Histórias de vida - Janeiro 13
Empregado
quebra peças de arte
Havia, na
antiguidade, um homem muito rico. Sua casa era grande e tinha vários empregados.
Em uma das salas, havia uma coleção de pratos de porcelana. Eram doze pratos,
peças raras e de alto valor artístico, pelas quais o homem tinha grande
estimação.
Um dia, um empregado
estava fazendo a limpeza e deixou um dos pratos cair no chão, o qual se quebrou
em vários pedaços.
O patrão ficou
furioso e mandou matá-lo.
Outro
empregado foi até a sala e quebrou todos os onze pratos restantes.
Depois
procurou o patrão e lhe disse: “O senhor pode matar-me também, pois eu quebrei
toda a coleção de pratos de porcelana. Fiz isso para evitar que outra pessoa
venha a sofrer a morte, como aquele jovem sofreu”.
Nosso mundo
ganancioso tem muitos mártires como este empregado.
Que Maria
Santíssima nos ajude a colocar as pessoas acima dos bens materiais.
Pai
ajuda filho a levantar pipa
Certa vez, um
pai comprou para seu filho de sete anos uma pipa, brinquedo que em alguns
lugares é chamado de papagaio.
O menino foi
direto para o terreiro, a fim de soltar a pipa. Mas não conseguiu levantá-la.
Por mais que se esforçasse, a pipa não subia. O garoto corria pra lá e pra cá,
mas nada.
O pai veio,
pegou a linha e, com facilidade, levantou a pipa. Mas só a porcos dois metros,
para que o menino fizesse o resto. Passou a linha para o filho e explicou como
fazer.
Aí sim, a pipa
levantou-se, foi para as alturas e o garotinho ficou muito feliz e vitorioso.
S. Pedro, na
eleição do Apóstolo Matias (Cf At 1,15-26), fez como esse pai. Não escolheu o
novo Apóstolo, sucessor de Judas Iscariotes, mas incentivou e orientou a Comunidade
sobre como fazê-lo.
As pessoas têm
muitas pipas para serem levantadas. Que tal nós darmos uma mãozinha?
Feliz daquele
e daquela que, apesar da falta de vento, não deixa a sua pipa cair nem se enroscar
nas árvores!
Que Maria
Santíssima, e os Apóstolos Pedro e Matias, nos ajudem a levar em frente a nossa
família e a nossa Comunidade, fazendo-as levantar-se para as alturas.
Padre
é salvo por uma bofetada
Certa vez, um
país estava em guerra, e havia uma forte perseguição aos sacerdotes. Por isso,
eles andavam a paisana.
Um dia, um
pároco, que estava sendo procurado pelos soldados, estava na roça, na casa de
uma família da Comunidade local. Como fazia frio, ele estava na cozinha, na
beira do fogão de lenha. O dono da casa estava na roça, trabalhando.
De repente, os
soldados chegam e batem na porta. A dona da casa foi atender, e o soldado disse:
“Nós estamos procurando o padre fulano. Fomos informados de que ele está aqui
na sua casa”.
A mulher
respondeu: “Ele não está aqui. Vocês podem entrar e procurar à vontade”.
Ela foi na
frente. Chegou perto do padre, deu-lhe uma enorme bofetada e disse: “Preguiçoso!
Vá para o seu trabalho lá na roça!” O padre saiu.
Ela virou-se
para os soldados e disse: “Desculpem, senhores! É que esses empregados de hoje
são assim. É só fazer um friozinho, eles param de trabalhar e vêm se esquentar
no fogão!”
Os soldados
tomaram um gostoso café e foram embora.
Depois que
passou a guerra, o padre comentou na igreja: “Puxa! O tapa foi tão forte que vi
estrelas. Mas valeu a pena”.
Precisamos ser
criativos e espertos na luta pela construção do Reino de Deus. O Espírito Santo
nos indica, na hora, o que devemos fazer (Cf Mt 10,19-20).
S. Pedro
também levou uma forte “bofetada” de Jesus: “Vai para trás de mim, satanás!”
(Mt 16,23). Mas foi para o seu bem e para o bem do Reino de Deus. Depois
daquela bronca de Jesus, Pedro aprendeu para sempre a lição de que o Filho de
Deus devia sofrer, e nós também devemos.
Maria
Santíssima soube seguir o seu Filho de forma correta, pois não buscou a cruz como
fim, mas a assumiu como meio de amar mais a Deus e de cumprir a sua missão.
Nossa Senhora das Dores, rogai por nós.
Pascal
e a vida após a morte
No final da
Idade Média, viveu na França um grande filósofo, chamado Blaise Pascal. No
início, ele não era cristão. Mas uma pergunta o atormentava: Existe ou não,
para o ser humano, vida após a morte?
Pascal estudou
a fundo a questão, utilizando-se de todas as ciências. Mas não chegou a uma
conclusão clara. Após vários anos de esforço, a questão ainda o angustiava, e
cada vez mais forte.
Como não se
libertava da dúvida, o grande filósofo começou a refletir sobre outro problema:
Como vou viver, na prática do meu dia-a-dia, em relação a esse problema? Vou
viver como se existisse vida após a morte, ou como se não existisse?
E a resposta
veio para Pascal, ditada pela lógica: “Se eu viver como se não existisse, e existir,
estarei condenado eternamente no inferno. Mas, se eu viver como se existisse, e
não existir, não perderei nada, pois a vida aqui na terra é passageira. Vou,
portanto”, concluiu ele, “viver como se existisse vida após a morte”.
Esta foi a
porta pela qual a graça da fé entrou na vida de Pascal, tornando-o um grande e exemplar
cristão.
Aquele
raciocínio foi a colaboração dele, um passo inicial. A partir dali, Deus entrou
e lhe deu o dom da fé, que lhe deu mais certeza da existência de Deus e da vida
após a morte, do que da existência das coisas que ele via com os olhos da carne,
ou com a inteligência. Os nossos olhos e a nossa inteligência podem enganar-nos,
mas Deus nunca nos engana.
Não
deixar a conversão para amanhã
Certa vez,
três demônios se reuniram a fim de estudar qual a melhor estratégia para afastar
os cristãos da obediência aos mandamentos de Deus.
O primeiro
falou: “Vamos dizer a eles que não existe Céu. Tirando-lhes o incentivo da recompensa,
eles desanimarão”.
Já o segundo
apresentou outra proposta: “Vamos dizer a todos que não existe inferno. Assim,
sem o medo do castigo eterno, eles não ligarão mais para os mandamentos”.
O terceiro
demônio tomou a palavra e disse: “Eu tenho uma ideia melhor: Vamos dizer aos
cristãos que não devem ter pressa; devem sempre deixar para mais tarde a sua conversão”.
Todos
concordaram com esta última proposta, e a comunicaram aos colegas capetas, para
que a divulgassem na humanidade.
Por isso que
muitos cristãos vivem indiferentes e alheios aos mandamentos de Deus. Eles não
os negam, mas também não os levam a sério, deixando essa questão para depois.
Essa estória
nos lembra Santo Expedito. Ele é um mártir, natural da Armênia, e viveu no Séc.
IV. Era soldado e levava uma vida devassa. Diz a lenda que, um dia, ele
resolveu converter-se. Mas lhe apareceu o demônio, em forma de um urubu, que
ficou grasnando para ele: “Cras! Cras!” Quer dizer: “Amanhã! Amanhã! Deixe para
amanhã a sua mudança de vida!” Expedito enfezou-se e disse mais alto ainda: “Hoddie!
Hoddie!” Quer dizer: “Hoje! Hoje! Não vou deixar para amanhã. Sei lá se morro
esta noite!” Foi assim que ele se converteu. Por isso que é invocado para as
causas urgentes. Seu próprio nome, Expedito, vem do verbo latino “expedire” que
significa: Resolver logo, não adiar. Santo Expedito é comemorado dia 19 de
abril.
De
que cor é a parede?
Certa vez,
dois amigos estavam conversando, apesar de separados por uma parede. A certa
altura, um comentou que a parede era azul.
O outro
discordou: “Azul coisa nenhuma! Você não deve estar enxergando bem. Não vê que
a parede é amarela?”
“Como amarela?
Acho que você é daltônico. Está na cara que esta parede é azul!”
“Mas como
pode? retrucou o outro. “Como você é teimoso!”
E a discussão
continuava. Quando os dois já estavam quase partindo para a briga, um deles
resolveu dar a volta, e viu que os dois estavam certos. De um lado a parede era
azul e do outro amarela.
A pessoa mansa
e humilde coração sabe ver as coisas do lado do outro também. Por isso é construtora
de paz.
A última
invocação da ladainha de Nossa Senhora é Rainha da Paz. Que ela nos ajude a sermos
pacíficos, a fim de acolher o seu Filho, Príncipe da Paz.
Pode
ou não, contar para as crianças?
Certa vez, uma
mãe chegou para o seu filho e disse: “Meu filho, você já está ficando grandinho,
já estão nascendo as espinhas, o bigode está aparecendo e engrossando a voz... Há
umas coisas que você precisa saber. São coisas de homem. Mas eu me sinto
acanhada em lhe dizer. Fale com o seu pai”.
O adolescente
procurou o pai. Este disse: “Meu filho, você já está ficando grandinho, já
estão nascendo as espinhas, o bigode está aparecendo, está engrossando a voz...
Há umas coisas que você precisa saber. São coisas de homem. Mas eu me sinto
acanhado em lhe dizer. Fale com o seu avô”.
O menino
procurou o avô. Este lhe disse: “Meu querido neto, você já está ficando grande,
já estão nascendo as espinhas, o bigode está aparecendo e engrossando a voz. Há
umas coisas que você precisa saber. São coisas de homem. Mas eu me sinto
acanhado em lhe dizer. Fale com o seu padrinho”.
O rapazinho
procurou o padrinho e este falou: “Sabe o que é? Eu vou lhe dizer. É que Papai Noel
não existe”.
Ainda bem que
a família escolheu para padrinho do filho alguém que é mais ajuizado.
Que tenhamos
discernimento e ensinemos logo para as crianças a verdade, o que é certo e o
que é errado, sem alimentar nelas crendices e ilusões.
Vamos aprender
de Maria Santíssima a colocar em primeiro lugar o amor, que está acima de
qualquer tradição ou cultura.
“Nada que, de
fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da pessoa é que a torna
impura” (Mc 7,15). “Felizes os puros de coração” (Mt 5,8).
A
avó preconceituosa
Certa
vez, uma moça ficou grávida e deu a criança para uma família estrangeira.
Alguns parentes diziam que gostariam de adotar a criança, mas já era tarde.
A
família se comunicava com a mãe, mesmo muito distante. 18 anos depois, o rapaz
voltou pela primeira vez à sua terra natal para conhecer sua família de sangue.
Foi uma alegria geral.
Os
parentes disseram-lhe que a sua avó sempre falava nele e tinha muita vontade de
vê-lo. Contaram também que a vó tinha um defeito: Não gostava de pobre.
O
moço teve uma ideia: Vestiu-se de mendigo e foi à casa da avó. Apertou a campainha,
ela veio e ele lhe pediu um copo d’água, pois fazia calor.
Ela
deu, esticando a mão de longe e passando o copo pela grade do portão. Disse-lhe
que podia levar o copo. E foi para dentro de casa.
No
dia seguinte, ele voltou. Só que agora vestido ao contrário: Como um jovem
muito rico, e lhe fez o mesmo pedido: Um copo d’água.
Ela
o recebeu com alegria, convidou-o a entrar e, além da água, lhe trouxe café com
bolo. Ele aceitou, e lhe contou quem era.
A
senhora o abraçou chorando de alegria.
Em
seguida, ele contou que aquele pobre que viera à casa dela no dia anterior, era
ele!
Como
é triste o preconceito contra as pessoas pobres! Ele impede o crescimento da Palavra
de Deus em nós.
Maria
Santíssima tinha tanto amor aos pobres que era revoltada contra aqueles que os
prejudicavam: O Senhor “encheu de bens os famintos e mandou embora os ricos da
mãos vazias” (Lc 1,53).
As
aparências enganam
Certa vez, um
senhor estava saindo da igreja, após a Missa, e, na praça em frente, um homem
lhe pediu uma ajuda, dizendo que estava doente.
O senhor respondeu:
“Você não tem cara de doente. Por isso não vou dar-lhe nada”.
O outro falou:
“As aparência enganam, tanto da minha parte como da sua. Eu estou com uma doença
grave, mas que não aparece. E o senhor também não é o que aparenta”.
Claro, a
aparência do homem era de sadio, mas não era. E a aparência do senhor, que saía
da igreja, era de um bom cristão, mas não era, pois era preconceituoso.
Muitas vezes,
nós entramos na Igreja, mas a Igreja não entra em nós. Ouvimos o Evangelho,
mas as Palavras não chegam ao nosso coração.
Existe o
perigo de nos fecharmos à graça de Deus, a qual vem continuamente ao nosso encontro,
pedindo entrada.
“Feliz de você
que acreditou”, disse Isabel a Maria (Lc 1,45).
Olhar
superficial faz perder um tesouro
Certa vez, um
homem estava andando no mato, na beira de um riacho, e viu algo brilhando
dentro da água. Não ligou e foi-se embora.
Mais tarde,
veio outro homem. Viu, entrou na água, pegou o objeto e viu que era uma pedra.
Ele pensou: Deve ser sem valor, senão não estaria aqui. Jogou-a novamente dentro
do riacho e foi-se embora.
No dia
seguinte, veio um terceiro homem. Ao ver a pedra, pegou-a e levou a um amigo
que entendia de pedras preciosas. O amigo lhe disse: “É uma pedra de diamante,
de altíssimo valor. Você está riquíssimo”.
Esta pedra de
diamante é a Eucaristia. Pena que, muitas vezes, não lhe damos o devido valor.
Ela é celebrada, às vezes, ao lado da nossa casa e não participamos. Que valorizemos
a Eucaristia!
A primeira
procissão de Corpus Christi aconteceu quando Maria visitou sua prima Isabel.
Ali, o Ostensório era o corpo imaculado de Maria.
O corpo e o
sangue de Cristo que comungamos vieram do corpo de Maria. E ela participou
também do sacrifício do Filho, por nós. Que amemos mais a Eucaristia, com um amor
extensivo à Mãe de Jesus.
O
menino que não conhecia Jesus
Havia, certa
vez, uma família que era católica, mas relaxada. O filho cresceu sem aprender
nada de religião.
Quando ele
tinha dez anos, os pais, a pedido dos parentes, quiseram colocá-lo no catecismo.
Mas o garoto não queria ir de jeito nenhum.
Um dia, os
pais o levaram à igreja e pediram ao padre que tentasse convencê-lo a participar
da catequese.
O padre
aceitou, mas, como tinha um breve compromisso, deixou o menino na sala de espera
da casa paroquial, dizendo-lhe que voltava logo.
Ao voltar, o padre
resolveu fazer umas perguntas ao garoto, para testar os seus conhecimentos de
religião. Começou dizendo: “Eu quero que você me diga onde está Jesus”. O menino
ficou vermelho e respondeu que não sabia.
Nisto, alguém
chamou o padre novamente e ele teve da sair por alguns instantes.
O garoto
aproveitou a ausência do padre e saiu correndo. Chegando à sua casa, disse para
a mãe: “Mãe, Jesus sumiu de lá, e o padre está pensando que fui eu. Mas eu
nunca vi esse Jesus”.
De fato, ele não
viu Jesus mesmo. Nunca o viu nem o conhece. Isso, apesar de ter sido batizado e
de os pais terem prometido a Deus educá-lo na fé. Que pena!
A catequese
começa em casa.
Namoro
mal feito
Havia, certa
vez, um casal de namorados que se amava loucamente. Só que ele tinha um probleminha:
Chulé. Quando tirava os sapatos, ninguém aguentava ficar perto. Por isso, antes
de se encontrar com a namorada, lavava os pés com soda cáustica.
Ela, por sua
vez, tinha também um probleminha: Mau hálito. Quando respirava no quarto, até
as baratas caíam das paredes. Antes de se encontrar com o amado, ela escovava
os dentes com creolina e tomava meio vidro de perfume.
Assim,
conseguiram levar o namoro. Casaram-se e foram para a lua de mel.
No outro dia
cedo, ele acordou e logo se lembrou do problema. Sentiu que as meias não estavam
nos pés. Virou-se para ela e perguntou: “Bem, você viu minhas meias?” Ela acordou
e disse, bem na direção do nariz dele: “O quê?” Ele disse na hora: “Você
engoliu minhas meias!”
É isso que dá
não ter diálogo aberto no namoro. O namoro deve caminhar para a vida em
família, a qual é uma imagem da SS. Trindade, até nos nomes: pai, filho e a mãe
que une todos no amor, e por isso representa o Espírito Santo.
O
namorado mentiroso
Certa vez, um
casal de namorados entrou numa loja de produtos japoneses. E a moça ficou
encantada com um lindo vaso. Seu namorado foi indagar o preço, era muito alto e
ele não podia pagar.
Mas, ao correr
os olhos, ele viu um vaso quebrado, igualzinho aquele, e teve uma ideia. Após
deixar a moça em casa, voltou à loja e disse para o balconista: “Eu lhe dou dez
Reais por aquele vaso quebrado ali. Você me vende?”
“Sim”, disse o
balconista. “Ele é seu”. O balconista levou o vaso para dentro da loja e logo
voltou com um lindo embrulho.
O rapaz pegou
e foi direto para a casa da sua amada. Chegando, disse a ela: “Querida, comprei
aquele vaso para você. Mas, que pena! Quando eu vinha, deixei-o cair na calçada
e senti que ele se quebrou”.
A moça disse
que não havia problema, o que vale é a intenção. E lhe deu um carinhoso abraço.
Mas, quando
ela desembrulhou o pacote, que decepção! Viu que os cacos foram embrulhados separadamente!
Mentira tem
perna curta. Se os namorados mentem um para o outro, certamente vão mentir
depois de casados. E aí é pior. O amor é sincero, é transparente.
O
Terço de Dona Joana
Havia, certa
vez, uma senhora pobre, chamada Joana, que vendia verduras de casa em casa. Um dia, ela perdeu
o seu Terço.
Um homem, que
comprava verduras dela toda semana, achou o Terço na entrada de sua casa, e o
guardou.
Quando Dona
Joana voltou, na semana seguinte, ele lhe disse: “Encontrei o seu deus”. A mulher
respondeu: “Meu Deus? Não estou entendendo”. O homem lhe entregou o Terço e
falou: “Não é este aqui o seu deus?”
Ela disse:
“Que bom que o senhor encontrou o meu Terço. Muito obrigada!”
Ele continuou
a zombaria dizendo: “Por que não troca este cordão, com essas sementinhas ensebadas,
por uma Bíblia?”
Dona Joana
falou: “Porque eu não sei ler. E, com o Terço, eu medito sobre toda a Palavra
de Deus”.
“Como assim?”
perguntou o homem. Ela pegou o Terço e foi explicando:
1) “Eu começo
o Terço pegando na cruz, e me lembro que o Filho de Deus deu a vida, derramou
todo o seu sangue pela humanidade.
2) Depois,
essas três primeiras continhas me recordam que nosso Deus é uma Família de três
Pessoas muito unidas.
3) Nestas
contas maiores, eu rezo o Pai Nosso, que Jesus nos ensinou.
4) E o Terço
tem cinco partes, que lembram as cinco chegas de Jesus, cravado numa cruz.
5) Cada
mistério tem dez Ave Marias, que me lembram os dez mandamentos, que nosso Senhor
escreveu nas tábuas da Lei e entregou para Moisés.
6) O Rosário
todo tem vinte mistérios, divididos em quatro partes, nas quais contemplo o
nascimento e a infância de Jesus, a sua vida pública, a sua paixão e morte e a
sua ressurreição.
Agora o senhor
me diga: Onde está a idolatria aí?”
Aquele homem
ficou envergonhado.
Depois que Dona
Joana se retirou, rezou por ele, para que aproveitasse a graça que lhe foi dada
e desse um passo à frente na fé.
O Terço é a
grande alavanca que faz os cristãos se levantarem e, cheios de confiança,
realizarem a sua missão no mundo.
A reza do Terço
nos trás paz, mesmo no meio dos maiores desafios, pois sabemos que Deus é
maior.
Que Maria
Santíssima interceda por nós, a fim de que amemos mais o Terço e o usemos como
alavanca para levantar o mundo.
O
casal sem diálogo
Havia, certa
vez, uma casa bonita, mas o quintal deixava a desejar. Era um terreno abandonado,
maltratado, oferecendo um aspecto desolador.
Numa manhã de
feriado, o marido, sem ter o que fazer, pensou: Já que minha esposa foi visitar
seus pais, eu vou melhorar esse quintal. Pegou a enxada, cavou fundo, revirou a
terra, quebrou os torrões, misturou com adubo...
No dia
seguinte, ao voltar do trabalho, traria sementes de verduras e estaria pronta a
horta.
A esposa
voltou à noite e nada viu. No outro dia cedo, ao ver o terreno preparado, ela teve
uma ideia: Plantar flores. Correu ao mercado, comprou sementes e as plantou.
O marido, por
sua vez, plantou as sementes de verduras.
Sem saber os
planos um do outro, ficaram esperando os resultados.
Quando as
verduras começaram a pintar de verde a terra, apareceram os pesinhos de flor. O
marido pensou ser uma praga. Por isso arrancou tudo.
Com igual
raciocínio, a mulher arrancou as verduras. E continuaram esperando... Espera inútil
dos dois, pois cada um destruiu o que o outro fez.
O amor
matrimonial é como uma plantinha, que deve ser regada todos os dias, pela oração
e pelo diálogo.
Em um lar onde
o casal não tem diálogo, surgem problemas de mil formas. O que um faz, o outro
destrói. E o prejuízo é muito maior que perder umas sementes.
Quantas vezes,
acontece isso na educação dos filhos! Cada um educa de um jeito e, sem diálogo
entre os dois, os filhos escolhem um terceiro caminho, que nem sempre é bom
para eles.
Maria
Santíssima e S. José tinham tanto diálogo que resolviam juntos os problemas do
filho: Fuga para o Egito; procura, quando ele se perdeu no Templo... Sagrada
Família, abençoai as nossas famílias.
O
rapaz viciado em falar palavrão
Havia, certa
vez, um rapaz que tinha o mau costuma de falar palavrão. Falava a todo momento
e em qualquer ambiente, sem nem ligar se havia criança perto.
Quando
advertido, ele dizia que não conseguia controlar-se, saía espontâneo, quando
percebia já tinha falado. O pai não se conformava e vivia chamando a sua
atenção, mas a resposta era sempre a mesma: Falava sem pensar.
Um dia, um
senhor vizinho disse ao jovem: “Se você passar um dia sem falar nenhum palavrão,
eu lhe darei R$10,00. Isso vale até dez dias”.
O moço topou.
Passou aqueles dez dias sem falar palavrão, nem em casa, nem na escola, nem no
trabalho. E ganhou os R$100,00.
Para esse
jovem, o dinheiro tem mais valor que a Lei de Deus. O que lhe fala mais alto
não é a fé, mas os bens materiais. Que coisa triste!
Que Maria
Santíssima nos ajude a amar a Deus sobre todas as coisas. E, se não conseguirmos,
que ela nos ensine a pedir ajuda a Deus. “Ensina teu povo a rezar, Maria Mãe de
Jesus. Que um dia teu povo desperta e na certa vai ver a luz”.
Óleo
de fígado de bacalhau
Certa vez, um
homem ouviu dizer que óleo de fígado de bacalhau era bom para a saúde dos cães.
Mais que
depressa, comprou uma boa quantidade e começou a dar, todos os dias, uma colher
de sopa cheia de óleo para o seu cachorro.
Segurava-lhe
firmemente o focinho e despejava o óleo em sua boca, enquanto o animal lutava e
rosnava.
Um dia, o
cachorro lutou tanto que acabou se soltando. A colher caiu e o óleo se derramou
no piso.
Para a
surpresa do homem, o cachorro correu e lambeu o óleo derramado no chão.
Só então o
homem entendeu que o cachorro lutava, não era contra o óleo, mas contra a maneira
de tomá-lo.
Nós queremos
propor, não impor. Mas propor com força, a força do testemunho.
Maria
Santíssima é a Mãe dos educadores, pois educou o próprio Filho de Deus. Que ela
nos ajude a adquirir a arte da educação correta, que é tão importante para o
mundo.
As
cartas com folhas trocadas
Havia, certa
vez, duas moças irmãs que estudavam na cidade. A família morava na roça. Um
dia, infelizmente, elas se desentenderam, e uma foi morar em outro bairro, bem
distante da sua irmã.
E as duas não
se comunicaram mais. Até as visitas à família eram feitas em dias diferentes,
para não se encontrarem.
Os pais
estavam preocupados, e rezavam. Um dia, a família teve uma ideia: Todos da casa
se reuniram e escreveram uma carta para cada uma. Mas, fingindo distração, trocaram
a segunda folha das cartas.
Quando as duas
receberam, logo perceberam o engano.
Uma delas,
mais curiosa para saber o conteúdo da outra folha, telefonou à sua irmã. Esta
confirmou o engano e as duas se encontraram para trocar as páginas.
Pronto,
voltaram a se relacionar normalmente.
Nós também
temos uma bela carta de Deus. Mas esta carta está incompleta, falta uma página,
que está com o nosso irmão, a nossa irmã. E, também para ele ou ela, falta uma
página, que está conosco.
Mesmo que
tenhamos alguma rixa, precisamos superá-la e nos encontrarmos, para trocar as
páginas, que são os tesouros de conhecimentos que o Espírito Santo nos dá.
Afinal, tanto
nós como o nosso irmão ou irmã, um dia vamos morrer. E lá no Céu não entra quem
está de “nariz torcido” com o seu próximo.
“Amai os
vossos inimigos e fazer o bem aos que vos odeiam” (Lc 6,27). “Perdoai-nos, como
nós perdoamos”.
Nunca se viu
uma mãe que fique de mal de um filho, muito menos uma mãe vingativa. Que a
nossa Mãe do Céu nos ajude a obedecer ao seu Filho.
A
tática bem sucedida
Certa vez, um
homem resolver separar-se da esposa, e disse a ela: “Vou separar-me de você. Não
sinto mais nada por você... Pode separar tudo o que é importante para você nesta
casa, que eu fico com o resto”.
Ela ficou
muito chocada. Mas, na hora, teve uma ideia. Disse a ele: “Sim. Mas, para não
chocar as crianças, vamos fazer uma festinha e convidar os nossos parentes e
vizinhos mais próximos?” Ele concordou.
Ela preparou a
festa e acolheu os convidados com muita alegria. Ele não entendeu a atitude da
esposa e estava muito tenso.
Durante a
festa, ele acabou exagerando na bebida e ficou bastante alterado. Terminada a
festinha, ele deitou-se e dormiu logo.
Então, ela
tirou tudo o que havia no quarto e colocou nele as três crianças.
Quando o
esposo acordou, ela disse: “Você me pediu para separar o que é mais importante
para mim. Já separei. É você e os nossos filhos”.
“Alguns
fariseus aproximaram-se de Jesus e, para o experimentar, perguntaram: ‘É permitido
ao homem despedir sua mulher por qualquer motivo?’ Ele respondeu: ‘Nunca lestes
que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: Por isso o
homem deixará pai e mão e se unirá à sua mulher, e os dois formação uma só
carne? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus
uniu o homem não separe” (Mt 19,1-6).
Pedi
ao Senhor da messe
Existe, no
Noroeste da Itália, perto de Piemonte, uma pequena cidade chamada Lu.
No começo do
século passado, Lu ficou sem padre. O pároco faleceu e o bispo não tinha outro
padre para substituí-lo. Mas Lu nem merecia, porque nunca enviara um menino para
o seminário da diocese.
Em 1914,
aconteceu um fato bonito: Um grupo de mães de Lu decidiu reunir-se na igreja,
uma vez por semana, a fim de rezar pelas vocações. Elas pediam a Deus que
chamasse jovens de Lu para ser padre.
Elas tomaram tal
iniciativa, baseadas nas palavras de Jesus que disse: “A messe é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores
para a sua colheita!” (Mt 9,37-38).
E elas eram concretas
e generosas. Pediam a Deus que chamasse, de preferência, alguém de dentro de
suas casas.
As senhoras
escolheram o quarto domingo da Páscoa, cujo Evangelho é do Bom Pastor, para ser
o dia principal dessa prece.
Durante seis
anos, elas rezaram, sem obter resultado algum. Apesar disso, continuaram firmes.
No sétimo ano
de oração, isto é, em 1920, aconteceu quase que um milagre. Os jovens de Lu começaram
a interessar-se pelo sacerdócio e pela vida religiosa.
40 anos
depois, já havia, somente de Lu e do município, 35 padres e 70 religiosos entre
mulheres e homens, sem contar as vocações leigas.
Em 1964, o
Papa Paulo VI, impressionado com o fato, instituiu o quarto domingo da Páscoa
como o Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas.
Que Maria
Santíssima, o melhor modelo de resposta vocacional depois de Jesus, nos ajude a
obedecer ao seu Filho que nos diz: “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores
para a sua colheita!” (Mt 9,38).
Amor
calculistas e amor generoso
Certa vez, uma
senhora e sua filha moça estavam andando na rua. Veio uma pobre mulher e pediu
esmola. A mãe respondeu: “Oh! Minha senhora, eu só tenho dez Reais! Serve?”
A filha disse
baixinho no ouvido da mãe: “Dez Reais é muito, mãe. Eu tenho um Real aqui”. E
entregou para a mãe. Esta deu os onze Reais para a mulher e disse: “Agradeça
também à minha filha que está ajudando com um Real”.
Nesta cena,
aparecem as duas atitudes: A calculista e a generosa.
Toda mãe é
compassiva. Ela não suporta ver o filho ou a filha sofrer, e sofre junto. Esta
foi a espada que transpassou o coração de Maria Santíssima. E Deus no-la deu
por Mãe, para que ela seja um retrato do seu amor por nós. Que Maria nos ajude
a passar do amor calculista para o amor generoso.
O
pianista criativo
Certa vez, uma
senhora foi, com seu filhinho de seis anos, assistir a um concerto de piano,
dado por um famoso pianista.
O menino era
muito ativo, e tinha uma grande vontade de aprender a tocar piano. Na hora do
intervalo, ele aproveitou um descuido da mãe, subiu no palco, sentou-se no
piano e começou a tocar.
Ao ouvir
aqueles sons desafinados, alguns da plateia falaram em voz alta: “Tirem esse
menino daí... Quem são os seus pais?” Foi nesta hora que a mãe percebeu que era
seu filho. Ficou morrendo de vergonha.
Mas, antes que
ela subisse ao palco, o pianista apareceu, sentou-se ao lado do garoto e começou
a tocar junto com ele. O pianista era tão criativo que fez lindas melodias, ali
na hora, a partir das teclas que o garoto apertava.
Nesta hora, a
plateia se arrepiou de emoção, ao ver a competência do pianista, e principalmente
a sua atitude acolhedora e pedagógica.
Após uns
breves minutos, ele disse à criança: “Terminou. Agora vamos receber os aplausos”.
Os dois caminharam até a frente, deram as mãos e se inclinaram para a plateia,
que os aplaudiu emocionada, durante mais de um minuto.
Tudo indica
que esse menino tornou-se um bom pianista. Pelo menos estímulo ele recebeu, e
muito.
Esse pianista
agiu como o escriba citado por Jesus: “Todo escriba que se torna discípulo do
Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e
velhas” (Mt 13,52). Ele não mandou o garoto embora, mas soube aproveitar da
curiosidade da criança, unindo-a com o seu grande dom artístico.
Mesmo que
alguém, ao nosso lado, toque músicas desafinadas, não o destruamos. Pelo contrário,
nós, que sabemos melhor que ele ou ela, sentemo-nos ao seu lado e o ajudemos a
crescer.
E se um dia
ouvirmos gritos de uma plateia mal-educada, não demos ouvidos, nem desanimemos,
pois sempre haverá um pianista amigo para sentar-se ao nosso lado. Às vezes, o
próprio Deus é esse pianista. E assim, a orquestra do mundo continuará, e ficará
ainda mais bonita.
Deus Pai achou
um tesouro, quando foi procurar uma mãe para o seu filho. Isso porque ele mesmo
o havia fabricado. E o bom é que ele deu para nós esse tesouro. Santa Mãe de
Deus e nossa, rogai por nós.
A
oração correta
Havia, certa
vez, uma senhora que rezava, mas parecia que não era ouvida por Deus. Então
procurou um sábio para ter orientação.
O sábio, que
morava numa montanha, perguntou a ela: “Como a senhora reza?” Ela respondeu: “Eu
rezo assim:
‘Senhor, neste
dia, estou com muitos problemas. Preciso da sua ajuda, pois já não sei o que
fazer. Tenha compaixão de mim. Minha família não me entende, e tenho muitos inimigos...
As minhas forças já estão no limite!”
O sábio a
interrompeu e disse: “É muito simples: Quando a senhora reza, não olha para
Deus, mas para si mesma. O centro da nossa oração deve ser Deus, não os nossos
problemas. Devemos dirigir-nos a ele com confiança, sabendo que ele está acima
de todas as coisas.
E mais: Deus é
nosso Pai; ele se interessa por nós e nos ama. A sua oração tem como foco a
senhora mesma e os seus problemas. Mude de foco e verá que a sua vida também
vai mudar.
Entretanto,
saiba que, mesmo do jeito que a senhora reza, Deus a ouve, porque ele é compreensivo.
Por isso, continue rezando”.
“Pedis, sim,
mas não recebeis, porque pedis mal. Pois o que pedis, só quereis esbanjá-lo nos
vossos prazeres” (Tg 4,3).
Vamos dizer a
Maria Santíssima: “Ensina teu povo a rezar, Maria Mãe de Jesus, que um dia teu
povo desperta e na certa vai ver a luz!”
O
cachorro que virou gato
Certa vez, uma
família ganhou um cachorrinho de raça. Quando ele chegou à casa, já havia lá um
gato siamês, muito querido pelo pessoal da família.
O cachorrinho
logo sentiu que aquele povo gostava muito de gatos, e ficou com a sensação de
que, se fosse gato, seria mais aceito pela família.
Começou,
então, a ensaiar um jeitinho de gato... E foi percebendo que as pessoas achavam
isso muito legal. Estava emplacando! E por aí foi.
Com o tempo,
ele até já estava conseguindo miar como o gato. O disfarce ia se ajustando bem
no seu corpo de cachorro. Isto lhe rendia mimos e aprovação das pessoas.
Assim foi
crescendo o cachorrinho. Mas algo começou a não funcionar. De vez em quando, as
pessoas iam percebendo que na realidade ele não era igual aos gatos. De vez em
quando escapava um latido, sem que ele percebesse.
Lentamente, as
pessoas foram desconfiando... Pensando bem, só não via quem não queria.
Enquanto ele era pequeno, até que a máscara de gato passava, mas agora...
Os anos se
passaram... e as pessoas foram percebendo que ele era um cachorro; só ele não
percebia.
Quando ele via
um cachorro, às vezes sentia vontade de ser cachorro. Ele começou a ficar
triste. Pior quando lhe puseram o nome de Fachada.
Então, um dia,
teve coragem e voltou a assumir a sua identidade de cachorro.
“Quem és tu?”
perguntou o povo a João Batista. E ele foi claro: “Eu não sou o Cristo” (Jo
1,19-20). Para nós, a resposta é longa, e inclui a nossa vocação específica,
isto é, aquilo para o qual Deus nos colocou no mundo.
“O Senhor
olhou para a humildade de sua serva”, disse Maria Santíssima. Ela foi uma testemunha
completa: Clara, vivencial, humilde e perseverante. Que Maria e João Batista
nos ajudem a responder, dentro da verdade, à pergunta: “Quem és tu?”
O
ladrão de biscoitos
Certa vez, uma
moça viajou até uma cidade, e lá devia tomar outro ônibus. Ela precisou ficar
esperando na rodoviária por um bom tempo.
Foi à
lanchonete, comprou um saquinho de biscoitos, sentou-se numa cadeira, pegou um
livro que trazia na bolsa e começou a ler.
Logo se
mergulhou na história do livro. Um senhor que estava sentado ao lado, num gesto
de extrema ousadia, foi pegando alguns biscoitos no saquinho que estava na
cadeira vazia entre os dois.
Ela preferiu
não dizer nada. E continuou lendo e mastigando.
Mas aquele
ladrão de biscoitos, cada vez mais a irritava. Ele sempre pegava mais um biscoito,
sem dizer nada a ela.
A jovem
pensou: Se eu não tivesse uma boa educação, repreenderia esse grosso!
E assim foi.
Quando restava apenas um biscoito, ela olhou para o vizinho, ele riu amarelo,
parecendo pouco à vontade, quebrou o biscoito ao meio e lhe ofereceu a metade.
Ela pegou e comeu, mas cheia de raiva.
Que sem
vergonha, pensou. Além de comer meus biscoitos sem agradecer, ainda tem coragem
de fazer isso!
Ficou feliz
quando o ônibus encostou na plataforma. Levantou-se e entrou no ônibus, sem nem
olhar para o homem, aquele ladrãozinho atrevido.
Logo que o
ônibus saiu, ela foi pegar um lenço, e não é que, ao abrir a bolsa, viu lá dentro
o seu saquinho de biscoitos quase cheio! Aquele saco de biscoitos que estava na
cadeira era dele. O “ladrão atrevido” era ela!
Sentiu uma
emoção tão grande que lhe fez tremer o corpo todo. Foi um misto de vergonha e
de admiração pela generosidade e boa educação daquele senhor. Teve uma vontade
imensa de chegar até ele, dar-lhe um abraço e pedir desculpas. Pena que isso
não era mais possível.
Quanto
mal-entendido gera esfriamento de amizades, por falta de esclarecimento! Nós
não sabemos o que se passa dentro de cada pessoa.
“Não julgueis
e não sereis julgados” (Mt 7,1-5). Quando temos algo contra uma pessoa, ou
vice-versa, o melhor é, através do diálogo, esclarecer.
A mãe tem um
dom especial de ver o lado bom dos filhos. Assim é Maria Santíssima, nossa
querida Mãe do Céu. Que ela nos ajude a imitá-la.
O
homem que mandava as coisas para o inferno
Havia, certa
vez, um homem que tinha o costume de, quando estava nervoso, mandar as coisas
para o inferno. Mandava cachorro, gato, ferramenta, cadeira, sapatos, comida...
Um dia, ele
morreu e chegou à porta do Céu. S. Pedro não quis deixá-lo entrar logo, mas pediu
a um anjo que o levasse para dar uma volta.
Passaram perto
do inferno e ele ficou horrorizado. Viu lá dentro todas aquelas coisas que ele
havia mandado para lá: Gato, cachorro, comida, cadeira, enxada...
O homem é o
senhor do universo. Ele manda nas coisas do mundo e da natureza. “Eis que vos
dou todas as plantas...” (Gn 1,26-30).
“De vossa boca
não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar
e de fazer bem aos ouvidos. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus” (Ef
4,29-30)
Maria
Santíssima só falava boas palavras. Que ela nos ajude a mandar tudo para o Céu
e para junto de Deus.
Rastos
na areia
Havia, certa
vez, um rapaz que morava perto do mar. Ele gostava de andar na praia, pra lá e
pra cá, refletindo sobre seus problemas.
Quando
voltava, via na areia sempre rastos de duas pessoas. Ele pensava: Que bom!
Cristo caminha comigo!
Um dia, ele
estava passando por uma crise muito forte, um sofrimento muito grande, e foi
caminhar na praia. Ao voltar, viu rastos apenas de uma pessoa.
Ele disse para
o amigo: “Jesus! Justamente no meu momento mais difícil, o Senhor me abandona?”
Jesus
respondeu: “Não, meu irmão. Você está enganado. Este rasto que você vê é meu. É
que, nas suas horas mais difíceis, eu o carrego nos meus braços”.
“Ide fazer
discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que
estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19-20).
Jesus não
falha neste seu compromisso de estar conosco todos os dias, especialmente nas horas
mais difíceis de seus enviados.
Maria
Santíssima é a Rainha dos missionários, de ontem e de hoje, pois ela, atendendo
ao chamado de Deus Pai, gerou Jesus para nós. Que ela nos ajude a cumprir bem a
nossa missão profética.
Os
rãs que caíram na lata de leite
Certa vez, em
um sítio, duas rãs caíram dentro de uma lata de leite, não totalmente cheia. Elas
tentaram subir pelas laterais da lata, mas eram lisas, e as pobrezinhas
escorregavam.
Tinham, então,
de ficar nadando o tempo todo, senão afundavam e morriam afogadas.
Uma delas,
depois de um bom tempo, desanimou, soltou o seu corpinho, foi para o fundo e
morreu.
A outra
continuou se debatendo. Depois de algumas horas, a surpresa: De tanto se debater,
o leite virou manteiga. Assim, ela pôde descansar um pouco em cima da manteiga.
Em seguida, deu um grande salto e saiu da lata.
Não desanimemos
nas horas de dificuldade. Pelo contrário, vamos lutar com esperança, até o fim
das nossas forças, pois surpresas podem acontecer.
A vida de
Maria Santíssima foi uma constante ascensão para Deus. Até que, um dia, Deus a
levou para o Céu em corpo e alma. Com ela não aconteceu essa história de começar
e desistir no meio do caminho. “Ó Mãe da perseverança, teus olhos volve a nós!”
A
pastoral da esperança
Havia, certa
vez, em uma pequena cidade do interior, um homem idoso que costumava ir aos
velórios. Ele rezava o Terço, lia a Bíblia e dizia umas palavras de conforto
para a família enlutada.
E nessas palavras,
ele, que conhecia a todos na cidade, sempre elogiava o falecido, ou a falecida,
destacando alguma virtude.
Naquela cidade
existia um homem que era mau, muito ruim. As bolas das crianças que caíam no
seu quintal, ele furava. Arrebentava as linhas das pipas. Não ajudava ninguém.
Era bruto, briguento, tratava mal todo mundo... um horror. Além disso, era
preguiçoso. Em vez de trabalhar, passava o dia andando na rua.
Um dia, esse
homem morreu. As pessoas diziam: “Ninguém vai ao velório dele”. Mas ao mesmo tempo
surgiu uma curiosidade: O que será que aquele velho vai falar. Porque nesse
defunto não há qualidade nenhuma para se destacar.
Devido a essa
curiosidade, acabou indo muita gente no velório. O senhor que rezava chegou,
rezou o Terço, leu a Bíblia e depois disse: “Aqui está um homem que sempre
assobiava, alegrando os outros”.
Em seguida,
comentou sobre as virtudes da alegria e do bom humor, que todos devemos cultivar,
a exemplo do falecido.
Ninguém é
totalmente ruim, nem totalmente bom. Só o demônio é totalmente ruim, e só Deus
é totalmente bom. Nós somos uma mistura de qualidades e defeitos. Quando destacamos
as qualidades do nosso próximo, nós o incentivamos a melhorar e a superar seus
defeitos.
Que Maria
Santíssima interceda por nós, a fim de termos um coração semelhante ao do seu
Filho, especialmente na mansidão e na benignidade.
Bêbado
canta parabéns em velório
Certa vez, um alcoólatra
estava voltando para casa, altas horas da noite. A rua era estreita para ele.
Cambaleava quase que de uma calçada à outra.
De repente,
viu uma casa toda iluminada e cheia de gente. Olhou para dentro e viu, na sala,
uma coisa branca sobre uma mesa, parecida com bolo.
Pensou que era
uma festa de aniversário, e já entrou cantando: “Parabéns a você...”
O pessoal lhe
disse imediatamente: “Fique quieto! Isso aqui é um velório!”
Era uma
criancinha recém-nascida que havia falecido.
Bêbado confunde
até defunto com bolo de aniversário!
Há pessoas que
fazem o contrário: Confundem uma festa de aniversário, que é o Natal, com uma diversão
meramente social, onde o aniversariante, Jesus, nem é lembrado. Quem faz isso,
toma uma atitude parecida com a daquele cachaceiro.
A
menina que ganhou a bilha de leite
Havia, certa
vez, uma menina de uns dez anos, muito pobre, que morava na roça.
Um dia, ela
ganhou de um vizinho uma bilha de leite. Ficou feliz. Pôs a bilha na cabeça e
foi para casa.
No caminho,
ela começou a sonhar: Vou vender este leite e comprar uma galinha. A galinha
vai botar ovos, chocar... e quando os pintinhos crescerem e se tornarem
frangos, eu vou vendê-los e comprar uma bezerra. Esta vai virar vaca...
Nisto, não viu
um toco no caminho, tropeçou, a bilha caiu, quebrou-se e o leite se derramou
todo.
Sonhar com o
futuro é bom, mas sem esquecer o presente.
Nosso
procedimento transforma as pessoas
Certa vez, um
rapaz estava chegando a uma pequena cidade, com a sua bagagem, para morar ali.
Na entrada da
cidade, ele viu um senhor idoso e resolveu perguntar a ele sobre o povo daquele
lugar.
Cumprimentou-o
e disse: “Por favor, eu estou chegando aqui para morar, como é o povo desta cidade?”
O ancião, em
vez de responder direto, perguntou a ele: “Como é o povo do lugar de onde você
vem?”
O jovem disse:
“Ah! São todos egoístas e malvados!” “A mesma coisa você vai encontrar aqui”,
disse o homem. O moço entrou na cidade.
Mais tarde,
outro jovem apareceu, com a sua bagagem, também vindo para morar ali. Ao ver o
velho, perguntou-lhe: “Como são as pessoas que vivem nesta cidade?”
O ancião olhou
para ele e perguntou: “Como são as pessoas do lugar de onde você vem?” O rapaz
sorriu e disse: “Ah! Lá as pessoas são magníficas. São amigas, honestas,
hospitaleiras... Fiquei triste por ter de deixá-las”. Então o velho respondeu:
“A mesma coisa você vai encontrar aqui”.
Isto é a pura
verdade. Nós influímos profundamente nas pessoas com quem convivemos. Quem é
bom torna boas as pessoas ao seu redor. Já aquele que é mau, estraga as pessoas
e as torna más também.
Pelo Batismo,
fomos transformados em novas criaturas. E Deus nos chama a transformarmos o mundo,
tornando-o também em um mundo novo.
A presença de
Maria Santíssima no meio dos Apóstolos, após a ressurreição de Jesus, deu-lhes
muita força. Que ela esteja também entre nós.
As
quatro velas
Certa vez,
quatro velas estavam queimando, calmamente. O ambiente era tão silencioso que se
podia ouvir o diálogo que travavam:
A primeira disse:
“Eu sou a Paz. Apesar de minha luz, as pessoas não conseguem manter-me. Acho
que vou apagar”. E, diminuindo devagarinho, apagou-se totalmente.
A segunda
disse: “Eu me chama Fé. Infelizmente, sou muito supérflua. Há pessoas que não
querem saber de min. Não faz sentido eu continuar queimando”. Ao terminar sua fala,
veio um vento leve, e ela se apagou.
Falando
baixinho e com tristeza, a terceira vela se manifestou: “Eu sou o Amor. Não tenho
mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar,
esquecem até daqueles à sua volta e que as amam. Dizendo assim, apagou-se.
De repente,
entrou uma criança e viu as três velas apagadas. “Que é isto? Vocês deviam
queimar e ficar acesas até o fim!” E começou a chorar. Então a quarta vela
falou: “Não tenha medo. Enquanto eu queimar, podemos acender as outras velas. Eu
sou a Esperança”.
A criança, com
os olhos brilhantes, pegou a vela que restava e acendeu todas as outras.
Que a vela da
esperança nunca se apague dentro de nós.
Pão
nosso com manteiga, nos dai hoje
Certa vez, um
garotinho de quatro anos estava na Missa, junto com irmã mais velha. O Evangelho
era aquele em que Jesus fala: “Pedi e vos será dado. Procurai e encontrareis.
Batei e a porta vos será aberta. Pois todo aquele que pede recebe, quem procura
encontra e a quem bate a porta será aberta” (Lc 11,9-10).
Na homilia, o
padre reforçou, dizendo que, quando desejarmos alguma coisa, é só pedir a Deus
com fé, que ele nos dá.
Na hora do Pai
Nosso, o menino falou bem alto: “Pão nosso com manteiga, nos dai hoje...”
As pessoas que
estavam próximas ouviram e riram.
Quando
terminou a Missa, uma senhora agradou o menino e perguntou por que ele rezou daquele
jeito. Ele disse: “Porque, lá em casa, pão nós já temos. O que falta é manteiga”.
Em casa, a
irmã conversou com os pais e resolveram fazer uma surpresa para o garoto. Como
era o padeiro que entregava o pão todos os dias de manhã, ela foi à padaria e pediu
que no dia seguinte colocasse dentro do saquinho também um potinho de manteiga.
Quem costumava
pegar o pão de manhã era o próprio menino. Naquela manhã, ele voltou do portão vibrando
de alegria e falou para a família: “Olhem aqui, eu pedi manteiga para Deus e
ele me atendeu!”
Depois, a irmã
lhe explicou que foi ela que foi à padaria e encomendou.
De uma forma
ou de outra, Deus atende aos nossos pedidos, e principalmente não deixa seus
filhos e filhas passarem necessidade, pois ele é Pai nosso de verdade!
Cafezinho
nas construções
Certa vez, um
homem ficou desempregado, e começou a procurar emprego.
Um dia, ele
estava andando numa rua e, passando ao lado de uma construção, alguns pedreiros
e serventes que estavam em cima de um andaime pediram a ele se podia ir à padaria
perto e trazer café. Ele fez isso e ganhou uma gorjeta.
No dia
seguinte, no mesmo horário lá estava o homem passando na calçada. Gritou para
os funcionários: “Vocês querem café?” “Sim”, disseram. Ele levou.
Depois de três
dias, ele mesmo fez o café e levou para os funcionários. O lucro já foi bem
maior.
Resultado:
Aquele homem fundou uma empresa destinada a servir café em construções. Meninas
lindas e uniformizadas serviam café completo para os trabalhadores.
Aquele homem,
não só arrumou um serviço, mas criou empregos para várias pessoas.
“Disse o
Senhor a Adão: Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste da árvore de cujo
fruto te proibi comer, amaldiçoado será o solo por tua causa. Com sofrimento
tirarás dele o alimento todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos
e ervas daninhas... Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,17-19). Feliz
quem ama o trabalho e até cria empregos.
“Quem não quer
trabalhar também não coma” (2Ts 3,10).
O
padre e a cozinheira
Certa vez, um
padre chegou, à noite, à casa de uma família, e a mulher foi logo para o fogão
preparar o jantar.
Ao observar o
trabalho dela, o padre comentou: “Eu sei rezar Missa e a senhora não sabe; mas a
senhora sabe cozinhar e eu não sei. Estamos empatados”.
Foi uma
brincadeira, mas com uma grande lição vocacional. Estão empatados diante de
Deus, porque nenhuma vocação é maior ou menor que a outra. O importante é cada
um cumprir bem a sua.
Quantas
pessoas trabalharam nesta camisa que você veste? Você não sabe. Mas também não
sabe quantas pessoas se beneficiam com o seu trabalho. Não conhecemos a maioria
das pessoas a quem servimos com o nosso trabalho, mas também não conhecemos a
maioria das pessoas que, com o seu trabalho, nos servem. As vocações se entrelaçam
como uma rede. Cada um de nós dá e recebe ao mesmo tempo. Isso nos encanta e
nos dá forças para continuar servindo.
O salário
nunca paga o trabalho de uma pessoa humana, pois esta, como filha de Deus, tem
valor infinito. A palavra salário vem de sal, símbolo do alimento de que que
precisamos para continuar trabalhando. O que nos move a trabalhar é o serviço
que prestamos ao próximo.
Jesus disse:
“Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho” (Jo 5,17). De fato, Jesus era
conhecido em sua cidade pela sua profissão: O carpinteiro.
A
mulher que perdeu a agulha
Certa vez, ao
entardecer, uma mulher estava remendando uma roupa e perdeu a agulha. Sua casa
era de chão e não tinha luz elétrica.
Ela procurou a
agulha dentro da casa, mas não achou. Então começou a procurá-la no terreiro, que
ainda estava claro.
Chegou uma
vizinha e começou a ajudá-la a procurar a agulha. Como não achavam, a vizinha
perguntou: “Mas onde foi mesmo que você perdeu a agulha?” “Lá dentro”, respondeu
a outra. “Mas lá está escuro, por isso vim procurar aqui”.
Uma cena dessa
dificilmente acontece. Mas situações semelhantes acontecem, e muito. Como o uso
de bebida alcoólica, ou de droga, para esquecer angústias e problemas. A pessoa
procura em lugar errado aquilo que perdeu.
Você conhece
aquela história da avestruz. Quando o caçador a persegue, ela corre o máximo
que pode. Quando percebe que não consegue mais escapar, enterra a cabeça na terra
para não ver o perigo. O caçador pode chegar e pegá-la com a mão. Não adianta
uma sensação de proteção apenas ilusória.
“Junto à cruz de Jesus estava, de pé, sua
mãe...” (Jo 19,25). Que ela interceda junto de Deus por nós, a fim de que
encaremos de frente os nossos problemas, do jeito que ela fez.
A
oração nota dez
Certa vez, uma
catequista entrou na igreja e viu um menino ajoelhado, em oração. Naquele
silêncio, ela ouviu o que ele dizia, olhando para o sacrário. O garoto simplesmente
recitava o alfabeto: “A, b, c, d...” Quando chegava ao z, ele começava de novo.
Como o menino
não parava de repetir o alfabeto, a catequista aproximou-se dele e perguntou:
“Filho, você veio aqui rezar?” “Sim”, disse ele. Ela então falou: “Meu bem, e
por que você fica recitando o alfabeto?” Ele respondeu: “É porque eu não sei
rezar. Por isso eu falo para Deus todas as letras, para ele ajuntá-las como quiser”.
Quanta gente
não frequenta a catequese, não estuda a religião, e não sabe nem rezar! Mas a
oração deste garoto tem um aspecto bonito: A disponibilidade. A melhor oração
não consiste em pedir a Deus que faça a nossa vontade, e sim no contrário:
“Seja feita a vossa vontade”.
Há pessoas que
sobem no Altar, colocam Deus sentado no banco lá embaixo, e ficam dando ordens
para ele, como se ele fosse seu empregado: “Eu peço ao Senhor que faça isso e
isso para mim, do jeito que eu quero e na hora que eu quero. E ai do Senhor se
não me obedecer! A minha fé vai entrar em crise”. Esse tipo de fé é até bom que
entre em crise. Muitas crises são rasteiras que o mundo nos dá, e Deus permite,
para que cresçamos na maneira de rezar.
Maria
Santíssima teve um sentimento semelhante ao daquele garoto, embora expresso de
forma consciente e elevada: Eis aqui a escrava do Senhor; faça de mim como o Senhor
quiser.
O
monge fujão
Certa vez, em
um mosteiro, um monge foi fraco e fugiu. Lá fora, ele aprontou de tudo. Mas,
depois de um tempo, arrependeu-se e pediu para ser aceito novamente no mosteiro.
O abade reuniu
os monges, comunicou a notícia, e pediu a opinião deles.
Um dos monges
fez uma longa dissertação, com argumentos contrários à readmissão do ex-colega,
devido aos erros que ele cometeu lá fora.
Mas outro
monge discordou e lhe disse: “Se você tivesse derramado apenas uma gota de
sangue por ele, certamente teria outra opinião”.
Pronto.
Aquelas palavras tocaram toda a Comunidade, e acolheram com alegria o monge fugitivo.
Esse argumento
vale para nós. Jesus morreu na cruz pela salvação de todos os homens e mulheres
do mundo, de todos os tempos. Ele não derramou por nós apenas uma gota, mas
todo o seu sangue. E seria capaz de fazê-lo de novo, por cada um, se fosse necessário.
Tal é o seu amor a nós.
“Proclama a
Palavra, insiste oportuna ou inoportunamente, convence, repreende, exorta, com
toda a paciência e com preocupação de ensinar” (2Tm 4,2). Com essas palavras, S.
Paulo nos pede duas coisas: A firmeza em ensinar, e a paciência, pois o toque
da graça na pessoa, que a faz mudar de vida, não depende de nós, mas está entre
a pessoa e Deus, o que pode demorar anos
.
A
chegada emocionante do seminarista
Certa vez, um
adolescente entrou no seminário para tornar-se padre. Ficou dois anos sem ver a
família, devido à distância e às normas rígidas do seminário. Neste tempo, ele
engrossou a voz e começou a nascer a barba.
Sua família tinha
o costume de rezar todos os dias a oração O Anjo do Senhor, às 18 horas. Todos
iam para o quarto e se ajoelhavam diante do oratório que ficava no fundo do
quarto.
Na volta para
as férias, coincidiu que, quando o seminarista entrou em casa, era exatamente
18 horas, e a família estava toda no quarto, começando o Anjo de Senhor.
O rapazinho
entrou no quarto, ajoelhou-se atrás e começou a responder as orações em voz
alta, junto com seus irmãos. Todos olharam para trás, mas, por respeito à oração,
não a pararam.
Entretanto, a
emoção foi tanta que não adiantou o esforço. Só virou choradeira, de alegria, e
ninguém mais conseguiu rezar.
Deus abençoa a
família que reza unida. O padre de amanhã, hoje mora na sua casa.
Maria Santíssima
também recebeu uma visita inesperada. Certamente ela se emocionou, mas aguentou
firme no diálogo com o anjo, representante de Deus.
O
que Jesus veio fazer aqui?
Havia, certa
vez, um menino de dez anos, chamado Jesus. Era um garoto simples, que morava na
roça, filho de uma viúva pobre. Ele nunca tinha ido à cidade.
Em um domingo
de manhã, a mãe disse a ele: “Jesus, vá a cidade comprar farelo”. E deu-lhe um
saco vazio para colocar o farelo.
O menino
perguntou: “Mãe, onde eu vou encontrar farelo lá na cidade?” “No mercado, filho!”
respondeu a mãe.
“Mas onde fica
o mercado?” A mãe explicou: “Você vai ao centro da cidade. Quando você ver uma
casa grande, com muita gente entrando e saindo... É lá”.
Quando Jesus
chegou ao centro da cidade, viu muita gente entrando na igreja. Pensou: É aí o
mercado. Entrou e ficou lá atrás, segurando o saco vazio.
Teve início a
Missa e, na hora do sermão, o padre começou dizendo: “Meus irmãos, o que Jesus
veio fazer aqui?” O menino gritou: “Comprar farelo”. As pessoas olharam para
trás, e riram do fora que o garoto deu.
Aquele menino
estava na Missa, mas nem sabia o que é Missa, nem o que é igreja. Não sabia também
o que Jesus Cristo veio fazer na terra.
Isso porque
ele não estudou o catecismo. Que nós procuremos conhecer bem as coisas de Deus,
para não acontecer algum fiasco semelhante a esse.
O
envio da missionária
Certa vez, uma
jovem foi trabalhar como missionária em um país distante. Na sua Paróquia,
houve a celebração do Envio.
No final da Missa,
ela foi à frente despedir-se da Comunidade. Todo mundo ficou emocionado ao ver
o ideal daquela linda moça, e a sua fé.
Uma menina lhe
disse: “Nossa, você vai para tão longe! Tem coragem?” A missionária apontou para
o Sacrário e disse: “Ele está lá também!” Quer dizer: Este mesmo Jesus, o nosso
melhor amigo, estará comigo lá também!
“Ide pelo
mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15). “Como o Pai
me enviou, eu vos envio... Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,21-22). A sede de
Jesus tornou-se a nossa sede. O nosso anseio é também salvar o mundo inteiro.
Nem frio nem quente
Certa
vez, dois grupos de pessoas estavam reunidas, separadas por um muro. De um lado, estavam os que serviam a Deus. Do
outro, os que não serviam a Deus e estavam do lado do diabo.
Em
cima do muro, estava um homem que, no passado, tinha servido a Deus, mas agora
estava indeciso. Ele observava os dois lados, a fim de decidir.
Enquanto
isso, a turma de Deus o chamava e gritava sem parar: “Hei, desça daí e venha para
cá!”
Já
o grupo de Satanás não gritava nem o chamava. E essa situação continuou
por um bom tempo.
O
homem, então, perguntou ao diabo: “Por que eles me chamam e você não?” O diabo
respondeu: “É porque o muro é nosso”.
Quer
dizer: Em relação a Deus, ninguém fica em cima do muro. Quem se juga nessa posição,
já está, há tempo, no caminho da perdição.
“Conheço
a tua conduta. Não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque
és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap
3,15-16).
O
pescador tranquilo
Certa vez, um
agricultor estava pescando, perto da sua casa. Estava dando muito peixe.
Chegou um homem
da cidade e, ao ver a abundância de peixes, falou para ele:
- “Por que você
não põe duas varas?”
- “Para que
duas varas?”
- “Porque,
assim, você pode pegar mais peixe, vendê-los e comprar uma molinete, e com ela
pegar peixes maiores lá no fundo do rio”.
- “Para que
peixes maiores?”
- “Porque assim
você pode vender os peixes e comprar uma canoa”.
- “Para que a
canoa?”
- “Porque com
ela você pode procurar os cardumes, pegar muito peixe, comprar um barco e até
montar uma companhia de pesca”.
- “Para que
barco e companhia?”
- “Porque com
eles você pode ter mais rendimentos e comprar uma fazenda”.
- “Para que
fazenda?”
- “Porque, com
a fazenda, você fica rico e poderá vir pescar aqui tranquilo”.
- “Mas eu já
estou tranquilo. O senhor é que veio me perturbar!”
Como que a
ganância, além de destruir a natureza, acaba com a nossa paz! No fundo, a ganância
é uma idolatria, porque a pessoa deixa de acreditar em Deus para acreditar no dinheiro
e nos bens materiais.
“Não podeis servir
a Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13).
Maria
Santíssima tinha uma única riqueza: O Filho. Por isso, o seu coração era puro,
um coração imaculado. Santa Maria, rogai por nós.
O
colar de diamantes
Certa vez, um
pai deu para a sua filha, como presente pelo aniversário de quinze anos, um
colar de diamantes, de altíssimo valor. A mocinha ficou muito feliz.
Mas, alguns
dias depois, o colar desapareceu. Por mais que a família o procurasse, não encontrou.
O pai, então,
ofereceu uma grande recompensa a quem encontrasse o colar, ou o devolvesse. A
notícia se espalhou e muitas pessoas começaram a procurá-lo.
Um dia, um
rapaz passava na beira de um lago e viu lá no fundo da água o colar. Apesar de
a água ser poluída e estar cheirando mal, ele, pensando na recompensa, venceu o
nojo e introduziu a mão na água para pegar o colar.
Mas não conseguia
pegá-lo. Parecia que o colar lhe fugia da mão.
Entrou dentro
do lago, apesar da grossa camada de lodo no fundo, mas também sem sucesso.
Por fim, ele
mergulhou no lago para olhar bem no fundo. Entretanto, mesmo assim o colar
sempre escapava.
Todo enlameado,
desistiu de procurar e ia voltar para casa, a fim de tomar um banho e trocar de
roupa.
Nesse momento,
apareceu um velhinho, o qual perguntou ao moço por que estava tão sujo. Ele explicou.
O velho
apontou para cima e mostrou-lhe o colar pendurado no galho de uma árvore. O que
ele via no lago era apenas o reflexo. Certamente algum pássaro grande, atraído
pelo brilho das pedras, levou o colar para a árvore.
Foi só o rapaz
subir na árvore, pronto, pegou o colar e ganhou o valioso prêmio.
O reflexo do
colar na água suja representa as nossas buscas ilusórias do tesouro da felicidade.
Para encontrá-lo, basta olhar para cima, para o alto, para os valores do Céu.
Por exemplo, o
tesouro que temos, que é o sexo, não foi feito para viver na lama, e sim nas
alturas. Precisamos olhar para cima e subir.
Maria
Santíssima olhou para cima, desde o começo de sua vida. Por isso, evitou
sujar-se na lama do pecado.
Menino
joga pedra em um carro
Certa vez, um
garoto de dez anos estava na margem de uma rodovia, e jogou uma pedra em um carro
que passava. Era um carro novo, e amassou a lateral.
O motorista, que
era um rapaz, parou o carro, deu ré e saiu, disposto a dar-lhe uns tapas.
Mas, ao se
aproximar, viu que o menino estava chorando. A criança foi logo dizendo: “Moço,
desculpe! É que minha mãe está passando mal, precisa ir para o hospital, e nenhum
vizinho aqui tem carro. Já faz mais de uma hora que eu estou aqui, acenando
para os carros pararem, mas ninguém para! O único jeito foi fazer isso. Você
podia levar minha mãe para o hospital?”
Mais que
depressa, o rapaz entrou na casa do garoto, ajudou a colocar a senhora no carro
e a levou para o hospital.
Aí está a
razão principal da violência. Quando uma pessoa não é amada, ou não é atendida
em suas necessidades, é capaz de fazer loucuras. E o pior é que, depois,
acostuma a fazer loucuras.
É a nossa
insensibilidade diante dos que sofrem. Estes não têm outra saída a não ser
apelar.
Somos uma sociedade
que fala e não faz. Quanta gente passando necessidade ao nosso lado, e não as
socorremos!
O
jornalista que sofria erisipela
Certa vez, um
jornalista contraiu erisipela. Lutou muito, tomou remédios, passou pomadas, mas
não sarava. Ele estava muito preocupado.
Alguém o
aconselhou a ir ao Santuário Nacional de Nossa Senhora, em Aparecida. Ele foi.
Participou de
tudo: Da Confissão, da Missa, dos cantos, da Comunhão... Gostou muito. Voltou
para casa entusiasmado.
Ao chegar, foi
logo contando para a esposa, e descrevendo cada coisa que viu. “Valeu a pena”,
disse ele. “Estou até pensando em ir com você à Missa no domingo”.
A
esposa o interrompeu e perguntou: “E a erisipela?” Ele respondeu: “Ah! A erisipela?
Eu pedi sim”.
O que
aconteceu com esse jovem senhor foi uma mudança de foco. Antes, a preocupação
era a doença; agora, o foco é a vida nova que ele quer levar, mais perto de
Deus. A preocupação com a erisipela continua, mas foi para o segundo lugar. Ele
deu volta por cima, e essa atitude ajuda na cura física.
Essa mesma
mudança de foco acontece com milhões de romeiros que visitam Aparecida,
Trindade, Bom Jesus da Lapa, Fátima, Lourdes etc.
Mais que a
doença, Deus cura o doente. E isso é o principal, e ajuda na cura da doença.
Vamos
aproximar-nos de Deus para pedir o que quisermos, mas com abertura, porque ele
também quer nos falar.
Mãe dos
doentes, rogai por nós.
A
tartaruga e a águia
Certa vez, uma
tartaruga estava andando, à beira de um riacho. Olhou para cima e viu uma águia
voando lá nas alturas.
A tartaruga
sentiu inveja e quis voar também. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia
nem sair do chão.
Pediu, então,
à águia: “Águia, desça aqui e me leve para cima. Eu quero aprender a voar
também!”
A águia veio,
segurou a tartaruga com suas longas garras e foi para os ares. Lá em cima, a
tartaruga contemplou as montanhas, as paisagens, as flores, as casas, os
rios... Ficou deslumbrada. Antes, ela não via mais que um palmo na frente do
nariz, e agora teve uma nova visão do mundo.
Quando estava
bem alto, ela disse à águia: “Águia, pode me largar agora, que eu vou voar
sozinha”.
A águia a soltou.
Adivinhe o que aconteceu. A tartaruga caiu e se esborrachou no chão! Por isso
que até hoje as tartarugas têm o casco todo amassado.
É uma fábula
oriental. Precisamos estar sempre apegados em Deus e nunca querer voar sozinhos
pela vida. Se alguém disser: Eu não preciso de Deus para ser feliz (Missa, oração...),
vai se esborrachar como a tartaruga. “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Viver na
unidade é uma graça de Deus, que só conseguimos através da oração.
A mãe é o
centro de unidade da família. Que a nossa Mãe Maria Santíssima nos ajude a vivermos
tão unidos que nos tornemos imagens vivas da Santíssima Trindade.
Vexame
no retiro
Certa vez, um
sábio foi convidado a pregar um retiro para um grupo de pessoas. O grupo morava
distante, e ninguém o conhecia pessoalmente.
O retiro ia ser
em uma casa própria para encontros, e ia começar após o almoço.
Ao meio dia, quando
todo o grupo já estava almoçando, o sábio chegou e apertou a campainha. Estava
com uma roupa muito simples, e aparência de pobre, como de fato era.
Um funcionário
da casa de encontros veio atendê-lo. Ele disse que queria falar com o chefe do
grupo do retiro.
O porteiro explicou
que naquele momento não era possível, pois estavam almoçando. “Só após o almoço”,
disse ele. E o porteiro não o convidou para entrar, pensando ser um andarilho,
pedindo auxílio.
Assim, o
pregador do retiro ficou do lado de fora, sentado na calçada. Quando, após o
almoço, o chefe veio atendê-lo, e ele se apresentou, o constrangimento foi
geral. Todos lhe pediram mil desculpas.
Esta foi, talvez,
a melhor palestra daquele sábio, no retiro.
“Eu te louvo,
Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos
e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado” (Lc 10,21).
O discípulo de
Jesus não pode desprezar o pobre, nem tratá-lo de modo inferior aos demais.
Pelo contrário, deve preferi-lo.
Óculos
para ver cardumes
Existe uma
técnica de pesca, principalmente para pescar truta: O pescador joga o anzol no
lago e fica balançando a linha. Dá impressão que é um inseto voando.
Como a linha
de vez em quando bate na água, a truta “pensa” que foi o inseto que caiu. Ela,
então, vai direto na isca.
Mas, para isso,
o pescador precisa usar óculos polarizados, que lhe permitem ver a mancha lá no
fundo do lago, que é o cardume. Senão não adianta ficar balançando a linha onde
não há peixes.
Se quisermos
ver determinados objetos, precisamos de instrumento próprio. A olho nu, não dá
para vê-los. Por exemplo, para vermos micro organismos, precisamos do microscópio.
Para vermos astros mais distantes, precisamos do telescópio...
Isso vale
também para nós. Para vermos as manchas que estão no fundo da nossa consciência,
precisamos de um instrumento eficaz, que é a oração.
No meio do
barulho e da correria da vida, nós não vemos as nossas falhas mais profundas.
Queremos
aproximar-nos de Deus com uma vida sem mancha, sem pecado. Que tal usarmos os
óculos polarizados da oração? Esse instrumento nos permitirá ver as nossas
manchas mais profundas, que muitas vezes são as raízes das que aparecem. Ver e capturá-las,
como faz o pescador de truta.
Maria
Santíssima era um lago de águas límpidas e transparentes, sem nenhuma mancha.
Mãe Imaculada, rogai por nós.
muito bom, otimo q Deus abencoe pelas lindas historias, e que o Espirito Santo continue a inspirar..
ResponderExcluirGOSTO MUITO DAS HISTORINHAS AQUI POSTADAS. ALÉM DE LER,COMPARTILHO TAMBÉM COM OUTRAS PESSOAS NO FACE.
ResponderExcluirPARABÉNS.