PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Agosto 13



HISTÓRIAS DE VIDA-AGOSTO 13


A força do amor

Certa vez, dois rapazes brasileiros foram passear no Japão. Um sabia falar um pouco de japonês e se tornou intérprete do colega.

Lá, justamente o que não sabia japonês gostou de uma garota japonesa, e ela também gostou dele. Voltando para o Brasil, ele estudou japonês, aprendendo essa língua difícil, unicamente para corresponder com a menina. No fim, os dois se casaram.

O amor torna fácil o que é difícil, possível o que parece impossível. Quando nós amamos uma pessoa, fazemos tudo por ela. Jesus amava a Deus Pai, por isso achou fácil a missão que dele recebeu, que foi nos salvar. E dedicou-se a ela de corpo e alma.

“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade” (Mt 9,35).

Muita gente se admira pelo fato de o padre e a religiosa não se casarem. O amor vai além, é mais forte que tudo. Deus é amor.

Que Maria Santíssima, a Rainha das vocações, nos ajude a descobrir e seguir a missão que Deus tem para cada um de nós.


Maria Goretti e Alexandre

Santa Maria Gorettti era uma adolescente italiana que foi assassinada dia 06/07/1902.

Família pobre, da roça, os pais trabalhavam numa fazenda. O filho do fazendeiro, chamado Alexandre, encantou-se por ela, que era uma mocinha muito linda. Ele tentava seduzi-la, mas Goretti sempre lhe dizia: “Não podemos fazer isto, é pecado!”

Quando o pai de Goretti faleceu, a mãe continuou trabalhando na fazenda, para sustentar os filhos, e Goretti, a mais velha, ficava em casa cuidando dos irmãozinhos.

Um dia, ela estava sozinha em casa, Alexandre entrou. Quis forçá-la a ter relação sexual com ele. Diante da resistência inquebrantável da menina, ele pegou uma faca que encontrou na cozinha e lhe deu catorze facadas!

Logo depois, a mãe chegou e ela, ainda viva, contou o que havia acontecido, mas disse: “Eu perdoo o Alexandre. Lá no Céu, pedirei a Deus por ele. Quero que ele esteja ao meu lado eternamente no Céu”.

Minutos depois, Goretti morreu. O rapaz foi condenado a vinte e sete anos de prisão. Quando terminou de cumprir a pena, tornou-se monge contemplativo. Ele assistiu, em 1950, a canonização de Santa Maria Goretti, ao lado da mãe dela, Dona Assunta.

Com toda certeza, Deus atendeu o pedido de Goretti e Alexandre está ao seu lado no Céu, por toda a eternidade.

Outro caso semelhante aconteceu com Santo Estêvão, conforme relata At 7,58-60: “Arrastaram Estêvão para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixavam seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo, e apedrejavam Estêvão, que exclamava: ‘Senhor, não os condenes por este pecado’. Com estas palavras, adormeceu”.

Santo Agostinho explica que foi essa oração de Estêvão que levou Deus a converter Saulo, que se tornou o nosso querido S. Paulo apóstolo.

Que Santa Maria Goretti e Santo Estêvão nos ajudem a perdoar os nossos inimigos e rezar por eles.


A noviça no restaurante chique

Certa vez, uma família rica convidou uma noviça para jantar com eles em um restaurante de luxo. A Madre permitiu e a jovem foi.

Mas, na hora da refeição, ela ficou tão chocada com uma cena que viu, que até perdeu o apetite. Do lado de fora do restaurante, havia várias crianças maltrapilhas e famintas, olhando pelas janelas de vidro transparente.

Já a família que a convidou estava acostumada com a cena e nem percebeu o mal-estar da menina. Também os outros comensais, e os garçons, viam aquilo como coisa normal.

O noviciado é uma escola de vida e de fé. Ali, o Reino de Deus é levado a sério. E os choques com o mundo pecador surgem inevitavelmente. É assim que o mundo novo vai sendo configurado na cabeça e na vida dos noviços.

Maria Santíssima ficou tão revoltada com o mundo desigual e injusto do seu tempo, que desejou uma inversão radical: “O Senhor vai encher de bens os famintos e despedir os ricos de mãos vazias”. Mãe dos oprimidos, rogai por nós.


O noivo que queria casar-se

Certa vez, um noivo procurou o padre, a fim de combinar o casamento. O padre estava em sua sala de atendimento, sentado e escrevendo algo em um papel sobre a mesa. Ao ouvir o desejo do moço, perguntou-lhe:
- “Você sabe o catecismo?”
- “Sei sim senhor”.
- “Então me diga: Quantos deuses há no céu?”

O rapaz não sabia. O padrinho, que estava atrás, aproveitou que o padre olhava para seus escritos e fez o gesto de um dedo para cima. O moço disse:
- “Eu sei, senhor padre. Há um Deus no céu”.
- “Muito bem. E quantas pessoas há em Deus?”

Agora enroscou, pensou o noivo. E olhou disfarçadamente para o padrinho. Este levantou a mão com três dedos para cima. O noivo disse na hora:
- “Eu sei também, senhor padre. Há três em pé e dois deitados”. Isso porque o padrinho, ao levantar os três dedos, deixou dois curvos.

Para crescermos na fé, precisamos conhecer mais profundamente as verdades nas quais acreditamos. Senão a nossa fé pode ficar ingênua, e podemos cometer os maiores gafes.

Isabel elogiou a fé da prima: “Feliz aquela que acreditou, pois aquilo que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,45). Maria Santíssima conhecia bem o catecismo do seu tempo. É o que ela nos mostrou em seu hino Magnificat. Que nós também cresçamos no conhecimento da nossa religião.


Deus gosta da simplicidade das crianças

Certa vez, um bebezinho ficou doente, e ia cada vez pior. A família era pobre, simples e morava na periferia. Já haviam feito de tudo, mas a criança não sarava.

Um dia, de manhã, o pai falou: “Só um milagre pode salvar o nosso filho”.

O irmãozinho mais velho, pensando que milagre fosse remédio, ajuntou suas moedas e foi à farmácia. Lá, disse ao balconista: “Eu quero comprar um milagre”.

O balconista, naturalmente, estranhou o pedido. Mas, vendo a inocência do garoto, perguntou-lhe para quê. Ele explicou a história.

Estava na farmácia um médico pediatra. Ele ouviu a conversa e resolveu ajudar aquela família.

Foi com o menino até a casa dele para ver o caso. Acabou internando o bebezinho e ele sarou. Portanto, o milagre acabou acontecendo.

É pela fé e pela simplicidade que conquistamos o coração de Deus. Ele gosta de atender pessoas que o amam e acreditam com firmeza nele. Pessoas que são bem intencionadas e obedecem aos seus mandamentos.

Maria Santíssima tinha todos esses requisitos. Foi boa esposa, boa vizinha, boa parente, boa amiga, e a melhor de todas as mães. Santa Maria, rogai por nós.


Marido fiel

Havia, certa vez, um casal que morava na roça e não tinha filhos. Um dia, a esposa resolveu abandoná-lo e ir morar com outro homem.

O esposo ficou muito abatido, mas levantou a cabeça. Como não tinha quem cozinhasse para ele, deixou a roça e mudou-se para a cidade. Arrumou emprego e morava numa pensão.

Os anos se passaram e ele nunca mais teve notícia da esposa.

Um dia, ele a viu na rua. Estava acabadinha, mal vestida e triste. E o pior: Carregava uma sacola e pedia esmolas.

Ele foi seguindo-a, disfarçadamente, e a viu entrar em um bar. O esposo foi depressa e entrou pela outra porta, sem que ela o visse. A mulher começou a pedir ajuda para todos os homens que estavam ali.

Ele aproximou-se dela por trás e lhe deu todo o dinheiro que tinha. E logo se escondeu atrás de uma coluna, para que ela não o reconhecesse.

A mulher estranhou a generosidade, mas aceitou a ajuda e agradeceu com um “muito obrigado”, mesmo sem ver quem era.

Ele procurou o dono do bar e lhe pediu que desse para aquela mulher duas refeições por dia, que ele pagaria.

Mas, enquanto ele falava isso, ela reconheceu a sua voz. Chorou de vergonha, mas o marido a acalmou, dizendo-lhe: “O que passou, passou. Vamos reiniciar a nossa vida a dois, conforme juramos no Altar”.

Esse senhor agiu como Deus que, mesmo após a nossa traição pelo pecado original, não desistiu e fez conosco uma Nova Aliança.

De nossa parte, tanto pelo pecado original como pelos nossos pecados pessoais, mostramos que somos fracos. Deus nos conhece, por isso Jesus nos deixou diversos meios de perseverança: A Eucaristia, a oração, a leitura da Bíblia, a caridade...

Queremos ser como Maria Santíssima: Olhar para Deus, abrir os braços e dizer: “Eis aqui o escravo, a escrava do Senhor. Faça de mim o que o Senhor quiser”.


A máquina de fazer café

Certa vez, um senhor brasileiro estava viajando pela Europa e resolveu entrar em uma lanchonete para tomar um lanche. Lá, ficou sabendo que a casa tinha uma máquina de fazer café, mas estava quebrada e ninguém sabia consertá-la.

Ele pediu para ver a máquina. Observou-a, pediu licença e em poucos minutos a consertou.

Diante da admiração de todos, ele explicou: “Esta máquina é brasileira, e eu sou o fabricante dela”.

Deus é o nosso fabricante. Por isso, ele nos conhece bem. Conhece também a natureza com a qual lidamos, pois foi ele quem a fez. Se surgir qualquer problema, vamos procurar a Deus.

Maria Santíssima é a fina flor da criação. “Quem poderá definir o encanto que há no espelho do teu olhar?”


A jovem Luísa

Luísa era uma jovem bonita e cristã comprometida. Junto com seu grupo de jovens, ela visitava o asilo da cidade, chamado Pequena Casa da Providência.

A menina gostava de passar a tarde do domingo na Pequena Casa da Providência, conversando com os velhinhos e ajudando em alguma coisa. Achava muito bonito o trabalho dos funcionários e dos voluntários.

Durante as férias, ela passou vinte dias trabalhando na instituição, que o povo chamava de asilo. Sua identificação com a obra cresceu. Via Jesus em cada vovô e vovó.

No começo, conta ela, foi difícil. Os idosos, na maioria inválidos, não reconheciam o trabalho dela, nem agradeciam. Pelo contrário, alguns eram exigentes, outros reclamavam à toa...

Mas Luísa procurava compreendê-los e adaptar-se ao jeito de cada um. Ela levava na brincadeira as broncas.

Luísa deu o seguinte testemunho: “Dia após dia fui compreendendo que, para servir na Pequena Casa da Providência, eu precisava tornar-me pequena também. Junto daqueles asilados, eu compreendi uma coisa muito bonita: A felicidade encontra-se na valorização das pequenas coisas”.

Depois de haver superado as dificuldades, Luísa sentiu uma felicidade imensa. “De repente”, disse ela, “eu me dei conta de que devia abandonar tudo e dedicar a minha vida à Pequena Casa da Providência”.

E foi isso que ela fez. Hoje chama-se Irmã Luísa. Desapegou-se até da Pequena Casa da Providência. A sua vida está nas mãos de Deus, que age através das suas superioras. Ela gosta daquela frase: “Onde Deus me plantar, aí quero crescer e florir”.

Nesta moça, nós vemos a mão de Deus, que vai nos guiando passo a passo em direção à missão para a qual ele nos criou.

A ociosidade é a mãe de todos os vícios. Quem vive à toa, ou gasta o tempo livre em futilidades, dificilmente descobrirá o chamado de Deus.

Maria Santíssima gostava de ouvir a Palavra de Deus, que chegava a ela, às vezes, de forma inédita. Também conosco acontece isso, como foi o caso da Ir. Luísa, à qual a Palavra de Deus chegou através da Pequena Casa da Providência. “Maria do sim, ensina-me a dizer meu sim”.


O poeta apaixonado pela lua

Li Po, também chamado Li Bai, foi um dos maiores poetas românticos chineses. Viveu no Séc. VIII. Ele é o criador do gênero poético chamado Ai-kai. O seu mais famoso poema é intitulado Bebendo Sozinho ao Luar.

Li Po era apaixonado pela lua. Não se casou por isso, porque a sua única paixão era a lua. Era um cachaceiro. Bebia de frustração, por não poder chegar perto da sua amada e abraçá-la.

Suas poesias, de uma beleza singular, são quase todas cantos à lua. Como ficar olhando para a lua cansa o pescoço, ele ia, à noite, para um lago perto de sua casa, entrava numa canoa, remava até o meio do lago e ficava quietinho para a água parar. Depois, ficava olhando o reflexo da lua na água e namorando-a, com a garrafa de whiskey ao lado.

Numa noite, ele estava tão bêbado que quis abraçar a sua amada. Do barco, pulou com os braços abertos na água, e morreu afogado.

Existe nos céus outro amor para nós, muito melhor que a lua. Este é real e desceu até nós, a fim de nos salvar. Chama-se Jesus Cristo.

Maria Santíssima é chamada a Mãe do Belo amor. Ela é comparada com a lua, porque reflete para nós a Luz infinita do Sol que é Cristo. Vamos, como uma criança, jogar-nos nas mãos dela sem medo, pois ela nos abraçará com certeza.


Os loucos e os sete muros

Certa vez, dois loucos, o João e o Pedro, resolveram fugir do manicômio. Acontece que eles tinham de pular sete muros altos. “Isso nós conseguimos”, disseram um ao outro. E começaram.

Quando terminaram de pular o segundo muro, o João disse: “Pedro, você está cansado?” “Não”, respondeu o Pedro. “Então vamos continuar”, falou o João.

Pularam o terceiro e o quarto muro. O João perguntou de novo:
- “Pedro, você está cansado?”
- “Não.”
- “Então vamos continuar.”

Quando terminaram de pular o sexto muro, o João perguntou: “Pedro, você está cansado?” “Estou”, respondeu o Pedro. “Então vamos voltar”, decidiu o João. E pularam de volta todos os seis muros, ao invés de pular apenas um que faltava.

E assim, por causa de um muro, os dois perderam a oportunidade de alcançar a liberdade e deixar de ser loucos.

Quem abandona um curso no último ano, a não ser por um motivo muito especial, comete essa loucura.

Quem abandona o casamento, idem. A felicidade exige perseverança, exige continuar a luta até o fim. “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62).

A oração é uma porta aberta ao infinito. Através dela, Deus nos dá a graça da perseverança, entre tantas outras.

“Ensina teu povo a rezar, Maria, Mãe de Jesus!”


A lição do lápis

Nós somos como o lápis. O lápis precisa da mão para que escreva; nós precisamos de Deus que nos dirige. Assim como a mão, Deus nos dirige, mas não dispensa a nossa marca, o nosso jeito.

No lápis, o que importa não é a madeira, ou a forma exterior, mas o grafite que está dentro; vamos cuidar do que está dentro de nós, que são as virtudes e a graça de Deus. O importante é quem somos, não a nossa aparência. “Teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa” (Mt 6,4).

De vez em quando, o lápis precisa do apontador. Isso faz com que ele sofra um pouco, mas no fim ele está mais afiado; precisamos renovar-nos periodicamente.

O lápis permite que usemos a borracha para apagar o que ele faz de errado. Nós temos os nossos pais, parentes e amigos que de vez em quando nos fazem a correção fraterna, a qual nos ajuda a crescer.

Finalmente, o lápis sempre deixa uma marca. O mesmo acontece conosco. Tudo o que fazemos na vida vai deixar traços, que é o nosso testemunho ou contra testemunho.

Que aprendamos as lições do lápis.

Maria Santíssima vivia na simplicidade e sem preocupação de aparecer. No entanto, sua marca ficou, e todas as gerações a chamamos de bem-aventurada. Que ela nos ajude.


O revólver, a faca e o Terço

Havia, certa vez, um homem que era muito bravo e violento. Andava sempre com um revólver na cintura, e do outro lado uma faca. Todo mundo no bairro tinha medo dele. A esposa tentava mudá-lo, mas não conseguia.

A esposa arrumou um Terço, deu para ele e disse: “Só peço uma coisa para você: Ande sempre com este Terço no bolso. Não o abandone para nada”.

O homem começou a carregar o Terço, o revolver e a faca. Tempo depois, largou o revólver e ficou com a faca de um lado e o Terço do outro. Dizia para a esposa: “A faca eu carrego porque preciso dela de vez em quando, para descascar uma laranja etc”. A esposa ficava calada, mas continuou rezando.

Logo ele deixou também a faca e ficou só com o Terço.

Quem contou essa história foi o filho desse senhor. Ele concluiu: “Foi assim que meu pai morreu, como um homem pacífico e bom”.

Nossa Senhora é mãe. Devagarinho, ela vai mudando os corações dos seus filhos e filhas. Se carregarmos o Terço, já é um bom começo.

“Quem semeia ventos, colhe tempestade.” Quem semeia paz, colhe paz e alegria. Maria Santíssima não semeou ventos, e sim paz, pois nos deu o seu Filho, que é a própria paz encarnada. Por isso nós a chamamos de Rainha da paz.


A felicidade está na ponta de uma corda

Havia, certa vez, uma vila rural cujo povo era muito individualista. Eles não se ajudavam em nada.

Um dia, chegou um senhor e espalhou a notícia: “Em um poço abandonado, na ponta de uma corda, está a felicidade”.

As pessoas começaram a procurar o tal poço. Um dia, um homem o achou. Era um poço muito fundo, e dele saía uma corda com um bom pedaço para fora. O homem logo pensou: Vou puxar essa corda e ficar com a fortuna só para mim.

Mas não conseguiu, pois o objeto era muito pesado lá no fundo. Ele chamou um amigo. Os dois também não conseguiram. Chamaram outro, mais outro, os jovens, as mulheres... Até que todo o povo da vila se reuniu para puxar a corda.

E conseguiram retirar. Mas, que decepção! Era uma pedra. Uma enorme pedra, sem valor nenhum.

Entretanto, dali para frente, o povo aprendeu a se unir, a lutar juntos, e todos ficaram mais felizes. E descobriram que o sábio estava certo: A felicidade estava na ponta da corda, mas não naquela ponta lá do fundo do poço, e sim na ponta de cima, na qual todos se uniram.

A felicidade, a bem-aventurança, não cai pronta diante de nós. Às vezes ela está justamente na luta, no fato de nos unirmos para vencer um grande obstáculo.

Quando Isabel recebeu Maria em sua casa, disse, exultando de alegria: “Feliz aquela que acreditou” (Lc 1,45). Que a Mãe de Jesus nos ajude a encontrar a felicidade, inclusive esta, a felicidade que nasce da união.


O menino chamado diabo

Certa vez, um missionário chegou a um povoado para começar as Santas Missões. Enquanto montava o som na capela, um menino de uns seis anos estava sempre perto dele. O padre perguntou: “Como você se chama?” Ele respondeu: “Diabo”.

O padre achou que era brincadeira, mas percebeu que a criança falava sério. Chegou perto dele e, com carinho, disse: “Meu bem, qual é o seu nome”. “Diabo”, repetiu o garotinho.

O padre não entendeu a atitude, mas disfarçou e disse: “Onde você mora?” “No inferno”, respondeu a criança.

O padre ficou ainda mais curioso e disse: “Onde fica o inferno?” “Ali”, respondeu o menino, apontando para a sua casa. “Vamos lá?” propôs o padre. “Vamos”, disse o menino, e até pulou de alegria.

Quando estavam chegando perto da casa, o padre já entendeu tudo. Ouviu a mãe gritar: “Onde está aquele diabo daquele menino?”

A mãe vivia xingando o pobrezinho de diabo e dizendo que a casa era um inferno. O menino, na sua inocência, pensava que era isso mesmo, apesar de não saber o que significam as palavras diabo e inferno.

Claro que quem age como aquela mãe não é luz do mundo nem sal da terra. Pelo contrário, é fermento do mal e do pecado, além de escandalizar as crianças.

Maria Santíssima é uma luz forte e bonita. Ela continua até hoje iluminando o mundo. Que ela nos ajude a não escandalizar os pequeninos.


João Eduardo

João Eduardo era um pai de família e líder da sua Comunidade rural, no Estado do Acre.

Em 1980, o governo, no seu programa de reforma agrária, desapropriou uma grande área, e encarregou o João Eduardo de fazer a distribuição dos lotes de terra para as famílias dos agricultores sem terra da região.

Durante esse trabalho de distribuição, João descobriu que havia um atravessador vendendo lotes do assentamento. João procurou-o, pediu que ele parasse com aquele ato ilegal, e disse que ia denunciá-lo, caso continuasse. O atravessador o ameaçou de morte, se o denunciasse. E continuou vendendo lotes do assentamento. João Eduardo o denunciou. E não deu outra: Foi assassinado dia 18/01/1981.

O Espírito Santo nos dá coragem para enfrentar até ameaças de morte, a fim de fazer o Reino de Deus acontecer. João Eduardo sabia que a nossa existência não termina na morte. E ele acreditava que, se fosse assassinado, a providência divina não abandonaria a sua família, como de fato não abandonou.

Após a ascensão, os discípulos foram para Jerusalém e ficaram reunidos, aguardando a vinda do Espírito Santo que Jesus havia prometido. E ali, “todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14). Vamos convidar Maria para estar também em nosso meio, a fim de nos ajudar nas horas difíceis.


Os defensores do ninho da rolinha

Certa vez, uma rolinha chocava tranquilamente seus ovinhos no ninho, construído no galho de uma árvore bem alta. De repente, apareceu uma cobra, ameaçando laçar o ninho e derrubá-lo. A pobre rolinha gritou, pedindo socorro.

Vinha passando um macaco e se ofereceu para atirar pedras na cobra. Mas a rolinha respondeu: “Assim não. As pedras podem atingir também os ovos!”

Passou um elefante e se ofereceu para derrubar a árvore, usando sua poderosa tromba, e assim espantando a cobra. “Também não quero”, respondeu a rolinha. “Com essa violência toda, você acaba com o meu ninho!”

A rolinha chamou as formigas que passavam ali perto: “Irmãzinhas, ajudem-me!” Vieram as formiguinhas, aos milhares. Subiram na serpente por todos os lados e a devoraram.

Deus nos deu a inteligência. Com ela, podemos conseguir tudo o que queremos, sem destruir a natureza.

“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, a fim de que fôssemos adotados como filhos de Deus” (Ef 4,4-5). Essa foi a grande vocação da Mãe de Jesus, e ela a cumpriu com muito amor. Que a Mãe do Salvador nos ajude a cumprir também com alegria a nossa vocação.


O sino no pescoço do gato

Havia, certa vez, uma família de ratos. Estava indo tudo bem, até que apareceu por ali um gato. O gato estava fazendo o maior estrago. De vez em quando, pegava um rato e comia.

Os ratos se reuniram para resolver o problema. Após muita discussão, e várias opiniões, um ratinho deu a seguinte ideia: “Vamos amarrar um sino no pescoço do gato. Assim, quando ele se aproximar, nós perceberemos e nos esconderemos”.

Mas ninguém teve coragem de fazer o serviço. Estão até hoje esperando o corajoso.

O Espírito Santo não só nos dá coragem, mas nos ilumina e orienta, indicando os meios eficazes e possíveis para não cairmos nas garras do pecado.

A serpente é inimiga de Maria Santíssima, porque esta ajudou seu Filho a ferir a sua cabeça. Desde a concepção, Maria foi libertada do pecado. Que ela nos ajude a sermos fortes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade. Assim conseguiremos, nós também, ferir a cabeça da serpente enganadora.


O feitiço virou contra o feiticeiro

Certa vez, uma família fez uma festa para celebrar as bodas de prata do casal. Primeiro, participaram da Santa Missa e, em seguida, ofereceram um churrasco para os parentes, amigos e vizinhos.

Quando a carne estava pronta, o filho mais velho desligou o som e convidou todos a uma oração.

Um rapaz mal educado zombou daquele que fez a oração. Terminada a prece, ele disse em tom de deboche: “Acho que eu fui o único que não rezei”.

Uma senhora líder da Comunidade ouviu e não deixou por menos. Ela disse: “Não. Não foi só você que não rezou”. E, apontando para dois gatos e um cachorro, falou: “Eles também não rezaram”.

O rapaz quis dar uma de bonito e saiu-se mal. Foi buscar lã e saiu tosquiado.

“Pedi, e recebereis”. A festa do amor que circula dentro da Santíssima Trindade é estendida à família. Nada mais natural que agradecer a Deus, ao celebrar 25 anos de vida matrimonial.

Que o nosso bom Deus nos ilumine e dê forças para, como essa senhora, enfrentar as ondas do mal, de forma criativa e inteligente.

Maria Santíssima é a Rainha dos profetas. Que ela nos ajude a dizer a palavra certa, na hora certa, do jeito certo e para a pessoa certa.


Um presente valioso, mas condicionado

Havia, certa vez, um rei muito rico e generoso. Ele resolveu dar a um súdito um presente: Todos os dias ia colocar na conta do súdito 1.440 Pesos, que era a moeda do reino. Isso por tempo indeterminado.

Entretanto, havia uma condição: O súdito devia gastar todo o dinheiro naquele dia. Se não gastasse tudo, a sobra voltaria para a conta do rei.

Assim aconteceu durante muito tempo. O súdito, feliz, comprou tudo o que queria e ainda sobrava dinheiro.

Um dia, sem aviso prévio, o rei interrompeu a doação.

A história é simbólica. O rei é Deus, o súdito somos nós e o dinheiro é o tempo. Todos os dias, Deus nos dá 1.440 minutos. Isto é uma graça incalculável. A nossa vida é um tesouro valiosíssimo.

Além do tempo, ele ainda acrescenta outros benefícios, como a sua ajuda, e a presença do Espírito Santo com os seus sete dons. O que ele pede é que aproveitemos o nosso tempo, seja para o nosso bem, seja para o bem do próximo, pois no dia em que menos esperarmos, a doação é interrompida pela morte.

Se aproveitarmos bem o nosso tempo, na prestação de contas ouviremos do Rei: “Parabéns, servo bom e fiel!... Vem participar da alegria do teu Senhor!” (Mt 25,23).

Maria Santíssima utilizou e desenvolveu ao máximo os seus talentos. Que ela interceda por nós.


O susto saudável

Certa vez, um homem estava dirigindo numa velocidade acima da permitida. De repente, olhando pelo retrovisor, viu um carro de polícia. Agora estou multado, pensou. O policial dava sinal para ele parar. O homem parou.

Quando ele viu o policial, ficou aliviado. Era um conhecido seu. Saiu do carro e foi, sorrindo, com os braços abertos, ao encontro dele.

Mas o policial permaneceu sério, e lhe disse secamente: “Por favor, sente-se no seu carro e aguarde”.

Em seguida, o guarda foi para a traseira do veículo infrator e começou a escrever. Pronto, pensou o homem, posso até perder a minha carteira.

De raiva, nem abriu o vidro. Um minuto depois, veio o guarda. Ele fingiu que não o viu e continuou olhando para frente.

O guarda bateu no vidro. Ele abriu só uma fresta. O policial entregou-lhe um papel e disse: “Pode continuar sua viagem”. O infrator ligou o carro e foi, sem se despedir do amigo.

Lá na frente, parou e foi ler o papel. Viu logo que não era formulário de multa, e sim um bilhete. Estava escrito: “Caro Adolfo, eu tinha uma filha linda, que eu adorava. Infelizmente, ela morreu atropelada por um carro em alta velocidade. Era nossa única filha. Eu e minha esposa, até hoje, não conseguimos superar a dor. Você tem três filhos. Por favor, tome cuidado, e reze por nós. Seu amigo, Jaime”.

“O amor é benfazejo... Não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo” (1Cor 13,6-7).

Maria Santíssima dedicou sua vida a Deus e ao próximo. Que ela nos ensine a respeitar a vida, especialmente no trânsito.


O colar de turquesa azul

Certa vez, uma garotinha entrou em uma loja de joias. Olhou as vitrines e, quando viu um colar de turquesa azul, seus olhinhos brilharam. O dono da loja estava observando do balcão.

Ela chegou para ele e disse: “O senhor podia embrulhar aquele colar ali? É para minha irmã mais velha. Desde que minha mãe morreu, ela cuida de nós. E hoje é o aniversário dela”.

O dono da loja olhou desconfiado para a menina e perguntou: “Quanto de dinheiro você tem?” Ela, sem hesitar, tirou do bolso da saia um lenço todo amarrotado e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão, feliz, e perguntou: “Isso dá?” Eram apenas algumas moedas.

O dono da loja foi para o interior do estabelecimento, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde. E disse: “Leve com cuidado”.

A menina saiu feliz. Ainda não acabara o dia e uma linda jovem apareceu na loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho e perguntou: “Este colar foi comprado aqui?” “Sim”, respondeu o dono.
- “E quanto custou?”
- “Ah! o preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente”.
- “Mas minha irmã tinha somente algumas moedas!”

O dono pegou o estojo, refez o embrulho com carinho, devolveu-o à jovem, dizendo: “Parabéns a você. Não só pelo aniversário, mas pela dedicação aos seus irmãozinhos. Este presente de sua irmã é também meu”.

O silêncio encheu a pequena loja, e duas lágrimas rolaram pela face da emocionada jovem, enquanto abraçava aquele bondoso senhor.

O nosso amor se manifesta de muitos modos: Cuidando dos irmãos na falta da mãe, comprando um presente valioso com apenas algumas moedas, compreendendo e participando do sentimento de gratidão de uma criança...

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15). Maria é para a Igreja motivo de grande alegria, pois participou diretamente na obra redentora de Jesus. Que ela interceda por nós.


Uma criança evita um grande desastre

Conta-se que, na Holanda, aconteceu um fato interessante: Um dia, um menino estava perto de uma represa e de repente viu que apareceu na barragem um buraquinho, pelo qual começou a esguichar água. Mais que depressa, o garoto foi lá, enfiou o seu dedinho no buraco e o tampou.

E começou a gritar, pedindo socorro. O guarda da represa ouviu, chamou imediatamente a equipe de manutenção e o problema foi resolvido. Na verdade, quem salvou a represa foi aquele garoto, pois se ele não tampasse, a água ia abrindo o buraco na argila, até romper a barragem.

Os nossos gestos de amor e de serviço, por pequenos que sejam, podem produzir grandiosos resultados.

Maria Santíssima via-se como a escrava de Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor”. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, ajudando com humildade os nossos irmãos e irmãs.


O cabo eleitoral mercenário

Certa vez, durante uma campanha eleitoral, um homem estava fazendo um discurso em favor de um candidato a vereador. Uma senhora de outro partido, que também era candidata, ouviu o discurso e gostou muito. No final, foi parabenizar o orador e lhe disse: “É de gente assim que nós precisamos. Cidadãos conscientizados, competentes e sem medo de expor suas ideias”.

Logo que terminou de falar, ele lhe disse: “Muito obrigado pelas suas palavras. Eu sei que a senhora também é candidata. Se a senhora me pagar mais que ele, eu posso passar a fazer campanha para a senhora, não para ele”.

A candidata caiu das nuvens. Pensava que estava conversando com um cidadão, mas na verdade era com um otário, mercenário, covarde, enganador do povo, analfabeto político.

O pecado é terrível. Ele penetra em toda parte. Penetrou até no grupo dos Apóstolos, quanto mais na política. Mas Cristo venceu o pecado. E nós, com a graça dele, podemos concretizar no dia a dia essa vitória. Não é fugindo da política que a ajudamos a ser mais cidadã.

Temos uma pessoa interessadíssima em nos ajudar a não pecar. É aquela que, unida com o Filho, feriu a cabeça da serpente enganadora. “Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.


O estranho presente para a princesa

Certa vez, uma linda princesa ganhou um presente de um príncipe vizinho. O pacote era muito bonito e ela ficou deslumbrada. Desatou a fita, e foi desembrulhando o presente devagar e com carinho. Cada papel que ela tirava, aumentava a sua curiosidade.

No fim, a decepção. Era uma bola de ferro! O que eu vou fazer com isso? pensou. Nervosa, pegou a bola e jogou no chão.

Foi aí que veio a surpresa. A bola se abriu e dentro havia lindas e riquíssimas joias.

Os gestos de amor de Deus nem sempre são percebidos à primeira vista. Precisamos ter discernimento, o que adquirimos através da oração. Nem tudo o que brilha é ouro. Mas o contrário também é certo: Nem todo ouro brilha.

As nossas Bíblias muitas vezes são assim. A capa é velha, o livro surrado, a linguagem é antiga... mas dentro está o maior tesouro: a Palavra viva de Deus a nós. Vamos abri-la com respeito, deixando que o Espírito Santo nos fale.

Também os gestos de amor das pessoas estão, muitas vezes, escondidos atrás de uma aparência nem sempre bela e atraente. Não vamos jogá-los no chão, sem antes ver o que há dentro.

Maria gerou e criou Jesus, a joia riquíssima de Deus Pai. Que nós acolhamos o presente do jeito que ela acolheu.


A visita funesta

Certa vez, um senhor foi ao hospital visitar um amigo que estava internado em estado grave, já respirando à base de oxigênio.

O visitante chegou ao lado da cama, pisou na mangueirinha do oxigênio e não viu. Felizmente o doente percebeu e o avisou a tempo.

Este senhor agiu sem perceber. Existem “visitantes” bem piores. Por exemplo, um traficante que se aproxima do jovem, ou do adolescente, com a intenção de viciá-lo, mesmo sabendo que a droga mata.

Quanto mais perto de Deus estivermos, mais colaboramos para a vida das pessoas que encontramos.

Quando Maria Santíssima visitou a prima Isabel, foi uma visita tão saudável que até o filho pulou de alegria no ventre de Isabel. Mãe da vida, rogai por nós.


Quando morreu, saiu do cemitério

Santo Atanásio viveu no séc. IV e foi bispo de Alexandria, no Egito. Surgiu, na época, uma seita chamada arianismo. Os arianos diziam que Jesus não era Deus, mas apenas filho de Deus.

A seita cresceu tanto que o Papa convocou o Concílio de Niceia (Ano 325), que elaborou o nosso Credo Niceno-constantinopolitano, no qual afirmamos que Jesus é “Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai”.

Como Atanásio teve grande influência no Concílio, os arianos declararam guerra contra ele. E, para complicar, a heresia contava com o apoio da classe dirigente do País. A perseguição ia desde baixas calúnias até ameaças de morte.

Cinco vezes Dom Atanásio teve de fugir para o deserto, onde passava meses escondido.

Ele construiu um túmulo grande no cemitério onde, durante seus últimos cinco anos de vida, se refugiava e passava, às vezes, semanas morando. De lá ele governava a diocese.

Com Santo Atanásio aconteceu um fato curioso. Ele morreu dentro desse túmulo. Como foi sepultado na catedral, quando morreu, saiu do cemitério.

Nós admiramos Santo Atanásio e até hoje veneramos a sua memória. Com ele aconteceu exatamente o que disse Jesus: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24).

Quem perseverar e passar pela crise do grão de trigo, dará muitos frutos, como deram Jesus, Maria e Atanásio.


Alpinista morreu porque não rezou

Certa vez, um alpinista estava escalando uma montanha muito alta e se perdeu. Sempre amarrado em sua corda de segurança, começou a subir e descer pedras, procurando uma saída. Mas a noite chegou, uma noite totalmente escura, sem lua nem estrelas, e ele ficou perdido.

Em determinado momento, escorregou e caiu vários metros, ficando pendurado na corda e balançando no ar. Olhava para baixo e não via nada, devido à escuridão. Por isso tinha medo de soltar a corda.

No outro dia, os bombeiros o encontraram morto, e congelado pelo intenso frio, suspenso na corda, a apenas dois metros do chão.

Faltou-lhe oração. Se ele tivesse pedido ajuda a Deus, certamente teria encontrado uma saída, por exemplo, jogar um objeto e ouvir o barulho para medir a distância.

Deus nos oferece mil recursos, e nos assiste vinte e quatro horas por dia. Com ele, não existe barreira sem brecha, problema sem solução. Mas, por respeito à nossa liberdade, ele não entra na nossa vida, se não pedirmos.

Quando estivermos em situação parecida, não vamos agarrar-nos mais ainda na nossa corda, nas nossas limitadas seguranças, mas vamos jogar-nos na total e ilimitada segurança que é Deus. Você continua agarrado na sua corda? Que pena!

Maria Santíssima ficou perturbada com as palavras do anjo, porque não as entendeu direito. Entretanto, abriu os braços e disse: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”. E nós estamos colhendo até o hoje os frutos deste seu gesto de entrega. Maria do sim, rogai por nós.


A mulher que não tinha tempo de ir à Missa

Havia, certa vez, em uma cidade, uma senhora que era amiga do padre, mas não ia à Missa no domingo. Ela se justificava dizendo que o seu filhinho de dois anos não parava hora nenhuma e atrapalharia os outros durante a celebração.

Um dia, apareceu um circo na cidade. Ela ficou muito curiosa e foi ver o espetáculo.

Quando queremos fazer uma coisa, encontrando um jeito. “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6,21).

A Missa no domingo é o nosso principal encontro com Deus e com os nossos irmãos e irmãs da Comunidade. Deus criou os sete dias da semana, mas não nos deu os sete. Só deu seis. Um é dele. A palavra domingo significa Dia do Senhor. Se roubar é errado, imagine roubar de Deus! Não vamos roubar o dia dele, deixando de participar da santa Missa.

Maria santíssima encontrava alegria em fazer a vontade de Deus. Discípula fiel do Senhor, rogai por nós.


O executivo da rede de supermercados

Certa vez, o encarregado de compras de uma rede de supermercados ficou sabendo que no dia seguinte o preço do feijão ia subir 20%.

Imediatamente telefonou para um fazendeiro que tinha muito feijão estocado, e perguntou se lhe vendia um caminhão de feijão naquele mesmo dia. O fazendeiro concordou, mas o negócio ficou para ser fechado pessoalmente, quando o caminhão chegasse à fazenda.

O fazendeiro contou para o seu filho, que estava no primeiro ano de administração. O rapaz disse: “Pai, eu vou à cidade perguntar na Cooperativa como está a cotação do feijão. Não feche o negócio antes de eu lhe telefonar”. O pai concordou.

Foi só o rapaz chegar à Cooperativa, avisaram-lhe que no dia seguinte o preço do feijão ia subir 20%. Ele avisou imediatamente o pai e este cancelando o negócio.

O mundo capitalista não segue o mandamento de Deus, de amar o próximo como a si mesmo. Se esse executivo fosse cristão, a primeira coisa que faria era informar o fazendeiro sobre o aumento no dia seguinte, pois, se ele estivesse no lugar do fazendeiro, gostaria de ser avisado.

Ser cristão é nadar contra a corrente do mundo pecador. E precisamos estar sempre de olhos abertos, pois “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz (Lc 16,8). “Sede prudentes como as serpentes” (Mt 10,16).

Maria Santíssima cumpriu com generosidade o primeiro e maior mandamento, que é amar de forma bidirecionada: a Deus e ao próximo. Que ela nos ajude a fazê-lo também.


É possível ver Jesus Cristo?

Havia, certa vez, um monge que sempre pedia a Cristo a graça de vê-lo. Um dia, ele recebeu o seguinte recado: “Ponha-se a caminho, porque Jesus quer encontrar-se com você, antes do anoitecer, depois do rio, do outro lado da montanha”.

O monge foi imediatamente para o local indicado. No meio da viagem, encontrou-se com um ferido que lhe pediu socorro. O monge explicou que não podia demorar, pois tinha um importante encontro marcado, antes do anoitecer. Mas prometeu que voltaria assim que terminasse o encontro, para ajudá-lo.

E continuou apressadamente o seu caminho. Mais adiante, deparou-se com um carro atolado. O motorista estava sozinho e lhe pediu ajuda. O monge prometeu ajudá-lo logo que retornasse de um encontro muito importante, que já estava marcado.

Horas depois, quando o sol ainda estava alto, chegou ao lugar indicado para o encontro com Cristo. Seus olhos começaram a procurá-lo, mas, para surpresa sua, encontrou o seguinte bilhete: “Fui ajudar o ferido que você deixou de atender, e voltarei depois, de carona no carro que estava atolado na estrada”. Assinado: “Jesus Cristo”.

O melhor modo de nos encontrarmos com Deus é fazer a sua vontade.

Que Maria Santíssima nos ajude a nunca fecharmos o nosso coração diante do próximo necessitado que encontramos pela vida.


O pajé, os jovens e o chimarrão

Certa vez, em uma aldeia de índios do Rio Grande do Sul, o pajé reuniu os índios jovens e lhes disse:

“Se, um dia, alguém fizer o mal a você e você quiser vingar-se dele, matando-o, primeiro sente-se e tome uma cuia de chimarrão. Você compreenderá que a morte é um castigo desproporcional ao mal que ele lhe fez. Ao invés disso, resolverá dar-lhe uma boa sova.

Antes, porém, encha novamente a cuia e tome. Você vai refletir melhor e pensar que, em vez de surra, é melhor uma boa repreensão.

Mas, antes, encha de novo a cuia e tome. Você se lembrará do Filho de Deus que nos perdoou e nos mandou fazer o mesmo. Então você se convencerá de que o melhor é ir ao encontro do inimigo e, com humildade, abraçá-lo”.

Pagar o mal com o bem. “Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica” (Mt 5,38-42).

Maria Santíssima é a Mãe de misericórdia. Que ela nos ajude a não nos afastarmos de Deus e a sermos misericordiosos com as pessoas que nos fazem o mal.


A visita indesejada

Certa vez, um homem, depois de muita luta, conseguiu “subir na vida”: Casa boa, carro bom, filhos na faculdade e vários imóveis alugados, rendendo o suficiente para ele e a família viverem.

Mas o anjo da morte lhe apareceu, com o alfanje na mão, e disse: “Vim buscar você”. Ele respondeu: “Ah, sr. anjo! Bem agora que eu ia começar a viver uma vida mais tranquila! Deixe-me viver pelo menos mais três anos”. O anjo respondeu: “Nada feito”.

O homem insistiu: “Por favor, sr. anjo, então me deixe viver pelo menos mais três dias! O anjo respondeu: “Também não”. “E três minutos de vida, o sr. me concede?” O anjo concordou.

Nesses três minutos, o homem pegou um pincel atômico e escreveu em uma cartolina a seguinte frase: “Homem, não seja insensato, empregue bem o seu dinheiro!”

Jesus contou uma história parecida. É daquele homem que teve uma grande colheita, construiu novos celeiros e disse para si mesmo: “Agora vou comer, beber, gozar a vida”. Mas Deus lhe disse: “Tolo! Ainda nesta noite, sua vida será retirada” (Cf Lc 12,16-21).

Maria Santíssima era bastante sensível aos pobres e necessitados. Socorreu os noivos, ajudou a prima...  E uma das páginas mais veementes da Bíblia sobre este assunto é o seu hino Magnificat. Que ela nos ajude a empregarmos bem o nosso dinheiro.


Jesus com o coração para fora

Certa vez, uma mãe entrou na igreja com seu filhinho de quatro anos. Quando ele viu a estátua do Sagrado Coração de Jesus, perguntou: “Mãe, por que ele está com o coração para fora?”

A mãe respondeu: “É porque ele ama muito as pessoas”.

A criança pensou e fez outra pergunta: “E se eu amar muito as pessoas, o meu coração vai sair para fora também?”

A mãe ficou meio embaraçada, mas disse: “Filhinho, se você fizer isso, todos vão ver que você tem um bom coração. É isso que o artista quis dizer, colocando o coração de Jesus para fora”.

Maria Santíssima, no Magnificat, cantou a misericórdia de Deus: “A sua misericórdia se estende de geração em geração”. O coração de Jesus é uma manifestação de coração de Deus.


O olhar que mudou uma vida

Certa vez, uma senhora estava gravemente enferma. Os filhos se reuniram, porque sabiam que ela ia morrer. Só não foi um, porque estava preso. Entretanto, a velhinha disse que não morreria sem ver aquele filho.

Como se passaram vários dias e ela não morria mesmo, conseguiram uma licença especial e dois soldados levaram até ela o detento.

Quando o moço chegou diante da mãe, esta fitou-o longamente. Ficou olhando para ele, em seguida fechou os olhos e morreu.

Quem contou essa história foi um sacerdote, na Missa que presidiu numa penitenciária. E o padre terminou a fala com as seguintes palavras: “Aquele preso era eu. O olhar de minha mãe foi o olhar mais marcante que recebi na vida. Jamais o esquecerei. Dei a minha vida por ele”.

Nós precisamos ver o homem novo e a mulher nova, transfigurados, em cada detento, ou pecador, ou marginal, ou mendigo, e ajudá-lo a se transfigurar.

Maria Santíssima, a mulher transfigurada, olha para nós todos os dias com aquele mesmo olhar. Ela vê, atrás das nossas fragilidades, o cristão e a cristã transfigurados. Mãe dos pecadores, rogai por nós.


A travessia do rio Jordão

O livro bíblico de Josué narra uma cena interessante. O povo hebreu, depois da caminhada de quarenta anos atravessando o deserto, chega finalmente à beira do rio Jordão. Do outro lado já era a Terra Prometida, pela qual tanto sonharam.

Moisés não estava mais com eles. Morreu antes porque duvidou da força de Deus. O chefe do povo agora é Josué.

Entretanto, o rio estava muito cheio, com correnteza forte, sem nenhuma possibilidade de atravessar. Na caravana havia crianças, velhos, animais, e cada um trazia nas costas uma bagagem grande.

Josué rezou a Deus e, em seguida, teve uma luz. Ele pensou: Se Deus nos trouxe até aqui, ele vai criar condições para atravessarmos esse rio.

Em seguida, reuniu o povo na beira do rio e pediu que todos rezassem. Colocou na frente os sacerdotes, com seus melhores paramentos, carregando a Arca da Aliança.

Quando estava tudo pronto, ele disse aos sacerdotes: “Podem entrar sem medo na água e iniciar a travessia”.

“No momento em que os portadores da Arca chegaram ao rio e os sacerdotes mergulharam os pés na água, as águas que vinham de cima detiveram-se e amontoaram-se em uma grande extensão, e as águas que desciam foram completamente separadas. Os sacerdotes, que levavam a Arca da Aliança do Senhor, conservaram-se de pé sobre o leito seco do Jordão, enquanto que todo o Israel passava a pé enxuto” (Cf Js 3,15-18).

Josué nos deixou um grande exemplo de como Deus ouve a oração feita com fé. Ter fé é dar o primeiro passo, como fizeram Josué, Abraão, Judite, Maria Santíssima e tantos outros. É dar o primeiro passo, mesmo que seja em direção ao aparentemente impossível. Fé e medo não combinam.


O príncipe triste

Havia, certa vez, um príncipe, de dezoito anos, que vivia sempre triste. O rei, seu pai, promovia festas no palácio para tentar alegrá-lo, mas nada. Combinava com garotas bonitas para paquerá-lo, mas nem isso rompia a sua tristeza. O rei chegou a contratar circos de longe, com palhaços famosos. Levava o filho para assistir, mas ele não sorria e continuava triste.

Quando o rei já estava desanimado, apareceu um pobre homem do campo e lhe disse: “Majestade, eu garanto que farei o seu filho sorrir e ficar feliz. Peço apenas uma coisa: Que o senhor providencie para mim uma carroça cheia de alimentos, roupas, doces e brinquedos para crianças”. O rei concordou e, mais que depressa, mandou encher uma carroça com os objetos pedidos.

O homem pediu ao príncipe que o acompanhasse naquela tarde, até a periferia da cidade, para ajudá-lo a distribuir aquele material para as pessoas necessitadas. E foram. Em cada vila onde entravam, o homem se distanciava do rapaz e dizia para as pessoas que era o príncipe que estava dando aqueles presentes.

Mães viam seus filhos felizes e iam abraçá-lo, as crianças sorriam para ele, os jovens, os velhinhos e as velhinhas abraçavam o príncipe comovidos... Até que, diante de tanta demonstração de carinho e afeto, ele não resistiu e abriu um belo sorriso. Não só, mas correram lágrimas nos seus olhos. E a partir daquele dia o príncipe aprendeu a ser feliz.

“Há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35). Essa é a única frase que é certo que é de Jesus e não está nos Evangelhos. O amor ao próximo realiza o ser humano e o torna feliz.

“Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc 14,14).

É próprio da mãe, servir à vida das pessoas. Ela se dedica a suprir as necessidades concretas dos habitantes da casa, como comida, vestuário, saúde, bem-estar... Maria Santíssima era e continua assim. Que ela nos ajude a encontrar a felicidade, servindo.


A esposa barulhenta

Havia, certa vez, um casal que não tinha filhos. Ele tinha mania de gravar músicas. Todos os dias, chegava do serviço com novas músicas para gravar. Mas o seu gravador só gravava captando o som pelo microfone. Por isso, ele sempre brigava com a esposa porque ela não fazia silêncio. Hora era a enceradeira, hora a panela de pressão, movimento de cadeiras barulhentas, sem contar os tamancos que ela usava.

Um dia, ele brigou feio com ela, porque ao ouvir a fita gravada, os diversos barulhos eram mais fortes que a música.

Aconteceu que, naquele mesmo dia, ela teve de ir ao centro da cidade, e lá foi atropelada e morreu. O homem se arrependeu amargamente das brigas, e até desistiu de gravar músicas.

A casa ficou suja, desarrumada, e ele tinha de preparar a comida. A única fita que ele ouvia era aquela em que o barulho da esposa ultrapassava as músicas. Ele ouvia, não pelas músicas, mas por causa dos ruídos da esposa. A parte mais bela era a tosse da querida, que também ficou gravada.

Nós queremos ser compreensivos e pacientes com todos, especialmente com os de nossa casa.

Na oração Salve Rainha, chamamos Maria de Mãe de misericórdia. Realmente ela é, porque é mãe de Jesus, a misericórdia de Deus Pai para conosco. No Magnificat, ela disse: “A sua misericórdia (de Deus) se estende de geração em geração”. Mãe de misericórdia, rogai por nós!


A vida pertence a Deus

Certa vez, uma pessoa foi visitar uma senhora bem velhinha, que jazia numa cama, com o corpo paralisado e dependendo dos outros em tudo. Ela sentia dores constantes, mas estava sempre alegre e em paz.

Com um sorriso encantador, ela explicou para a visita: “Deus sabe a hora de nos levar. Ele só colhe o fruto quando está maduro. Se ainda não me levou, é sinal que a minha missão na terra ainda não terminou”.

De fato, as pessoas não vivem nem um minuto a mais do que precisa para cumprir a sua missão, mesmo que tenham cem anos e estejam no último grau de doença. Se alguém ainda respira, é porque Deus o quer na terra, seja para o seu próprio bem, seja para o bem dos outros.

Cada dia que amanhece, somos convidados a agradecer a Deus o dom da vida, a graça de mais uma vez abrir os olhos e ver a luz do dia. E viver bem aquele dia, porque amanhã não sabemos se estaremos vivos. A vida pertence a Deus. Nós não escolhemos o dia de nascer, não nos compete também escolher o dia de morrer.

“Maria disse: ‘Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Está aí um modelo para nós, também quando estamos doentes.


A Irmã Dulce

A Irmã Dulce nasceu em Salvador, BA, em 1914. Como jovem, formou-se em enfermagem. Com dezoito anos, entrou na Congregação das Irmãs da Caridade, fazendo a Profissão em 1932.

Dois anos depois, ela estava caminhando na Ilha dos Ratos, perto de Salvador, e um menino lhe pediu ajuda. Conversando com o garoto, viu que ele não tinha onde morar. Olhou de lado, viu um barraco abandonado, arrombou a porta e colocou a criança dentro.

No dia seguinte, ela voltou ao local para ver como estava o menino. Uma velhinha que sofria de câncer, e um deficiente físico, lhe pediram ajuda. Como os dois não tinham onde morar, Irmã Dulce os colocou junto com o menino no barraco.

Apareceu o dono, reivindicando a posse do barraco, e a Irmã levou os três para um mercado de peixe desativado. Ali, como o espaço era maior, o grupo cresceu. Mas o prédio pertencia à prefeitura e o prefeito foi implacável. Mandou a Irmã e o seu grupo irem embora de lá.

Ela conseguiu licença da madre superiora e transformou o galinheiro do convento em albergue, levando o grupo para lá. Nada a desanimava.

Numa noite, em 1952, Ir. Dulce ouviu um barulho forte na rua. Foi à janela e viu que um ônibus e um bonde tinham colidido. Correu ao local, pegou um caixote, subiu e quebrou o vidro da janela do ônibus, salvando doze pessoas. Como o ônibus estava em chamas, seu hábito ficou todo chamuscado.

Faleceu em 1992, e foi beatificada em 2011, em Salvador, pelo enviado especial do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella Agnelo.

Também Maria Santíssima foi uma bênção para os pobres do seu tempo, como vemos em várias passagens do Novo Testamento. Que ela e a Bem-Aventurada Ir. Dulce nos ajudem a dar testemunho de Cristo, no serviço aos irmãos.


A Oportunidade

O povo da Grécia antiga tinha uma figura mitológica chamada Oportunidade. Ela passava sempre correndo, e só podia ser agarrada pelos cabelos, que eram longos.

Mas, quando ela corria, seus cabelos esvoaçavam para frente, não para trás. Assim, as pessoas que queriam agarrá-la deviam prever por onde ela ia passar, e ficar ali esperando.

No tempo de Jesus, as pessoas o esperavam nos caminhos por onde ele ia passar, a fim de pedir curas e outros benefícios.

Que nós também aproveitemos todas as oportunidades para ser felizes e fazer o bem. Mas sempre nos lembrando: Precisamos ir na frente delas a fim de espera-las passar.

Pedimos a Maria Santíssima que nos ajude a não perder nenhuma oportunidade de fazer o bem.


O menino que corria atrás do palhaço

Certa vez, um menino da roça foi à cidade com o pai. E lá havia um palhaço na rua, fazendo propaganda do circo. O garoto se encantou com aquele palhaço, e começou a acompanhá-lo, junto com muitas outras crianças.

Quando se deu conta, tinha se separado do pai. O menino começou a chorar e a andar desesperadamente para lá e para cá, procurando o pai. Atravessava as ruas sem cuidado... Até que, por sorte, o pai, que também o procurava, o encontrou.

Este mundo está cheio de pessoas sem rumo, como aquele menino, correndo atrás de ilusões, ídolos vazios que não levam a nada. Vamos seguir um líder que não nos decepcionará: Jesus Cristo, caminho, verdade e vida.

Maria Santíssima corria atrás do grande amor de sua vida: Deus. Que ela nos ajude a crescer no entusiasmo pelo seu Filho, Deus encarnado.


Dom Oscar Romero

Dom Oscar Romero era bispo de El Salvador, capital de San Salvador, na América Central. Como havia muito desrespeito à vida humana por parte dos chefes do seu País, ele sempre pedia ao povo que tivesse mais respeito à vida. Por isso era odiado pelas autoridades.

Um dia, ele recebeu um telefonema anônimo, ameaçando-o de morte. A pessoa disse: “Se o senhor não mudar a linguagem, será morto”. E desligou o telefone, sem que ele pudesse dizer uma palavra.

No domingo seguinte, Dom Romero foi ainda mais claro na sua homilia: “Quero fazer um apelo, de modo especial aos homens do exército, da guarda nacional e da polícia: Irmãos, os senhores são parte integrante de um mesmo povo, e matam seus próprios irmãos. Lembrem-se de que diante da ordem dada por um homem, prevalece a Lei de Deus que diz: Não matarás. Nenhum soldado está obrigado a obedecer a uma lei imoral”.

Na manhã seguinte, Dom Romero estava celebrando a Missa na capela do hospital e uma bala, vinda da janela, atravessou o seu coração. Era dia 24/03/1980. Ele tinha 63 anos de idade.

Numa carta, Dom Romero havia dito: “Aqueles que se entregam aos outros por amor a Cristo, se morrem, morrem só aparentemente. Todo esforço para melhorar a sociedade é abençoado por Deus. Mesmo que passem pela dor, pelo sofrimento e até pela morte, continuam vivos em Deus e presentes no meio de nós. Sabemos que a última palavra não é a da morte, mas a da vida”.

A fé nos dá coragem. Deu-a a Dom Romero e continua dando a todos os que lutam pela vida e pelo Reino de Deus.

Que Maria Santíssima nos ajude a crescer na fé. Crescer tanto que entreguemos a nossa vida por Deus e pelo povo.


O nosso caminho

Certa vez, uma professora primária deu um trabalho diferente para os alunos. Pediu que, no dia seguinte, cada um pegasse um vasinho qualquer, tipo potinho de margarina vazio, colocasse terra nele e trouxesse para a escola.

No outro dia, ela levou um punhado de grãos de feijão, bons para plantar. Deu para cada aluno um daqueles grãozinhos e disse: “Enterrem o feijão no vasinho, ponham no quarto de dormir e reguem todos os dias. Mas não mexam no vasinho”.

Algumas semanas depois, todas as crianças se surpreenderam com o mesmo fenômeno: A plantinha crescia, não reto para cima, mas inclinada para a janela. É a lei da botânica chamada héliocentrismo: O crescimento em direção à luz do sol.

Como as plantas tendem para o sol, nós tendemos para Deus. Ele é o nosso caminho de felicidade e a nossa realização.

Maria Santíssima era todinha voltada para Deus, por isso era feliz. Ela encontrava em Deus a sua alegria plena. Junto a nós, Maria é como a lua, isto é, reflete a luz do Sol que é Deus.


Deu a vida pelo casamento

O Pe. José Maria Prada nasceu em Portugal, no ano de 1928. Era missionário redentorista da Província de São Paulo. Morou em Garça, SP, em Exu, PE e foi nomeado pároco do município de Salgueiro, PE. Foi nesta cidade que ele foi assassinado por defender a indissolubilidade do casamento.

Um dia, um homem rico e influente em Salgueiro procurou Pe. Prada para se casar. Nada demais, se ele já não fosse casado. Mentiu para o padre, dizendo que havia morado com uma mulher na cidade onde nasceu, mas não era casado com ela.

O padre pediu certidão de batismo na paróquia onde ele nasceu, e o documento veio constando que ele havia se casado na Igreja lá. O documento trazia o dia e hora do casamento, e o nome da esposa, a qual ainda estava viva. Pe. Prada mostrou-lhe o documento e disse que não podia fazer o casamento.

O homem ofereceu boa soma de dinheiro ao sacerdote, se realizasse o matrimônio. Mediante a recusa, o indivíduo disse que o mataria, se ele não efetuasse o casamento. Mesmo assim, o padre foi inflexível. Disse que preferia morrer a quebrar as normas da Igreja.

O homem foi a sua casa, pegou um revólver, veio e deu cinco tiros no Pe. Prada, que morreu na hora. Era o dia 29/04/1991, às 11 horas, na porta da Igreja de Santo Antônio.

A Missa de corpo presente, presidida pelo Sr. Bispo de Petrolina, teve a participação de todo o clero da diocese e de uma multidão de fiéis do município de Salgueiro. No enterro, levaram, em uma cruz, a camisa ensanguentada do Pe. Prada.

O testemunho do Pe. Prada foi parecido com o de S. João Batista (Cf Mt 14,3-12). Os dois morreram em defesa do Matrimônio.

A semente do Reino de Deus parece pequena e fraca, mas tem uma força incrível. “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma” (Mt 10,28).

Que Maria Santíssima, a Mãe da Igreja, nos ajude, especialmente nas horas difíceis, a perseverar na fidelidade à nossa missão.


O palhaço pesquisador

Certa vez, um andarilho estava dormindo na frente de uma banca de jornal, debaixo da marquise. Quando o dono da banca chegou, de madrugada, acordou-o para abrir a porta, e o convidou para irem juntos ao bar ao lado, tomar um café. Em seguida, o convidou para irem juntos à redação do jornal, a fim de trazer exemplares do dia.

O dono da banca percebeu que se tratava de um jovem de pouco mais de vinte e cinco anos.

Como o andarilho ficou por ali, na hora do almoço, o dono da banca pediu que ele a olhasse, para ninguém mexer, que na volta lhe traria uma marmita.

Resumindo, esse jovem, ex-andarilho, de tanto ir ao jornal, acabou arrumando um emprego lá. Como era inteligente, tinha estudo e boa comunicação, passou a fazer parte da equipe de pesquisa do jornal. Viajava pelos bairros e outras cidades, junto com os mais experientes, fazendo entrevistas.

Um dia, ele pediu ao seu chefe licença para fazer uma entrevista numa cidade vizinha. Pegou o carro que ele usava, que tinha a tarja do jornal, e foi. Antes, porém, alugou uma roupa de palhaço e a vestiu.

Ao chegar à cidade, foi direto a uma residência. Como era sábado, a família estava em casa.

Apertou a campainha, veio um rapaz, ele se apresentou como da equipe de entrevistas do jornal, explicou que usava roupa de palhaço para a família se sentir mais a vontade, e pediu licença para fazer uma entrevista com a família. O rapaz que o recebeu, logo viu o carro oficial do jornal, acreditou e sentiu-se até honrado em dar a entrevista.

De início, o entrevistador pediu que, se possível, toda a família estivesse presente. O rapaz foi lá dentro, chamou, e logo vieram.

Ele pegou uma prancheta, com papel oficial do jornal, e fez a primeira pergunta: “Quantos filhos tem o casal?” O rapaz respondeu: “Cinco”.
- “Você é o mais velho?”
- “Não. Temos um irmão mais velho, mas ele não prestava e faz cinco anos que sumiu. Deve ter morrido.”
- “Ah! É? Como que era esse irmão?”

O pai tomou a palavra e falou: “Aquele moleque era um marginal; vivia em más companhias fazendo coisas erradas. Ele era a vergonha da nossa família. Eu proibi até meus filhos de conversar com ele. Um dia, ele foi preso; passou uma semana na cadeia. Quando voltou, nós o expulsamos de casa. Tudo indica que já morreu”.

Nisto, o garotinho disse: “Pai, o palhaço está chorando!” O menino caminhou até o palhaço e o abraçou.

O “palhaço” não aguentou mais. Tirou a máscara e disse: “Pai, eu não morri não. Estou aqui”. Claro que naquela sala só virou choradeira.

Temos aí um exemplo claro, por parte do pai e da família, de como não ser luz. E, por parte do filho-palhaço, o exemplo contrário: De como tornar-se luz.

Maria Santíssima é somente luz. Peçamos a ela que nos ajude a sermos luz cada vez mais brilhante e a produzirmos bons frutos de fé, de testemunho e principalmente de amor aos excluídos.


Rapaz apaixona-se pela balconista

Havia, certa vez, um rapaz que era tímido. Um dia, ele estava passando numa rua e viu uma garota muito bonita, que trabalhava numa loja de discos. Ficou encantado e entrou na loja. Ela lhe deu um sorriso e perguntou se podia servi-lo. A emoção dele foi tão forte que não conseguiu dizer uma palavra. Apenas pegou o primeiro CD que viu na frente, deu a ela e disse: “Este aqui”.

Ela pegou o CD, foi lá dentro, fez um embrulho muito bonito e lhe deu. Ele pagou e saiu, mas sua vontade era ficar ali admirando aquela figura encantadora.

Daquele dia em diante, frequentemente ele ia à loja e comprava um CD. A mocinha, cada vez mais linda, sorridente e gentil.

Chegando a sua casa, ele nem desembrulhava os discos, pois ainda não tinha o aparelho para tocar. Simplesmente os jogava na gaveta do seu guarda-roupa.

Um dia, ele encheu-se de coragem e, enquanto ela embrulhava o CD lá dentro, deixou sobre o balcão um papelzinho com o seu nome e telefone.

No dia seguinte, de manhã, o telefone tocou. A mãe dele foi atender, era a moça. A mãe lhe disse desconsolada: “Querida, meu filho sempre falava em você. Estava apaixonado por você. Mas eu tenho uma notícia triste: Ele faleceu esta noite em um acidente!”

A menina foi à casa. A mãe foi ver o guarda-roupa dele e achou os discos ainda embrulhados. Desembrulhou-os e encontrou neles vários bilhetes dela, tipo assim: “Você é muito simpático”. “Não quer me convidar para sairmos?”

A Bíblia Sagrada é mais que bilhete, é uma carta de amor de Deus a nós. Não vamos deixá-la fechada na estante, pois o tempo passa rápido e pode acontecer de não ficarmos sabendo o que Deus escreveu para nós!

Maria Santíssima produziu cem por um. Foi sua prima Isabel que disse isso, quando a recebeu em casa: “Feliz de você que acreditou, porque tudo o que o Senhor lhe disse será cumprido”. Que ela, Santa Isabel e todos os santos nos ajudem.


A calma sem limites

Certa vez, numa comunidade religiosa masculina, um Irmão ficou com dó do padre superior, que estava com uma gripe muito forte, e resolveu, à noite, fazer um chá para ele. O padre era bastante nervoso.

Quando terminou de preparar o chá, era 21 horas. Colocou numa bandeja o bule com o chá e uma xícara, subiu a escada e bateu na porta do quarto do superior. Este já veio súper nervoso. Abriu a porta e o Irmão lhe disse: “Eu vi que o senhor não estava bem de saúde e preparei um chá. Está aqui”.

Mas o superior naquele momento descarregou todo o seu nervosismo: “Eu já estava dormindo e você vem me acordar! Bem agora que estou doente. Onde já se viu!...” Quando ele fez uma pausa, o Irmão perguntou: “Então o senhor não quer mesmo tomar o chá?”

Batendo o pé, o padre respondeu: “Não quero saber de chá...” Calmamente, o Irmão lhe disse: “Então, padre, por favor, segure a bandeja para que eu possa tomar”.

O superior não teve outra saída a não ser segurar a bandeja, enquanto o Irmão, com um sorriso, tomava na frente dele o chá. Aquela calma desarmou a raiva do superior.

“Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10,3). O cristão às vezes toma atitudes que parecem loucura diante do mundo pecador, mas não são nada mais que vivência do Evangelho.

Maria Santíssima tomou uma atitude bastante corajosa e calma, ficando ao pé da cruz junto do Filho. Que ela interceda por nós, a fim de que tenhamos sempre calma e serenidade.


A revolta dos leprosos

O Bem-Aventurado Pedro Donders foi um missionário redentorista que viveu no Séc. XIX, no Suriname. Era diretor espiritual de um leprosário chamado Batávia, uma vila que abrigava quatrocentos doentes. Donders conhecia a todos pelo nome e era amigo deles.

Um dia, o governo mandou que fossem retiradas da vila todas as crianças, para que não fossem contaminadas.

Os pais protestaram. Em toda parte, só se ouvia gritos e choro. Eles impediam a saída de seus filhos de tal modo que nem a polícia conseguia retirá-los.

Pediram a ajuda do Padre Donders. Ele reuniu os pais, explicou o motivo e, com bondade, ouviu pessoalmente todos os pais, esclarecendo as dúvidas. Resultado: Os pais caíram em si e permitiu a saída de seus filhos.

Sobrou apenas um senhor que havia fugido para o mato, prometendo se matar, se levassem o seu filho. Donders foi atrás dele e o convenceu. O homem voltou e entregou-lhe a criança.

Quando Deus chama uma pessoa para determinada missão, capacita-a e dá-lhe todas as condições para exercê-la bem.

Depois que Jesus subiu para o céu, os Apóstolos se sentiram muito confusos, e Maria Santíssima foi ficar com eles, aguardando a vinda do Espírito Santo (Cf At 1,14). Que possamos fazer o mesmo, junto aos nossos irmãos e irmãs que sofrem. Mãe dos aflitos, rogai por nós.


O frango do diabo

Certa vez, Frei Galvão estava pregando numa cidade, e um homem resolveu dar de presente para ele três frangos. Pegou os frangos no seu terreiro e os levou para a casa paroquial, onde o Frei Galvão estava hospedado.

Aconteceu que, ao entregá-los ao Frei, um dos frangos escapou. O homem na hora deu um xingo, dizendo: “Frango do diabo!” Correu, pegou o frango na rua e o trouxe. Mas Frei Galvão falou: “Eu só aceito estes dois. Esse aí não, porque você o deu para o diabo”.

Imagine a lição que o homem levou! Precisamos evitar palavrões. Muitos cristãos, de vez em quando, se esquecem de que foram batizados.

“De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Espírito Santo” (Ef 4,29-30).

No Batismo, fomos constituídos sacerdotes, profetas e reis. Como profetas, somos chamados a aproximar as pessoas de Deus, não afastá-las. Frei Galvão foi profeta não só para aquele senhor, mas para todos nós que ficamos sabendo do fato.

E, quanto ao testemunho do Evangelho, temos ao mesmo tempo um exemplo e ajuda maravilhosos, em nossa querida Mãe Maria Santíssima. Ela é a mais bela flor que o universo produziu.


O curso de Batismo dialogado

Certa vez, em um curso de Batismo, um professor perguntou aos pais e padrinhos por que queriam batizar seu filho ou afilhado. As respostas foram as mais variadas.

Um deles disse: “É porque todo mundo batiza”. Esse vai na onda; o que os outros fazem, ele faz também.

Outro respondeu: “É porque eu fui batizado”. A resposta é incompleta, porque só o fato de eu ter sido batizado não justifica eu levar uma criança ao Batismo. Eu não faço uma coisa com os outros simplesmente porque fizeram aquilo comigo.

Houve outro que falou: “A gente batiza porque não presta ficar pagão”. Esta resposta é supersticiosa, porque a expressão “não presta” significa, aí: “dá azar”.

Claro que a maioria das respostas foram corretas e bonitas.

Pelo batismo, somos libertos do pecado e regenerados como filhos e filhas de Deus. Tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja, tornando-nos participantes da sua missão.


A Igreja é a Família de Deus. Ele é o nosso Pai e somos irmãos, tendo Cristo como o nosso irmão mais velho. E esta Família tem também Mãe: Maria Santíssima. Que ela nos ajude a conhecer e viver melhor os sacramentos que recebemos.

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