PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Janeiro/14




HISTÓRIAS DE VIDA-JANEIRO/14

O primeiro passo e seus efeitos

Havia, certa vez, uma mocinha adolescente que vivia brigando com sua vó. Ou melhor, a vó vivia brigando com ela. A garota pertencia ao grupo de jovens, e os colegas do grupo também se preocupavam com o problema, e já não sabiam mais o que fazer.

Um dia, a menina chegou para a reunião vibrando de alegria. “Resolvi o problema!” disse ela. “Eu e minha vó somos agora as melhores amigas”.

E o motivo foi muito simples: A garota começou a arrumar a sua cama de manhã, quando se levantava. Só isso bastou para a vó não pegar mais no pé dela.

Claro, a vó entendeu que aquele gesto da neta era o primeiro passo de uma vida futura, dedicada a servir o próximo.

A menina pulou do outro lado: De recebedora de serviços, passou a doadora, a servidora. O resto, o tempo vai se encarregar de trazer e de construir.

O simples gesto de arrumar a própria cama ao se levantar é visto pela vó como o primeiro passo de uma longa vida de doação e de serviço, talvez de uma futura esposa e mãe.

As coisas são assim: Crescem devagar em nós. Podemos comparar o serviço ao próximo com uma grande estrada. No começo, está o arrumar a própria cama. No final da estrada, está o gesto de Jesus, de se transformar em alimento.

“Quem poderá definir o encanto que há no espelho do teu olhar? Ó Mãe de Deus, eu te amo tanto, mas cada vez mais te quero amar.”


O caminho para morar com Jesus

Diz uma lenda que aquela viúva de Naim, cujo filho Jesus ressuscitou (Lc 7,11-17), um dia ficou sabendo que Jesus fora preso em Jerusalém, e estava ameaçado de ser condenado à morte.

Ela ficou desesperada, e queria de toda maneira encontrá-lo, para dizer-lhe mais uma vez: “Deus lhe pague!”. Convidou o seu filho e foram para Jerusalém.

Logo que chegaram, começaram a perguntar para todos que encontravam, onde estava Jesus. Mas ninguém sabia, ou tinham medo de informar.

Finalmente, alguém lhe disse: “Há três dias, um homem, chamado Jesus, foi condenado, e devia morrer numa cruz, no topo daquele morro ali”.

A viúva e o filho foram às pressas para o monte do Calvário. Ao se aproximarem, viram umas manchas de sangue no chão. Pensaram que deviam ser de Jesus. Foram seguindo as manchas, morro acima.

Ao chegarem ao topo do morro, não viram ninguém. Então a viúva começou a chorar. Neste momento, Jesus lhes apareceu, ressuscitado e glorioso. Ficaram muito alegres, e ela lhe disse todas as palavras de agradecimento que queria dizer.

Jesus lhe falou: “Se a senhora quiser morar eternamente comigo, deverá fazer o que a senhora fez hoje: Seguir os meus rastos de sangue aqui na terra”.

Que Maria Santíssima nos ajude a seguir os passos do seu Filho, mesmo que sejam manchados de sangue.


Idoso doa herança para asilo

Havia, certa vez, um senhor viúvo e idoso, que tinha quatro filhos casados. Estes acharam melhor colocá-lo em um asilo, dirigido por Irmãs religiosas.

Alguns meses após a sua mudança para o asilo, o velho recebeu a notícia de que um irmão seu, solteiro, que morava muito distante, havia falecido e uma grande herança em dinheiro tinha ficado para ele. Esse valor já estava no banco à sua disposição.

Ao saberem do fato, os quatro filhos o queriam de volta em suas casas. Mas o pai foi decidido e disse: “Vocês me rejeitaram, e as Irmãs daqui me acolheram com alegria. Agora, vou morar aqui até o fim da vida. Esta é a minha casa. E colocarei todo este dinheiro na conta bancária do asilo”.

Maria, passa na minha frente, para que eu possa vencer o egoísmo e obedecer o quarto mandamento da Lei de Deus!


As velas do nosso Batismo

Certa vez, uma senhora bem idosa teve um sonho. Ela sonhou que havia morrido e estava na porta do Céu, esperando para entrar. Havia várias almas lá, todas em fila. De repente, S. Pedro chegou e abriu a porta.

Olhando para dentro do Céu, a senhora viu uma quantidade enorme de velas. Umas acesas, outras apagadas, algumas já estavam quase no fim, e outras no começo. Umas estavam se apagando e outras tinham a chama grande e bonita.

A senhora perguntou a S. Pedro que velas eram aquelas. Ele respondeu: “São as velas que cada um recebeu no dia do seu batismo. Uns cuidam bem, outros não cuidam e até a deixam apagar. A situação é esta que a senhora está vendo”.

A mulher então perguntou: “S. Pedro, e a minha está aí?” “Sim”, disse S. Pedro. É aquela ali”. Era uma vela que estava já no toquinho, mas ainda acesa. E S. Pedro continuou: “Depois que a pessoa entra aqui, este fogo da sua vela se junta com a luz de Deus que ilumina todo Céu”.

Resta saber como está a nossa vela! “Vós sois a luz do mundo”. Todos somos profetas, e o profeta deve ser como João Batista. A luz de Deus deve brilhar forte através de nós, anunciando a justiça e denunciando as injustiças e os pecados, sem medo das consequências.

Quando nos virmos cercados dos perigos desta vida,
É-nos remédio infalível a Senhora Aparecida.


O viúvo que queria ver Jesus

Certa vez, a esposa de um homem faleceu. Os dois viviam muito unidos, por isso ele ficou desnorteado. Perdeu até o gosto de viver. Mas continuou morando sozinho na casa.

Como ele sempre dizia, em suas orações, que gostaria muito de ver Jesus, numa noite teve um sonho, no qual Jesus lhe dizia que no dia seguinte, à tarde, ia visitá-lo. O homem ficou vislumbrado.

A primeira coisa que fez foi limpar e enfeitar a casa. Depois carpiu o quintal e ajuntou um monte de lixo. Cansado, sentou-se em cima do lixo.

Nisso, apareceu um jovem e perguntou-lhe: “O senhor deseja uma ajuda?” “Sim”, disse ele, “porque Jesus vem me visitar hoje à tarde e este quintal está muito sujo”. E os dois passaram a trabalhar juntos.

Durante o trabalho, eles conversaram muito. O homem contou para o moço a sua alegria por receber Jesus. Estava atento a qualquer barulho na frente da casa, para ir lá receber Jesus.

Mas o sol entrou, e nada. Começou a escurecer e Jesus não apareceu. Quando terminaram de arrumar tudo, ele convidou o rapaz para sentar-se e falou: “Eu acreditava que Jesus vinha me visitar hoje, mas não veio!”

O jovem levantou-se e disse: “Olhe para mim. Eu sou Jesus!”

Essa história lembra a cena dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Deus é amor, e Jesus é a imagem de Deus invisível. Onde existe amor, Deus aí está. Que nós também sejamos, através do amor, presença de Jesus na vida das pessoas.

Maria, na Anunciação, acolheu o Verbo eterno e, nove meses depois, o deu para o mundo. Nós temos uma vocação parecida: No Batismo, acolhemos o Cristo em nós e, quando crescemos, nós o damos ao mundo.


Vaca quer ultrapassar carro

Certa vez, um sitiante estava caminhando na beira de uma estrada, levando uma vaca.

Passou um carro e ele pediu carona. O motorista parou, mas disse: “Como que você quer carona, se está com esta vaca?” “Ela acompanha atrás”, disse o sitiante.

O motorista achou aquilo um absurdo. Mas... Foi indo devagar. Vendo que a vaca vinha atrás mesmo, aumentou um pouco a velocidade. Viu que a vaca acompanhava. Resolveu testá-la e aumentou a velocidade até 120 km por hora. Minutos depois, olhando pelo retrovisor, viu que a vaca estava com a língua para fora.

Disse para o sitiante: “A vaca está com a língua para fora. Quer que eu pare?” O sitiante, na maior calma, perguntou: “De que lado está a língua dela?” “Do lado esquerdo”, respondeu o motorista. O sitiante falou: “Então dê caminho porque ela quer ultrapassar!”

Os pais e professores precisam estar atentos para os sinais que os formandos dão, de que querem ultrapassar, e dar caminho a eles. Isso exige humildade. Precisamos deixar os mais novos ir em frente, e até ficarmos felizes ao saber que o aluno superou o mestre.

Educar é uma arte. Ou melhor, é uma graça de Deus. Mas exige humildade da parte do formador, que o leva a sempre dar passagem.

É muito bonita a atitude de Maria Santíssima, quando encontrou o Filho no Templo, após três dias de procura (Lc 2,22-40). A primeira coisa que ela fez foi perguntar a ele por que havia agido assim com os pais.


O urubu, a raposa e o queijo

Certa vez, um urubu estava em cima de uma árvore, com um pedaço de queijo no bico. Passou uma raposa embaixo, viu aquele queijo e quis comê-lo. Então disse ao urubu:

“Que pássaro magnífico é você! Que cores maravilhosas você tem! Nunca vi uma ave tão linda. Será que sua voz é também bonita? Se for, deverá ser proclamado o rei dos pássaros”.

Ao ouvir esses elogios, o urubu ficou todo orgulhoso. Abriu o bico e começou a dar os seus feios grunhidos. Com isso, o queijo caiu no chão e a raposa o devorou.

Nós também podemos ser enganados, das maneiras menos esperadas, e abandonar a Igreja que Jesus fundou. Que não acreditemos em quaisquer palavras, porque nem tudo o que brilha é ouro.

Vamos pedir a Maria Santíssima, a Mãe de Cristo e da Igreja, que nos ajude a amar muito o seu Filho, e o seu Corpo Místico, que é a Igreja, una, santa, católica e apostólica.

E que, na Igreja, estejamos unidos aos nossos pastores, a fim de não cairmos nas armadilhas do mundo pecador.


A força de um sorriso

Certa vez, uma santa mulher estava andando numa estrada e viu uma senhora que estava sentada, muito triste. Sorriu para ela. Contagiada pelo sorriso, a outra também sorriu. Levantou-se e começou a caminhar também.

Um pouco na frente, esta encontrou-se com um mendigo. Como não tinha nada para lhe dar, sorriu para ele. O pobre também sorriu. A fome continuou roendo seu estômago, mas a coragem de lutar apoderou-se dele.

Esperançoso, o mendigo foi pedir um pedaço de pão na casa mais próxima. O dono da casa apareceu carrancudo. O mendigo sorriu, e o sorriso o desarmou. Foi à despensa e trouxe uma cesta de alimentos.

Quando a esposa foi preparar o jantar, não encontrou quase nada na despensa. Antes que ficasse irritada, o marido contou, sorrindo, o fato. Ela engoliu o mau humor que ia subindo pela garganta, e sorriu também.

Assim, o sorriso foi de semblante em semblante e animou o olhar de todos que tinham boa vontade. E o mundo encheu-se de alegria e bondade.

“Só um sorriso vale mais que um grito, vale mais que tudo... Basta um sorriso e serás feliz.”

Quando o Anjo Gabriel apareceu a Maria, a primeira coisa que ele falou foi: “Alegra-te...!” Maria ficou tão feliz que foi às pressas à casa de Isabel dar a alegre notícia. E a alegria continua se espalhando até hoje. Mãe da alegria, rogai por nós.


O show de Woodstock

O mundo ficou impressionado com um mega show de rock acontecido nos EE. UU., anos atrás. O evento era para durar uma semana. Milhares de jovens ouvindo músicas e dançando.

Em determinado momento, incendiaram tudo: Aparelhagem de som, carros dos canais de televisão, barracas de lanches... Tudo. Uns punham fogo e os outros batiam palmas. Quando a polícia chegou, toda a multidão vaiou os policiais.

Um repórter perguntou para um rapaz por que fizeram aquilo. Ele respondeu: “As coisas aqui estavam muito caras. Uma pizza custava doze dólares!”

Quer dizer, os jovens perceberam que estavam sendo manipulados. Todo mundo só queria ganhar dinheiro em cima deles: Canais de televisão, comércio, traficantes de drogas...

Os próprios artistas que subiam no palco para tocar e cantar não passavam de marionetes nas mãos de exploradores econômicos. Então, a reação foi quase espontânea: Por fogo em tudo.

E o repórter fez a mesma pergunta para um dos líderes do incêndio. Ele respondeu: “Eu estava entediado. Tentei várias vezes iniciar este incêndio, mas só agora deu certo”. Entediado quer dizer: vazio, sem sentido para viver.

E os pais desses jovens, será que não merecem a mesma repreensão de Jesus, dada a Marta? “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária” (Lc 10,41).

Aquela melhor parte que Maria escolheu podemos chamar de fé. É ela que dá sentido para a nossa vida. Sem a fé, caímos em um vazio existencial que, para o jovem, leva ao uso de drogas, à violência... Para o adulto, leva ao alcoolismo, à infidelidade...

O que adianta um adolescente ter boa saúde e bons estudos, se não tem fé? Vai acabar usando essas conquistas para destruir a si mesmo e aos outros. Nada substitui a fé e o amor a Deus.

Se quisermos ser felizes, nesta e na outra vida, sejamos sempre devotos da Senhora Aparecida.


O presente melhor que skate

Havia, certa vez, um menino que estava revoltado com seu pai, porque não comprava para ele um skate. Isso, apesar de o pai lhe dizer que logo que tivesse condições ia comprar.

Em um domingo à tarde, os dois estavam no jardim da cidade, passeando. E o garoto viu um menino da sua idade descer de um carro. O motorista foi ao porta-malas e lhe entregou um belo skate.

Ao ver a cena, ele ficou com inveja. Isso que é pai! pensou. Quando o menino passou perto, ele disse: “Bonito este skate, hein?” “Quer andar um pouquinho nele?” perguntou o outro. E assim os dois fizeram amizade. “Feliz de você que tem um pai bacana! Eu o vi quando vocês chegaram de carro."

O dono do skate respondeu: "Não, aquele não é meu pai. Meu pai deixou minha mãe e foi morar com outra mulher. Aquele é o motorista da nossa família. Eu moro com minha mãe, que tem outro homem. Feliz de você que tem um pai bacana!"

No fim da tarde, os dois se despediram e o menino voltou para casa com seu pai. Logo que chegaram, o garoto deu um forte abraço nele, outro na mãe e disse emocionado: "Muito obrigado por vocês dois estarem unidos!"

E nunca mais reclamou por não ter skate. "Que a família comece e termine sabendo onde vai. E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai" (Pe. Zezinho).

Não se trata de imitar o tipo de vida que Maria levou, que dependeu do seu ambiente sócio cultural, mas de imitar o seu acolhimento à vontade de Deus nas situações concretas em que ela viveu.


O sacristão barulhento

Certa vez, numa igreja, já ia começar a Missa das crianças e a criançada era um barulho só. Então o sacristão pegou o microfone e ficou um minuto gritando com as crianças para ficarem em silêncio.

Com isso, o barulho que ele fez foi dez vezes maior que o das crianças. Provou que ele também não acredita na força do silêncio.

O meio é a mensagem. Aquele sacristão disse uma coisa, mas mostrou, pela sua atitude, que não acredita no que disse, e sim no contrário: O que vale, o que funciona mesmo, é a gritaria e não o silêncio.

Quantas vezes nós fazemos a mesma coisa!
- Falamos de paz, mas mostramos que não acreditamos nela, e sim na violência.
- Falamos de perdão, mas, na hora em que somos atacados, mostramos que não acreditamos nele.
- Falamos de Deus, mas mostramos que para nós o que funciona mesmo é o dinheiro, o poder...

Maria Santíssima é modelo de fé. Ela era uma mulher interessada em compreender a vontade de Deus, a partir dos acontecimentos, a fim de praticá-la.


O especialista em caldeira

Certa vez, a caldeira de um navio movido a vapor parou de funcionar. A tripulação não descobriu a causa. Contrataram então um especialista em caldeira, que teve de vir de barco, pois o navio estava a vários km da praia.

Ele chegou, pediu que ligassem a caldeira e começou a observá-la. Retirou de sua valise um pequeno martelo e deu uma martelada em uma válvula.

Pronto. Apagou-se o sinal de alarme e o sistema inteiro começou a funcionar com perfeição.

Quando foram pagar-lhe, ele cobrou dois mil dólares pelo serviço.

O comandante lhe disse: “Como que o senhor cobra um preço tão alto por um minuto de trabalho e apenas uma pequena martelada?” Ele respondeu: “Pela martelada: US1,00. Por saber exatamente onde bater o martelo: US1.999,00.

Deus nos dá marteladas no ponto certo em que precisamos ser consertados. Às vezes, sentimos dor, não entendemos e reclamamos. Mas o certo é que tudo volta a funcionar perfeitamente.

O que temos feito quando as coisas não vão bem para nós? Tentamos ajeitar a situação, ou procuramos o Grande Técnico. Ele nos conhece bem, pois foi ele quem nos fabricou. O preço é alto, mas seu Filho já pagou.

Assim como em Caná, a intercessão de Maria obteve do Cristo o seu primeiro milagre (Jo 2,1-11), também por nós ela pode interceder o obter as melhores graças de Deus.


Como aprender a sabedoria

Certa vez, um sábio, que morava numa montanha, foi convidado pelos alunos de uma escola de Ensino Médio para falar sobre sabedoria. No dia marcado, o auditório estava repleto.

Para surpresa de todos, o palestrante começou com a seguinte pergunta: “Vocês conhecem o assunto sobre o qual eu vim falar?” Os alunos responderam: “Não conhecemos”. Ele disse: “Eu também não”. E saiu, voltando para a montanha.

Os alunos o convidaram novamente. O sábio veio e fez a mesma pergunta. Os alunos responderam em coro: "Sim, conhecemos”. O sábio disse: “Então eu não preciso falar”. E voltou para a montanha.

Os alunos não se deram por vencidos. Agora vamos pegá-lo, disseram entre si. Convidaram-no de novo. Quando ele fez a mesma pergunta, a metade do auditório respondeu que conhecia o assunto, e a outra metade, que não conhecia. O sábio disse: “Aqueles que conhecem ensinem aos que não conhecem”. E voltou para a montanha.

A sabedoria, nós a aprendemos na escola da vida. O nosso mestre é o Espírito Santo e a sala de aula é o mundo. Todos temos muito de sabedoria para ensinar, e as pessoas com as quais convivemos têm muito a nos ensinar.

Maria é a “Sede da Sabedoria”, porque durante nove meses abrigou em seu ventro a própria Sabedoria Divina, que é Jesus.


O menino que queria ser uma televisão

Certa vez, uma professora de Ensino Fundamental deu para seus aluninhos uma tarefa. Ela disse: “Cada um vai desenhar aquilo que deseja ser no futuro”

Um menino desenhou uma televisão e escreveu embaixo: “Eu quero ser uma televisão. Lá em casa, todos se sentam em volta da televisão, dão atenção a ela, conversam com ela, dão risada... Eu quero ser uma televisão para as pessoas me escutarem e levarem também a sério o que eu falo”.

Quando, em casa, à noite, a professora foi corrigir as redações, ao ler esta, começou a chorar. O esposo viu e perguntou por quê. Ela pediu que ele lesse a redação.

Após lê-la, em vez de chorar ele ficou irritado e disse: “Coitado desse menino! Quem precisa mudar não é ele, mas seus pais!” A professora, ainda chorando, falou: “Essa redação é do nosso filho!”

Certamente, nesta hora da noite o garoto já estava dormindo. Mas, no outro dia, os pais deviam pegá-lo e dizer: “Não é você que precisa mudar não, filho. Somos nós, seus pais, que precisamos acolher melhor a você”.

Todos somos chamados a continuar a presença de Jesus no mundo, tendo principalmente um bom coração. Porque nós também fomos criados para ser imagens de Deus, de Deus que é amor, amor que está presente na vida dos filhos e filhas e sabe ouvi-los.

Maria Santíssima era uma mãe que dialogava com o seu Filho. Quando o encontrou no Templo, antes de repreendê-lo, perguntou-lhe com humildade: “Filho, por que agiste assim conosco? Teu pai e eu estávamos angustiados à sua procura!” (Lc 2,48).


Padre sente medo de penitente

Havia, certa vez, um rapaz que tinha um físico bem forte e era analfabeto.

Para não esquecer os pecados na hora da Confissão, ele arrumou um pau, tipo cabo de vassoura, e ia fazendo uma marca nele, cada vez que cometia um pecado.

Numa tarde em que o padre estava de plantão para atender Confissões, ele foi para a igreja se confessar. Colocou o pau atrás da porta e ajoelhou-se no banco, a fim de se preparar. Depois foi para a fila das Confissões. Mas se esqueceu de levar o pau.

Quando chegou a sua hora, ele entrou no confessionário e o padre lhe disse: “Fale os seus pecados”. Ele falou: “Espere aí, sr. padre, eu vou buscar o pau ali atrás da porta”. O padre respondeu na hora: “Não, não precisa não, moço! Já está tudo perdoado. Pode ir tranquilo”

Nós não precisamos ter medo do padre, nem o padre ter medo de nós, pois o que prevalece na Confissão é a misericórdia.

Não precisamos também anotar os pecados. Na hora, nós falamos aquilo de que nos lembramos, e o resto fica tudo perdoado. O principal na Confissão não é falar pecados, pois na Confissão comunitária nem falamos os pecados. Da nossa parte, o mais importante é o arrependimento, que é condição para recebermos o principal, que é o perdão de Deus.

Que Maria, a Imaculada, nos ajude a libertar-nos dos pecados.


O porteiro analfabeto

Havia, certa vez, um porteiro de um clube que era analfabeto. Homem honesto, dedicado, gostava do serviço, mas não sabia ler nem escrever.

Uma nova diretoria assumiu o clube e esta resolveu despedir o porteiro. Um dia, o presidente chegou para ele e disse: “Infelizmente, nós temos de despedir você. Precisamos de um porteiro que saiba ler e escrever, e você é analfabeto”.

Que fazer? O homem foi triste para casa. Sem emprego, como tinha algumas bananeiras no quintal, começou a vender bananas. Depois, começou a fazer doce de banana e vender.

E o homem se deu bem. Sua casa era pequena, fez uma maior e mais bonita. Comprou um carro. Colocou os filhos na faculdade...

Um dia, um amigo lhe disse: “Você conseguiu tudo isso tão rápido, sendo analfabeto. Imagine o que você seria hoje, se tivesse estudo!” O homem respondeu na hora: “Eu seria porteiro do clube”.

Claro que o estudo é importante, mas o Espírito Santo é mais importante que o estudo. Com ele, temos condições de dar volta por cima, até do analfabetismo. Mas o Espírito Santo só ajuda quem segue a Palavra de Deus anunciada por Jesus.

Por isso que diz o Sl 84,11: “Para mim, um dia em vossos átrios, ó Senhor, vale mais que mil em outro lugar”.

Maria Santíssima, transformada pelo Espírito Santo, sabia muito bem o que estava procurando na vida. “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,35). Que ela nos ajude a nos abrirmos também à ação do Espírito Santo, que nos vem com sua luz e sua força.


As duas portas da vida

Havia, na antiguidade, um rei que era cruel. Um dia, ele venceu uma guerra e trouxe muitos presos do exército inimigo.

Construiu, anexa à prisão, uma sala com duas portas. Uma era de ferro e nela estavam desenhadas coisas horríveis: Caveiras, sangue, cenas de tortura... A outra tinha na frente os arqueiros do reino, muito bem vestidos.

Os presos fizeram uma fila e, a cada um que entrava na sala, o rei perguntava: “O que você prefere: Estar nas mãos dos arqueiros ou passar por aquela porta?”

Todos, ao olhar para as pinturas terríveis da porta, preferiam os arqueiros, os quais os levavam para outro local e os matavam.

Mas um dos presos ficou muito curioso e resolveu arriscar. Ele disse ao rei: “Eu prefiro passar por aquela porta”.

A porta se abriu e o homem entrou. No começo, era tudo escuro. Mas logo as suas pupilas se dilataram e ele viu um túnel. Foi seguindo pelo túnel e, lá na frente, avistou uma luzinha bem distante. Foi caminhando na direção dela e a luzinha foi crescendo... até que ele percebeu que era a saída do túnel. Saiu e ficou livre.

As aparências muitas vezes enganam. E o tentador, desejando levar-nos para o inferno, pinta com as piores cores o caminho da virtude e da liberdade. Já o caminho do pecado, ele apresenta de forma atraente e bonito.

Por isso, cada vez que aparecerem na nossa frente duas portas, vamos escolher a da obediência a Deus, mesmo que as aparências sejam as piores. Seguindo o caminho do amor, do perdão e da fé verdadeira, mesmo que no início seja tudo escuro, logo aparecerá uma luzinha brilhando. É a luz da felicidade.

Na Igreja, Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais perto de nós.


Os rastos pintados na rua

Certa vez, estavam programadas as santas Missões em um bairro, no qual não havia capela. Fizeram um barracão, com planos de, logo após a Missão, construir a capela.

Entretanto, apesar dos esforços dos líderes, o povo não se motivou a participar. Um dia antes da abertura, os líderes tiveram uma ideia original.

Pintaram nas ruas, dos quatro lados, rastos de pés descalços caminhando na direção do barracão. A tinta era facilmente removível. No barracão, colocaram uma faixa dando as boas vindas, e o horário da abertura da Missão.

Aqueles rastos chamaram a atenção do povo. Assim, na celebração de abertura o barracão estava lotado.

O líder católico sempre encontra uma nova forma de atrair as pessoas para Cristo.

Louvemos sempre a Maria, Mãe de Deus autor da vida. Louvemos com alegria a Senhora Aparecida.


O rei que não sabia assar porco

Certa vez, na antiguidade, pegou fogo em um pedaço de mato. Muitos homens se reuniram e conseguiram apagar.

Quando o fogo cessou, eles descobriram um porco morto, todinho assado. Comeram da carne e a acharam muito gostosa. Levaram para o rei. Este comeu e também achou muito saborosa a carne.

Então o rei mandou que os especialistas estudassem todas as condições em que o porco tinha sido queimado, inclusive as ervas aromáticas que havia em volta, que deram aquele sabor tão gostoso à carne.

E, a partir daí, cada vez que havia uma festa no palácio, o rei mandava por fogo em um pedaço de mato, naquelas mesmas condições, para comerem o porco assado.

Até que um dia um sábio procurou o rei e disse: “Majestade, podemos assar o porco aqui dentro do palácio mesmo, sem queimar as nossas florestas”. E explicou-lhe o sistema da churrasqueira.

Quem não lê a Bíblia, faz como aquele rei. Segue caminhos difíceis para conseguir as coisas, caminhos complicados e que, às vezes, prejudicam a vida no planeta.

Por outro lado, quem lê diariamente a Palavra de Deus, encontra caminhos curtos, seguros, fáceis e ecológicos para conseguir seus objetivos.

Maria Santíssima é chamada de Rosa Mística. Que ela nos ajude a proteger as flores e a preservar a linda natureza do nosso querido Brasil.


A Missa para uma pessoa só

Certa vez, um padre jovem e recém ordenado foi celebrar a Missa em uma Comunidade rural bem distante da igreja matriz. Ele preparou a Missa o melhor que pôde.

Entretanto, chegando à Comunidade, ficou decepcionado! O povo não foi. Só havia um senhor. O padre aguardou a chegada do povo, mas não apareceu mais ninguém. Uma hora depois do horário marcado, só havia aquele homem. Então o padre disse ao homem: “Eu vou-me embora. O povo daqui não quer mesmo saber de Missa!”

O homem disse: “Sr. padre, eu não entendo de Missa. Só entendo de vaca. Mas, se um dia eu preparo ração para todas as minhas vacas e só vem uma, eu não vou deixá-la com fome!”

O padre entendeu bem a lição, vestiu a carapuça e disse: “Está bom. Vamos então começar a Missa”.

E rezou a Misso só para aquele homem. Fez sermão, cantou e tudo. Fez até procissão do ofertório, apesar de ser procissão de uma pessoa só.

A Missa demorou mais de uma hora. Depois de tudo acabado, o padre perguntou ao homem: “O senhor gostou?” Ele disse: “Sr. padre, eu não entendo de Missa. Só entendo de vaca. Mas, se eu preparo ração para todas as minhas vacas e só aparece uma, eu não vou dar para ela a ração que preparei para todas!”

Vale para nós a lição daquele sitiante. É importante ter equilíbrio. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Devemos adaptar-nos às situações novas que aparecem. Vale o bom senso.

A pessoa humana deve ser valorizada ao máximo. Mesmo que haja uma pessoa só, vamos atendê-la com dedicação. Mas, é claro, o tratamento dado a uma pessoa é diferente daquele que damos a uma multidão.

Maria Santíssima era humilde. Ela se declarou “a humilde serva do Senhor”. Na multiplicação dos pães, ela não estava em evidência, como a "mãe do futuro rei". Mas na cruz, na extrema humilhação do Filho, ela estava ali, junto dele, em pé. Santa Maria, rogai por nós.


Pedro Malasartes e o feijão jogado fora

O Pedro Malasartes morava, com sua esposa, numa região afastada e no meio do mato, em uma casinha de pau-a-pique.

Um dia, ele armou, perto de sua casa, uma armadilha de caçar veado, chamada mundéu.

No dia seguinte, o Pedro foi conferir e viu um veado preso, com a corda no pescoço. De lá mesmo gritou: “Mulher, pode jogar o feijão fora, porque hoje teremos carne! Pegamos uma caça gorda”.

Buscou sua foice e deu um golpe. Mas o bicho pulou e, em vez de ele atingi-lo, acertou foi a corda, cortando-a! Assim, o animal saiu correndo e sumiu no mato.

Aquele dia foi triste para o Pedro e sua mulher: Nem feijão nem carne.

Não deixar o certo pelo duvidoso. Cuidar bem das coisas que temos, antes de procurar outras.

Havia um coordenador de Comunidade que todos os domingos criticava as pessoas presentes, dizendo que eram velhas e que não apareciam jovens. Um dia, uma senhora levantou a mão e reclamou, dizendo que ele estava humilhando a todos que estavam ali.

O mesmo acontece quando um grupo de cristãos católicos começa a diminuir em número, e o assunto principal das reuniões passa a ser este. Onde está fulano? E fulana?... Assim, o tempo da reunião passa e não cumprem a missão dela, que é o enriquecimento espiritual dos seus membros. Vamos cuidar do feijão que temos, e não jogá-lo fora antes de ter a gostosa, mas incerta, carne.


Sadako Sasaki

Em 1945, durante a segunda guerra mundial, estouraram duas bombas atômicas no Japão, uma em Hiroshima e outra em Nagasaki. Em Hiroshima, havia uma garotinha de dois anos, chamada Sadako Sasaki, que não morreu, mas foi contaminada pela irradiação atômica.

Existe, no Japão, uma crença popular segundo a qual quem fizer mil pássaros de papel, numa determinada intenção, terá seu desejo atendido por Deus.

Quando Sadako tinha dez anos, resolveu fazer os pássaros, pela sua saúde. Mas a doença decorrente da bomba agravava-se cada vez mais. Ela conseguiu fazer 644 pássaros e não deu conta de continuar.

Então a garota, já bem fraquinha e na cama, disse: “No Céu, eu vou continuar a fazer os pássaros. Só que eu vou mudar o pedido. Não é mais pela minha saúde, mas pela paz no mundo”.

Quando Sadako morreu, as crianças vizinhas fizeram os pássaros que faltavam e os colocaram no túmulo dela.

E mais: Foi construído um monumento a ela, numa praça central de Hiroshima. No monumento, Sadako está em pé, com os bracinhos levantados e segurando dois pássaros com as asas abertas, nas quais está escrito: “Paz”. E a praça passou a chamar-se “Praça da Paz”.

Que tal nós também fazermos uma pomba de papel e escrever nas asas: “Paz”? É uma maneira de nos unirmos, não só a Sadako, mas a todas as pessoas que diariamente morrem vítimas das guerras e da violência.

Que a Santa Mãe de Deus, Rainha da Paz, nos ajude a promover a paz por todos os meios ao nosso alcance.


A tática para subir montanha

Certa vez, um pai, junto c seu filhinho de oito anos, estavam subindo uma alta montanha. O menino olhou para cima, achou a montanha muito alta e começou a chorar, dizendo que não dava conta de subir.

O pai lhe disse: “Filho, não olhe para o topo da montanha. Olhe só aqui, alguns metros na sua frente, e pense: Vou chegar só até ali. Depois, marque outra distância e suba. Assim, quando você menos perceber, já estaremos lá em cima”.

Esta tática vale para tudo na nossa vida. “Divide et impera”, diziam os romanos. Divide e impera. Se você dividir o problema, você o vencerá.

Por exemplo, a nossa família. Cada dia que amanhece, o esposo ou a esposa devia pensar: Só por hoje eu vou vencer, e manter-me unido a minha esposa ou ao meu marido. De repente, o ano termina e você perseverou.

“Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14).


Taxista dá lição de civilidade

Existe uma cidade no Brasil em que o povo faz questão de mantê-la limpa. As crianças são educadas para isso... Até os taxistas têm, dentro do carro, uma lixeirinha para os passageiros colocarem o lixo.

Um dia, uma família de fora chegou à rodoviária. Eram o pai, a mãe e dois filhos. Tomaram um taxi. No centro da cidade, uma das crianças jogou pela janela um papel de bombom.

O motorista parou o carro, deu ré, saiu, pegou o papel que estava na rua e pôs na lixeirinha. E continuou a viagem, sem dizer nada. Os pais, naturalmente, ficaram morrendo de vergonha.

O zelo pela limpeza de locais públicos é uma das principais manifestações de cidadania.

Em Caná, a intercessão de Maria obteve de Jesus o seu primeiro milagre (Cf Jo 2,1-12). Também hoje, se recorrermos a Maria, ela pedirá ao Filho e este a atenderá.


Ganância e gratuidade

Certa vez, um garoto surpreendeu sua mãe com uma listinha. Nela estava escrito:

“A mamãe me deve:
- Por levar o recado para a tia Anita:     R$2,00
- Por comprar o pão:                     R$0,50
- Por tirar o lixo:                                      R$0,50
- Por varrer o chão:                       R$3,00
Total:                                               R$6,00”

A mãe não deixou por menos. Pegou na hora um papel e escreveu:
“Por carregar você dentro de mim durante nove meses:         R$0,00
- Por dar banho e cuidar de você quando criança:                   R$0,00
- Por fazer a comida e lavar a roupa:                                 R$0,00
Total que você me deve:                                                    R$0,00”

A sociedade moderna nos ensina a cobrar por tudo o que fazemos para o nosso próximo. Mas Jesus nos ensina bem o contrário: A gratuidade. “De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10,8).

“O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1,35). Esposa do Espírito Santo, ensine-nos a solidariedade!


Lobo com pele de ovelha

Havia, certa vez, uma região rural muito distante da sede do Município, cujos sitiantes nasceram ali, e seus pais e avós também. Era herança que vinha passando de geração em geração.

Um dia, um senhor de fora chegou, dizendo que aquelas terras eram dele. Mostrou a escritura de propriedade. Mas todo mundo via que ela era falsa, pois os papéis eram novos. Fora comprada recentemente em um cartório.

Como os moradores se recusavam a sair, ele contratou um homem de ar piedoso. Este colocou uma cruz no peito e, fingindo ser pobre, foi morar na região.

Como ali não havia o Culto Dominical, ele convidava o povo para rezar aos domingos. Durante a celebração, ele dizia, por exemplo:

“Olhem, gente, ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos! Quanto mais sofremos aqui na terra, maior é a nossa glória no Céu. Por isso, é melhor sofrer calado. Quem perde aqui, ganha lá...” Com isso, conseguiu enganar muita gente.

“Cuidado com os falsos profetas: eles vêm até vós vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7,15).

“Ao trono acorrendo da Virgem Maria, exulta o Brasil de amor e alegria.
Três séculos faz, à terra ela vinha, dos nossos afetos ser doce Rainha.”


O dever de sentar-se

Certa vez, um casal com pouco tempo de casados começou a se desentender por um motivo muito simples: Ele não gostava de ver novela e adorava assistir futebol na TV. Ela era o contrário.

Aquele casal havia aprendido, no curso de noivos, uma estratégia de perseverança chamada “Dever de sentar-se”. Uma vez por mês, eles iam à noite para um restaurante ou lanchonete, procuravam uma mesa isolada, e ali ficavam batendo papo. O assunto devia ser sempre sobre a vida dos dois, ou sobre os familiares.

Em um desses encontros, eles entraram em um acordo: Ele assumiu o compromisso de esforçar-se por gostar de novela, e ela por gostar de futebol. Foi ótimo. Sucesso total. Dentro de um mês, eles não havia mais briga em casa.

A graça de Deus é capaz até de criar gostos, transformando obstáculos em trampolim. “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Mas não podemos nos esquecer do que disse Jesus: “Quem pede, recebe”.

“És, Maria, a Virgem que sabe ouvir, e acolher com fé a santa Palavra de Deus.”


A lição da formiguinha

Certa vez, um rapaz estava andando em um caminho de roça e viu, no chão, uma formiguinha carregando uma folha dez vezes maior que ela. O jovem parou e ficou observando. Cada vez que dava um pequeno vento, ela caía com a folha, mas se levantava e continuava a caminhada. Cansada, ela não aguentou mais carregar a folha, e a arrastava.

Até que chegou a um pequeno buraco no chão, que era a entrada do formigueiro. Ela tentou entrar com a folha nas costas, mas não conseguiu, porque a folha era maior que o buraco.

Depois de algumas tentativas, a formiguinha deixou a folha e entrou no buraco. O rapaz pensou: Coitada! Tanto sacrifício inútil!

Mas de repente saem do buraco várias formiguinhas e começam a cortar a folha em pedaços. Foi um verdadeiro mutirão. Em pouco tempo, a grande folha desapareceu, dando lugar a pequenos pedaços. Cada formiga pegou um pedacinho e entrou, certamente para alegria dos filhotes.

Até os animais vivem unidos e trabalham em equipe. “A união faz a força.” “Povo unido jamais será vencido.”

E foi assim que Jesus quis a Igreja. “Foi do agrado de Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, mas unidos em Comunidade” (Concílio Vat. II, LC 9).

A Igreja tem vários níveis. Começando de cima para baixo: Igreja universal; conferências nacionais; conferências regionais (Sul 1, Leste 2 etc); províncias eclesiásticas (mais ou menos cinco dioceses, em torno de uma arquidiocese); dioceses; paróquias; comunidades católicas; famílias. A família é chamada Igreja doméstica.

Vamos reafirmar a nossa fé na Igreja, una, santa, católica e apostólica, e amá-la mais. Ela é pecadora, mas tem muita gente santa. Em primeiro lugar, o seu fundador, Jesus Cristo. Em segundo vem sua Mãe, Maria Santíssima.


Quem inventou a pinga

Dizem que foi o diabo que inventou a cachaça. Foi assim: Um dia, ele pensou: “Vou fazer uma bebida para o homem beber!”

Pegou uma cana, torceu em um copo e tomou um pouquinho para experimentar. “Ainda não está boa”, pensou ele.

Pegou um pavão, torceu, misturou e provou. “Melhorou. Mas ainda não está boa”.

Então pegou um macaco. Torceu-o, misturou, experimentou. “Está boa, mas vou melhorar ainda mais”.

Pegou um leão, torceu e misturou. “Ôpa! Melhorou. Mas pode ficar ainda melhor”.

Então ele pegou um porco, torceu e misturou. “Agora sim, ficou ótima!” Deu para o homem, e disse: “Bebe!” O homem bebeu.

Por isso que, primeiro, o homem vira um pavão: Some o acanhamento e quer aparecer.
- Depois se transforma em macaco: Fica alegre e faz gracinhas.
- Em seguida torna-se leão: Quebra tudo. Fica tão valente que, quando chega em casa, os filhos se escondem debaixo da cama.
- Finalmente, vira um porco: Cai na cama e fica lá, babando e dormindo.

“Irmãos, em se tratando de irmãos na Comunidade, não tenhais convivência com libertino, ambicioso, idólatra, provocador, beberrão, ladrão... Com tais pessoas nem se deve tomar refeição” (1Cor 5,11). S. Paulo estava falando da vida em Comunidade. Portanto, não se trata da convivência pública, no trabalho etc.

“Teu rosto é sol que brilhando aquece, nas horas tristes de solidão. Com teu sorriso de Mãe, parece abrir-se em flor nosso coração” (Cântico à Virgem Maria).


Helicóptero tenta salvar náufrago

Certa vez, um barco afundou-se no mar, e um dos que estavam nele ficou boiando e lutando contra as ondas, para chegar à praia.

Veio um helicóptero e desceu uma corda. Mas ele não quis segurar na corda. Desceram uma cadeirinha. Mas ele não quis sentar-se na cadeirinha. Fizeram de tudo, mas o homem não quis. Ele achava que dava conta de chegar à praia nadando. Mas, antes de chegar, morreu afogado!

Nós também estamos nos debatendo neste mar revolto da vida, e Deus nos quer salvar. Para isso, ele nos oferece meios eficazes e fáceis de serem usados: A participação na Comunidade, a Confissão, a Missa, a Comunhão, a leitura da Palavra de Deus, a devoção a Maria Santíssima...


Leite pago com cirurgia

Anderson era um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta, para pagar seus estudos.

Certo dia, sofrendo sob o forte sol da tarde, e com muita fome, apertou a campainha de uma casa para pedir comida. Apareceu uma jovem muito linda. Ele ficou tão encantado que lhe pediu apenas um copo d’água.

Ela notou que o moço estava com fome. Foi à cozinha, voltou com um grande copo de leite e disse: “Desculpe. Não encontrei água. Mas trouxe este copo de leite. Você aceita?” O rapaz tomou o leite, agradeceu e foi embora. Quando saiu, percebeu que sua fé em Deus ficou mais forte.

Vários anos depois, aquela jovem, agora mulher adulta, ficou gravemente doente. Os médicos locais a enviaram para a cidade grande, onde havia um médico especialista que podia tratar de sua rara enfermidade.

Ao vê-la, o médico reconheceu que era aquela jovem de anos passados, que lhe dera um copo de leite.

Dedicou-lhe especial atenção e, depois de uma demorada luta em favor da vida, ganhou a batalha e a mulher sarou.

Quando ela teve alta, ficou preocupada com a conta a pagar, que devia ser altíssima. Logo recebeu da administração do hospital um envelope. Apreensiva, abrir o envelope. E teve uma grata surpresa. Havia apenas um bilhete com as seguintes palavras: “Pago, há vinte anos, com um copo de leite. Dr. Anderson”.

Como é bonito o amor! Como é belo servir ao próximo, de forma criativa, e sem humilhá-lo! Quanta gente vive maquinando para descobrir jeitos de ficar rico e assim ser feliz. Mas a felicidade está em outro caminho: Em servir.

Se uma jovem que dá um copo de leite merece tanto agradecimento, quanto mais aquela outra Jovem que nos deu o Salvador, Jesus Cristo!


“Ó Mãe do Redentor, do Céu ó porta, ao povo que caiu, socorre e exorta, pois busca levantar-se, Virgem pura, nascendo o Criador da criatura: tem piedade de nós e ouve, suave, o anjo te saudando com seu Ave!”

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