HISTÓRIAS DE VIDA-AGOSTO
O
balde furado
Havia, certa
vez, um homem que todos os dias ia buscar água no rio, pois não havia água em
sua casa. Ele levava dois baldes.
Acontece que
um dos baldes era furado, e só chegava com a metade da água. Este balde ficava
triste, sentia-se inferiorizado e até envergonhado diante do seu colega que não
era furado.
Um dia, na
beira do rio, ele falou para o seu dono: “Eu estou com vergonha do senhor. Não
sou capaz de carregar a água toda até a nossa casa, como o meu colega faz!”
O homem lhe
disse: “Agora, ao passarmos pela estrada, observe e verá que ela está toda
florida. Vendo que você é assim, espalhei sementes de flores na beira da
estrada e, com a água que sai de você, as sementes germinaram e cresceram. Se
não fosse esta sua limitação, a nossa estrada seria mais feia e triste!”
Todos nós
somos úteis, e temos uma missão a cumprir na terra, até o último dia da nossa
vida, mesmo que estejamos numa cama.
Superar
barreiras
Um dia, um
menino de três anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas.
Quando crescesse, queria ser igual ao pai.
Tentando
imitá-lo, tomou um instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O
instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo. Logo mais,
uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego.
Com o passar
do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente
desaparecendo, e ele não se lembrava mais das cores.
Aprendeu a
ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro.
Ia para a
escola e todos se admiravam da sua memória. Na verdade, ele não estava feliz
com seus estudos. Queria ler livros, escrever cartas, como os seus colegas.
Um dia, ouviu
falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo
pai, e se matriculou no instituto nacional para crianças cegas.
Ali havia
livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas
das letras e aprendiam as palavras e frases.
Logo o jovem
Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma
história curta enchia muitas páginas. O processo de leitura era muito demorado.
A impressão de tais volumes era muito cara.
Em pouco tempo,
o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca. Queria mais. Como adorava
música, tornou-se estudante de piano e violoncelo. O amor à música aguçou seu
desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais.
Passava noites
acordado, pensando em como resolver o problema. Ouviu falar de um capitão do
exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A
escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel.
Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler, sem precisar de
luz.
Ora, se os
soldados podem, os cegos também podem, pensou o garoto. Procurou o capitão
Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos
numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno.
Noite após
noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações
e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham
gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo, não queriam
que tudo fosse por água abaixo.
Com persistência,
Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do instituto se
interessavam. À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender.
Finalmente,
aos vinte anos de idade, Louis Braille chegou a um alfabeto legível com
combinações variadas de um a seis pontos. O método Braille estava pronto. O
sistema permitia também ler e escrever música.
A ideia acabou
por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis
disse a um amigo: “Tenho certeza de que minha missão na terra terminou”. Dois
dias depois de completar quarenta e três anos, Louis Braille faleceu.
Nos anos seguintes
à sua morte, o método se espalhou por vários países. Finalmente foi aceito como
o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não enxergam.
Assim, os
livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em
trevas, que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de
todos os que se encontram privados da visão física.
Há quem use
suas limitações como desculpa para não agir nem produzir. No entanto, como tudo
deve nos trazer aprendizado, a sabedoria está justamente em superar as condições
adversas e realizar o melhor para si e para os outros.
A
moça que não topava o pai
Havia, certa
vez, uma jovem que não topava o pai. Ela era muito crítica em relação a ele.
Chamava-o de
quadrado. Por causa dos estudos, teve de ir morar numa cidade distante. Passou
um bom tempo sem visitar a família. Sempre apresentava motivos, que na verdade
eram mais desculpas.
Após um ano,
ela veio passar as férias em
casa. Depois de alguns dias de convivência, achou o pai diferente.
Um dia, sem perceber, ela disse: “Pai, como que o senhor evoluiu nestes últimos
tempos!”
O pai, com um
olhar compreensivo, lhe disse: “Eu não mudei nada, filha. É que agora você tem
mais experiência, conhece melhor a vida. Quem mudou foi você, filha!”
Que o bom Deus
ajude os filhos a serem mais compreensivos com seus pais, cumprindo assim o
quarto mandamento de Lei de Deus: “Honrar pai e mãe”.
Cuide
do mais importante
Certa vez, um
jovem recebeu do rei a tarefa de levar uma carta e alguns diamantes a outro
rei, de uma terra distante.
Para a viagem,
recebeu o melhor cavalo do reino. “Cuida do mais importante e cumprirás a tua
missão”, disse o rei ao se despedir.
O rapaz
preparou seu alforje. Escondeu a carta na bainha da calça e colocou as pedras
numa bolsa de couro amarrada na cintura, por baixo das vestes.
Pela manhã bem
cedo, sumiu no horizonte. Ele não queria falhar em nada, a fim de que todo o
reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a
princesa. Aliás, esse era o seu sonho, e parecia que a princesa correspondia às
suas esperanças.
Para cumprir
rapidamente a tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que
sacrificavam sua montaria. Essa forma exigia o máximo do animal. Quando parava
em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe tirava a sela nem a
carga, tampouco se preocupava em lhe dar de beber ou comer.
“Assim, meu
jovem, acabas perdendo esse animal”, disse alguém. “Não me importo” respondeu
ele. “Tenho dinheiro. Se este morrer, comprarei outro. Nenhuma falta ele me
fará”.
Com o passar
dos dias, sob tamanho esforço, o pobre animal não suportou mais os maus tratos
e caiu morto na estrada.
O jovem seguiu
o caminho a pé. Mas como naquela região havia poucas fazendas e eram muito
distantes uma da outra, muito rápido o moço se deu conta da falta que lhe fazia
o animal.
Depois de
algum tempo, ficou exausto e deixou pelo caminho tudo o que levava, menos a
mensagem e os diamantes, pois se lembrava da recomendação do rei: “Cuida do
mais importante”.
Assim,
conseguiu chegar ao destinatário, o rei. Este recebeu as pedras de diamante e a
carta que dizia o seguinte:
“Ao meu irmão,
rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar-se com minha
filha. Esta jornada é um teste. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo.
Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, a gentileza de
verificar o estado do cavalo. Se ele cuidou bem do animal, saberei que cuidará
bem da minha filha e dos demais cidadãos. Se, porém, ele sacrificou o animal e
cuidou só das pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas
para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem”.
Os seres vivos
são mais importantes que os minerais, mesmo que sejam diamantes. Todos os seres
vivos: Os vegetais, os animais e principalmente o homem.
Maria
Santíssima é chamada Mãe da Vida, porque nos deu Jesus que é a nossa Vida. Que
ela nos ajude a colocar a vida em primeiro lugar.
A
certeza que nasce da fé
S. Clemente
era um padre redentorista do Sec XIX, que morava em Viena, na Áustria.
Um dia, veio
conversar com ele um homem que dizia não ter fé. Durante a conversa, Pe.
Clemente apontou para um quadro que estava na parede da sala e disse: “Eu
acredito mais na existência de Deus, do que na existência deste quadro aqui.
Porque as minhas vistas podem me enganar, mas Deus nunca me engana”.
“A fé é a
certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem”
(Hb 11,1).
Chico
Mendes e a estratégia “Empate”
Chico Mendes é
chamado o mártir da ecologia. Ele foi assassinado dia 22/12/1988.
Ele criou uma
técnica para evitar o desmatamento da Amazônia, chamada Empate: Quando chegavam
os homens com as enormes motosserras, as famílias se posicionavam em círculo,
de mãos dadas, em volta da árvore. Como quem diz: Para cortar esta árvore, tem
de nos matar primeiro.
E as
madeireiras desistiam. Assim, grande parte da Amazônia estava sendo preservada,
até que mataram o próprio Chico Mendes. O que ele queria defender não era a
floresta em si, mas a vida humana, que depende dela para viver.
O exemplo de
Chico Mendes ficou para nós como um convite a amarmos e protegermos mais a natureza.
O
lenhador do Saara
Certa vez, um
homem, com um machado nas costas, bateu palmas na casa de uma sitiante viúva.
Ela veio e ele disse: “Eu sou lenhador e estou procurando serviço. A senhora
tem?”
Ela falou:
“Ah, sim! Está vendo aquele matinho ali? Eu queria derrubá-lo. Por quanto o
senhor faz o serviço?” Ele olhou para o bosque e disse: “Duzentos Reais”. Ela:
“Puxa, como é barato! Combinado. Pode fazer o trabalho”.
Ele foi, poucas
horas depois voltou e disse a ela: “Está pronto. Pode me dar o dinheiro”. Ela,
admirada, disse: “Mas como foi rápido!” Olhou para o mato e viu que de fato
estava todinho no chão. Nem uma árvore sobrou.
Pagou para
ele, depois falou: “Olhe, eu tenho um vizinho aqui que também tem um matinho
para derrubar”. Indicou para o lenhador como chegar lá e ele foi.
Chegando, o
outro sitiante disse: “Sim, o bosque que eu quero derrubar é aquele ali. Por
quanto você faz o serviço?” Ele olhou... e disse: “Cento e cinquenta Reais”.
“Que barato!" disse o sitiante. "Pode fazer o trabalho”.
Ele foi. Duas
horas depois voltou e disse: “Está pronto, pode me passar os cobres”.
O sitiante se
admirou. Conferiu, de fato não havia nem uma árvore em pé. Pagou o lenhador.
Depois lhe
perguntou: “Onde o senhor aprendeu esta profissão?” O lenhador respondeu: “No
Saara. Eu sou de lá. Acontece que lá não existem mais árvores para derrubar.
Por isso que eu vim aqui para o Brasil”.
Está explicado
por que o Saara virou deserto. E o nosso País? Será que esse lenhador ainda
continua derrubando as nossas verdes matas?
Vamos manda-lo
de volta para o seu País, enquanto é tempo. E não aceitar que nenhum lenhados
do Saara venha trabalhar nas nossas terras, mesmo que esse lenhador esteja
dentro de nós.
Que Deus nos
ajude a preservar a nossa natureza, pois nela está a nossa vida.
Viver
o que se fala
Certa vez,
dois senhores estavam participando da Santa Missa, no domingo de manhã. Estavam
um ao lado do outro, mas não se conheciam.
Na hora da
paz, um deles virou-se para o outro, estendeu a mão e disse: "Paz para
você, meu irmão!" O outro respondeu: “E para você também".
Terminada a
Missa, lá fora, aquele que havia recebido a saudação disse ao outro: “Hoje eu
vou almoçar na sua casa”.
O outro
estranhou e disse: “Mas eu nem conheço você!” O colega respondeu: “Há poucos
minutos você não me disse que sou seu irmão?"
De fato, os
irmãos quando querem, no domingo, almoçar um na casa do outro, apenas avisam
antes, para que não falte comida.
Como que nós
somos fariseus! Falamos tanta coisa bonita na casa de Deus, mas quando saímos,
somos outras pessoas bem diferentes, às vezes até contrárias ao que falamos!
"Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de
mim" (Mc 7,6). Por isso que este mundo, que nós mesmos construímos, é tão
diferente do Evangelho que ouvimos.
“Filhinhos,
não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade” (1Jo
3,17-19).
Santa
Teresa D’Ávila e a tempestade
Santa Teresa nasceu
em Ávila, na Espanha, em 1515. Foi irmã carmelita.
Realizou uma
obra gigantesca e difícil: Reformar os carmelos, instituição que, naquele
tempo, passava por um relaxamento muito grande. Além disso, ainda encontrou
tempo para fundar inúmeros novos carmelos e escrever livros, que são lidos até
hoje.
Um dia, ela
estava viajando a pé, junto com uma irmã nova. Ao cair da tarde, armou uma
forte tempestade. Como não tinham onde se abrigar, elas entraram em um depósito
de feno, na beira da estrada. E a chuva veio torrencialmente, com ventos e
raios, e prosseguiu pela noite. Elas não tinham condições de prosseguir a
viagem.
A irmã nova
ficou preocupada, com medo de escorpiões, aranhas e cobras venenosas, que se
escondem no feno.
Mas a Irmã
Teresa, em vez de se preocupar, fez a seguinte oração: “Senhor, nós estamos
cansadas e precisamos nos deitar. Protegei-nos nesta noite!” Em seguida, deitou-se
em cima do monte de feno e dormiu tranquilamente.
A irmã nova
nem conseguiu dormir, de medo.
Deus é
providente e cuida de nós. Em todas as situações, precisamos ser tranquilos,
fazer a nossa parte e confiar nele.
Uma
só carne e um só amor
Havia, certa
vez, um casal já bastante idoso. Um dia, ela falou para ele: “Olhe, bem, você
já não é mais criança e está com problemas cardíacos. Vou fazer-lhe um pedido:
Não andar muito longe. Fique só aqui por perto”. Ele respondeu: “Ótimo,
querida. Mas eu peço a mesma coisa para você”. Ela concordou.
Num domingo de
manhã, na hora da Missa, houve uma prece por uma pessoa da Comunidade que
estava doente. Ele pensou: Amanhã cedo eu vou visitá-la. É longe, mas não conto
para minha esposa.
Ela pensou o
mesmo, e não contou para ele. Na segunda-feira de manhã, ele foi. Pensando que
o marido estivesse ali pelos vizinhos, ela também foi. Chegando à casa do
doente, deram de cara um com o outro.
Foi uma
emoção, tanto para eles como para a família que os recebia, pois os dois
velhinhos achavam a visita a um doente mais importante que um cuidado exagerado
com a própria saúde.
Maria
Santíssima também gostava de visitar as pessoas em necessidade, e certamente
ela visitou muitos e muitos doentes. Que ela nos ajude a vencer a
insensibilidade e a indiferença diante dos que sofrem, e nos ajude a descobrir
a felicidade de servir.
A
mãe camelo e o seu filhote
Certa vez,
dois camelos estavam conversando: A mãe e o seu filhote.
O bebê perguntou:
“Mãe, por que os camelos têm corcovas?” (Corcova é aquele grande cupim que os
camelos têm nas costas). A mãe respondeu: “É para reservar água, filhinho. Nós
somos animais do deserto e quando cruzamos o deserto precisamos sobreviver às
vezes sem água”.
“E por que”,
continuou o filhinho, “temos as pernas longas e as patas arredondadas?” “É para
caminhar no deserto”, disse a mãe. “Assim podemos nos movimentar melhor, sem
nos afundar na areia”.
“E por que
nossos cílios são tão longos?” insistiu ainda o bebê. “De vez em quando eles
atrapalham minha visão!” A mãe disse: “Meu filho, esses cílios grossos são como
uma capa que protegem nossos olhos da areia. No deserto, venta muito, e a areia
se levanta”.
O filhinho
concluiu dizendo: “Está certo, mãe: Armazenar água para cruzar o deserto, pernas
compridas para caminhar no deserto, cílios para proteger nossos olhos no
deserto. Então o que é que estamos fazendo aqui no zoológico?”
Cada animal
foi criado por Deus, adaptado ao meio ambiente para o qual foi criado.
Quando, por
exemplo, um passarinho canta na gaiola, na verdade ele está chorando. Chorando
a tristeza de viver fora do seu ambiente e não poder sair.
Os
dois doentes da enfermaria
Certa vez,
dois homens doentes estavam internados em um hospital, na enfermaria, que
ficava no quinto andar do prédio.
Um deles
ficava perto da janela e de vez em quando se sentava na cama. O outro, ao lado,
não podia se movimentar nem se sentar. Vivia o tempo todo deitado.
O da janela
contava para o colega o que ele via lá fora: Senhoras com crianças andando na
calçada, moças bonitas, crianças brincando na pracinha, patos nadando no lago,
árvores, flores... O colega sorria e seus olhos brilhavam de contentamento. Os
dois riam de satisfação.
Dias depois, o
da janela recebeu alta, e o outro foi transportado em sua cama para perto da
janela.
Quando ele
ficou melhor, sentou-se na cama, curioso para ver as belezas lá fora.
Mas teve uma
surpresa: o que dava para ver da janela era apenas um enorme telhado, velho e
feio. Foi aí que ele entendeu que o colega inventava tudo aquilo para
diverti-lo e lhe dar um pouco de conforto na dor.
O cristão,
mesmo doente, torna o ambiente onde está, mais alegre e gostoso de se viver, um
prelúdio do Céu. “Como é bom, como é agradável os irmãos viverem juntos e se amarem!”
(Sl 133,1).
São
Bento, santa Escolástica e a tempestade
S. Bento e
Santa Escolástica eram irmãos gêmeos e muito amigos. Quando ele se tornou
monge, e ela irmã contemplativa, os dois passaram a se encontrar apenas uma vez
por ano. Isso não por causa da distância, pois os dois conventos eram próximos
um do outro, mas devido ao regulamento da vida contemplativa na época.
Nos encontros
que tinham, os dois aproveitavam para rezar juntos e dialogar sobre a vida
espiritual. Num desses encontros, que aconteceu à noite, na casa dela, quando
Bento quis ir embora, Escolástica pediu-lhe que ficasse mais um pouco, pois ela
ainda queria conversar com ele sobre outras coisas da vida com Deus.
Bento, além de
recusar, chamou a atenção da irmã, que queria levá-lo a desobedecer às regras
monásticas.
Nesse momento,
Escolástica rezou, pedindo a ajuda de seu melhor amigo, Jesus Cristo. No mesmo
instante o céu se fechou e caiu uma forte tempestade, com raios, ventos e muita
chuva. Bento nem pôde ir embora naquela noite. Teve de pousar no mosteiro da
irmã.
Certamente,
quando viu a tempestade, Escolástica pensou: “Viu? Você é meu irmão e meu amigo,
mas eu tenho outro amigo que me ama muito mais que você”.
Três dias
depois, dia 10 de fevereiro do ano 547, Santa Escolástica morreu. E no mesmo
ano, dia onze de julho, Bento também falecia.
Agora sim, os
dois estão eternamente juntos e felizes no Céu, e podem erguer a Deus os mais
belos hinos.
Deus é Senhor
do tempo e é nosso Pai muito amoroso. Quando estamos com ele, tudo concorre
para o nosso bem.
Às
vezes, até as pess + íntimas de nós não nos entendem. Mas Deus nos entende e
protege. Sinal que ele é amigo mais íntimo ainda.
A
verdade escrita na pele do rosto
Certa vez,
cinco garimpeiros chegaram a uma vila rural bem distante, em busca de ouro.
Passaram meses cavando numa montanha ao lado da vila, sempre na esperança de um
dia encontrar o metal precioso.
O trabalho era
penoso, porque a terra era dura e rochosa, além da saudade que sentiam dos seus
familiares. Mas não desistiam.
Um dia,
encontraram uma grande jazida de ouro. Cavaram em volta e viram que ela era
realmente enorme. Esconderam o local, e combinaram de guardar segredo.
No domingo
seguinte, eles foram até a vila, como faziam todos os fins de semana, a fim de
participar da vida do povoado e descansar um pouco. Na segunda-feira de manhã,
os cinco voltaram para a montanha. Mas perceberam que várias pessoas do povoado
os seguiam. Desconfiados, olharam um para o outro, pensando quem teria sido o
traidor.
Até que um
deles voltou-se e perguntou a um rapaz que vinha atrás deles: “Por que vocês
estão nos seguindo?” “Porque vocês encontraram ouro”, respondeu o jovem. “E
quem lhes contou?” “Ninguém”, disse ele. “Mas não precisa. Todo mundo vê nos
rostos de vocês. Os seus olhos brilham, exatamente como quem encontrou ouro”.
Mentira tem perna
curta. Não adianta querer dar uma de santo, se não é, porque logo a máscara cai
e a verdade aparece. Deus nos fez de tal modo que a verdade do nosso interior
se mostra até na nossa pele.
A hipocrisia é
um pecado não só dos escribas e fariseus. Ela está presente hoje, e nós
precisamos tomar muito cuidado para não cair nela.
Que Maria
Santíssima nos ajude a ser transparentes, sinceros, verdadeiros e não fingidos.
O
caixão que emperrou na frente da capela
Havia, certa
vez, um senhor idoso, que morava na periferia da cidade e era líder da
Comunidade cristã local.
Apesar de
pobre, ele lutou, fez campanha e conseguiu construir uma capela para a
Comunidade. Dedicou-a a Nossa Senhora.
Anos mais
tarde, este senhor veio a falecer. Fizeram o velório na casa dele, e em seguida
foram, em um corteja fúnebre, levando o caixão para o cemitério.
Quando
passavam em frente à capela, o caixão simplesmente emperrou. Ficou tão pesado
que não conseguiam mais carregá-lo.
O jeito foi
entrar na capela e colocar o caixão em cima dos bancos, para descansar.
Aproveitaram para rezar um pouco pela alma do falecido, diante da imagem de
Nossa Senhora.
Foi aí que se
lembraram que foi ele que havia construído aquela capela. Em seguida, já não
estavam mais cansados e o caixão já não pesava. Pegaram-no e o levaram com
facilidade para o cemitério.
Foi Maria
Santíssima que quis a visita do seu querido filho, a última antes de ir morar
junto com Deus, com ela e com os santos, no Céu.
O
urubu que engoliu o diamante
Certa vez, um
homem estava com seu filho adolescente, trabalhando numa roça, na beira de um
córrego. De repente, achou uma pedra de diamante. Mostrou-a para o filho e a
colocou em cima do mourão da cerca, a fim de levar para casa no fim do dia.
Aconteceu que
veio um urubu e engoliu a pedra! E agora? “O jeito é matar este urubu”, disse o
homem ao menino. Este respondeu: “Como que o senhor vai saber qual deles
engoliu a pedra, pai? Ele se juntou ao bando!”
Mas logo um
urubu saiu do bando e assentou-se sozinho em uma árvore. O pai disse: “É aquele
ali. Ele ficou rico, e o rico sempre se separa dos outros”.
Pegou sua
espingarda e matou o urubu. Realmente, em seu estômago estava a pedra de
diamante.
Quem se apega
aos bens materiais, não consegue viver em Comunidade.
Quem
ama, arrisca
Certa vez, um
homem estava viajando a pé numa região deserta, e se perdeu.
Depois que
tinha bebido toda a água do seu corote, devido ao sol e ao calor, veio a sede.
E agora? Onde encontrar água para beber? Ficou preocupado.
Quando já
estava quase desfalecendo, viu uma casa velha abandonada. Contornando-a,
deparou-se, no fundo, com uma cisterna bem funda. Dava para ele ver a água lá
embaixo.
Havia uma
bomba à manivela, e um cano que descia até a água. Mais que depressa, o homem
girou a manivela. Mas não veio água!
Olhando de
lado, ele viu uma garrafa cheia de água. Mas, grudado nela havia um bilhete que
dizia: “Destarrache a porca do cano e despeje toda esta água nele. Depois gire
a manivela, que a água subirá”. Vendo aquela bomba enferrujada, o homem
duvidou. Será que vai sair água mesmo? Não seria melhor eu tomar esta água da
garrafa, para matar a minha sede?
Mas logo
pensou: E se passar outro por aqui, na mesma situação minha, não vai ter esta
água para despejar no cano. E decidiu: Despejou toda a água no cano. Em
seguida, foi só girar a manivela, pronto, a água subiu em abundância.
Ele bebeu à
vontade, encheu novamente a garrafa, encheu o seu corote e continuou a viagem.
Quem tem a
Água Viva da graça, pensa nos outros. Nós não podemos pensar só em nós mesmos,
esquecendo-nos do nosso próximo. Mesmo arriscando, é bom pensar no outro.
As
aranhas protetoras
Certa vez, um
missionário estava em um país estrangeiro, anunciando o Evangelho. E começou a
ser perseguido por um grupo de fanáticos.
Esse grupo
dirigiu-se à vila rural onde o missionário estava, com o intuito de matá-lo.
Avisado, antes que o grupo chegasse, o missionário fugiu a pé por um caminho de
terra.
Quando os
perseguidores chegaram à vila, alguém lhes informou que o missionário havia
saído por aquele caminho. Foram atrás.
A certa
altura, o homem de Deus ficou cansado e escondeu-se numa caverna. Logo que ele
entrou, as aranhas teceram uma linda teia na entrada da caverna.
Quando os
perseguidores passaram por ali, ao verem a teia de aranha, disseram entre si:
“Nesta caverna ele não entrou, pois se tivesse entrado teria rompido essa teia
de aranha”. E foram embora. Com isso, o missionário ficou salvo. Salvo por uma
teia de aranha.
Deus é
criativo para proteger os seus filhos e filhas quando são perseguidos. Usa até
aranhas.
O
rei Salomão diante de um enigma
Certa vez, a
rainha de Sabá recebeu uma importante visita: O rei Salomão, o homem mais sábio
da época.
A rainha lhe
propôs um enigma: Conduziu-o até um dos aposentos do seu palácio, que os
artesãos haviam enchido de flores artificiais. Era como se, num prado
maravilhoso, flores das mais variadas espécies e dos mais diferentes aromas
oscilassem suavemente ao sabor de uma brisa.
A rainha disse
ao rei Salomão: “Uma dessas flores é natural. Pode me dizer qual é?” Salomão
olhou atentamente, lançou mão de todos os recursos de sua sensibilidade, mas
não conseguiu apontar a flor natural.
Então rezou a
Javé, em seu coração, e lhe veio uma ideia. Disse à rainha: “Posso abrir uma
janela?” Com a permissão, ele abriu e eis que uma abelha entrou e pouso na
única flor natural que havia ali.
Frequentemente
acontece de a tentação querer nos enganar, ou nos colocar diante de um enigma,
a fim de cairmos nas suas garras. Mas, se na hora rezarmos, como fez Salomão, o
Espírito Santo nos tornará como as abelhas, dando-nos o dom do discernimento.
Quem
vai mudar de rota?
Certa vez, um
grande navio estava viajando em alto mar, numa noite escura.
De repente, a
tripulação avistou uma luz na frente deles, bem distante. É um navio pequeno,
pensaram. Eles é que têm de sair da nossa rota.
Mas, ao se
aproximar, viram que era um rochedo que tinha o farol para alertar os navios.
Deus, na sua
bondade, coloca na nossa frente muitos faróis de alerta, para mudarmos a rota
da nossa vida: Uma doença, a perda de um parente, uma derrota...
Vamos ser
humildes e acolher esses sinais de Deus para a nossa conversão. Do contrário,
haverá com toda a certeza uma colisão com o rochedo, o que será fatal para nós.
Maria
Santíssima é como um farol que, no mar da vida, brilha na nossa frente,
indicando-nos o caminho seguro do encontro com o seu Filho. Senhora da Luz,
rogai por nós.
A
melhor forma de rezar
Certa vez, um
rapaz entrou na igreja, que estava vazia, foi até o primeiro banco e começou a
jogar cinco facas para cima, uma depois da outra e, numa agilidade incrível,
pegava todas pelos cabos, sem deixar nem uma cair no chão e sem se ferir. Eram
facas afiadas, que brilhavam no ar.
Uma senhora
entrou na igreja e, ao ver lá de trás aquela cena, ficou assustada. Foi
correndo contar para o padre, que morava ao lado da igreja. O padre veio e os
dois observavam a inusitada cena.
O padre
aproximou-se dele e perguntou, com carinho: “Por que você está fazendo isso?” O
moço respondeu: “Eu não sabia rezar, e perguntei para uma catequista como que
reza. Ela disse: ‘Faça o que você sabe de melhor para Deus, que ele gosta’. Eu
trabalho em um circo e o que eu sei de melhor é jogar facas. Por isso vim aqui
hoje rezar”.
O padre pôs a
mão no ombro dele e falou: “Pode continuar rezando, filho, e que Deus o
abençoe. Mas cuidado para não se machucar, ou machucar alguém”.
De fato, a
catequista estava certa. Cada um tem o seu jeito próprio de rezar. Existem
tantas maneiras de orar quantas pessoas orantes há no mundo. Isso porque oração
é diálogo, uma conversa de amor com Deus. E os amigos são criativos e
espontâneos nas conversas.
Nós vamos, aos
poucos, evoluindo na prática da oração. No começo, só rezamos orações decoradas,
e só duas vezes ao dia: De manhã, ao nos levantar, e à noite, antes de dormir.
Depois, nós
começamos a obedecer a Jesus que disse: “Orai sempre, e nunca cesseis de o
fazer” (Lc 18,1).
A
estrada florida
Havia, certa
vez, uma professora que dava aulas numa escola rural. Todos os dias de manhã,
ela tomava o ônibus na cidade e ia para a escola. À tarde, voltava.
Com o tempo, a
moça começou a achar a estrada muito árida, feia, sem vida e monótona. Então
comprou sementes de flores e jogava nas margens da estrada, pela janela do
ônibus.
Vieram as
chuvas, aquelas sementes brotaram, cresceram e começaram a dar flores. Resultado:
Em pouco tempo, a estrada mudou-se completamente. Ficou toda florida. Era a
estrada mais bonita do município.
Na construção
do Reino de Deus, o importante é cada um de nós fazer a nossa parte, por mínima
que seja. Nós podemos semear flores em todos os ambientes áridos do mundo, a
começar na nossa família, na nossa Comunidade cristã e no nosso trabalho.
Deus se
encarrega de fazer essas sementes germinarem e crescerem, transformando a vida
na terra em um jardim perfumado.
“Eu plantei,
Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer” (1Cor 3,6).
Maria
Santíssima, após a Ascensão, fez a sua parte, e muito bem, pois foi reunir-se
com os Apóstolos no Cenáculo, rezando com eles pela vinda do Espírito Santo.
Foi uma semente que germinou. Senhora Aparecida, rogai por nós.
O
caminhão de presentes
Certa vez,
apareceu numa pequena cidade um caminhão baú, com chapa de uma cidade grande. O
motorista, que era desconhecido, parou na praça central da cidade, abriu a
porta traseira do caminhão e começou a dizer em um alto falante:
“Atenção. Eu
trouxe aqui muitos presentes para vocês. Podem pegar à vontade e levar para
suas casas. É tudo de graça”.
De fora dava para
ver as caixas lá dentro. Eram televisores de última geração, aparelhos de DVD,
jogos de porcelana e de cristal para mesa, note books e muitos outros objetos
valiosos.
Tudo em caixas
da fábrica e com os certificados de garantia, exatamente como quando compramos
um objeto desses nas lojas.
Entretanto, as
pessoas não acreditaram. Uns pensaram que era pegadinha, outros pensaram ser
objetos roubados, ou truque para envolver as pessoas em crimes etc.
Depois de
muito insistir, o homem, cheio de tristeza, fechou a porta traseira do caminhão,
entrou nele e foi para outra cidade.
Lá foi o
contrário. Logo que ele ofereceu, o povo se ajuntou e as pessoas pegaram os
presentes e foram felizes para suas casas.
Aquele senhor
era um motorista contratado por um homem muito rico daquela cidade grande, que
havia feito a promessa de fazer essas doações sem se identificar.
Jesus fez a
mesma coisa conosco. Trouxe do Céu presentes valiosíssimos para nós: A santa
Igreja, os sacramentos, os Evangelhos... Fez isso unicamente por amor a nós.
Entretanto, muitos têm preconceito, ou não valorizam esses presentes.
Maria
Santíssima é uma voluntária na distribuição desses presentes do seu Filho. Mãe
da divina graça, rogai por nós.
O
caminho seguro para encontrar a fé
Havia, certa
vez, um jovem universitário que não tinha fé. Ele desejava muito vencer a incredulidade
e encontrar-se com Deus. Empregava todos os meios, mas não conseguia. Isso o
angustiava e o tornava infeliz.
Um dia, lendo
a Bíblia, ele encontrou a seguinte frase: “Aquele que ama conhece a Deus” (1Jo
4,7). Tentou então este caminho e começou a fazer o que podia pelo bem do
próximo.
Logo encontrou
a fé, e junto com ela o amor a Deus e a felicidade.
Foi este rapaz
que disse aquela célebre frase: "Procurei a Deus, não encontrei; procurei
a mim mesmo, não encontrei; procurei o próximo, encontrei os três".
O
industrial que sustentava quinhentas famílias
Certa vez, a
líder da Comunidade foi a uma grande fábrica do bairro, que tinha quinhentos
funcionários, a fim de convidar os funcionários para um evento.
O proprietário
da fábrica a recebeu muito bem, e disse a ela: “Eu, infelizmente, não faço nada
para Deus!”
Na saída, a
funcionária que lhe serviu o cafezinho e ouviu a conversa, disse para a líder:
“Ele falou que não faz nada para Deus! Como não faz, se ele sustenta quinhentas
famílias?”
Como é bom
criar empregos, dando serviço aos desempregados, e assim sustentar as suas famílias!
É próprio da
mãe servir à vida. Maria Santíssima ganha desse industrial no serviço à vida,
pois ela nos deu Jesus que é a Vida. Mãe do Redentor, rogai por nós.
O
monge mudo
Havia, na
antiguidade, um homem cristão, solteiro, que não conseguia dominar a sua
língua. Vivia falando mal dos outros, fazendo fofocas e inventando mentiras.
Por mais que ele se esforçava, não conseguia dominar-se.
Um dia, ele
tomou uma decisão radical: Saiu de casa, sem dizer para onde ia, e sumiu no
mundo.
Em uma região
muito distante da sua terra, procurou um mosteiro e pediu para ser admitido
como monge. Mas tudo por gestos, pois se fingia de mudo. Dizia, por gestos, que
não queria outra coisa a não ser rezar e trabalhar. Foi admitido.
Viveu durante
trinta anos assim. Era o monge exemplar, mas mudo.
Quando estava
bem velhinho e perto da morte, um dia, para surpresa de todos, ele começou a
falar e contou a sua história. A família veio e o acompanhou em seus últimos
dias de vida.
Não precisamos
chegar a tanto, mas compensa fazer de tudo para não pecar e não dar contra
testemunho.
O
cirurgião que encontrou Jesus
Certa vez, um
menininho ia ser operado do coração. O médico chegou para ele e disse: “Amanhã
de manhã eu vou abrir o seu coraçãozinho para consertar alguma coisa”.
A criança
perguntou: “O senhor vai encontrar-se com Jesus?” Isso porque a mãe sempre lhe
dizia que Jesus está no nosso coração.
O médico ficou
surpreso e sem saber o que responder. E descartou dizendo: “Depois eu lhe direi
se encontrei ou não Jesus”.
Em casa, o
médico pensou: Encontrar-se com Jesus! Bem uma criança inocente vem me dizer
isso! Eu não posso continuar nesta vida suja que levo... E não conseguia
dormir.
Tarde da
noite, ele fez a seguinte oração: “Jesus, decidi. Vou deixar essa vida porca que
levo e voltar a ser aquele cristão que eu era antes”. Depois desta oração,
veio-lhe um sono tranquilo e gostoso, que há tempo não tinha.
Após a
cirurgia, logo que a criança acordou, perguntou a ele: “O senhor encontrou-se com
Jesus?” “Sim”, disse o médico. E acariciou o menino, escolhido por Deus para
ser instrumento de sua conversão.
Deus é criativo
e usa as formas mais originais para nos convidar à conversão. Quem é de Deus
ouve a sua Palavra, que chega a nós de mil maneiras.
Jesus
está dentro da sua casa
Havia, certa
vez, um pai de família, em cuja casa nada ia bem. Então ele resolveu pedir
conselhos a um sábio. Foi à casa do homem e lhe apresentou o problema:
Muitas dívidas,
a esposa sempre doente, a sogra era uma verdadeira jararaca dentro de casa, o
filho mais velho mandou fazer uma tatuagem horrível no braço, representando uma
caveira; além disso, ele era rebelde e agressivo.
A filha moça
usava roupas escandalosas, e um dia o pai a viu em um bar, sentada no colo de
um homem...
“E há mais”,
disse o homem. “O meu filho mais novo já repetiu de ano duas vezes na escola”.
O sábio escutou
tudo com atenção, e no fim disse apenas o seguinte: “Jesus está dentro da sua
casa!”
O homem se
despediu e saiu encabulado. Chegando à sua casa, contou para o filho mais novo
o que o sábio lhe havia dito. “Mas o problema é saber quem é Jesus aqui em casa!”
disse o pai.
O menino falou:
“Pai, talvez Jesus seja o Marcos”. Marcos era o irmão mais velho. O pai
respondeu na hora: “Imagine! Você já pensou Jesus na cruz, com uma tatuagem
daquela no braço?”
“Então”, disse
o garoto, “quem sabe seja a Andréia?” Andréia era a moça. O pai discordou novamente:
“Como que ela pode ser Jesus, se frequenta bares, e chega a sentar-se no colo
dos homens?”
O filho
respondeu: “Pai, talvez a Andréia faça isso porque o senhor não dá mais carinho
para ela. Eu me lembro que anos atrás ela se sentava no colo do senhor!” A
partir daquele dia, o pai começou a agradar mais a moça. Apesar disso, ele duvidava.
Um dia,
conversando com o menino, este disse: “Quem sabe seja a vovó, pai?” O pai
gritou: “Aquela jararaca rabugenta?” Mas o homem ficou pensando durante a noite,
e teve uma ideia: Resolveu levantar-se mais cedo e levar café na cama da sogra.
No outro dia
cedo, fez o café, colocou na bandeja, preparou tudo e bateu na porta dela.
“Pode entrar”, disse ela. O genro entrou e lhe ofereceu o café. A sogra então
lhe falou: “Beba você primeiro”. Ele tomou um pouquinho, pronto, ela também
tomou o café. Pediu a ele que tomasse porque desconfiou ser veneno. A partir
daquele dia, a sogra começou a melhorar.
Mas o homem
achava que ainda não tinha descoberto quem era Jesus. E o menino sempre o
ajudava.
Um dia, o garoto
lhe disse: ”Pai, será que não é a mãe? Coitada! Ela anda tão doente, e trabalha
o dia inteiro. E, à noite, a gente sai e a deixa sozinha em casa!” Então o homem
começou a agradar mais a esposa.
E a família
toda foi melhorando. A moça voltou a sentar-se no colo do pai e parou de ir ao
bar. Até aquelas roupas escandalosas ela parou de usar. O homem conseguiu pagar
as dívidas.
Num domingo, a
família toda estava na fila da Comunhão e o sábio viu a bela cena. Foi até o
homem e lhe disse ao ouvido: “Eu não falei que Jesus estava na sua casa? Olhe
aí!”
Vamos pedir a
Maria Santíssima que faça da nossa casa uma família semelhante a sua, em
Nazaré, com Jesus dentro dela.
É próprio de quem
ama confiar na pessoa amada e jogar-se nas mãos dela, como fez Maria: “Eis aqui
a escrava do Senhor; faça-se em mim conforme a tua palavra”. Uma família assim
só pode dar certo.
Orígenes
beijava peitinho do seu filho
Orígenes foi
um grande escritor cristão da Igreja primitiva. Ele era casado. Conta-se que,
quando o seu filhinho tinha poucos meses, todos os dias de manhã ele se dirigia
ao berço do bebê e beijava o seu peitinho.
Um dia, alguém
lhe perguntou por que ele fazia aquilo. Orígenes respondeu: “É porque este
menino é templo de Deus. Deus habita nele desde o dia do seu batismo”.
Você já pensou
se nós tivéssemos esse respeito pelo corpo do nosso próximo? O mundo seria
diferente!
Ou
você muda de vida, ou de nome
Certa vez, o
grande general Napoleão Bonaparte ficou sabendo que no seu exército havia um
soldado que era medroso. E o pior: O nome dele era também Napoleão. O general
ficou furioso.
Mandou chamar
imediatamente o soldado e lhe disse: “Ou você muda de vida, ou muda de nome. Você
não pode ter o meu nome e ser medroso!”
Pelo batismo,
nós recebemos o nome de Cristo. Somos chamados de cristãos. Certamente, muitas
vezes, Cristo tem o mesmo desejo de Napoleão: Ou você muda de vida e passa a seguir-me,
ou muda de nome. Desse jeito não dá.
Maria
Santíssima honrou o nome que recebeu: Mãe de Deus. Santa Mãe de Deus, rogai por
nós.
A
nossa vida é como um bordado
Certa vez, uma
senhora estava fazendo um bordado. Eram vários novelos de linha, de cores
diferentes, parecendo um emaranhado.
Chegou seu
filho pequeno e começou a observar. Logo perguntou: “Mãe, o que a senhora está
fazendo?” “É um bordado, filhinho”, respondeu ela. “Mas agora você não entende.
Vá brincar, e quando estiver pronto eu chamo você para ver”.
À
tarde, a mãe chamou o menino e ele ficou encantado com a paisagem no pano de
prato.
Na nossa vida,
acontece algo parecido. Nós não conhecemos direito o nosso futuro, onde que vai
dar tudo o que nos acontece no dia a dia. Mas Deus sabe; ele tem todo o bordado
da nossa vida diante de si.
Deus é o
artista. O importante é nós irmos respondendo “sim” a cada chamado dele, na
confiança de que um dia entenderemos tudo. Não só entenderemos, mas teremos a
alegria de contemplar a beleza do conjunto.
A
cobra que perseguia o vagalume
Certa vez, uma
cobra começou a perseguir um vagalume. O vagalume fugia rapidamente, com medo
do animal venenoso, mas a cobra não desistia.
Um dia, já
cansado, o vagalume parou e perguntou à cobra: “Por que você insiste em me
perseguir, sendo que há tantos animais mais apetitosos que eu?” A cobra
respondeu: “É porque eu não suporto ver você brilhar!”
Infelizmente é
assim. Quando uma pessoa se sobressai, usando bem os seus talentos, surgem os
invejosos que querem rebaixá-la. A pessoa está simplesmente tentando realizar-se
na vida, subir ao Céu e levar outros consigo, mas aqueles que são da terra, que
são do buraco, como as cobras, não suportam ver ninguém subir e se destacar.
Querem jogar todas as pessoas no buraco, para serem iguais a elas.
Quanto mal
fazem essas serpentes venenosas, com seu veneno da inveja e do ciúme! Elas
fazem comentários negativos, destacando nos outros as suas fraquezas, não as
suas riquezas, que todos temos, pois somos criaturas de Deus e Deus só faz
coisas boas. Consciente ou inconscientemente, elas querem destruir o próximo.
Convertei-nos, Senhor Deus do mundo inteiro!
O
Pe. Alderiges e seus gostos
O Pe. Alderiges
era pároco de Santa Rita de Caldas MG. Faleceu em 1997 e está em processo de
beatificação.
Um dia, ele
disse: “Eu gostava tanto de ler. Mas a minha vista não ajuda mais. Ficou
fraca”.
Eu adorava
fazer caminhadas. Mas agora o meu joelho dói.
Eu apreciava
uma cervejinha. Mas o médico me proibiu.
Eu era vidrado
numa costela de porco. Meu estômago não aceita mais.
Como Deus é bom!
Ele vai aos poucos nos desprendendo desta terra, para a eternidade”.
O
doente sem pernas
Certa vez, o
grupo de jovens de uma paróquia do interior resolveu, num domingo à tarde,
visitar o hospital. Eram jovens novinhos, alguns ainda adolescentes.
Visitando as
enfermarias, viram um senhor coberto com um lençol, com apenas a cabeça de
fora. Ficaram em volta da cama e começaram a rezar, pedindo a saúde para ele.
Os jovens diziam: “Senhor, cure este doente! Que ele possa levantar-se desta
cama e andar!”
Estava também
na enfermaria um senhor visitando outro doente. Ele falou para os jovens: “Não
adianta, ele não vai andar!” Os jovens não deram ouvidos e continuaram rezando.
No fim, ao se
despedirem, disseram ao doente: “Deus vai ajudar e o senhor vai se levantar
desta cama e andar”. Novamente o homem disse: “Ele não vai andar!”
Aproximou-se, levantou o lençol e mostrou para os jovens que o doente não tinha
as duas pernas. E disse mais uma vez: “Eu não estou falando? Ele não vai andar.
Olhem aí!”
Os jovens
contaram para seus pais o acontecido. Um dos pais se comoveu, foi ao hospital,
pegou aquele doente, que era pobre, e o levou para um hospital ortopédico
especializado em
próteses. Colocaram pernas mecânicas no homem, e ele
realmente se levantou e andou.
Jesus é o Rei
do universo. Quando ele disse: “Pedi e recebereis”, empenhou nessa frase o seu
nome e o seu poder divino. E Deus, como sabemos, pode tudo. Para ele nada é
impossível. Inclusive fazer uma pessoa sem pernas andar.
Maria
Santíssima é a nossa Rainha. Que ela interceda por nós junto ao Rei, seu Filho,
a fim de que confiemos mais em Deus.
A
aluna e a cicatriz
Certa vez, uma
aluna de dez anos apareceu na escola, após a matrícula, com uma cicatriz grande
e feia no rosto. A professora lhe pediu que, para não assustar as outras crianças,
ela ficasse em um lugar isolado e só entrar na classe depois que todos já
estivessem acomodados.
Depois de
combinado isso, a professora perguntou à menina o que aconteceu. Ela explicou:
“Estourou o bujão de gás e pegou fogo na minha casa. O fogo se alastrava rapidamente.
A mamãe conseguiu ir ao quarto e retirar o meu irmão de quatro anos. Mas o
bebezinho ficou lá, no berço.
As chamas eram
altas. Eu queria ir ao quarto, mas todos diziam que não, pois eu também morreria.
Eu consegui
escapar, fui rapidamente ao quarto, peguei minha irmãzinha, que estava
chorando, e saí com ela nos braços. Na saída, caiu no meu rosto uma madeira em
brasas, que me queimou, de onde surgiu esta cicatriz.
Hoje, quando
chego em casa, a primeira pessoa que vem me receber é minha irmã. E ela dá um
beijo nesta cicatriz, que a salvou”.
A professora,
emocionada, pediu desculpas à aluna e determinou: Você será a primeira da fila.
O mundo está
cheio de pessoas com cicatrizes, físicas ou não, visíveis ou não. Mas o amor
cobre todas essas cicatrizes.
Leonardo
Da Vinci quadro Última Ceia
Leonardo da
Vinci foi um grande pintor italiano do Séc. XV. Ao pintar sua obra prima, a
Última Ceia, quis colocar em destaque a figura de Jesus.
Quando terminou
o quadro, perguntou a um amigo: “O que mais chama a sua atenção neste quadro?”
O amigo respondeu: “É este lindo castiçal que está sobre a mesa”.
Da Vinci pediu
desculpas e, na hora, pegou o pincel e cobriu o castiçal. Depois explicou: “O
que eu quero neste quadro é chamar a atenção para a figura de Cristo”.
Imagine se Da
Vinci pintasse um presépio, depois perguntasse para nós o que mais chama a
nossa atenção, e nós respondêssemos que é tal pastor, ou tal ovelha... Com
certeza ele iria tirar todos os pastores e ovelhas do seu quadro.
Que a nossa
vida seja como o quadro da Ultima Ceia: Centralizada em Cristo.
A
bicicleta nova
Certa vez, por
ocasião do Natal, um menino ganhou um lindo presente: Uma bicicleta nova.
Montou nela e saiu para passear na rua.
Um garoto da
sua idade viu e ficou encantado com a bicicleta. Perguntou: “Como você
conseguiu esta bicicleta?” O outro respondeu: “Foi meu irmão que me deu”.
Ele olhou bem
para a bicicleta e disse: “Nossa, como eu gostaria de ser como o seu irmão!”
Em seguida convidou
o dono da bicicleta para ir com ele até a sua casa, que era perto. Chegando,
ele foi lá dentro, trouxe o seu irmão menor, apontou para a bicicleta e disse:
“Quando eu crescer, vou comprar para você uma bicicleta igualzinho a esta”.
Esse menino
tinha no cor um presente de Natal muito mais valioso que uma bicicleta: O amor.
E este presente ninguém rouba.
Em geral, o
nosso desejo numa situação dessas é ser como aquele que ganhou a bicicleta, não
como aquele que a deu. Mas este garoto não. O seu desejo era ter a sorte de
amar o irmão.
“Descubra a
felicidade de servir”. “Há mais felicidade em dar do que em receber” (At
20,35).
Jesus
esvaziou-se para nos enriquecer de presentes. Ele mesmo não tinha nem onde
reclinar a cabeça, mas nem ligava para isso.
Q o nosso
desejo também assim, não ter a sorte de quem recebe, mas ter a felicidade ded
quem dá.
Quando Maria
Santíssima disse que Deus “encheu de bens os famintos”, ela mostrou que sonhava
com um mundo em que todos tivessem vida e vida plana. Santa Mãe de Deus, rogai
por nós.
A
parte mais importante do corpo
Certa vez, uma
mãe perguntou ao seu filho adolescente, qual é a parte mais importante do
corpo. O menino respondeu: “Acho que são as orelhas”. A mãe lembrou-lhe que
muitas pessoas são surdas e, no entanto, vivem normalmente.
“Então são os
olhos”, disse o filho. “Ainda não acertou”, respondeu a mãe. “Porque há muitas
pessoas cegas que são felizes”.
O menino
pensou... mas não conseguiu responder corretamente.
Um dia, o avô
do adolescente faleceu. Os pais choraram, e se consolaram mutuamente. O menino
também chorou e o pai o abraçou.
A mãe então
lhe disse: “Está vendo, filho, qual a parte mais importante do corpo? É o
ombro. Não porque ele sustenta a nossa cabeça, mas porque ele pode apoiar a
cabeça do próximo que chora e sofre”.
Muitos têm o
que comer, mas precisam de um ombro amigo para chorar e desabafar. Todos nós precisamos
de um ombro para expressar os nossos sentimentos.
Jesus sempre
foi um ombro amigo para os que viviam ao seu lado.
Pintor
se pinta ultrajando Jesus
Rembrandt foi
um grande pintor holandês do Séc. XVII. Uma de suas obras mais famosas é o
quadro da crucificação de Cristo.
Esta obra, de
uma beleza singular, tem um detalhe curioso: Existe uma multidão ao lado da cruz,
com rostos bem nítidos, ultrajando Jesus. E um desses rostos é o de Rembrandt.
Um amigo seu
lhe perguntou por que fez aquilo. O artista respondeu que esta foi a forma que ele
encontrou de reconhecer que colabora na crucificação do Salvador do mundo. E foi
também um convite a ele próprio para se penitenciar por isso.
Jesus continua
sendo crucificado no mundo. E nós, de que lado estamos?
Festinha
de aniversário sem a aniversariante
Certa vez,
numa aula de catecismo, uma criança pediu licença à catequista para celebrar o
aniversário de sua mãe na sala da catequese. A catequista consentiu. A menina
convidou os coleguinhas da classe e pediu que cada um trouxesse uma coisa:
refrigerantes, doces etc.
No dia
marcado, a catequista foi ao centro catequético para cumprimentar a aniversariante.
Quando chegou, viu as crianças na maior alegria e festa. A música tocava alto e
elas comiam bolo, doces, salgadinhos e tomavam refrigerante.
A garota que
fez a festa estava ali, mas a catequista não viu a sua mãe. Então perguntou a
ela: “Onde está a sua mãe?” Ela respondeu simplesmente: “Mamãe não veio”. Nem
ela nem as demais crianças estavam preocupadas com isso. O que queriam era a
festa.
Esta mesma
cena acontece no Natal, em milhares de famílias e de instituições. Festejam o
nascimento de Jesus, sem se lembrar dele.
É justamente
por isso que a santa Igreja criou o tempo do Advento, que tem o objetivo de nos
preparar para celebrar bem o Natal.
Maria
Santíssima fez o primeiro Advento, que durou nove meses. E o fez muito bem.
Santa Mãe do Redentor, rogai por nós.
O
amor aos pobres cura
Havia, certa
vez, uma jovem, de família classe média, que estava ficando cada vez mais
doentia. Por fim, ela não queria mais nem se levantar da cama. Era uma doença
misteriosa, que nenhum médico descobria.
Um dia, após
os exames, o médico chamou os pais dela e disse: “Quero tentar ainda um
recurso. Se vocês me permitirem, levarei a sua filha comigo para um passeio”.
Os pais
concordaram. No dia seguinte, logo de manhã, o médico parou seu carro na frente
da casa deles, a jovem entrou e saíram. Atravessaram a cidade e seguiram por
ruas de terra, num bairro muito pobre.
Ele parou na
frente de uma casa muito pobre, e disse a ela: “Chegamos. Vamos fazer uma
visitinha a esta família”.
Ao entrarem na
casa, o médico foi recebido naturalmente, sinal que ia lá com frequência. Ele
apresentou a garota e fez perguntas sobre a saúde da viúva e dos filhos.
A moça
observava tudo. O médico deixou alguns medicamentos e despediu-se.
Na volta, a
menina perguntou se iam retornar. “Sim” respondeu ele.
Dois dias depois,
quando o médico chegou à casa dela, a jovem já o esperava com saquinhos
plásticos cheios de alimentos. Ela já estava mais alegre e sorridente.
Chegando à
casa, foi ela que mais conversou. O médico estava contente. Seu novo “remédio”
estava dando certo. Visitaram também outras famílias na mesma situação.
Várias vezes
repetiram essas visitas. Durante o percurso, ela já conversava animada, com
brilho nos olhos. Depois, ela passou a ir por si mesma, junto com alguns
amigos.
Semanas
depois, a moça estava curada, bonita e feliz.
Os nossos dons
foram feitos para servirem o próximo, e não para serem guardados só para nós. E
o principal dom que temos é o amor.
Maria
Santíssima não enterrou seus talentos, especialmente o dom de amar. Por isso,
foi sempre uma mulher feliz.
Homem
sonha com caminhos bifurcados
Certa vez, um
homem sonhou que estava indo por um caminho, e lá na frente encontrou uma
bifurcação, com as devidas placas. Em um dos caminhos estava escrito: “Quem tem
fé”. E no outro: “Quem não tem fé”. Ele pegou o caminho dos que têm fé.
Mais na
frente, outra bifurcação, com as placas. Em uma delas: “Quem obedece aos
mandamentos”. Na outra: “Quem não obedece aos mandamentos”. Ele pegou o caminho
dos que obedecem aos mandamentos.
Mais na frente,
outra bifurcação. De um lado, a placa dizia: “Quem ama o próximo”. Do outro:
“Quem não ama o próximo”. Ele pegou o caminho dos que amam o próximo.
Lá na frente,
ainda outra bifurcação. A placa de um dos caminhos dizia: “Quem tem o coração
puro”. A placa do outro: “Quem tem o coração impuro”. Ele seguiu o caminho dos
que têm o coração puro.
Mas, coitado!
Logo na frente, olhou de lado e viu que estava dentro do inferno. Nesta hora
ele acordou assustado. Ainda bem que era sonho!
Este sonho foi
um alerta para aquele senhor. Foi uma chamada da sua consciência, a fim de que
ele deixasse de ser um fariseu convencido.
Este sonho nos
lembra a parábola do fariseu e do publicano (Cf Lc 18,9-14).
Os
bêbados e a canoa
Certa vez,
dois bêbados foram, à noite, a um bar, como sempre faziam. O bar ficava do
outro lado de um rio. Como o rio era largo, foram de canoa. No bar, os dois
encheram a cara.
Já tarde da
noite, resolveram voltar para casa. Foram para a beira do rio, entraram na
canoa e um disse ao outro: “Você vai dormir e eu fico remando; depois a gente
troca”.
E assim
passaram a noite: Um remava um pouco, depois trocava com outro.
Quando o dia
amanheceu, eles perceberam que estavam no mesmo lugar. Foram ver o motivo: Esqueceram-se
de desamarrar a canoa!
Quem vive no
pecado faz exatamente assim. “Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados
por causa dos excessos, da embriaguês e das preocupações da vida. E assim o Dia
do Senhor vos pegará de surpresa” (Lc 21,34).
A
estranha visita ao Menino Jesus
Diz uma lenda
que, quando Jesus nasceu em Belém, um dia chegou à gruta para visitá-lo uma
mulher. Ela era muito feia. Ao passar perto de Maria, a mulher abaixou a
cabeça, de vergonha. Maria olhou para ela apreensiva, temendo que o Menino
Jesus se assustasse diante de tanta feiura.
A mulher
ajoelhou-se diante da manjedoura e abaixou a cabeça, adorando a criança. Em
seguida, desembrulhou um objeto que trazia na mão e ofereceu ao menino. Era uma
maçã.
Jesus aceitou.
Pegou a maçã com as duas mãozinhas. Ela o beijou e ficou ali durante alguns
instantes, em oração. Depois, levantou-se, Jesus sorriu para ela e ela sorriu
para Jesus.
Ao sair, ela
sorriu para Maria e para José, que também sorriram para ela. Maria e José
ficaram maravilhados ao perceber que agora a mulher não era mais feia, mas
muito bonita e graciosa. Uma mulher renovada.
Certamente você
já entendeu quem é essa mulher. É Eva. Ela veio pedir desculpas a Jesus por ter
sido enganada pela serpente, comido a maçã e ainda ter oferecido ao esposo. Ela
veio também agradecer a Jesus, que destruiu esse pecado.
Quando somos
perdoados, nós nos renovamos. De feios, nos tornamos bonitos.
O
Sr. Dito e seu burrinho
Havia, certa
vez, numa pequena cidade do interior, um homem muito bom, que o povo chamava de
Sr. Dito. Ele tinha um burrinho e com esse animal passava pelas ruas recolhendo
donativos para os pobres.
O povo sabia
que era ele, por causa da campainha que o burrinho trazia amarrada ao pescoço.
Quando ouviam a campainha, saíam à porta de suas casas com os donativos para o
Sr. Dito. Durante a noite, o burrinho ficava no curral do Sr. Dito.
Numa noite, um
ladrão foi lá e roubou o burrinho. Levou-o para o seu curral, e foi dormir.
Mas o ladrão
não conseguia dormir porque, cada vez que o burrinho se mexia, a campainha
tocava e o acordava. Já tarde da noite, o ladrão foi lá, tirou a campainha do
pescoço do burrinho e a colocou perto da água. Mais tarde, o burrinho foi beber
água, esbarrou na campainha, esta tocou e acordou o ladrão.
Ele voltou ao
curral e escondeu a campainha debaixo do capim. O burrinho foi comer o capim,
mexeu na campainha, esta soou novamente e acordando o ladrão.
Não havia
jeito. Quando eram três da madrugada, o ladrão perdeu a paciência, foi ao
curral, pegou o burrinho com campainha e tudo e devolveu ao curral do Sr. Dito.
Nós também
temos uma campainha que soa quando fazemos uma coisa errada. É a nossa
consciência, que fica sempre nos inquietando. Não adianta querer esconder essa
campainha, porque ela continua soando e nos inquietando, onde quer que estejamos.
Não adianta correr dela, ou viajar para longe, porque ela vai atrás de nós. Ela
só nos deixa em paz quando nos libertamos do pecado.
Foi Deus que
criou essa campainha, porque nos ama e não nos quer longe dele e infelizes.
Maria
Santíssima não servia a dois senhores, mas somente a Deus. Por isso nunca fez
pecado. Imaculada, Maria de Deus, rogai por nós.
O
pastorzinho dorminhoco
Diz a lenda
que, na noite do Natal, um dos pastores estava dormindo quando os anjos
apareceram, e por isso não viu nada. Em vez de cuidar das ovelhas, ele estava
dormindo.
No outro dia,
os colegas contaram para ele a maravilha que havia acontecido naquela noite, e
a visita que fizeram à gruta.
O pastorzinho
saiu correndo, e foi até a gruta indicada pelos colegas, a fim de ver o
Messias, o Salvador do mundo.
Entretanto, ao
chegar à gruta, ficou decepcionado. Viu apenas uma criança pobre, num coxo de
animais. A mãe e o pai ali, também pobres. Não viu nada que mostrasse que
aquela criança era o Messias. Ele pensou: Acho que errei a gruta.
Mas como fazia
frio, ele ficou com dó da criança, que tinha pouco agasalho. Pegou o seu manto
e o deu à mãe para que envolvesse o bebê.
Neste momento,
seus olhos se abriram e ele viu raios de luz que saíam da criança. E ouviu
também anjos cantando lindas canções. Na hora, ele se ajoelhou e o adorou ao Deus
encarnado.
Que não
aconteça de nós também estarmos dormindo, e assim não vermos o nascimento de Jesus.
E principalmente vamos praticar a caridade, porque ela abre os nossos olhos para
a verdade, para Deus.
O
quarto rei mago
Há uma lenda
que diz que quando os reis magos saíram do Oriente, eram quatro. Aconteceu que
um deles, que ia atrás, ao passar por um mendigo, ficou com dó, pois fazia frio
e o pobre estava sem agasalho.
O mago parou,
desceu do camelo e deu-lhe água, comida e agasalho. Enquanto isso, os outros
três não perceberam e foram embora.
Logo que
terminou de atender o mendigo, ele foi depressa alcançar os colegas, mas não os
encontrou! E não viu mais a estrela.
Desesperado, o
pobre homem não parou mais de viajar, a procura do Messias, o Rei das Nações.
Andou pelo mundo inteiro.
Depois de
muitos anos, quando já estava velhinho, passava por Jerusalém e alguém lhe
informou: “Há um condenado subindo aquele morro com uma cruz às costas, e dizem
que ele é o Messias”. O mago foi lá.
Quando Jesus o
viu, levantou o rosto ensanguentado e disse: “Meu irmão querido, nós já nos
encontramos. Aquele mendigo era eu. Por isso que a estrela desapareceu”.
Nós não
precisamos fazer longas viagens para nos encontrar com Jesus. Ele está bem
pertinho de nós, ao nosso lado, na pessoa que, de qualquer forma, passa
necessidade.
Maria
Santíssima fez a primeira Epifania, mostrando o recém-nascido ao mundo,
representado pelos pastores e pelos reis magos que visitaram Jesus. Que ela nos
ajude a continuar o seu gesto de mostrar Jesus ao mundo.
Ninguém
liga para a graça de Deus
Certa
vez, a secretária de uma paróquia estava tentando convencer um jovem casal, que
queria batizar seu filho, a aproveitar a ocasião e se casar na Igreja. A
secretária usava como argumento agradar a Deus. Ele dizia: “É bom vocês se
casarem na Igreja, porque Deus quer isso, é vontade dele...” Mas não estava conseguindo
convencê-los.
No
escritório paroquial estava também o coordenador de uma Comunidade da paróquia.
Ele ouviu a conversa, chamou a secretária à parte disfarçadamente e lhe disse:
“Agradar a Deus’ não convence ninguém. Para convencê-los diga o seguinte:
“Se vocês não
se casarem na Igreja, quando essa criança crescer, ela vai descobrir. Então
vocês vão ficar com vergonha. Por isso é melhor vocês se casarem agora”.
Pronto, foi só
a secretária falar isso, o casal concordou em se casar. Que coisa triste! A
graça de Deus é o maior tesouro que temos, mas ninguém liga para ela!
Maria
Santíssima tinha uma única riqueza: Era cheia de graça. Nossa Senhora das
graças, rogai por nós.
S.
Francisco de Sales e o forno
S. Francisco
de Sales viveu no Séc. XVI, na França. Era um missionário zeloso. Infelizmente,
naquela época, estavam surgindo seitas de todo tipo, arrastando muitos
católicos e até despertando ódio contra a Igreja que Jesus fundou. Na França, a
principal dessas seitas era o calvinismo.
Um dia, o Pe.
Francisco de Sales foi a uma Comunidade rural celebrar a Missa. Quando chegou a
noite, uma noite muito fria, nenhuma família lhe deu hospedagem. Todos diziam
que a sua casa estava cheia.
Pe.
Francisco saiu em uma estrada, à noite, mas todas as casas estavam fechadas. E
fazia muito frio. Felizmente, no quintal de uma casa havia um grande forno, que
ainda estava quente, pois a família tinha assado pão nele à tarde. Ele entrou
dentro do forno, e ali passou uma noite gostosa e quentinha.
Nós podemos
entrar sem medo no mar revolto da vida, pois Deus caminha conosco e ele é
poderoso, sempre tem uma saída para nos proteger, mesmo que seja um forno.
Que Maria
Santíssima nos ajude a ter tanta intimidade com Cristo, que nunca precisemos
perguntar: “Quem é esse homem?” Esse homem é Jesus, o Filho de Deus, que
transforma as tempestades em bonança (Cf Sl 106 (105), 9ss).
As
crianças em volta da porteira
Certa vez,
numa escolinha de roça, dois alunos irmãos, um menino e uma menina, chegaram
tristes para a aula. A professora perguntou por quê e eles explicaram: “Hoje é
o último dia nosso aqui na escola. Um empregado da fazenda foi lá em casa e
avisou que amanhã cedo vão retirar a porteira e fechar a estrada”.
A família morava
do outro lado dessa fazenda e o único acesso à escola era passando por dentro
de um canto do terreno da fazenda.
O dono da
fazenda morava na cidade e estava fazendo isso para forçar o pai das crianças a
lhe vender o sítio. Todos os esforços do pai, pela via do diálogo, tinham sido
inúteis.
A professora,
que já sabia de tudo isso, disse para as duas crianças: “Amanhã, vocês ainda
podem vir, porque às seis e meia da manhã eles ainda não fecharam a
porteira".
No outro dia
cedo, logo que as trinta crianças chegaram, a professora os levou para a porteira.
Meia hora depois, chegou o trator com uma carreta trazendo os peões para
arrancar a porteira e fechar a cerca.
Mas como fazer
isso, se nem as crianças nem a professora saíam de volta da porteira? Pediram a
ela e às crianças que se retirassem, mas não adiantou, ninguém arredou o pé. O
jeito foi manobrar o trator e voltar para a sede da fazenda. Foi difícil
manobrar, porque a estrada tinha barranco dos dois lados.
Este fato é um
exemplo de que os pequenos unidos vencem os grandes. Certamente, Nossa Senhora
pensou nessa força da união, quando cantou o seu belíssimo hino, o Magnificat.
Os discípulos do seu Filho, unidos, irão derrubar os poderosos de seus tronos e
elevar os humildes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário