciação, acolheu o Verbo eterno e, nove meses depois, o deu para o mundo. Nós temos uma vocação parecida: No Batismo, acolhemos o Cristo em nós e, quando crescemos, nós o damos ao mundo.


Vaca quer ultrapassar carro

Certa vez, um sitiante estava caminhando na beira de uma estrada, levando uma vaca.

Passou um carro e ele pediu carona. O motorista parou, mas disse: “Como que você quer carona, se está com esta vaca?” “Ela acompanha atrás”, disse o sitiante.

O motorista achou aquilo um absurdo. Mas... Foi indo devagar. Vendo que a vaca vinha atrás mesmo, aumentou um pouco a velocidade. Viu que a vaca acompanhava. Resolveu testá-la e aumentou a velocidade até 120 km por hora. Minutos depois, olhando pelo retrovisor, viu que a vaca estava com a língua para fora.

Disse para o sitiante: “A vaca está com a língua para fora. Quer que eu pare?” O sitiante, na maior calma, perguntou: “De que lado está a língua dela?” “Do lado esquerdo”, respondeu o motorista. O sitiante falou: “Então dê caminho porque ela quer ultrapassar!”

Os pais e professores precisam estar atentos para os sinais que os formandos dão, de que querem ultrapassar, e dar caminho a eles. Isso exige humildade. Precisamos deixar os mais novos ir em frente, e até ficarmos felizes ao saber que o aluno superou o mestre.

Educar é uma arte. Ou melhor, é uma graça de Deus. Mas exige humildade da parte do formador, que o leva a sempre dar passagem.

É muito bonita a atitude de Maria Santíssima, quando encontrou o Filho no Templo, após três dias de procura (Lc 2,22-40). A primeira coisa que ela fez foi perguntar a ele por que havia agido assim com os pais.


O urubu, a raposa e o queijo

Certa vez, um urubu estava em cima de uma árvore, com um pedaço de queijo no bico. Passou uma raposa embaixo, viu aquele queijo e quis comê-lo. Então disse ao urubu:

“Que pássaro magnífico é você! Que cores maravilhosas você tem! Nunca vi uma ave tão linda. Será que sua voz é também bonita? Se for, deverá ser proclamado o rei dos pássaros”.

Ao ouvir esses elogios, o urubu ficou todo orgulhoso. Abriu o bico e começou a dar os seus feios grunhidos. Com isso, o queijo caiu no chão e a raposa o devorou.

Nós também podemos ser enganados, das maneiras menos esperadas, e abandonar a Igreja que Jesus fundou. Que não acreditemos em quaisquer palavras, porque nem tudo o que brilha é ouro.

Vamos pedir a Maria Santíssima, a Mãe de Cristo e da Igreja, que nos ajude a amar muito o seu Filho, e o seu Corpo Místico, que é a Igreja, una, santa, católica e apostólica.

E que, na Igreja, estejamos unidos aos nossos pastores, a fim de não cairmos nas armadilhas do mundo pecador.


A força de um sorriso

Certa vez, uma santa mulher estava andando numa estrada e viu uma senhora que estava sentada, muito triste. Sorriu para ela. Contagiada pelo sorriso, a outra também sorriu. Levantou-se e começou a caminhar também.

Um pouco na frente, esta encontrou-se com um mendigo. Como não tinha nada para lhe dar, sorriu para ele. O pobre também sorriu. A fome continuou roendo seu estômago, mas a coragem de lutar apoderou-se dele.

Esperançoso, o mendigo foi pedir um pedaço de pão na casa mais próxima. O dono da casa apareceu carrancudo. O mendigo sorriu, e o sorriso o desarmou. Foi à despensa e trouxe uma cesta de alimentos.

Quando a esposa foi preparar o jantar, não encontrou quase nada na despensa. Antes que ficasse irritada, o marido contou, sorrindo, o fato. Ela engoliu o mau humor que ia subindo pela garganta, e sorriu também.

Assim, o sorriso foi de semblante em semblante e animou o olhar de todos que tinham boa vontade. E o mundo encheu-se de alegria e bondade.

“Só um sorriso vale mais que um grito, vale mais que tudo... Basta um sorriso e serás feliz.”

Quando o Anjo Gabriel apareceu a Maria, a primeira coisa que ele falou foi: “Alegra-te...!” Maria ficou tão feliz que foi às pressas à casa de Isabel dar a alegre notícia. E a alegria continua se espalhando até hoje. Mãe da alegria, rogai por nós.


O show de Woodstock

O mundo ficou impressionado com um mega show de rock acontecido nos EE. UU., anos atrás. O evento era para durar uma semana. Milhares de jovens ouvindo músicas e dançando.

Em determinado momento, incendiaram tudo: Aparelhagem de som, carros dos canais de televisão, barracas de lanches... Tudo. Uns punham fogo e os outros batiam palmas. Quando a polícia chegou, toda a multidão vaiou os policiais.

Um repórter perguntou para um rapaz por que fizeram aquilo. Ele respondeu: “As coisas aqui estavam muito caras. Uma pizza custava doze dólares!”

Quer dizer, os jovens perceberam que estavam sendo manipulados. Todo mundo só queria ganhar dinheiro em cima deles: Canais de televisão, comércio, traficantes de drogas...

Os próprios artistas que subiam no palco para tocar e cantar não passavam de marionetes nas mãos de exploradores econômicos. Então, a reação foi quase espontânea: Por fogo em tudo.

E o repórter fez a mesma pergunta para um dos líderes do incêndio. Ele respondeu: “Eu estava entediado. Tentei várias vezes iniciar este incêndio, mas só agora deu certo”. Entediado quer dizer: vazio, sem sentido para viver.

E os pais desses jovens, será que não merecem a mesma repreensão de Jesus, dada a Marta? “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária” (Lc 10,41).

Aquela melhor parte que Maria escolheu podemos chamar de fé. É ela que dá sentido para a nossa vida. Sem a fé, caímos em um vazio existencial que, para o jovem, leva ao uso de drogas, à violência... Para o adulto, leva ao alcoolismo, à infidelidade...

O que adianta um adolescente ter boa saúde e bons estudos, se não tem fé? Vai acabar usando essas conquistas para destruir a si mesmo e aos outros. Nada substitui a fé e o amor a Deus.

Se quisermos ser felizes, nesta e na outra vida, sejamos sempre devotos da Senhora Aparecida.


O presente melhor que skate

Havia, certa vez, um menino que estava revoltado com seu pai, porque não comprava para ele um skate. Isso, apesar de o pai lhe dizer que logo que tivesse condições ia comprar.

Em um domingo à tarde, os dois estavam no jardim da cidade, passeando. E o garoto viu um menino da sua idade descer de um carro. O motorista foi ao porta-malas e lhe entregou um belo skate.

Ao ver a cena, ele ficou com inveja. Isso que é pai! pensou. Quando o menino passou perto, ele disse: “Bonito este skate, hein?” “Quer andar um pouquinho nele?” perguntou o outro. E assim os dois fizeram amizade. “Feliz de você que tem um pai bacana! Eu o vi quando vocês chegaram de carro."

O dono do skate respondeu: "Não, aquele não é meu pai. Meu pai deixou minha mãe e foi morar com outra mulher. Aquele é o motorista da nossa família. Eu moro com minha mãe, que tem outro homem. Feliz de você que tem um pai bacana!"

No fim da tarde, os dois se despediram e o menino voltou para casa com seu pai. Logo que chegaram, o garoto deu um forte abraço nele, outro na mãe e disse emocionado: "Muito obrigado por vocês dois estarem unidos!"

E nunca mais reclamou por não ter skate. "Que a família comece e termine sabendo onde vai. E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai" (Pe. Zezinho).

Não se trata de imitar o tipo de vida que Maria levou, que dependeu do seu ambiente sócio cultural, mas de imitar o seu acolhimento à vontade de Deus nas situações concretas em que ela viveu.


O sacristão barulhento

Certa vez, numa igreja, já ia começar a Missa das crianças e a criançada era um barulho só. Então o sacristão pegou o microfone e ficou um minuto gritando com as crianças para ficarem em silêncio.

Com isso, o barulho que ele fez foi dez vezes maior que o das crianças. Provou que ele também não acredita na força do silêncio.

O meio é a mensagem. Aquele sacristão disse uma coisa, mas mostrou, pela sua atitude, que não acredita no que disse, e sim no contrário: O que vale, o que funciona mesmo, é a gritaria e não o silêncio.

Quantas vezes nós fazemos a mesma coisa!
- Falamos de paz, mas mostramos que não acreditamos nela, e sim na violência.
- Falamos de perdão, mas, na hora em que somos atacados, mostramos que não acreditamos nele.
- Falamos de Deus, mas mostramos que para nós o que funciona mesmo é o dinheiro, o poder...

Maria Santíssima é modelo de fé. Ela era uma mulher interessada em compreender a vontade de Deus, a partir dos acontecimentos, a fim de praticá-la.


O especialista em caldeira

Certa vez, a caldeira de um navio movido a vapor parou de funcionar. A tripulação não descobriu a causa. Contrataram então um especialista em caldeira, que teve de vir de barco, pois o navio estava a vários km da praia.

Ele chegou, pediu que ligassem a caldeira e começou a observá-la. Retirou de sua valise um pequeno martelo e deu uma martelada em uma válvula.

Pronto. Apagou-se o sinal de alarme e o sistema inteiro começou a funcionar com perfeição.

Quando foram pagar-lhe, ele cobrou dois mil dólares pelo serviço.

O comandante lhe disse: “Como que o senhor cobra um preço tão alto por um minuto de trabalho e apenas uma pequena martelada?” Ele respondeu: “Pela martelada: US1,00. Por saber exatamente onde bater o martelo: US1.999,00.

Deus nos dá marteladas no ponto certo em que precisamos ser consertados. Às vezes, sentimos dor, não entendemos e reclamamos. Mas o certo é que tudo volta a funcionar perfeitamente.

O que temos feito quando as coisas não vão bem para nós? Tentamos ajeitar a situação, ou procuramos o Grande Técnico. Ele nos conhece bem, pois foi ele quem nos fabricou. O preço é alto, mas seu Filho já pagou.

Assim como em Caná, a intercessão de Maria obteve do Cristo o seu primeiro milagre (Jo 2,1-11), também por nós ela pode interceder o obter as melhores graças de Deus.


Como aprender a sabedoria

Certa vez, um sábio, que morava numa montanha, foi convidado pelos alunos de uma escola de Ensino Médio para falar sobre sabedoria. No dia marcado, o auditório estava repleto.

Para surpresa de todos, o palestrante começou com a seguinte pergunta: “Vocês conhecem o assunto sobre o qual eu vim falar?” Os alunos responderam: “Não conhecemos”. Ele disse: “Eu também não”. E saiu, voltando para a montanha.

Os alunos o convidaram novamente. O sábio veio e fez a mesma pergunta. Os alunos responderam em coro: "Sim, conhecemos”. O sábio disse: “Então eu não preciso falar”. E voltou para a montanha.

Os alunos não se deram por vencidos. Agora vamos pegá-lo, disseram entre si. Convidaram-no de novo. Quando ele fez a mesma pergunta, a metade do auditório respondeu que conhecia o assunto, e a outra metade, que não conhecia. O sábio disse: “Aqueles que conhecem ensinem aos que não conhecem”. E voltou para a montanha.

A sabedoria, nós a aprendemos na escola da vida. O nosso mestre é o Espírito Santo e a sala de aula é o mundo. Todos temos muito de sabedoria para ensinar, e as pessoas com as quais convivemos têm muito a nos ensinar.

Maria é a “Sede da Sabedoria”, porque durante nove meses abrigou em seu ventro a própria Sabedoria Divina, que é Jesus.


O menino que queria ser uma televisão

Certa vez, uma professora de Ensino Fundamental deu para seus aluninhos uma tarefa. Ela disse: “Cada um vai desenhar aquilo que deseja ser no futuro”

Um menino desenhou uma televisão e escreveu embaixo: “Eu quero ser uma televisão. Lá em casa, todos se sentam em volta da televisão, dão atenção a ela, conversam com ela, dão risada... Eu quero ser uma televisão para as pessoas me escutarem e levarem também a sério o que eu falo”.

Quando, em casa, à noite, a professora foi corrigir as redações, ao ler esta, começou a chorar. O esposo viu e perguntou por quê. Ela pediu que ele lesse a redação.

Após lê-la, em vez de chorar ele ficou irritado e disse: “Coitado desse menino! Quem precisa mudar não é ele, mas seus pais!” A professora, ainda chorando, falou: “Essa redação é do nosso filho!”

Certamente, nesta hora da noite o garoto já estava dormindo. Mas, no outro dia, os pais deviam pegá-lo e dizer: “Não é você que precisa mudar não, filho. Somos nós, seus pais, que precisamos acolher melhor a você”.

Todos somos chamados a continuar a presença de Jesus no mundo, tendo principalmente um bom coração. Porque nós também fomos criados para ser imagens de Deus, de Deus que é amor, amor que está presente na vida dos filhos e filhas e sabe ouvi-los.

Maria Santíssima era uma mãe que dialogava com o seu Filho. Quando o encontrou no Templo, antes de repreendê-lo, perguntou-lhe com humildade: “Filho, por que agiste assim conosco? Teu pai e eu estávamos angustiados à sua procura!” (Lc 2,48).


Padre sente medo de penitente

Havia, certa vez, um rapaz que tinha um físico bem forte e era analfabeto.

Para não esquecer os pecados na hora da Confissão, ele arrumou um pau, tipo cabo de vassoura, e ia fazendo uma marca nele, cada vez que cometia um pecado.

Numa tarde em que o padre estava de plantão para atender Confissões, ele foi para a igreja se confessar. Colocou o pau atrás da porta e ajoelhou-se no banco, a fim de se preparar. Depois foi para a fila das Confissões. Mas se esqueceu de levar o pau.

Quando chegou a sua hora, ele entrou no confessionário e o padre lhe disse: “Fale os seus pecados”. Ele falou: “Espere aí, sr. padre, eu vou buscar o pau ali atrás da porta”. O padre respondeu na hora: “Não, não precisa não, moço! Já está tudo perdoado. Pode ir tranquilo”

Nós não precisamos ter medo do padre, nem o padre ter medo de nós, pois o que prevalece na Confissão é a misericórdia.

Não precisamos também anotar os pecados. Na hora, nós falamos aquilo de que nos lembramos, e o resto fica tudo perdoado. O principal na Confissão não é falar pecados, pois na Confissão comunitária nem falamos os pecados. Da nossa parte, o mais importante é o arrependimento, que é condição para recebermos o principal, que é o perdão de Deus.

Que Maria, a Imaculada, nos ajude a libertar-nos dos pecados.


O porteiro analfabeto

Havia, certa vez, um porteiro de um clube que era analfabeto. Homem honesto, dedicado, gostava do serviço, mas não sabia ler nem escrever.

Uma nova diretoria assumiu o clube e esta resolveu despedir o porteiro. Um dia, o presidente chegou para ele e disse: “Infelizmente, nós temos de despedir você. Precisamos de um porteiro que saiba ler e escrever, e você é analfabeto”.

Que fazer? O homem foi triste para casa. Sem emprego, como tinha algumas bananeiras no quintal, começou a vender bananas. Depois, começou a fazer doce de banana e vender.

E o homem se deu bem. Sua casa era pequena, fez uma maior e mais bonita. Comprou um carro. Colocou os filhos na faculdade...

Um dia, um amigo lhe disse: “Você conseguiu tudo isso tão rápido, sendo analfabeto. Imagine o que você seria hoje, se tivesse estudo!” O homem respondeu na hora: “Eu seria porteiro do clube”.

Claro que o estudo é importante, mas o Espírito Santo é mais importante que o estudo. Com ele, temos condições de dar volta por cima, até do analfabetismo. Mas o Espírito Santo só ajuda quem segue a Palavra de Deus anunciada por Jesus.

Por isso que diz o Sl 84,11: “Para mim, um dia em vossos átrios, ó Senhor, vale mais que mil em outro lugar”.

Maria Santíssima, transformada pelo Espírito Santo, sabia muito bem o que estava procurando na vida. “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,35). Que ela nos ajude a nos abrirmos também à ação do Espírito Santo, que nos vem com sua luz e sua força.


As duas portas da vida

Havia, na antiguidade, um rei que era cruel. Um dia, ele venceu uma guerra e trouxe muitos presos do exército inimigo.

Construiu, anexa à prisão, uma sala com duas portas. Uma era de ferro e nela estavam desenhadas coisas horríveis: Caveiras, sangue, cenas de tortura... A outra tinha na frente os arqueiros do reino, muito bem vestidos.

Os presos fizeram uma fila e, a cada um que entrava na sala, o rei perguntava: “O que você prefere: Estar nas mãos dos arqueiros ou passar por aquela porta?”

Todos, ao olhar para as pinturas terríveis da porta, preferiam os arqueiros, os quais os levavam para outro local e os matavam.

Mas um dos presos ficou muito curioso e resolveu arriscar. Ele disse ao rei: “Eu prefiro passar por aquela porta”.

A porta se abriu e o homem entrou. No começo, era tudo escuro. Mas logo as suas pupilas se dilataram e ele viu um túnel. Foi seguindo pelo túnel e, lá na frente, avistou uma luzinha bem distante. Foi caminhando na direção dela e a luzinha foi crescendo... até que ele percebeu que era a saída do túnel. Saiu e ficou livre.

As aparências muitas vezes enganam. E o tentador, desejando levar-nos para o inferno, pinta com as piores cores o caminho da virtude e da liberdade. Já o caminho do pecado, ele apresenta de forma atraente e bonito.

Por isso, cada vez que aparecerem na nossa frente duas portas, vamos escolher a da obediência a Deus, mesmo que as aparências sejam as piores. Seguindo o caminho do amor, do perdão e da fé verdadeira, mesmo que no início seja tudo escuro, logo aparecerá uma luzinha brilhando. É a luz da felicidade.

Na Igreja, Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais perto de nós.


Os rastos pintados na rua

Certa vez, estavam programadas as santas Missões em um bairro, no qual não havia capela. Fizeram um barracão, com planos de, logo após a Missão, construir a capela.

Entretanto, apesar dos esforços dos líderes, o povo não se motivou a participar. Um dia antes da abertura, os líderes tiveram uma ideia original.

Pintaram nas ruas, dos quatro lados, rastos de pés descalços caminhando na direção do barracão. A tinta era facilmente removível. No barracão, colocaram uma faixa dando as boas vindas, e o horário da abertura da Missão.

Aqueles rastos chamaram a atenção do povo. Assim, na celebração de abertura o barracão estava lotado.

O líder católico sempre encontra uma nova forma de atrair as pessoas para Cristo.

Louvemos sempre a Maria, Mãe de Deus autor da vida. Louvemos com alegria a Senhora Aparecida.


O rei que não sabia assar porco

Certa vez, na antiguidade, pegou fogo em um pedaço de mato. Muitos homens se reuniram e conseguiram apagar.

Quando o fogo cessou, eles descobriram um porco morto, todinho assado. Comeram da carne e a acharam muito gostosa. Levaram para o rei. Este comeu e também achou muito saborosa a carne.

Então o rei mandou que os especialistas estudassem todas as condições em que o porco tinha sido queimado, inclusive as ervas aromáticas que havia em volta, que deram aquele sabor tão gostoso à carne.

E, a partir daí, cada vez que havia uma festa no palácio, o rei mandava por fogo em um pedaço de mato, naquelas mesmas condições, para comerem o porco assado.

Até que um dia um sábio procurou o rei e disse: “Majestade, podemos assar o porco aqui dentro do palácio mesmo, sem queimar as nossas florestas”. E explicou-lhe o sistema da churrasqueira.

Quem não lê a Bíblia, faz como aquele rei. Segue caminhos difíceis para conseguir as coisas, caminhos complicados e que, às vezes, prejudicam a vida no planeta.

Por outro lado, quem lê diariamente a Palavra de Deus, encontra caminhos curtos, seguros, fáceis e ecológicos para conseguir seus objetivos.

Maria Santíssima é chamada de Rosa Mística. Que ela nos ajude a proteger as flores e a preservar a linda natureza do nosso querido Brasil.


A Missa para uma pessoa só

Certa vez, um padre jovem e recém ordenado foi celebrar a Missa em uma Comunidade rural bem distante da igreja matriz. Ele preparou a Missa o melhor que pôde.

Entretanto, chegando à Comunidade, ficou decepcionado! O povo não foi. Só havia um senhor. O padre aguardou a chegada do povo, mas não apareceu mais ninguém. Uma hora depois do horário marcado, só havia aquele homem. Então o padre disse ao homem: “Eu vou-me embora. O povo daqui não quer mesmo saber de Missa!”

O homem disse: “Sr. padre, eu não entendo de Missa. Só entendo de vaca. Mas, se um dia eu preparo ração para todas as minhas vacas e só vem uma, eu não vou deixá-la com fome!”

O padre entendeu bem a lição, vestiu a carapuça e disse: “Está bom. Vamos então começar a Missa”.

E rezou a Misso só para aquele homem. Fez sermão, cantou e tudo. Fez até procissão do ofertório, apesar de ser procissão de uma pessoa só.

A Missa demorou mais de uma hora. Depois de tudo acabado, o padre perguntou ao homem: “O senhor gostou?” Ele disse: “Sr. padre, eu não entendo de Missa. Só entendo de vaca. Mas, se eu preparo ração para todas as minhas vacas e só aparece uma, eu não vou dar para ela a ração que preparei para todas!”

Vale para nós a lição daquele sitiante. É importante ter equilíbrio. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Devemos adaptar-nos às situações novas que aparecem. Vale o bom senso.

A pessoa humana deve ser valorizada ao máximo. Mesmo que haja uma pessoa só, vamos atendê-la com dedicação. Mas, é claro, o tratamento dado a uma pessoa é diferente daquele que damos a uma multidão.

Maria Santíssima era humilde. Ela se declarou “a humilde serva do Senhor”. Na multiplicação dos pães, ela não estava em evidência, como a "mãe do futuro rei". Mas na cruz, na extrema humilhação do Filho, ela estava ali, junto dele, em pé. Santa Maria, rogai por nós.


Pedro Malasartes e o feijão jogado fora

O Pedro Malasartes morava, com sua esposa, numa região afastada e no meio do mato, em uma casinha de pau-a-pique.

Um dia, ele armou, perto de sua casa, uma armadilha de caçar veado, chamada mundéu.

No dia seguinte, o Pedro foi conferir e viu um veado preso, com a corda no pescoço. De lá mesmo gritou: “Mulher, pode jogar o feijão fora, porque hoje teremos carne! Pegamos uma caça gorda”.

Buscou sua foice e deu um golpe. Mas o bicho pulou e, em vez de ele atingi-lo, acertou foi a corda, cortando-a! Assim, o animal saiu correndo e sumiu no mato.

Aquele dia foi triste para o Pedro e sua mulher: Nem feijão nem carne.

Não deixar o certo pelo duvidoso. Cuidar bem das coisas que temos, antes de procurar outras.

Havia um coordenador de Comunidade que todos os domingos criticava as pessoas presentes, dizendo que eram velhas e que não apareciam jovens. Um dia, uma senhora levantou a mão e reclamou, dizendo que ele estava humilhando a todos que estavam ali.

O mesmo acontece quando um grupo de cristãos católicos começa a diminuir em número, e o assunto principal das reuniões passa a ser este. Onde está fulano? E fulana?... Assim, o tempo da reunião passa e não cumprem a missão dela, que é o enriquecimento espiritual dos seus membros. Vamos cuidar do feijão que temos, e não jogá-lo fora antes de ter a gostosa, mas incerta, carne.


Sadako Sasaki

Em 1945, durante a segunda guerra mundial, estouraram duas bombas atômicas no Japão, uma em Hiroshima e outra em Nagasaki. Em Hiroshima, havia uma garotinha de dois anos, chamada Sadako Sasaki, que não morreu, mas foi contaminada pela irradiação atômica.

Existe, no Japão, uma crença popular segundo a qual quem fizer mil pássaros de papel, numa determinada intenção, terá seu desejo atendido por Deus.

Quando Sadako tinha dez anos, resolveu fazer os pássaros, pela sua saúde. Mas a doença decorrente da bomba agravava-se cada vez mais. Ela conseguiu fazer 644 pássaros e não deu conta de continuar.

Então a garota, já bem fraquinha e na cama, disse: “No Céu, eu vou continuar a fazer os pássaros. Só que eu vou mudar o pedido. Não é mais pela minha saúde, mas pela paz no mundo”.

Quando Sadako morreu, as crianças vizinhas fizeram os pássaros que faltavam e os colocaram no túmulo dela.

E mais: Foi construído um monumento a ela, numa praça central de Hiroshima. No monumento, Sadako está em pé, com os bracinhos levantados e segurando dois pássaros com as asas abertas, nas quais está escrito: “Paz”. E a praça passou a chamar-se “Praça da Paz”.

Que tal nós também fazermos uma pomba de papel e escrever nas asas: “Paz”? É uma maneira de nos unirmos, não só a Sadako, mas a todas as pessoas que diariamente morrem vítimas das guerras e da violência.

Que a Santa Mãe de Deus, Rainha da Paz, nos ajude a promover a paz por todos os meios ao nosso alcance.


A tática para subir montanha

Certa vez, um pai, junto c seu filhinho de oito anos, estavam subindo uma alta montanha. O menino olhou para cima, achou a montanha muito alta e começou a chorar, dizendo que não dava conta de subir.

O pai lhe disse: “Filho, não olhe para o topo da montanha. Olhe só aqui, alguns metros na sua frente, e pense: Vou chegar só até ali. Depois, marque outra distância e suba. Assim, quando você menos perceber, já estaremos lá em cima”.

Esta tática vale para tudo na nossa vida. “Divide et impera”, diziam os romanos. Divide e impera. Se você dividir o problema, você o vencerá.

Por exemplo, a nossa família. Cada dia que amanhece, o esposo ou a esposa devia pensar: Só por hoje eu vou vencer, e manter-me unido a minha esposa ou ao meu marido. De repente, o ano termina e você perseverou.

“Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14).


Taxista dá lição de civilidade

Existe uma cidade no Brasil em que o povo faz questão de mantê-la limpa. As crianças são educadas para isso... Até os taxistas têm, dentro do carro, uma lixeirinha para os passageiros colocarem o lixo.

Um dia, uma família de fora chegou à rodoviária. Eram o pai, a mãe e dois filhos. Tomaram um taxi. No centro da cidade, uma das crianças jogou pela janela um papel de bombom.

O motorista parou o carro, deu ré, saiu, pegou o papel que estava na rua e pôs na lixeirinha. E continuou a viagem, sem dizer nada. Os pais, naturalmente, ficaram morrendo de vergonha.

O zelo pela limpeza de locais públicos é uma das principais manifestações de cidadania.

Em Caná, a intercessão de Maria obteve de Jesus o seu primeiro milagre (Cf Jo 2,1-12). Também hoje, se recorrermos a Maria, ela pedirá ao Filho e este a atenderá.


Ganância e gratuidade

Certa vez, um garoto surpreendeu sua mãe com uma listinha. Nela estava escrito:

“A mamãe me deve:
- Por levar o recado para a tia Anita:     R$2,00
- Por comprar o pão:                     R$0,50
- Por tirar o lixo:                                      R$0,50
- Por varrer o chão:                       R$3,00
Total:                                               R$6,00”

A mãe não deixou por menos. Pegou na hora um papel e escreveu:
“Por carregar você dentro de mim durante nove meses:         R$0,00
- Por dar banho e cuidar de você quando criança:                   R$0,00
- Por fazer a comida e lavar a roupa:                                 R$0,00
Total que você me deve:                                                    R$0,00”

A sociedade moderna nos ensina a cobrar por tudo o que fazemos para o nosso próximo. Mas Jesus nos ensina bem o contrário: A gratuidade. “De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10,8).

“O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1,35). Esposa do Espírito Santo, ensine-nos a solidariedade!


Lobo com pele de ovelha

Havia, certa vez, uma região rural muito distante da sede do Município, cujos sitiantes nasceram ali, e seus pais e avós também. Era herança que vinha passando de geração em geração.

Um dia, um senhor de fora chegou, dizendo que aquelas terras eram dele. Mostrou a escritura de propriedade. Mas todo mundo via que ela era falsa, pois os papéis eram novos. Fora comprada recentemente em um cartório.

Como os moradores se recusavam a sair, ele contratou um homem de ar piedoso. Este colocou uma cruz no peito e, fingindo ser pobre, foi morar na região.

Como ali não havia o Culto Dominical, ele convidava o povo para rezar aos domingos. Durante a celebração, ele dizia, por exemplo:

“Olhem, gente, ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos! Quanto mais sofremos aqui na terra, maior é a nossa glória no Céu. Por isso, é melhor sofrer calado. Quem perde aqui, ganha lá...” Com isso, conseguiu enganar muita gente.

“Cuidado com os falsos profetas: eles vêm até vós vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7,15).

“Ao trono acorrendo da Virgem Maria, exulta o Brasil de amor e alegria.
Três séculos faz, à terra ela vinha, dos nossos afetos ser doce Rainha.”


O dever de sentar-se

Certa vez, um casal com pouco tempo de casados começou a se desentender por um motivo muito simples: Ele não gostava de ver novela e adorava assistir futebol na TV. Ela era o contrário.

Aquele casal havia aprendido, no curso de noivos, uma estratégia de perseverança chamada “Dever de sentar-se”. Uma vez por mês, eles iam à noite para um restaurante ou lanchonete, procuravam uma mesa isolada, e ali ficavam batendo papo. O assunto devia ser sempre sobre a vida dos dois, ou sobre os familiares.

Em um desses encontros, eles entraram em um acordo: Ele assumiu o compromisso de esforçar-se por gostar de novela, e ela por gostar de futebol. Foi ótimo. Sucesso total. Dentro de um mês, eles não havia mais briga em casa.

A graça de Deus é capaz até de criar gostos, transformando obstáculos em trampolim. “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Mas não podemos nos esquecer do que disse Jesus: “Quem pede, recebe”.

“És, Maria, a Virgem que sabe ouvir, e acolher com fé a santa Palavra de Deus.”


A lição da formiguinha

Certa vez, um rapaz estava andando em um caminho de roça e viu, no chão, uma formiguinha carregando uma folha dez vezes maior que ela. O jovem parou e ficou observando. Cada vez que dava um pequeno vento, ela caía com a folha, mas se levantava e continuava a caminhada. Cansada, ela não aguentou mais carregar a folha, e a arrastava.

Até que chegou a um pequeno buraco no chão, que era a entrada do formigueiro. Ela tentou entrar com a folha nas costas, mas não conseguiu, porque a folha era maior que o buraco.

Depois de algumas tentativas, a formiguinha deixou a folha e entrou no buraco. O rapaz pensou: Coitada! Tanto sacrifício inútil!

Mas de repente saem do buraco várias formiguinhas e começam a cortar a folha em pedaços. Foi um verdadeiro mutirão. Em pouco tempo, a grande folha desapareceu, dando lugar a pequenos pedaços. Cada formiga pegou um pedacinho e entrou, certamente para alegria dos filhotes.

Até os animais vivem unidos e trabalham em equipe. “A união faz a força.” “Povo unido jamais será vencido.”

E foi assim que Jesus quis a Igreja. “Foi do agrado de Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, mas unidos em Comunidade” (Concílio Vat. II, LC 9).

A Igreja tem vários níveis. Começando de cima para baixo: Igreja universal; conferências nacionais; conferências regionais (Sul 1, Leste 2 etc); províncias eclesiásticas (mais ou menos cinco dioceses, em torno de uma arquidiocese); dioceses; paróquias; comunidades católicas; famílias. A família é chamada Igreja doméstica.

Vamos reafirmar a nossa fé na Igreja, una, santa, católica e apostólica, e amá-la mais. Ela é pecadora, mas tem muita gente santa. Em primeiro lugar, o seu fundador, Jesus Cristo. Em segundo vem sua Mãe, Maria Santíssima.


Quem inventou a pinga

Dizem que foi o diabo que inventou a cachaça. Foi assim: Um dia, ele pensou: “Vou fazer uma bebida para o homem beber!”

Pegou uma cana, torceu em um copo e tomou um pouquinho para experimentar. “Ainda não está boa”, pensou ele.

Pegou um pavão, torceu, misturou e provou. “Melhorou. Mas ainda não está boa”.

Então pegou um macaco. Torceu-o, misturou, experimentou. “Está boa, mas vou melhorar ainda mais”.

Pegou um leão, torceu e misturou. “Ôpa! Melhorou. Mas pode ficar ainda melhor”.

Então ele pegou um porco, torceu e misturou. “Agora sim, ficou ótima!” Deu para o homem, e disse: “Bebe!” O homem bebeu.

Por isso que, primeiro, o homem vira um pavão: Some o acanhamento e quer aparecer.
- Depois se transforma em macaco: Fica alegre e faz gracinhas.
- Em seguida torna-se leão: Quebra tudo. Fica tão valente que, quando chega em casa, os filhos se escondem debaixo da cama.
- Finalmente, vira um porco: Cai na cama e fica lá, babando e dormindo.

“Irmãos, em se tratando de irmãos na Comunidade, não tenhais convivência com libertino, ambicioso, idólatra, provocador, beberrão, ladrão... Com tais pessoas nem se deve tomar refeição” (1Cor 5,11). S. Paulo estava falando da vida em Comunidade. Portanto, não se trata da convivência pública, no trabalho etc.

“Teu rosto é sol que brilhando aquece, nas horas tristes de solidão. Com teu sorriso de Mãe, parece abrir-se em flor nosso coração” (Cântico à Virgem Maria).


Helicóptero tenta salvar náufrago

Certa vez, um barco afundou-se no mar, e um dos que estavam nele ficou boiando e lutando contra as ondas, para chegar à praia.

Veio um helicóptero e desceu uma corda. Mas ele não quis segurar na corda. Desceram uma cadeirinha. Mas ele não quis sentar-se na cadeirinha. Fizeram de tudo, mas o homem não quis. Ele achava que dava conta de chegar à praia nadando. Mas, antes de chegar, morreu afogado!

Nós também estamos nos debatendo neste mar revolto da vida, e Deus nos quer salvar. Para isso, ele nos oferece meios eficazes e fáceis de serem usados: A participação na Comunidade, a Confissão, a Missa, a Comunhão, a leitura da Palavra de Deus, a devoção a Maria Santíssima...


Leite pago com cirurgia

Anderson era um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta, para pagar seus estudos.

Certo dia, sofrendo sob o forte sol da tarde, e com muita fome, apertou a campainha de uma casa para pedir comida. Apareceu uma jovem muito linda. Ele ficou tão encantado que lhe pediu apenas um copo d’água.

Ela notou que o moço estava com fome. Foi à cozinha, voltou com um grande copo de leite e disse: “Desculpe. Não encontrei água. Mas trouxe este copo de leite. Você aceita?” O rapaz tomou o leite, agradeceu e foi embora. Quando saiu, percebeu que sua fé em Deus ficou mais forte.

Vários anos depois, aquela jovem, agora mulher adulta, ficou gravemente doente. Os médicos locais a enviaram para a cidade grande, onde havia um médico especialista que podia tratar de sua rara enfermidade.

Ao vê-la, o médico reconheceu que era aquela jovem de anos passados, que lhe dera um copo de leite.

Dedicou-lhe especial atenção e, depois de uma demorada luta em favor da vida, ganhou a batalha e a mulher sarou.

Quando ela teve alta, ficou preocupada com a conta a pagar, que devia ser altíssima. Logo recebeu da administração do hospital um envelope. Apreensiva, abrir o envelope. E teve uma grata surpresa. Havia apenas um bilhete com as seguintes palavras: “Pago, há vinte anos, com um copo de leite. Dr. Anderson”.

Como é bonito o amor! Como é belo servir ao próximo, de forma criativa, e sem humilhá-lo! Quanta gente vive maquinando para descobrir jeitos de ficar rico e assim ser feliz. Mas a felicidade está em outro caminho: Em servir.

Se uma jovem que dá um copo de leite merece tanto agradecimento, quanto mais aquela outra Jovem que nos deu o Salvador, Jesus Cristo!


“Ó Mãe do Redentor, do Céu ó porta, ao povo que caiu, socorre e exorta, pois busca levantar-se, Virgem pura, nascendo o Criador da criatura: tem piedade de nós e ouve, suave, o anjo te saudando com seu Ave!”

Histórias de vida-Dezembro 13



 HISTÓRIAS DE VIDA-DEZEMBRO 13

Pio XII desafia os casais

Um dia, o Papa Pio XII estava fazendo uma palestra para casais e para namorados, todos juntos, em um grande auditório que existe no Vaticano.

Observando a plateia, ele viu que os namorados estavam juntinhos, de braços dados, fazendo carinho um no outro, ao passo que os casados estavam, um para lá e outro para cá, sem nenhuma demonstração de afeto.

O Papa ficou triste e fez um desabafo: “Eu pergunto a vocês: O sacramento do matrimônio une ou separa o casal? Observando daqui, vejo que aqueles que não receberam o sacramento demonstram afeto, ao passo que os que o receberam não demonstram!”

E Pio XII fez um apelo: “Vamos provar para os filhos e para a sociedade que o sacramento é uma graça que une, e não tenham vergonha de mostrar publicamente esse amor!”

Claro que o sacramento é uma graça que traz a união e aumenta o amor do casal. O problema é que nem sempre colaboramos com a graça.

Maria Santíssima é a flor mais bela do jardim que é a Igreja. Ela enfeita, alegra e perfuma a Comunidade católica. Mãe das famílias, rogai por nós.


O cego de muita fé

Certa vez, um poeta e um artista estavam examinando uma pintura de um célebre pintor, retratando a cura do cego de Jericó (Mc 10,46-52).

O artista perguntou ao poeta: “O que lhe parece mais notável nesta pintura?” O poeta respondeu: “Tudo é excelente. A forma dada a Cristo, as pessoas agrupadas, a expressão dos rostos...”

Já o artista achou o toque mais importante em outro lugar. Apontando para a estrada que passava ao lado, ele disse: “Você vê uma bengala descartada ali?”
- “Sim. Mas o que tem a ver isso?”
- “Meu amigo! O cego estava sentado ali na beira da estrada, com sua bengala na mão. Mas quando ouviu falar que era Jesus que passava, teve tanta certeza que Jesus ia curá-lo, que jogou a bengala longe e foi caminhando ao encontro do Senhor.

Ele tinha tanta certeza que Jesus ia curá-lo, que descartou a bengala e caminhou, como se já estivesse recebido a graça.”

Que nós também tenhamos tanta fé, a ponto de caminhar como se víssemos o invisível.

Um dia, o apóstolo Pedro, obedecendo ao chamado do Mestre, pulou do barco e caminhava sobre as águas ao seu encontro. Entretanto, quando estava no meio da distância entre Jesus e o barco, sentiu medo, e imediatamente começou a afundar. Ele pediu socorro, Jesus veio e o salvou, mas lhe deu uma bronca: “Homem pobre de fé!” (Cf Mt 14,22-33).

Maria Santíssima acreditou tanto nas palavras do anjo Gabriel, que já começou a colaborar com a aurora da humanidade, indo ajudar a prima grávida. Que ela nos ajude a termos também tanta fé, que já demos agora o primeiro passo, colaborando com Cristo na construção do seu Reino.


A líder católica chamada Penha

Certa vez, uma jovem, chamada Penha, que era da cidade, casou-se com um rapaz da roça. Foi morar no sítio do marido, que ficava bem distante da cidade. A região tinha muitas famílias, todas católicas, mas abandonadas. Elas não se reuniam aos domingos.

A Penha logo percebeu: Faltavam líderes, pessoas de iniciativa. Ela resolveu fazer isso, mas começou devagar, apenas rezando o terço nas casas. E o povo foi gostando dos encontros e das reflexões sobre a Palavra de Deus. De repente, a Comunidade surgiu naturalmente.

Hoje há líderes dessa Comunidade que participa até das reuniões diocesanas de pastoral.

A Penha foi esperta. Não falou de Comunidade logo no início, porque o povo não sabia o que era isso.

Hoje, o povo daquela Comunidade pode dizer à Penha o mesmo que o povo de Sicar disse à samaritana: Não é mais por causa de você que vivemos em Comunidade. Nós sabemos que ela é Cristo vivo presente no meio de nós (Cf Jo 4,39-42).

Que o bom Deus suscite entre nós líderes como a Penha.

Maria Santíssima é o modelo mais bonito de resposta ao chamado de Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”. Que ela ajude a nós, seus filhos e filhas, a amarmos a nossa Comunidade.


O pai pedagogo

Havia, certa vez, um pai de família que já estava velho, e sentiu que em breve ia morrer. Chamou seus três filhos, deu a cada um dez moedas de prata e lhes disse: “Aquela sala ali está vazia. Eu peço a cada um de vocês que, com esse dinheiro, encha a sala. A melhor iniciativa será premiada”.

O primeiro saiu e comprou algodão. Encheu a sala de algodão. O segundo comprou penas, penas bonitas de diversas aves, e espalhou-as, cobrindo todo o piso da sala. O terceiro comprou uma lamparina, acendeu-a e a colocou no meio da sala, enchendo-a de luz.

O pai elogiou a criatividade dos três. Mas deu o prêmio ao último, porque foi um sábio.

A fé é uma luz derramada por Deus em nossos corações. Ela é a nossa maior riqueza e, com ela, podemos iluminar o mundo.

“Vós sois a luz do mundo... Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa” (Mt 5,14-15).


Esmolas pedagógicas

Havia, certa vez, três homens muito pobres que sempre iam a uma padaria pedir pão. Um dia, o dono da padaria resolveu fazer um teste com eles.

Quando os três chegaram, ele foi lá dentro e voltou, com o auxílio dos funcionários, trazendo três sacos cheios. Um continha pães, o outro farinha de trigo, e o terceiro sementes de trigo.

Colocou os sacos na frente dos homens, contou o que havia dentro e pediu que eles escolhessem. Um, apressadamente, pegou o saco de pães e foi embora contente. Outro pegou o saco de farinha e também foi embora feliz.

O terceiro não teve escolha. Ficou com o saco de sementes. O padeiro perguntou se ele estava triste por isso. Com um largo sorriso, o homem respondeu: “De modo nenhum. Vou plantar estas sementes e terei pães em casa por muito tempo”. Agradeceu e foi também embora com o saco de sementes nas costas.

Deus não costuma dar os pães já prontos, nem a farinha. Ele nos dá as sementes e o terreno para plantarmos. “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome” (Jo 6,35). “Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,51).


Vai à Missa, mas é nervoso

Havia, certa vez, um pai que era muito nervoso com seus filhos. Eles trabalhavam juntos, e o pai só faltava bater neles.

Um dia, um dos filhos lhe disse: “Pai, o que adianta o senhor ir à Missa e comungar todos os domingos, se nos trata desse jeito?” O pai respondeu: “Se eu não fosse à Missa e não comungasse, já teria esganado vocês todos”.

Aquele homem era nervoso por temperamento. Procurava dominar-se, mas mesmo assim falhava. Se não fosse o alimento espiritual da Eucaristia, ninguém o suportaria.

Entre muitos títulos, Maria Santíssima é chamada de Desatadora dos nós. Ela, com a ajuda de Deus, desata todos os nós da nossa vida, especialmente o principal deles que é o pecado.


Pai quis dar aos filhos o que ele não teve

Havia, certa vez, um pai que quis dar a seus filhos o que ele nunca teve. Começou então a trabalhar quinze horas por dia. Para ele, não existia sábado nem domingo. O seu único objetivo era ganhar dinheiro, e para isso não parava.

No final da vida, quando estava na cama, desenganado pelos médicos, alguém lhe perguntou: “O senhor conseguiu realizar o que queria?” Ele respondeu: “Claro que sim! Eu nunca tive um pai ausente, angustiado, áspero, sempre de mau humor, e eles tiveram”.

Os filhos aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos. Eles imitam, mais do que obedecem. Podem obedecer enquanto crianças, mas, quando crescem, o que vale é o exemplo dos pais. Vamos dar à geração mais nova a maior riqueza: o nosso testemunho.

Muitos elementos da personalidade de Jesus, ele os recebeu de sua mãe, que por sua vez havia recebido de seus pais. Joaquim e Ana, e a filha Maria, rogai por nós.


Pe. Orlando de Morais

Pe. Orlando de Morais foi o primeiro redentorista brasileiro da Província de S. Paulo. Era goiano, natural da cidade de Bonfim. Trabalhava no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Um santo homem de Deus. Nunca teve boa saúde. Foi nomeado bispo, mas recusou por esse motivo. Sua doença agravou-se.

Dia 07/12/1924, pressentindo que a morte estava próxima, arrastou-se até o quarto do Superior, Pe. Francisco Wand, e pediu-lhe a bênção para morrer. Pe. Francisco lhe disse: “Nem hoje nem amanhã, que é dia de festa e de muito trabalho. Espere um pouco”.

Nove dias depois, ele voltou ao quarto do Superior, pedindo novamente a licença “para viajar”. Pe. Francisco respondeu: “Agora sim”. Pe. Orlando voltou ao seu quarto e entrou em agonia, vindo a falecer horas depois. Era o dia 16/12/1924.

Um pouco antes de sua morte, Pe. Francisco, que bem conhecia as virtudes do seu súdito, pediu-lhe que, chegando ao Céu, lhe mandasse um conto de Réis, para pagamento de uma conta urgente da Basílica. Após o enterro, uma senhora desconhecida apresentou-se no convento, entregando ao Superior uma rosa feita com cinco notas de duzentos mil Réis cada.

Felizes os pais do Pe. Orlando, em Bonfim, GO, que lhe transmitiram a fé e a santidade!

Ninguém precisa pedir licença para morrer, pois a vida pertence a Deus. Entretanto, a atitude do Pe. Orlando não deixa de ser um exemplo de busca da vontade de Deus, manifestada pelos superiores. “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,35).


A ciência desligada da vida

Certa vez, um pastor estava no campo, cuidando de um enorme rebanho de ovelhas. Ao lado passava uma estrada asfaltada.

De repente, um carro parou. Saiu do volante um rapaz, com jeito de distinto, e disse ao pastor: “Se eu lhe disser quantas ovelhas existem neste rebanho, o senhor me dá uma?” O pastor respondeu: “Tranquilo”.

O rapaz pegou o seu not-book, conectou-o na internet, acessou um programa especial de contagem de animais pelo satélite e, em poucos segundos, apareceu na tela o número: Havia ali 1586 ovelhas.

“É exatamente este número”, confirmou o pastor. Então o jovem pegou uma ovelha, pôs no carro e já estava indo embora, quando o pastor o chamou e disse: “Moço, se eu lhe disser algo da sua vida particular, você me devolve a ovelha?” “Sim”, respondeu ele. O pastor falou:

“Você leva uma vida bastante isolada, tanto das pessoas como dos animais”.
- “Acertou de cheio”, disse o jovem. “Mas me diga uma coisa: Como que o senhor sabe disso?” O pastor respondeu:

“Porque você teve um comportamento estranho. Parou aqui sem necessidade, contou minhas ovelhas sem eu pedir, e me cobrou uma ovelha para dizer o que eu já sabia. E não entende nada de ovelha, porque o que você pegou não é ovelha, mas o meu cachorro”.

Rapaz tão inteligente em umas coisas, mas tão ignorante em outras. Quantos jovens de hoje estão na mesma situação!

Há muitas maneiras de ser possuído pelo demônio. Apegar-se demasiadamente à técnica e à ciência, e se esquecer da caridade e do respeito ao próximo, é uma delas.

Maria Santíssima acolhia sempre seu Filho com amor de mãe. Que ela nos ajude a recebê-lo bem e segui-lo, renunciando a tudo o que é contrário a ele.


A onça de olhos virados

Havia, certa vez, uma onça que sabia de tudo o que acontecia nos matos. Tudo ela percebia e criticava.

Um dia, aquela onça começou a sentir a visão meio cansada, enxergando pouco, e procurou um oftalmologista. Este resolveu fazer uma cirurgia nos olhos dela. Terminada a recuperação da cirurgia, a onça se mandou novamente para o mato.

No entanto, algo muito estranho estava acontecendo. Agora, ela enxergava muito mais defeitos, coisas horríveis. Será que os bichos pioraram? pensava ela. Eram tantos os defeitos que ela enxergava que, inquieta, procurou novamente o oftalmologista.

Este examinou seus olhos e disso: “Dona onça, a senhora me desculpe. O erro foi meu. Quando fiz a cirurgia, eu me distraí e coloquei seus olhos voltados para dentro. Por isso que a senhora estranhou, pois está vendo a si mesma”. E recolocou os olhos na posição certa.

A onça voltou novamente para a floresta, mas agora era mais cautelosa ao criticar os demais bichos, pois sabia que seus defeitos eram bem maiores.

Que sejamos rigorosos conosco mesmos, mas muito condescendentes e compreensivos diante das falhas alheias.

“Não julgueis e não sereis julgados... Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho?” (Mt 7,7-3).

Maria Santíssima, a discípula fiel do Senhor, vivia sempre preparada para o segundo encontro com o seu Filho, vindo como Juiz. Por isso, não julgava as pessoas, pois não conhecemos o coração de ninguém.


Quando termina a noite e começa o dia?

Certa vez, um mestre perguntou aos discípulos: “Como você sabe o momento exato em que termina a noite e começa o dia?”

Um deles respondeu: “É quando, avistando ao longe, consigo distinguir um cão de um carneiro”. O mestre disse que não.

Outro falou: “É quando consigo diferenciar uma laranjeira de uma mangueira”. O mestre não se satisfez.

Outro discípulo arriscou: “É quando consigo distinguir um boi de um burro”. O mestre continuou esperando.

Como ninguém mais arriscava uma resposta, ele disse: “Termina a noite e começa o dia quando, olhando para o rosto de alguém, reconhecemos nele o nosso irmão”.

Que bom se na Comunidade católica todos nos relacionássemos como irmãos e irmãs! “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20).

A Comunidade tem uma Mãe zelosa para com seus filhos e filhas desgarrados. Com seu jeito de mãe, ela sabe como corrigir. Que Maria nos ajude a sempre transformarmos a noite em dia.


Nora quer fazer mal à sogra

Certa vez, uma jovem se casou e foi morar na casa da sogra. No começo, ia bem. Mas... Logo as duas começaram a se desentender. O sonho daquela menina era um dia ser dona do seu lar, o que não aconteceu. E o pior é que havia entre as duas uma incompatibilidade de gênios.

Chegou ao ponto de a moça detestar tanto a sogra, que desejava fazer mal a ela.

Um dia, a jovem esposa procurou um sábio e lhe disse: “Eu quero fazer mal àquela bruxa. O que faço?”

O sábio ouviu tudo e disse: “Eu tenho um remédio. É um pó feito de ervas, que dá uma dor de barriga horrível. Depois que começa a dor, demora vários dias para passar. Mas não prejudica a saúde. Você tem de misturar na comida dela, sem ela perceber. De dois em dois dias você mistura um pouquinho. Demora uns dias para fazer o efeito. Agora, para ter certeza de que ninguém vai suspeitar de você, procure tratá-la bem e agir sempre de forma amigável com ela. Não discuta”.

Tudo bem, disse a moça. Pegou o vidro de remédio e foi para casa. Duas semanas depois, ela voltou e disse ao sábio: “Eu parei de dar o remédio. Minha sogra melhorou. Está ótima agora. Nós duas até ficamos amigas”.

O sábio disse: “Filha, aquilo não é remédio. É vitamina! O que faltava na sua casa era a pré-disposição: Você querer tratar bem a sua sogra. Foi só você fazer isso, tudo ficou resolvido”.

Nós colhemos o que plantamos. Se plantamos boa semente, germinará uma boa planta que dará belas flores e gostosos frutos. Se plantarmos semente de erva daninha, será isso que crescerá.

“O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões” (Pr 10,12).

Maria Santíssima foi a discípula por excelência. O discípulo se deixava ensinar, percorre o caminho do mestre, faz as experiências que ele faz. Se o mestre crê, o discípulo também crê; se o mestre ama, o discípulo também ama.


De que lado fica o noivo no Altar?

Havia, certa vez, uma igreja muito bonita, no centro de uma cidade grande. Era a igreja preferida pelas noivas de toda a cidade para se casarem.

Mas o padre vivia meio desiludido, porque nenhum casal de noivos vinha antes confessar-se, para receber bem o sacramento. Ele percebia também que as celebrações eram bonitas, mas de pouca piedade.

A igreja, que já era bonita, ficava mais bonita ainda com aquelas roupas elegantes, coral, flores, filmagens... Mas a fé e a oração eram deixadas de lado.

Um dia, quinze minutos antes do casamento, um noivo o procurou e disse: “Sr. padre, posso falar um pouquinho com o senhor em particular?” O padre pensou: Que bom! Até que enfim apareceu um noivo desejando confessar-se.

Quando os dois estavam em um lugar a sós, o noivo disse, preocupado: “De que lado eu fico no Altar, quando a nova estiver entrando?” O padre quase respondeu: “Do lado de fora!” Mas se conteve e disse:

“Filho, receba a noiva no Altar do jeito que você quiser. Isso é secundário. O importante no casamento é a presença de Deus, diante do qual vocês vão dar o sim um ao outro, que é para toda a vida”.

A família de Nazaré é o modelo, deixado por Deus, de esposa e mãe, de marido e pai, e de filho. Família de Nazaré, abençoai as nossas famílias.


Nenê limpinho: “Meu filho”

Havia, certa vez, um homem casado que, quando chegava um amigo em sua casa, levava-o até o berço e lhe mostrava o seu lindo nenê, que estava arrumadinho e perfumado. Ele dizia para a visita: “Este é o meu filho”.

Mas, à noite, quando o nenê chorava, ele dizia à esposa: “Vá cuidar de seu filho!” Também quando a criança estava suja, ele chamava a esposa para cuidar e dizia “Seu filho”.

Deus, quando se refere a nós, chama-nos de “meu filho”, “minha filha”. Isto sempre, principalmente quando estamos sujos ou chorando.

Na parábola do Filho pródigo, o irmão mais velho não chamou outro de “meu irmão”, mas de “teu filho”. Já o pai o corrigiu: “Este teu irmão estava morto e tornou a viver...”


Nelsinho, exemplo para as crianças

Nelsinho Santana nasceu dia 31/07/1955, na zona rural de Ibitinga, SP. Seus pais se chamam João e Ocrécia.

Quando tinha nove anos, um dia Nelsinho fraturou o braço. O tratamento foi precário e, meses depois, foi levado para a Santa Casa de Araraquara, SP. Uma Irmã religiosa lhe ensinou o catecismo e ele fez a primeira Comunhão.

A partir daí, despertou-se no menino um extraordinário amor a Jesus, que recebia diariamente na Eucaristia. Nasceu também nele um grande interesse em ajudar as pessoas, intercedendo por elas junto ao seu amigo Jesus.

Apesar das dores, vivia em constante alegria e paz. Ao saber que sua morte estava próxima, ficou feliz, pois assim, mais perto do seu Amigo, podia interceder por todas as pessoas da terra que passassem por qualquer necessidade.

Faleceu dia 24/12/1964, com nove anos de idade. A Igreja o declarou servo de Deus.

“Alguns levaram crianças a Jesus para que ele impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, os repreendiam. Vendo isso, Jesus disse: ‘Deixai as crianças, e não as impeçais de virem a mim” (Mt 19,13-14).


O soldado de Napoleão condenado à morte

Certa vez, um dos soldados de Napoleão Bonaparte cometeu um crime muito sério e foi condenado à morte.

Na véspera da execução, a mãe do soldado foi implorar para que a vida de seu filho fosse poupada.

“Minha senhora, respondeu Napoleão, o que seu filho fez não merece clemência”. Ela respondeu: “Eu sei disso. Se merecesse, não seria verdadeiramente um perdão. Perdoar é a capacidade de ir além da justiça”.

Ao ouvir essas palavras, Napoleão comutou a pena para exílio.

Está aí um grande meio de construir a paz, seja dentro de casa, seja fora dela: O perdão.

Temos uma Mãe no Céu, a interceder junto ao Filho por nós. “Rogai por nós pecadores, agora de no hora da nossa morte”.


A mulher impaciente

Certa vez, uma senhora foi assistir uma peça teatral e, ao chegar em casa, descobriu que havia perdido um de seus brincos de brilhante. Além do grande valor material da joia, havia também um valor sentimental, por tratar-se de herança de sua mãe.

Bastante aflita, telefonou para o gerente do teatro, perguntando se haviam encontrado a joia durante a limpeza do salão. O gerente pediu-lhe que aguardasse na linha, enquanto iria perguntar ao responsável pela limpeza.

Ao encontrar o responsável, soube que o brinco havia sido achado e guardado em um lugar seguro. O gerente retornou ao telefone para lhe dar a excelente notícia. Mas a senhora já havia desligado o telefone! Sem saber o nome da dona do brinco, aguardou que tornasse a ligar e até colocou um anúncio em um jornal, mas nunca mais teve qualquer notícia dela.

Aquela senhora era impaciente. Por causa de alguns minutos de espera, acabou perdendo a sua joia preciosa.

Muitos de nós agimos com Deus do mesmo jeito. Pedimos e já queremos logo a resposta. Deus atende, mas na hora melhor para nós, e do modo melhor, o que ultrapassa os nossos limitados conhecimentos.

A pressa é própria dos seres mortais. Como Deus não morre, ele não tem pressa. Nós também precisamos ter paciência diante dele, o que faltou para Zacarias, que pediu durante muito tempo a graça de ter um filho, e depois desanimou (Cf Lc 1,18). A pressa é também própria de quem não tem muito poder. Como nós somos fracos, ficamos com medo de perder a oportunidade, por isso temos pressa.

Virgem santa, Virgem bela, Mãe amável, Mãe querida, amparai-nos, socorrei-nos, ó Senhora Aparecida.


O verdadeiro sucesso

Certa vez, um homem riquíssimo estava morrendo. Olhou para o filho, ao lado da cama e, com dificuldade, disse: “Filho, segure minha mão”. Ele a pegou, enquanto o pai continuava: “Você está segurando a mão do homem que se tornou o maior dos fracassos dentre todos os homens deste mundo”.

O filho retrucou: “Pai, por que o senhor fala assim? O senhor é o homem mais rico aqui da nossa cidade...!”

O velho respondeu: “Eu vivi para esta terra e não para a eternidade. Não me preparei para o mundo vindouro. Agora, tudo é muito escuro e frio”.

Logo depois ele morreu, com um semblante triste e de pessoa preocupada. Aquele era, de fato, um homem fracassado.

Nós costumamos medir o sucesso de uma pessoa pelos bens que possui. Se os tem em abundância, julgamos ser uma pessoa bem sucedida. Se não apresenta nenhum patrimônio, logo a taxamos de fracassada. Mas o sucesso ou fracasso não está na quantidade de bens que alguém possui, mas na sua preparação para a vida eterna.

“O ser humano é como um sopro; seus dias são sombra que passa” (Sl 144,4).

Maria santíssima era rica, muito rica. Mas a sua única riqueza era a graça de Deus. Por isso viveu feliz e está hoje em corpo e alma no Céu. Seu exemplo é luz que ilumina nossos projetos e sonhos.


A velhinha que se assustou com a morte

Certa vez, uma senhora bem idosa foi buscar lenha no mato. Ajuntou um feixe, amarrou-o e tentou colocá-lo nas costas, mas não conseguiu. Desanimada, pediu a morte, dizendo: “Ô morte, venha me buscar! Eu estou velha, fraca, não aguento mais nem com este feixe de lenha!” E continuou suas lamúrias.

De repente, houve um vento forte e a morte apareceu, com o rosto de caveira e a machadinha na mão. “A senhora me chamou?” perguntou ela.

A velhinha olhou assustada, viu a machadinha e disse: “Sim, dona morte. É para a senhora me ajudar a por este feixe de lenha nas costas”.

Nós não escolhemos o dia de nascer e não vamos escolher o dia de morrer. Isso compete a Deus. Em vez de reclamar, devemos procurar viver, do melhor modo possível, cada dia que o bom Deus nos dá, aproveitando as forças e as condições que temos para fazer o bem.

E na hora derradeira, ao sairmos desta vida, implorai a Deus por nós, ó Senhora Aparecida.


A máquina mágica

Havia, certa vez, em um lugar bem afastado, uma máquina que era mágica. A sua aparência era de um enorme moinho de café.

Mas, na verdade, o que ela moía era gente. Pessoas velhas eram colocadas nela e saíam jovens e bonitas.

O trabalho era gratuito e durava poucos minutos. Colocava-se a pessoa dentro da máquina e a ligava, pronto. Podia ser da idade que fosse que, em poucos minutos, a pessoa saía jovem e sorrindo, exatamente naquela idade que escolheu.

Uma senhora bem idosa interessou-se e foi até a máquina. Chegando, disse para a recepcionista: “Quero voltar aos meus dezessete anos”.

A moça sorriu, pediu os dados pessoais dela, sentou-se na frente de um enorme computador e digitou todos os dados. A impressora começou logo a imprimir umas páginas. A senhora ficou curiosa e perguntou: “O que é isso?”

“São todas as tolices que a senhora cometia aos dezessete anos. Voltando, a senhora vai ter de fazer de novo todos esses erros.”

A mulher começou a ler a lista, que tinha mais de dez páginas. Viu que no final havia um contrato que ela devia assinar. Refletiu um pouco e disse para a moça que desistia. A recepcionista então lhe falou:

“Já fazem mais de dez anos que a nossa máquina está parada. Todas as pessoas que aqui chegam fazem como a senhora: Ao ler as asneiras que praticaram e saber que terão de repeti-las, desistem”. A velha agradeceu e foi embora.

Não existe, na nossa vida, uma idade melhor ou pior que a outra, pois fomos criados por Deus e ele faz as coisas bem feitas em todas as fazes. O importante é vivermos bem a fase em que estamos.


Ateu se converte olhando sacrário

Certa vez, um homem ateu foi convidado para fazer o Cursilho de Cristandade. São três dias de intensa formação católica e oração.

Nos dois primeiros dias, aquele senhor dizia para todos que era ateu. No segundo dia, à noite, um dirigente pediu que ele fosse à capela rezar. Ele objetou que era ateu. O líder disse: “Não há problema, vá assim mesmo”.

Quando o homem entrou na capela, o dirigente apagou a luz e o deixou só, naquele ambiente totalmente escuro e silencioso, apenas a luzinha do sacrário brilhando na sua frente.

O homem então disse para Cristo: “O Senhor sabe que sou ateu. Não acredito nem na sua existência”. E continuou ali sentado.

De repente, ele pensou: “E se alguém chegasse aqui agora e, por trás, fincasse uma agulha no meu braço? Eu não o veria, mas sentiria a picada. Deus é assim; nós não o vemos, mas sentimos”. E começou a chorar. Minutos depois procurou um padre para se confessar.

Cristo nos espera nas curvas da vida, e marca encontro conosco na hora certa, usando como seus instrumentos os líderes católicos.

A Eucaristia tem uma enorme força para tocar os corações. Nós não vemos Cristo presente na Hóstia, mas sentimos. E sentimos às vezes tão forte como a picada de uma agulha.

Quem vê Marias Santíssima, sempre vê, acima dela, a grande imagem do seu Filho. Assim como quem vê Jesus Cristo, sempre enxerga ao lado sua Mãe. Graças vos damos, Senhora, Virgem por Deus escolhida, para Mãe de Redentor, a Senhora Aparecida.


Pe. Antão Jorge

O Pe. Antão Jorge nasceu em 1880, na Áustria. Seus pais se chamavam Sebastião e Elisabeth. Eram bem ligados à Igreja. A mãe pertencia à Ordem Franciscana Secular. Tiveram seis filhos.

Quando jovem, Antão participou das santas Missões redentoristas em sua cidade. Entusiasmado pelo trabalho missionário, decidiu ser também redentorista. Em 1904 foi ordenado sacerdote.

No mesmo ano, veio para o Brasil. Durante os longos dias de viagem, ele fez um propósito, que cumpriu até o fim da vida: “Quero santificar-me, ajudando os brasileiros a se tornarem santos”.

Ao chegar aqui, foi para Goiânia, onde trabalhou como missionário, viajando a cavalo pelo interior do Estado.

Conta-se que um dia, ao passar por uma cidade, ficou sabendo que cinco homens armados estavam em volta de uma casa, para matar o dono da casa, que estava dentro. Era o terrível círculo vicioso da vingança entre famílias.

Pe. Antão não duvidou. Usando sua batina, desceu do cavalo, entrou na casa e saiu abraçado com o homem, protegendo-o com o seu corpo. Desse modo, a pobre vítima pôde escapar e fugiu.

Em outra ocasião, coincidiu que bem nos dias da Missão chegou um circo à cidade. Como os moradores estavam preferindo a Missão, alguns do circo ficaram com raiva e resolveram ir à igreja para atrapalhar a Missão. Ficavam atrás do padre, imitando a sua pronúncia, que era péssima. Eles ridicularizavam e faziam o povo rir.

Numa noite, um deles caiu de uma corda no circo e se machucou gravemente. O povo viu aquilo como um castigo de Deus, e o circo teve de ir embora. A partir daí, a Missão pegou de uma vez.

Pe. Antão gostava também de pregar retiros, esperando que acontecesse com os participantes o que aconteceu com ele, isto é, deixar-se tocar pela graça de Deus e mudar de vida.

Foi ele que construiu a matriz de Trindade, GO, e a igreja de Bela Vista de Goiás. Nessas construções, ele próprio ia ao mato, cortava a madeira e trazia.

Em 1915, Pe. Antão mudou-se para Aparecida, SP, a fim de trabalhar no Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Construiu o Lar Nossa Senhora Aparecida, para idosos.

Lutou, junto com outros aparecidenses, pela emancipação da cidade, o que aconteceu dia 17/12/1928.

Foi ele a pessoa que mais trabalhou para que Nossa Senhora Aparecida fosse declarada Padroeira do Brasil, o que aconteceu em 1930.

Mas o seu trabalho de maior destaque foi o iniciou da construção do novo Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o maior templo mariano do mundo.

Uma característica do Pe. Antão era não falar mal de ninguém. Sempre que podia, ele impedia que as pessoas cometessem a maledicência.

Nos seus últimos anos de vida, ele não conseguia mais celebrar a santa Missa, mas não perdia tempo. Atendia Confissões. Era sempre sorridente, calmo e acolhedor. Isso até o seu último dia de vida. Faleceu dia 28/09/1965, com 85 anos de idade.

“Como são belos, sobre as montanhas, os pés do mensageiro que leva a paz” (Is 52,7; Rm 10,15).


Anjos fazem perguntas a Deus

Diz uma lenda que, quando Deus terminou a criação do mundo, cinco anjos aproximaram-se dele e fizeram perguntas.
- O primeiro perguntou: “Como que o Senhor fez esta obra fantástica?” Este anjo é continuado hoje pelos cientistas.
- O segundo disse: “Por que o Senhor criou o universo?” Ele é continuado pelos filósofos.
- O terceiro falou: “Quanto vale esta obra?” Este anjo é representado hoje pelos comerciantes.
- O quarto bateu palmas para Deus.
- E o quinto perguntou: “Posso ajudar?”

Este último é continuado hoje pelos colaboradores da criação. Nos seis dias da semana, devemos imitar o quinto anjo, colaborando na criação do mundo. E no domingo, imitar o quarto anjo, louvando a Deus por tantas coisas bonitas que ele fez.


Três meninos, mas só um é filho

Três mulheres conversavam ao lado de um poço, e um velho as escutava. A primeira dizia: “Meu filho é muito forte, corre e pula”. A segunda dizia: “O meu filho canta como o passarinho”.

A terceira mulher nada dizia. Então o velho perguntou: “Você não tem filho?”
- “Tenho. Mas ele é um menino normal, como todas as crianças”.

As três mulheres pegaram seus potes cheios de água e foram caminhando. No meio do caminho, elas pararam para descansar, e o velho sentou-se ao lado delas. Logo elas viram seus filhos caminhando para perto delas.

O primeiro vinha correndo e pulando. O segundo vinha cantando lindas canções. O terceiro não vinha pulando nem cantando. Ele correu em direção à mãe, pegou o pote cheio de água e levou para casa.

Então as três mulheres perguntaram para o velho homem: “O que o senhor achou dos nossos filhos?” Ele respondeu: “Realmente eu acabei de ver três meninos. Mas vi apenas um filho”.

“É uma desonra para o filho a mãe desprezada” (Eclo 3,13). “Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isto é de justiça: ‘Honra teu pai e tua mãe’. Este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim de que sejas feliz, e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,1-3; Ex 20,12). “Quem usa de brutalidade para com o pai ou a mãe, é um filho desonrado e infame” (Pv 19,26).


Luís XI e o adivinho

Luiz XI foi rei da França, de 1461 a 1483. Era um homem mau, cruel e violento.

Um dia lhe contaram que um adivinho havia previsto a morte de uma funcionária do palácio, e isso aconteceu. Disseram-lhe também que esse adivinho era extraordinário. Adivinhava tudo com precisão.

O rei mandou trazê-lo, e instruiu os seus guardas: “Se eu fizer tal sinal, vocês o matem imediatamente”. O homem veio e o rei lhe disse: “Dizem que você adivinha as coisas. É verdade?”
- “É, às vezes, com a graça de Deus”.
- “Então me diga: Quando você irá morrer?”
- “Três dias antes de vossa majestade.”

Diante dessa afirmação, o rei preferiu não matá-lo, pois tinha muito medo da morte. E com razão, pois era um homem mau.

Não basta ter medo da morte. Precisamos estar sempre preparados, pois, com medo ou sem medo, ela vem para todos, e em hora imprevista.

Maria Santíssima era uma mulher vigilante. Vivia sempre preparada para o encontro com o seu grande amor que é Deus. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.


Deixa a luz do Céu entrar

Certa vez, um homem caminhava triste e solitário, deixando a cidade e subindo a montanha que ficava ao lado.

Quando estava no meio da subida, encontrou-se com um lenhador. Este, ao vê-lo tão amargurado, perguntou: “O que você tem, amigo? Por que está assim, com a cabeça baixa, testa franzida, feição triste?” O homem respondeu: “Eu me sinto muito só e infeliz”.

O lenhador aproximou-se dele e disse: “Eu passo o dia todo aqui e não me sinto sozinho, pois Deus está comigo”.

Em seguida, pediu ao homem que olhasse para trás e visse a cidade lá embaixo. Era de manhã e o sol batia nas casas.

“Você está vendo as casas”, disse. “Algumas estão com as janelas fechadas e o sol não entra. Outras estão com as janelas abertas, e nestas o sol está entrando. O nosso coração é como aquelas casas. Se nós abrirmos as suas janelas, a luz entrará. Veja esta natureza tão bela ao nosso redor. Deus nos mostra o seu rosto, o seu coração. Deixe que o sol entre dentro de você também. Através da natureza, você encontrará Deus, e com ele a felicidade.”

Ao ouvir essas palavras, o semblante do homem iluminou-se. Agradeceu ao lenhador, despediu-se e continuou subindo a montanha.

O amor e o bom exemplo agem como o fermento. Vamos testemunhar o bem, deixar que a luz de Deus entre em nós e nos transforme em luz do mundo.

“Tu anseias, eu bem sei, a salvação. Tens desejo de vencer a escuridão. Abre, pois, de par em par, teu coração, e deixa a luz do Céu entrar.

Maria Santíssima é chamada Senhora da Luz. Santa Maria, rogai por nós.


A foto mais bonita que a criança

Certa vez, uma jovem mãe estava com o seu bebê no portão da casa. Passou uma senhora, parou e disse: “Como é bonita esta criança!” A mãe falou: “Espere um pouquinho. Vou buscar a fotografia dela para a senhora ver que é mais bonita ainda”.

O que aquela mãe fez foi simplesmente ridículo, porque os fotógrafos podem falsificar fotografias, “melhorando” as pessoas.

Mas há algo parecido com a Redenção feita por Jesus. Esta foi além e tornou o original, isto é, o homem criado por Deus, melhor e mais bonito ainda. Por isso que cantamos no sábado santo, referindo-nos ao pecado original: “Ó culpa tão feliz que há merecido a graça de um tão grande Redentor”.

Quando Maria Santíssima ouvia, ao participar da santa Missa, aquelas palavras do seu Filho: “Tomai todos e comei, isto é o meu corpo... Tomai todos e bebei...” certamente ela pensava: Este corpo foi gerado dentro de mim.

E quando ela comungava, era quase que uma nova encarnação. Aquele coração que batia em seu ventre volta agora para sustentá-la na caminhada.

Claro que Maria se lembrava também dos maus tratos que Jesus recebeu e continuava recebendo dos homens, e voltava a sentir a espada que, no Calvário, transpassou o seu coração. Por isso lhe pedimos: “Ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores”.


A formicida granulada

Certa vez, apareceu na roça de um agricultor um formigueiro. Eram formigas devoradoras que estavam destruindo a plantação.

Então o homem colocou na entrada do formigueiro um veneno em forma de grãozinhos, com aparência e cheiro atraentes às formigas. Julgando que os pequenos grânulos fossem comida, as formigas os apanharam e conduziram para dentro do formigueiro.

Quando o agricultor voltou, no dia seguinte, todas as formigas estavam mortas. Mas ele ficou triste, porque outro formigueiro ao lado, cujas formigas não eram agressivas, também levaram a “comida” para dentro de suas casas e morreram.

Somos fracos, podemos nos enganar pelo inimigo. O pecado sempre se apresenta como algo bom e não nocivo. Depois que o praticamos, aí é que ele mostra todo o seu veneno.

Por isso Jesus nos alerta: “Cuidado com os falsos profetas; eles vêm até vós vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7,15).

Maria Santíssima era esperta e não caiu nas armadilhas do tentador. Ela tinha a fidelidade própria de quem ama. A noiva espera a chegada do noivo e se prepara para isso com a maior alegria. Assim era Nossa Senhora. Que ela nos ensine a sermos sempre vigilantes.


O descobridor do fogo

Há milhares de anos, um homem descobriu como se faz o fogo. Ao esfregar uma pedra na outra, ele percebeu que saíam faíscas. Repetiu o gesto junto a palhas secas e as faíscas se transformaram em chamas. Ficou vislumbrado.

Levou a sua invenção para muitas aldeias. As pessoas ficavam felizes porque podiam cozinhar a carne, o arroz, o feijão e aquecer-se no tempo de frio. Aquele homem era humilde; não queria fama nem ficar rico com a sua descoberta.

Entretanto, umas pessoas malvadas, levadas pela inveja e pelo medo de perder algum ganho com o aparecimento da nova invenção, mataram aquele homem.

Quando as pessoas ficaram sabendo, construíram estátuas dele e ficavam comentando sobre a sua vida, suas virtudes e seu heroísmo.

Mas o problema foi que, com isso, se esqueceram de como fazer fogo. Assim, precisou, mais tarde, surgir outro descobridor do fogo.

Podemos comparar Jesus com aquele homem. Pode acontecer de reverenciarmos a pessoa de Jesus, mas nos esquecermos da Boa Nova que ele trouxe. Amar não é olhar um para o outro, mas os dois na mesma direção. Se queremos agradar a Jesus, vamos cuidar do fogo que ele nos trouxe, que é o amor. Amor que nos torna todos iguais, porque somos irmãos. E um amor que nos compromete, como comprometeu a Jesus.

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).


O professor, o sábio e as árvores

Certa vez, um professor entrou em crise existencial e procurou um sábio. Ao chegar à casa dele, viu que havia várias pessoas na sala de espera aguardando sua vez de falar com ele.

Quando, finalmente, o professor foi chamado, disse ao sábio: “Por que eu me sinto inferior ao senhor? Apenas um momento atrás, tudo estava bem comigo. Quando entrei aqui na sua casa, subitamente me senti inferior”.

O sábio falou: “Volte para a sala de espera. Quando todas as pessoas tiverem partido, eu lhe responderei”.

Depois que todos foram atendidos, o sábio o levou para fora de sua casa. Já era noite, e a lua cheia estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:

“Olhe para estas duas árvores, a árvore alta e a pequena ao lado. Durante o ano, nunca houve problema entre elas. A árvore menor jamais disse à maior: ‘Por que me sinto inferior diante de você?’ Esta árvore é pequena e aquela é grande; este é o fato. E nunca ouvi sussurro algum delas a este respeito.”

O professor argumentou: “Isto se dá porque elas não podem se comparar”.

O sábio replicou: “Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é, simplesmente existe. Se é um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa. Você é você mesmo”.

E o sábio continuou: “Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão importante quanto qualquer grande cantor, pois o mundo seria menos belo sem o canto da pequena ave. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade. Ninguém é mais alto ou mais baixo, superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na natureza, tamanho não é diferença, tudo é expressão igual de vida”.

“Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25).


Santo Afonso oferece a Maria sua toga

Santo Afonso Maria de Ligório, o fundador dos missionários redentoristas, era italiano e viveu no Séc. XVIII. Era um homem apaixonado por Deus.

Afonso tinha também um forte dinamismo profético. Quando jovem, escolheu a profissão de advogado para defender o direito dos pobres.

Um dia, ele estava no tribunal, defendendo o direito de um senhor pobre, contra um dos homens mais poderosos da Itália. Este comprou o juiz e Afonso perdeu a causa.

A partir daí, Afonso decepcionou-se com a advocacia. Foi a uma igreja dedicada a Nossa Senhora e depositou aos pés da Santa a sua toga de advogado.

Resolveu tornar-se padre. Como sacerdote, logo percebeu que, em sua cidade, Nápoles, os pobres eram discriminados até no atendimento religioso. Começou, então, a fundar Comunidades católicas na periferia.

Um dia, exausto de tanto trabalhar, foi tirar uns dias de descanso em uma região rural. Ali, conheceu os cabreiros. Viu neles as pessoas mais pobres e abandonadas do País. Afonso esqueceu-se do cansaço e pôs-se a ensinar-lhes o catecismo, a fazer batizados, casamentos... Enfim, conviver com aquela gente preferida de Deus. Acabou mudando-se para aquela região. Foi ali que nasceu a Congregação Redentorista.

“Enviou-me paras evangelizar os pobres” (Lc 4,18). “Junto dele a Redenção é abundante” (Sl 129,7).

Maria Santíssima exerceu forte influência na vida de Afonso, porque também ela é preocupada com os mais pobres e abandonados, como vemos em seu hino, o Magnificat. Mãe dos excluídos, rogai por nós.


Pe. Ezequiel Ramin

Pe. Ezequiel Ramin era italiano, da congregação dos Combonianos. Nasceu em 1956. Era pároco da cidade de Cacoal, Rondônia, município enorme, no qual havia vinte aldeias de índios, além de dez mil famílias de agricultores espalhadas pelo mato.

Pe. Ezequiel, com todo o entusiasmo de jovem sacerdote, começou a visitar as famílias, celebrar Missas, fazer reuniões e organizar Comunidades Eclesiais de Base.

Mas logo se deparou com uma triste situação: As matas estavam sendo invadidas e devastadas por fortes grupos econômicos que, com suas poderosas motosserras, derrubavam árvores seculares e levavam a madeira, geralmente para fora do Brasil.

O povo estava também assustado com as cercas de arame farpado que surgiam em todo canto, com placas trazendo nomes de pessoas desconhecidas que se diziam proprietárias daquelas terras, onde as famílias viviam, desde seus avós.

O pior eram os pistoleiros e jagunços que começaram a aparecer, com suas armas na cintura. Inclusive uma área grande e bonita, que tinha uma Comunidade Católica atuante, de uma hora para outra foi cercada com cerca de arame farpado, e rodeada de placas com o nome: “Fazenda Catuva”.

Nas Missas mensais, Pe. Ezequiel percebia que o povo estava assustado e triste, sem saber a quem recorrer. Os pistoleiros visitavam as casas e diziam abertamente: “Caiam fora daqui, porque agora tudo isso é de fulano de tal. Quem não sair vai levar chumbo”.

“Mas os nossos avós já moravam aqui!” diziam os moradores.
- “Não interessa. A ordem que temos é limpar a área”.

O povo tinha medo, porque via nas caras deles que eram assassinos. Muitas famílias deixaram suas propriedades e foram morar na periferia das cidades grandes.

Pe. Ezequiel aconselhava: “Fiquem aqui por enquanto! Nossa diocese já arrumou um advogado e ele está trabalhando pelos direitos de vocês”.

Por isso, algumas famílias disseram para os jagunços: “Nós não vamos embora, porque o nosso Pároco nos mandou esperar”.

Quando o pretenso dono foi informado, encheu-se de ódio contra o Pe. Ezequiel. Então pediu aos pistoleiros que o matassem.

Algumas pessoas o aconselharam a voltar para a Itália, ou ir para outra região do Brasil, mas ele não quis.

Numa noite em que ele voltava de uma Missa em uma Comunidade rural, ao frear o jipe para passar em um mata-burro, foi morto a tiros. Era o dia 24/07/1984. Tinha apenas trinta e dois anos de idade e quatro de padre.

O enterro foi muito bonito e comovente. A hora mais emocionante foi quando todo o povo cantou a música de que ele mais gostava: Pai Nosso dos mártires. O canto diz:

“Pai nosso, dos pobres e marginalizados, teu nome é santificado quando a justiça é nossa medida. Teu Reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhão. Queremos fazer tua vontade, és o verdadeiro Deus libertador. Não vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor. Pedimos-te o pão da vida, o pão da segurança, o pão das multidões. Perdoa-nos quando por medo, ficamos calados diante da morte. Perdoa e destrói o reino em que a corrupção é a lei mais forte...”


Santa Cecília

Santa Cecília viveu em Roma, no Séc. III. Era um tempo de forte perseguição à Igreja por parte do império romano.

Logo que cresceu, Cecília tornou-se uma garota muito linda. Ela tinha um amor enorme a Deus e, em segredo, consagrou a ele a sua vida e sua virgindade.

Seguindo o costume da época, seus pais a prometeram em casamento a um rapaz importante da aristocracia romana, mas pagão.

Contra a sua vontade, Cecília teve de ir ao casamento. Durante a celebração, ela mudava mentalmente as letras das músicas de amor que eram cantadas, colocando Deus no lugar do rapaz decantado.

Assim, enquanto a orquestra tocava melodias de amor humano, ela, no seu íntimo, acompanhava as músicas colocando letras de amor a Deus. Por isso que Cecília é a padroeira da música.

Antes de dormirem juntos, ela contou ao rapaz o seu voto. Ele entendeu e a respeitou. No fim, também ele se converteu à Igreja Católica.

Mas, infelizmente, Cecília foi condenada à morte, por ser católica. Antes da execução, o próprio Papa, chamado Urbano, veio ao cárcere e lhe deu o sacramento da Unção dos Enfermos.

Na verdade, não era só Cecília que era apaixonada por Deus. Deus também era apaixonado por ela. Não só por ela, mas por cada um de nós. Você também não quer imitar Cecília? Quem convida é o próprio Deus. Todo amor verdadeiro é totalizante e inclui a doação da vida.

“Eu quero ver acontecer. Um sonho bom, sonho de muitos, acontecer. Nascendo da noite escura, a manhã futura trazendo amor. No vento da madrugada, a paz tão sonhada brotando em flor.”

Quando Maria, ao saber da necessidade da prima Isabel, foi apressadamente ajudá-la. A pressa não foi porque Isabel estivesse precisando com urgência. Foi o amor a Deus que Maria carregava dentro de si que a fez apressar-se. A prova disso é que, ao chegar à casa da prima, cantou louvando a Deus. Santa Maria e Santa Cecília, rogai por nós.


A flor para a esposa

Certa vez, um homem estava entrando em casa para o almoço e lembrou-se que aquele dia era o aniversário da esposa. Coisa rara, porque homem geralmente não lembra dessas coisas.

Ele apanhou uma rosa do jardim dela, na frente da casa, e entrou com a mão para trás, todo sem jeito. Entregou-lhe a flor e a própria esposa teve a iniciativa do abraço.

Ela percebeu a falta de espontaneidade do querido esposo, mas mesmo assim ficou muito feliz. Cada um mostra o amor do jeito que pode. O importante é sempre mostrar amor e perdão.

O homem é diferente da mulher. Ele dificilmente fala que ama. Seu amor é demonstrado sem palavras, através da dedicação ao trabalho. Quando ele chega em casa cansado, sujo e meio calado, esta é a sua forma de dizer para a família que a ama. É como se dissesse: “Faço tudo isso por vocês”.

Feliz a família que sabe ler nos gestos e nas entrelinhas o amor do outro. Não precisamos ficar cobrando carinho ou demonstrações de afeto, pois o maior gesto é a dedicação de cada dia.


Psicologia

Havia, certa vez, uma família numerosa que morava na roça, perto da cidade, e o pai era bastante rigoroso na educação. Inclusive, ele tinha numa gaveta uma varinha de marmelo, com a qual de vez em quando batia em um filho ou filha.

Mas só fazia isso após a terceira repreensão sem resultado, e alertando a criança de que, se não obedecer, vai apanhar.

A filha mais velha cresceu e tornou-se catequista.

Amiga do padre, ela conseguiu convencê-lo a convidar um psicólogo para fazer uma palestra aos paroquianos sobre a educação dos filhos. O padre, ao convidar o psicólogo, contou-lhe o motivo do convite. Por isso, este veio determinado em pedir para não bater nos filhos.

A palestra foi à noite, e toda aquela família estava presente.

O psicólogo, logo no início, disse que agora não se pode mais bater nos filhos, porque o que resolve é a psicologia. Durante a palestra, de uma forma ou de outra, ele ia sempre repetindo essa afirmação. Falou durante uma hora.

Terminada a palestra, a família voltou para casa. Logo ao chegar, o pai abriu a gaveta, mostrou a vara de marmelo para todos os filhos e disse: “De hoje em diante, isso aqui vai chamar-se psicologia”.

“O pai que poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24).

De fato, não se deve exagerar no uso desse meio de educação. Mas há situações em que ele é necessário. Aquele psicólogo foi unilateral. Os psicólogos são unânimes em afirmar que, de vez em quando, as tradicionais palmadinhas no bumbum fazem bem.

Claro, sempre após uma desobediência repetida, e a criança sabendo que poderá apanhar. O importante é que a criança perceba: A mamãe, ou o papai, está me batendo porque eu errei, não porque ela está nervosa. Descarga de nervosismo na criança causa insegurança e faz mal.

Nós queremos evitar que as crianças se tornem joio mais tarde. Desejamos que elas sejam trigo de Deus, boas sementes, para o bem da Igreja, da sociedade e delas mesmas. E para isso recorremos a todos os recursos da boa educação.

Maria Santíssima, ao encontrar seu Filho no Templo, depois três dias de procura, não foi logo dando bronca, julgando-se dona da razão. Pelo contrário, ela foi humilde e primeiro quis saber do menino o motivo: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos angustiados à tua procura!” (Lc 2,48). Rainha das famílias, rogai por nós.


Eugênio Lira

Eugênio Lira da Silva nasceu em Bonfim, BA, dia 08/01/1947. Estudou no colégio dos Irmãos Maristas da cidade e, desde criança, surgiu nele o desejo de dedicar sua vida à defesa dos pobres, como fez Jesus. Formou-se advogado.

Logo que recebeu o diploma, passou a fazer parte da FETAG (Federação dos Trabalhadores da Agricultura). Como na cidade de Santa Maria da Vitória, BA, havia muitos grileiros comprando escrituras falsas de terra nos cartórios e expulsando os moradores, Eugênio mudou-se para lá.

Ele nem imaginava em que enxame de abelhas estava entrando. Logo que chegou, um fazendeiro tentou comprá-lo, para que ele fizesse o trabalho contrário: Tirasse os posseiros daquela área da qual o fazendeiro havia se apoderado.

Mas Eugênio não se vendeu. Pelo contrário, entrou a fundo no caso. Reuniu ampla documentação e o processo foi parar em Salvador.

Formou-se uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado, para investigar a questão, e Dr. Eugênio Lira foi designado para depor nessa CPI.

Seis dias antes do seu depoimento, dia 22/10/1977, ele foi assassinado, na rua, ao lado da esposa, grávida. Eugênio tinha 30 anos. O assassino foi preso. Era um pistoleiro que confessou ter sido contratado pelos fazendeiros.

A Missa de sétimo dia foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Grossi, o qual disse na homilia: “Conheço bem a vida do Eugênio e posso garantir que morreu um santo”.

Se Eugênio Lira não tivesse sido assassinado, viveria muitos e muitos anos, lutando pelo seu ideal. Ele foi, mas você está aqui. Todo católico deve ter um ideal na vida. Ideal é um objetivo que escolhemos para a nossa vida. É uma luz que brilha na nossa frente, e queremos conquistar. Só quem tem ideal é plenamente feliz.


A eternidade e o beija-flor

Certa vez, um líder católico falou, no Culto Dominical, sobre a eternidade. Terminado o Culto, um senhor o procurou e disse: “Eu não entendi o que você disse sobre a eternidade”. O líder levou-o até uma janela, apontou para uma grande montanha que havia na frente, de pura pedra, e disse:

“Observe esta montanha. Imagine que, de cem em cem anos, um beija-flor assenta-se lá em cima, na pedra mais alta, e esfrega o biquinho na pedra. Ele gasta um pouquinho a pedra com o seu bico. Quando o beija-flor gastar, com o seu biquinho, toda esta montanha, estará apenas começando a eternidade.”

“Se permanecer em vós aquilo que ouvistes desde o princípio, permanecereis no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (1Jo 2,24-25).


O roubo da enxada

Durante a segunda guerra mundial, um grande grupo de prisioneiros estava construindo uma estrada de ferro, em ritmo de trabalhos forçados. Eram tratados com brutalidade pelos soldados.

Um dia, sumiu uma enxada. O comandante reuniu os presos e perguntou quem foi que a roubou. Ninguém respondeu. Ele então disse que todos iam ser castigados severamente, e espancados.

Neste momento, um preso deu um passo à frente e disse que foi ele. Tocado pela fúria, o comandante o repreendeu por não ter confessado logo. E naquele mesmo instante, na frente dos colegas, espancou-o fortemente com o cabo do seu rifle. A surra foi tão forte que o pobre homem não resistiu e morreu.

Recontando, depois, as ferramentas, descobriram que não faltava nem uma enxada. Foi erro de contagem! Aquele preso não havia roubado nada. Ele simplesmente ficou com dó dos colegas e quis livrá-los da surra. Sacrificou-se pelos companheiros.

“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).


Edith Piaf

Na década de 1960, existia na França uma célebre cantora, chamada Edith Piaf. Era uma moça bonita, que tinha uma voz belíssima. Encantava a juventude.

Infelizmente, Edith contraiu uma doença grave. Ficou um bom tempo hospitalizada. Ali, no silêncio, e também devido à desconfiança de que ia morrer, a jovem começou a ver a vida com olhos diferentes. Veja algumas frases que ela escreveu aos parentes e amigos, em suas cartas:

“Eu gostaria de compreender para que levei uma vida tão absurda.” “Quero ser sincera comigo mesma. Fiz muitas besteiras. Houve ocasiões em que fui injusta, perversa e até depravada. Eu tinha todas as condições para ser feliz, e não aproveitei.” “Houve momentos em que acreditei ter encontrado a paz, mas logo ela me escapava.”

De fato, Edith não sarou, e meses depois veio a falecer. Mas morreu em paz.

Lendo hoje as cartas de Edith, percebemos que, ali no hospital, ela encontrou a paz. Seus dias mais felizes da vida foram justamente os que passou no hospital, com muitas dores físicas. Isto simplesmente porque só ali ela conseguir ser sincera consigo mesma.

É na verdade que encontramos Deus, pois ele é a Verdade. Por mais que tenhamos glórias, dinheiro, fama, amores, como teve Edith, nunca teremos paz completa, se não nos olharmos na verdade de nós mesmos.


A Comunidade N. Sra. de Fátima

Havia, certa vez, na periferia de uma cidade grande, uma Comunidade católica chamada Nossa Senhora de Fátima. As celebrações eram feitas no Centro Comunitário do bairro, já que a Comunidade não tinha um local para se reunir. O Centro Comunitário pertencia à prefeitura.

Um dia, a assistente social da prefeitura procurou a líder da Comunidade e lhe pediu que no próximo domingo avisasse o povo que aquele era o último Culto Dominical celebrado no Centro Comunitário, pois dali para frente estava proibido.

Imediatamente, a líder reuniu a equipe de coordenação da Comunidade e deu a triste notícia. Em meio à oração, tiveram uma ideia:

No domingo seguinte, no final do Culto Dominical, disseram a todos os presentes: “A assistente social nos proibiu de reunir aqui. Nós não vemos motivo para isso, já que no domingo não há atividades no Centro Comunitário. Amanhã, às oito horas da manhã, ela estará aqui. Nós, a coordenação da Comunidade, convidamos alguns de vocês para virem unir-se a nós, a fim de conversarmos com ela”.

Alguns levantaram a mão. Um senhor disse: “Se ela for irredutível, daqui mesmo iremos à prefeitura conversar com o Sr. Prefeito”.

A notícia espalhou-se no bairro inteiro. No dia seguinte, quando a assistente social chegou, estavam ali 82 pessoas adultas, sem contar as crianças. Levaram inclusive um alto-falante portátil, já preparado para animar a caminhada até a prefeitura.

Ao ver a cena, a assistente social ficou com tanto medo de perder o emprego, que tremia como vara verde. Ela pegou o microfone e disse: “Não! Não há problema! Podem continuar usando o Centro Comunitário para as celebrações. Fica o dito por não dito”.

Na verdade, a iniciativa de proibir as celebrações era dela mesma, que pertencia a uma seita evangélica.

Povo unido jamais será vencido.

Maria Santíssima foi também uma mulher corajosa e de iniciativa. Ela não teve medo de cantar um hino em que denunciava pessoas poderosas, que eram injustas com os pobres e humildes. Quando Jesus foi crucificado, apesar de quase todos fugirem de medo, ela estava “em pé, junto à cruz”. Que Maria nos ajude a usar a força da nossa união, a serviço do Reino de Deus.


A Estola inserida

Certa vez, em uma paróquia do interior do Brasil, o coordenador de uma Comunidade rural foi assassinado por um pistoleiro.

O assassino fora contratado por um grileiro, de uma cidade grande e distante, que queria apoderar-se de uma grande extensão de terras da região. Para conseguir isso, comprou, nos cartórios, escrituras falsas de propriedade de terras, e estava afastando os sitiantes através de ameaças.

Entretanto, aquele coordenador, devido à sua forte liderança na região, estava impedindo a ação injusta. Por isso, foi pego numa emboscada e morto a tiros.

Dez anos após o assassinato, a Comunidade pediu ao padre que celebrasse uma Missa no local onde ele fora morto.

E a Comunidade mandou fazer uma estola especial para a Missa. Ela trazia, de um lado, a foto do homem, e do outro, a seguinte frase: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,13).

No início da Missa, durante o canto de entrada, a viúva e os filhos do cristão exemplar levaram a estola até o Altar.

Que bom se nós também fizéssemos memória de irmãos e irmãs nossas que tombaram na luta pela justiça e pelo Reino de Deus!


 A mulher que não prestava

Certa vez, uma jovem da roça, líder da Comunidade cristã local, foi fazer tratamento de saúde em uma cidade grande. Ficou hospedada na casa de uma família de parentes, durante alguns meses.

As famílias católicas vizinhas, ao saberem do seu testemunho cristão, começaram a convidá-la para rezar o Terço em suas casas.

Ela ouviu vários comentários negativos a respeito de uma vizinha que morava sozinha. As pessoas diziam: “Naquela casa mora uma mulher que não presta”.

Entretanto, a jovem, na sua prática pastoral, não deu importância aos comentários e procurou aproximar-se da senhora.

No início, aproveitava a hora da ida da mulher para o trabalho e conversava com ela no ponto de ônibus. Dias depois, a mulher a convidou para ir à sua casa.

A jovem ouvia mais do que falava, porque percebia que a senhora sentia necessidade de falar e de se abrir com alguém.

Resultado: As duas ficaram amigas. A mulher começou a participar dos Terços, e acabou, nos vizinhos, o estigma de “mulher que não presta”. Depois que a jovem voltou para a roça, ficou sabendo que a senhora não era mais a mesma.

Precisamos ser “discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que as pessoas tenham mais vida nele”. “O amor é forte. Suas chamas são faíscas de Deus no mundo” (Ct 8,6).


O elevador da mina de carvão

Na França, existem muitas minas de carvão. Algumas estão muito abaixo do nível da terra e ficam a até 200 metros de profundidade.

Numa tarde, após o serviço, um minerador procurou um sacerdote para expor seus problemas e pedir orientação. O padre sugeriu: “Por que o senhor não se confessa e não pede a Deus o perdão de seus pecados?”

Ele respondeu: “Eu não consigo acreditar que a Confissão perdoa os nossos pecados. O padre apenas faz uma cruz e diz algumas palavras! Parece-me barato demais”.

O padre lhe disse: “Sei que o senhor trabalhou hoje, lá embaixo da terra. Como que o senhor saiu de lá?”
- “Pelo elevador da mina!” respondeu o homem.
- “E o senhor pagou alguma coisa?”
- “Não. O elevador é da firma em que trabalho”.
- “Ficou com medo do elevador quebrar e o senhor cair lá embaixo?”
- “Também não. Ele é seguro”.

Nessa hora, o sacerdote explicou: “Imagine se o senhor ficasse lá embaixo! Na verdade, o elevador lhe prestou uma ajuda enorme, e de uma forma muito simples. Assim é a Confissão: O efeito é muito grande, mas a maneira de administrar é rápida e simples”.

Foi Jesus que instituiu o sacramento da Confissão. Ele disse aos Apóstolos: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio’. Então soprou sobre eles e falou: ‘Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos” (Jo 20,20-23).


Edel Quim

Edel Quim nasceu na Irlanda, no começo do Séc. XX. Era uma garota muito bonita. Desde que fez a primeira Comunhão, ela recebia frequentemente a Eucaristia.

Ainda bem jovem, entrou na Legião de Maria, onde caminhou a passos largos na fé e na santidade. Apesar de cobiçada por muitos rapazes, Edel decidiu não se casar, a fim de se dedicar, tempo integral, à Legião de Maria.

Em 1936, quando tinha 29 anos, Edel foi enviada para a África, a fim de difundir por lá a Legião de Maria. Conseguiu implantar o movimento em seis Países africanos: Quênia, Tanganica, Uganda, Niassalândia, Zanzibar e na ilha Maurícia.

Depois de dez anos na África, quando se preparava para iniciar a Legião em Nairobi, Edel contraiu a Tuberculose, que naquele tempo não tinha cura. Mesmo doente, a sua alegria e o seu entusiasmo não diminuíram.

Após sua morte, os legionários do Kênia foram a Nairobi e, com muita facilidade, implantaram a Legião naquele País.

Podemos dizer que Edel Quim assemelhou-se a Jesus Cristo, dando também a vida pelos irmãos.

Aconteceu com ela o que Jesus disse: “Quem me come viverá por mim” (Jo 6,56). Esse “por” é no sentido de “a partir de”. Quem comunga terá o impulso vital de Jesus, pois se torna um só corpo com ele. “Amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, sentir o que Jesus sentia, viver como Jesus viveu” (Pe.Zezinho).

Edel Quim imitou também a Mãe de Jesus, já que o seu grupo chama-se Legião de Maria. Maria Santíssima e Edel Quim, rogai por nós.


Garoto renova matrícula

Certa vez, um menino de doze anos foi à escola, a fim de renovar a sua matrícula. Seria papel dos pais, mas estes estavam muito ocupados naquele primeiro dia de matrícula, e o garoto, ansioso para se matricular, pediu para ir sozinho.

Na hora de preencher a ficha, a professora fez-lhe umas perguntas, a fim de saber se a família tinha condições de ajudar a cobrir os gastos da escola:
- “Seu pai trabalha?”
- “Sim”.
- “E seus irmãos, trabalham?”
- “Sim”.
- “E sua mãe, trabalha?”
- “Não”.
- “Quem lava a roupa de vocês?”
- “A mamãe”.
- “Quem faz a comida?”
- “A mamãe”.
- “E quem limpa a casa?”
- “A mamãe”.
- “Sua mãe faz tudo isso e não trabalha?”

O menino ficou envergonhado. Sentiu vergonha de si mesmo, pela falta de reconhecimento ao trabalho da sua mãe. Chegando em casa, deu-lhe um abraço e contou o diálogo que teve com a professora. “Foi uma nova aula que tive hoje”, disse ele.

Nós podemos continuar essa “aula”, dizendo que a mãe faz tudo isso de graça. Nunca cobra de ninguém. Por isso que dá impressão de que ela não trabalha. A nossa sociedade é machista, e só dá valor a quem ganha dinheiro.


O elefante e a formiga fazem parceria

Certa vez, um elefante estava no deserto, ao pé de uma grande árvore, e com muita fome, pois não havia comida para ele naquele lugar. A árvore era muito alta e ele não alcançava as folhes para comê-las.

Viu no chão uma formiga e se abriu com ela: “Eu quero ir embora daqui, mas antes preciso me alimentar, senão não aguento a viagem”.

A formiga lhe disse: “Eu também quero ir embora, porque aqui faz muito calor. Só não vou porque não consigo caminhar sobre esta areia quente”.

O elefante então lhe propôs uma parceria: “Vamos fazer o seguinte: Você sobe na árvore e corta algumas folhas para mim. Depois você sobe nas minhas costas e nós iremos para outro lugar”.

Em pouco tempo, a formiga havia cortado o talo de uma folha e esta caiu. Em seguida, vieram outras.

Depois que o elefante estava saciado, a formiga subiu nas suas costas e os dois foram para um oásis. Areia quente não é problema para elefante.

Não importa se somos grandes ou pequenos. O importante é nos amarmos com sinceridade e nos ajudarmos uns aos outros.


Diógenes pede sol ao rei

Diógenes foi um grande filósofo que viveu em Corinto, na Grécia. Morreu no ano 323 A/C.

Um dia, o rei, Alexandre, ficou tão entusiasmado com as teses de Diógenes, que o procurou e disse: “Peça-me o que você quiser que eu lhe darei. Mesmo que seja a metade do meu reino”.

Diógenes respondeu: “Está bem. O meu pedido é que o senhor fique um pouco de lado para que o sol possa bater em mim”.

Todas as pessoas querem ter um lugar ao sol, isto é, usufruir dos benefícios do progresso e da tecnologia e poder escolher o próprio caminho.

“Aquele que ouve a Palavra e não a põe em prática é semelhante a alguém que observa o seu rosto no espelho. Sai dali e logo esquece como era a sua aparência. Aquele, porém, que se debruça sobre a Lei perfeita, que é a liberdade, e nela persevera... esse será feliz” (Tg 1,23-25).


O homem que queria ficar rico

Havia, certa vez, um homem que queria, a todo custo, ficar rico. Um dia, ele saiu pelo mato, a procura de uma pedra de diamante. Colocou comida na sacola, e embrenhou-se na floresta.

Depois de andar vários dias, encontrou uma pedra, que não tinha valor nenhum, mas ele achava que era diamante. Tentou voltar para casa, mas viu que estava perdido. Sem comida e sem água, pegou um papel e uma caneta e escreveu: “Sei que vou morrer. Mas morro muito rico”.

De fato, ele morreu. Dias depois, seu corpo foi localizado. Em uma das mãos estava a pedra e, na outra, o bilhete.

“Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no Céu” (Mt 6,19-20).


O dente de elefante

Certa vez, um senhor foi passear na África e ganhou um dente de elefante. Gostou do presente. Dali para frente, ele passou a carregar aquele objeto para onde ia, junto com a sua bagagem, com cuidado para não ser roubado, pois é puro marfim. Pensava dia e noite na segurança do seu dente de elefante.

Depois de vários dias, em um aeroporto, o homem descuidou-se e lhe roubaram o dente de elefante. Na hora, ele ficou triste. Mas depois percebeu que foi um alívio. Aquele dente de elefante estava acabando com o seu passeio.

Nós temos os nossos “dentes de elefante”. São objetos dos quais nunca precisamos, mas continuamos apegados. Que bom se tivéssemos um coração desapegado, preso somente em Deus e no desejo de fazer a sua vontade! Seríamos muito mais felizes, e também as pessoas ao nosso redor.

Os apegos a objetos inúteis fazem parte da estratégia do tentador, a fim de nos levar para o grupo dele.

Antes da Anunciação, Maria Santíssima possuía uma única riqueza: A graça de Deus. “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo” (Lc 1,28). Mãe dos pobres, rogai por nós.


Para comungar, criança arranca dentinho

Certa vez, uma garotinha de cinco anos queria de toda maneira comungar. Ela foi pedir para o padre. Este lhe disse que ainda não tinha idade, estava novinha.

Ela perguntou quando poderia receber Jesus. O padre apontou para os seus dois dentinhos de leite, que ainda sobravam na boca, e disse, brincando: “Quando você perder esses dois dentinhos aí”.

A menina despediu-se e foi para casa. Escondida da família, pegou um alicate e arrancou os dois dentinhos. Em seguida voltou à igreja e, sem perceber que estava com a boca ensanguentada, falou para o padre: “Agora eu posso receber Jesus?”


Esta menina fez um erro, evidentemente. Mas mostrou o seu grande amor a Jesus e à Eucaristia.