PADRE QUEIROZ

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Histórias de vida - Junho

HISTÓRIAS DE VIDA - JUNHO



Não se esqueça do principal

Certa vez, uma senhora, com seu filhinho de dois anos, estava caminhando numa estrada e viu uma grande gruta, com um alto-falante dizendo: “Entre e pegue o que você quiser. É de graça. Mas você tem apenas oito minutos. E não se esqueça do principal”.

A mulher olhou para dentro da gruta e ficou encantada com o que viu. Eram coisas ótimas e de grande valor. Mais que depressa, entrou, deixou a criança sentadinha em um banco ao lado de uma gôndola, pegou um carrinho e começou a colocar coisas dentro. Quanto mais caminhava pelas gôndolas, mais se encantava com as coisas que via, todas gratuitas.

Quando estava com o carrinho quase cheio, ouviu o alto-falante dizer: “Venceu o seu tempo e a porta será fechada”. Desesperada, ela saiu correndo com o carrinho e conseguiu passar na porta, entes que esta se fechasse.

Quando a porta se fechou, ela se lembrou da criança que havia ficado lá dentro. E agora? Buscou informações, mas disseram que ela foi avisada antes e que não podia ver o filhinho nunca mais.

É isso que acontece conosco, se nos envolvermos tanto com os bens deste mundo, que nos esquecemos do principal, que são os valores permanentes.

Valores são meios para sermos felizes. Existem os valores permanentes e os transitórios. Os permanentes são: Deus com suas Leis e Mandamentos, a Santa Igreja, a verdade, a justiça, o amor, a liberdade, a honestidade... Chamam-se permanentes porque eles duram a nossa vida toda. Para aquela mulher, seu filho era um valor permanente, isto é, o principal.

Valores transitórios são: O dinheiro, a moda, a beleza física, o carro, a moto, a roupas, as joias... São transitórios porque eles passam com o tempo. Tudo o que aquela senhora colocava no carrinho eram valores transitórios.


O buraquinho do trinco da porta

 Havia, certa vez, uma senhora que participava da Missa todos os domingos e também alguns dias na semana. Um dia, toda a Comunidade paroquial foi convidada para participar de uma assembleia, na qual ia haver o revezamento de pessoas nas pastorais.

No início, o padre e alguns líderes tomaram a palavra, dizendo que a, sendo a Comunidade, um corpo ministerial, todos deviam assumir uma função.

Aquela senhora ouviu tudo com atenção, mas achou que não tinha condições de assumir nenhum dos serviços apresentados, devido ao seu tempo escasso e às condições de saúde. Ela ficou triste com isso, mas o que fazer?

Dias depois, numa noite, ela estava saindo da igreja e viu o sacristão fechando a porta da frente. Ele tentava descer o trinco de baixo, mas não conseguia porque o buraquinho estava entupido, cheio de terra. Então o sacristão deixou sem descer o trinco, ficando a porta presa apenas com o trinco de cima. Vendo a cena, a mulher tomou a decisão: Virei aqui todos os dias, com uma chave de fenda, e limparei este buraquinho. Assim ela fez, e sentiu-se feliz por descobrir o seu ministério na Comunidade, que era limpar o buraquinho do trinco da porta.

A Igreja é ministerial. Ela é como um time de futebol. A diferença é que no time há apenas onze funções, e na Comunidade há milhares. Vamos descobrir o nosso ministério, mesmo que seja limpar o buraquinho do trinco.

Maria, dentro da Igreja, teve a função mais bonita: Dar-nos Jesus. E ela fez isso com muito amor. Santa Mãe da Igreja, rogai por nós.


O homem que queria ajudar o passarinho

Certa vez, em uma região fria, aconteceu o seguinte fato: Numa noite, caía uma garoa, junto com rajadas de vento gelado.

De repente, o dono da casa ouviu um barulho no vidro da janela. Foi ver, era um passarinho que tentava entrar a fim de não morrer no frio, já que a casa estava aquecida. Várias vezes ele voou, bateu-se no vidro e caiu no chão.

O homem ficou com dó e abriu a janela, para que a ave entrasse. Mas, ao ver o homem, o pássaro não entrou. O senhor foi lá fora, tentou pegá-lo, mas ele fugia. Tinha medo.

Naquele momento, aquele senhor sentiu um enorme desejo de se tornar um pássaro. Assim, não só aquele, mas todas as aves que estavam por ali, não sentiriam medo dele e seriam protegidas.

Enquanto ele pensava isso, tocou o sino da igreja, convidando o povo para Missa do Natal. Então ele se lembrou: O que ele não conseguia fazer, Deus conseguiu, que foi tornou-se um de nós, para que assim nós não tivéssemos medo dele e nos salvássemos da tempestade fria em que a humanidade mergulhou pelo pecado.

Moisés sentiu medo de Deus, o que não aconteceu com os Apóstolos que conviviam com Jesus. Isso por causa da Encarnação. Agradecemos a Maria Santíssima ter sido o grande instrumento de Deus para que acontecesse a Encarnação. Que ela nos ajude a entender quem é Jesus e a amá-lo, do jeito que ela o ama.


O pobre representando Jesus

Certa vez, um senhor idoso, líder da Comunidade, estava doente, na cama, já bem mal. Ele queria receber a santa Comunhão, mas a família lhe disse que era impossível, devido à distância e ao fato de o padre estar viajando, pois naquele tempo não havia Ministros da Eucaristia.

Então o doente pediu: "Por favor, tragam um pobre para ficar aqui ao lado da minha cama. Ele vai representar Jesus para mim". Trouxeram o pobre e o velho morreu em paz e feliz, tendo Jesus ao seu lado.

Aquele homem conhecia o Evangelho, pois Jesus disse: “Eu estava com fome e me destes de comer, estava com sede e me destes de beber, eu era forasteiro e me recebestes em casa... (Mt 25,35).

Jesus continua presente na terra, principalmente em quatro lugares:
- Na Eucaristia.
- Na Comunidade reunida. “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (Mt 18,20).
- No pobre que ajudamos.
- E na criança que acolhemos. “Quem acolher em meu nome uma criança como esta, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt 18,5).

Portanto, como não era possível trazer a Eucaristia para aquele senhor, ele tinha, além de chamar um pobre, mais duas possibilidades de ter junto ao seu leito a presença de Jesus: A Comunidade se reunir ali, ou ele acolher uma criança.


O pai e o filho na horta

Certa vez, um homem estava trabalhando na horta, no quintal de sua casa, junto com o filho de dez anos. Estavam preparando um novo canteiro.

O garoto queria remover uma pedra, mas não conseguia. Lutava, ia de um lado, do outro... Usava toda a sua força mas não conseguia retirar a pedra.

O pai, mesmo trabalhando, observava. Passou um pouco, o pai disse: “Está difícil, é?” O menino respondeu: “Sim, pai. A pedra é muito pesada!” O pai perguntou: “Você já usou todos os meios?” “Sim”, disse o menino. “Já tentei de todas as maneiras!” O pai insistiu: “Mas há um meio que você não usou”. “Qual?” perguntou o menino. O pai falou: “Eu estou aqui e você não me pediu ajuda!” O pai foi lá, pegou a pedra com facilidade e a jogou para fora.

Deus Pai é esse pai de família, e nós somos a criança. Quantas vezes lutamos sozinhos, afogamo-nos num copo d’água, e nos esquecemos de pedir ajuda a Deus!

E quando pedimos a intercessão de Maria, ela leva o nosso pedido ao Filho e este atende mesmo, como atendeu a ela nas Bodas de Caná. É por isso que Maria é tão querida na Igreja que Jesus fundou.


O burrinho que entrou com Jesus em Jerusalém

Conta-se que aquele burrinho que entrou em Jerusalém, carregando Jesus, ficou deslumbrado com tantas homenagens. Ele pensava que aquilo era para ele.

Dias depois, resolveu voltar lá e entrar pela mesma rua, a fim de receber novas homenagens: As pessoas estenderem seus mantos para ele pisar etc. Mas aconteceu o contrário. O burrinho foi enxotado para fora da cidade com chicotadas.

Quantas vezes, no trabalho pastoral, somos como aquele burrinho! Depois que falamos, escrevemos ou cantamos, somos elogiados, aplaudidos, e pensamos que somos o tal, e que aquelas homenagens são para nós, quando na verdade é para Deus. Ele é que colocou dons em nós a fim de os usarmos como seus instrumentos. O mérito e as homenagens cabem a ele e não a nós.

“Eu te louvo, Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos!” (Mt 11,25-30).

“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11,29-30). Jesus une a humildade com a mansidão. De fato, as duas virtudes são unidas.

“Rejubila-te Jerusalém! Eis que vem teu rei ao teu encontro. Ele é humilde, e vem montado num jumentinho, filho de uma jumenta” (Zc 9,9).


Elídio, o mestre dos mestres

Na antiguidade, havia, numa cidade, um ferreiro, chamado Elídio, que era bom profissional. Mas era muito convencido. Ele se julgava o melhor ferreiro do mundo. Escreveu na frente da sua oficina: “Elídio, mestre dos mestres”.

Deus resolveu dar-lhe uma lição. Mandou à terra um anjo, em forma de um rapaz, para ser aprendiz dele. Acontece que o aprendiz fazia as peças muito mais rápido e mais perfeitas do que ele.

O Elídio entrou em crise. Ficou um tempo amuado. Dias depois, arrancou a placa da frente da oficina. Pronto, voltou a ser alegre. E o jovem aprendiz despediu-se e viajou, para nunca mais voltar.

Nossa Senhora era humilde. Na Anunciação, chamou a si mesma de escrava do Senhor. Quando a prima Isabel a elogiou, ela dirigiu o elogio para Deus, que olhou para a humildade de sua serva. Que ela nos ajude a sermos humildes, porque “quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Mt 23,12).


Oi Jesus! Oi José!

Havia, certa vez, um homem analfabeto e bem simples, que se chamava José. Ele gostava de Jesus. Por isso, todos os dias entrava na igreja para visitar o seu amigo, presente no sacrário. Suas visitas eram rápidas. Ele entrava e dizia: “Oi Jesus! Eu sou o José. Vim visitar o Senhor”. Dava um sorriso para Jesus e ia embora. Fez isso durante vários anos.

Um dia, o José ficou doente e foi internado no hospital. Lá, sua alegria era tanta que impressionou a todos. Os doentes mais tristes da enfermaria passaram a ser também alegres e dar risadas.

Uma Irmã, que trabalhava na enfermaria, um dia perguntou a ele: “Por que o senhor é sempre tão alegre?” Ele respondeu: “É por causa da visita que eu recebo todos os dias”. A Irmã achou estranho, porque nunca viu ninguém entrar na enfermaria para visitá-lo. E perguntou: “Quem visita o senhor?” Ele respondeu: “É Jesus. Todos os dias ele vem aqui e me diz: Oi José, eu sou Jesus. Vim visitar você. Depois ele dá um sorriso para mim e vai embora”.

Se alguém ama a Deus e obedece os seus mandamentos, Deus não o abandona, principalmente quando está doente. Ele vem sempre com a sua Palavra, com o seu consolo, de tal modo que a pessoa fica super feliz. Às vezes mais feliz do que quando está são. Essa felicidade profunda chama-se paz.

Que Maria Santíssima, a Rainha da Paz, nos ajude a viver e a construir a paz.


O padroeiro dos coroinhas

Nos primeiros séculos do cristianismo, os cristãos eram cruelmente perseguidos, presos e mortos, pelo único motivo de professar a fé católica. A perseguição se tornou tão intensa que os cristãos passaram a fazer suas celebrações em locais subterrâneos, nas catacumbas.

Um dia, numa dessas celebrações, chegou um recado dos cristãos presos, dizendo que queriam comungar, a fim de ter forças para resistir ao martírio, previsto para dali a poucos dias.

O bispo perguntou quem tinha coragem de levar lá na cadeia a Eucaristia. Um menino, que estava se preparando para a primeira Comunhão, disse: “Eu levo”.

O bispo colocou então as hóstias consagradas numa pícside e deu ao garoto. Este a escondeu debaixo da sua jaqueta e ficou segurando.

Ao atravessar uma praça, um grupo de moleques o convidaram para brincar. Ele respondeu que logo voltaria e continuou caminhando. Os moleques não gostaram da recusa e começaram a atirar pedras nele. Quando o menino caiu ensanguentado, correram todos, como fazem os covardes.

Minutos depois, um soldado cristão, ao passar por ali, o conheceu. Pegou-o nos braços e o levou até a catacumba, onde os cristãos ainda estavam reunidos. O bispo pegou uma das Hóstia que ele trazia e lhe deu, dizendo: “Filho, você vai fazer agora a sua Primeira Comunhão!”

O menino comungou ainda consciente. Minutos depois morreu, com um sorriso nos lábios.

Esse menino é S. Tarcísio, chamado o padroeiro dos coroinhas. O fato aconteceu dia 15 de agosto do ano 258.

Na verdade, não há muita diferença entre S. Tarcísio e os cristãos e cristãs que comungam, em todos os tempos e lugares. Porque todos, de uma forma ou de outra, doam a sua vida pelo próximo, a exemplo de Jesus.

A Eucaristia é um alimento forte, tão forte que transforma a pessoa que o recebe em “outro Cristo” presente no mundo. Qualquer alimento que recebemos, nós o transformamos em nós. Mas com o Corpo de Cristo acontece o contrário, nós é que nos transformamos nele.

Que Deus, pela intercessão de Maria Santíssima, nos dê duas graças: Que amemos mais a Eucaristia e que promovamos a vocação sacerdotal, pois sem padre não há Eucaristia.


A estrelinha verde

Diz a lenda que havia milhões de estrelinhas no céu. Elas eram de todas as cores: brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas, azuis... Todas bonitas e alegres.

Um dia, um grupo delas procurou o anjo chefe e pediu licença para visitar a terra. Elas eram curiosas e queriam saber como que era a vida das pessoas. O anjo permitiu e elas vieram.

Então, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas descendo à terra. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vagalumes, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças... foi uma festa. A terra ficou maravilhosamente iluminada.

Mas as estrelinhas ficaram muito tristes ao ver a miséria, a violência, as injustiças e tantas maldades na terra. Depois de um tempo, regressaram para o Céu. A terra voltou a ficar escura e sem cores.

Mas lá no céu, elas foram conferir e perceberam que faltava uma. Era a estrela verde. Será que ela se perdeu no caminho? Duas delas voltaram para procurar a estrelinha verde.

Quando chegaram à terra, viram que a terra estava toda iluminada de estrelinhas verdes. A estrelinha havia se multiplicado e em cada coração humano havia uma estrelinha verde brilhando.

A estrelinha verde contou para as duas que ficou com dó dos homens e mulheres, porque estavam muito desanimados e isolados, e resolveu ficar mais um pouco na terra, a fim de ajudá-los.

Vamos imitar a estrelinha verde, e semear no mundo a alegria, a fé, a esperança, a caridade e todas as virtudes. Assim, as pessoas serão mais felizes e o mundo será bem mais colorido e bonito.

Na Ladainha de Nossa Senhora, nós a chamamos de Estrela da Manhã. Isso porque ela, à semelhança daquela estrela que continua brilhando de madrugada até o sol nascer, trouxe para nós o Sol que veio do alto, Jesus Cristo. Estrela da Manhã, rogai por nós.
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O desafio do padre

Certa vez, durante uma missão numa cidade grande, o missionário estava fazendo a conferência para os senhores homens. O local estava repleto, com aproximadamente oitocentos homens.

Ao falar do casamento, o padre desafiou: “Até hoje eu nunca encontrei um casal que se separou, e os dois iam à Missa, comungavam e rezavam em casa. E eu desafio os senhores a me apresentarem uma prova em contrário”.

Um homem levantou a mão lá no meio do auditório. O padre pensou: Pronto, achei um. Estou desmoralizado!

O homem começou dizendo: "Sr. Padre, eu sou promotor público aqui na cidade e trabalho na vara familiar. Eu sempre fiz essa pergunta aos casais que pedem a separação”.

O padre pensou: É hoje! Esse aí certamente vai dizer que encontrou, porque aqui nesta cidade todos os casais que se separam são entrevistados por ele!

O promotor continuou: “Eu também nunca encontrei”. E sentou-se. O missionário sentiu-se aliviado.

Apesar desses belos testemunhos, do padre e do promotor, pode haver exceções. Mas são raríssimas. Entre ele e ela o elo é Ele. A união com Deus é o sustentáculo da perseverança no matrimônio.

Isso mostra que o Salvador, nascido em Belém, realmente trouxe a felicidade para o mundo. O que falta é o povo beber desta fonte.

Maria Santíssima foi fiel até o fim de sua vida terrena em todos os seus compromissos com Deus. Que ela ajude os casais.


O porquinho de estimação

Certa vez, uma família da roça resolveu criar um porquinho dentro de casa. Ele perdeu a mãe quando era ainda pequenino e a família teve de usar mamadeira para alimentá-lo.

Criado assim, tornou-se um porquinho de estimação. Em vez de ficar no chiqueiro, estava sempre dentro de casa, e até gostava muito de ficar no colo. As crianças costumavam dar banho nele, passar talco, amarravam até fitinhas no seu pescoço.

Mas havia um problema: Quase sempre, depois de limpo e perfumado, o porquinho deitava-se na lama e voltava todo sujo para dentro da casa. Então tinham de começar tudo de novo.

O porco sente-se mal em viver limpo; essa é a sua natureza. Nós, ao contrário, sentimo-nos mal na sujeira, porque a nossa natureza é de vivermos limpos.

Quem vive no pecado, está em distonia consigo, com o mundo e com Deus. Pode ter momentos felizes, mas não é feliz plenamente.

E não é difícil viver na graça de Deus. Basta empregar os meios que Jesus nos deixou, especialmente a oração. Deus está ao nosso lado, querendo nos ajudar, mas ele não entra na nossa vida se nós não pedirmos. Quantas vezes nos afogamos num copo d’água, e nos esquecemos de pedir!

Maria Santíssima viveu sempre limpa e nunca se sujou. Mãe Imaculada, rogai por nós!


S. Clemente leva escarrada

S. Clemente Maria Hofbauer foi um grande missionário redentorista do século XVIII. Quando ele morava em Varsóvia, capital da Polônia, os redentoristas tinham um orfanato, devido ao grande número de crianças pobres e famintas, pedindo comida pelas ruas.

O orfanato vivia de auxílios que recebia do povo. Um dia, Clemente entrou em um bar e pediu uma ajuda para o orfanato. Ele usava uma batina preta, e o rosário. Clemente disse para os homens que estavam ali, bebendo: "Por favor, um auxílio para as crianças do orfanato!"

Um dos homens, já um pouco alto pela bebida, deu uma escarrada no rosto do padre e falou: “Tome aí, urubu, a sua esmola!”

Clemente, com toda calma, tirou o lenço do bolso, limpou o rosto e disse para o homem: “Isto á para mim. E para as minhas crianças, o que o senhor vai dar?”

Aquelas palavras desmontaram o homem. Ele caiu em si, reconheceu o erro, pediu desculpas e deu uma generosa oferta. E dali para frente tornou-se um dos maiores benfeitores do orfanato.

Como é bom ter calma e humildade diante de pessoas violentas e alteradas! Saber dominar-se e não retribuir o mal com o mal, a violência com a violência, mas tomar uma atitude que desarma o agressor! A humildade é fecunda, ela gera vida e conversão.

“Se alguém te bater numa face, oferece também a outra. E se alguém tomar o teu manto, deixa levar também a túnica” (Lc 6,29).


O ladrão de cabrito

Havia, certa vez, um sitiante que tinha sete cabritos. Passou um pobre, ele ficou com dó e lhe deu seis, ficando apenas com um cabrito só.

Quando o pobre ia lá na frente, pensou: “Puxa vida! Aquele homem tinha sete cabritos, me deu seis e ficou com um só. Vou lá roubar aquele cabrito dele”. Voltou às escondidas e roubou o cabrito do sitiante.

A nossa reação é de indignação e quase de revolta contra esse pobre, que era pobre também de alma e de amor.

Mas é exatamente isso que fazemos com Deus, quando não guardamos o Domingo e não participamos da Santa Missa ou do Culto Dominical. Pois Deus criou os sete dias da semana, deu-nos seis e ficou com um, que por isso chamamos de Domingo, que significa Dia do Senhor. E nós roubamos dele o seu dia!

Maria Santíssima estava unida, não só ao seu Filho, mas também à Santa Igreja, que, após a Ascensão de Jesus, reuniu-se no Cenáculo. Depois, obedecendo ao pedido do Filho, ela foi morar na casa de S. João Evangelista, em Éfeso. Que ela nos ajude a obedecer o 3º Mandamento de Lei de Deus: Guardar domingos e festas.


O cobertorzinho de Jesus

Havia, certa vez, uma catequista que dava aulas de catecismo num bairro muito pobre. Quando, seguindo o roteiro, ela foi falar do nascimento de Jesus, resolveu fazer com as crianças uma encenação. Era uma manhã muito fria do mês de junho.

Ela colocou no meio da sala uma mesa com uma imagem do Menino Jesus, e os alunos em círculo em volta. E disse: “Vamos montar um presépio vivo. Cada um de vocês vai dizer o que deseja ser no presépio”.

Uma criança foi logo dizendo: “Eu sou um pastor”. Outra: “Eu sou um rei mago”. Outra: “Eu sou um cordeirinho”, e assim por diante.

Uma menina falou: “Eu quero ser um cobertorzinho para Jesus”. De fato, Jesus estava quase nu. Ele deve estar sentindo frio, pensou ela. Dias depois, a catequista fez uma visita à casa daquela menina e viu que a família era tão pobre que não tinha nem cobertores suficientes para dormir. Portanto, ela sabia muito bem o que é uma criança passar frio.

Jesus realmente sente frio, junto com todos os que não têm cobertores suficientes para se cobrir. Ele sente o frio da nossa indiferença diante dele e do seu Evangelho, e o frio gelado do nosso pecado. No dia em que formos verdadeiros amigos de Jesus, seremos também amigos dos necessitados, e ninguém passará frio.


O padre consola a mãe

Havia, certa vez, uma senhora que tinha um filho de sete anos, ao qual ela amava muito. Um dia, esse menino ficou gravemente doente. Desesperada, a mãe procurou o pároco, que era o Pe. Alderiges, e disse: “Padre, meu filhinho está muito doente, desenganado pelos médicos!” O padre respondeu: “Confie em Deus, filha!”

Meses depois, a criança morreu. Ao saber, Pe. Alderiges foi à casa dela, abraçou-a junto ao caixãozinho e lhe disse: “Reze ao seu padroeiro, filha!” “Eu não tenho padroeiro”, respondeu a senhora. “Tem sim. É este seu filho”.

O padre tinha razão. Aquela criança foi batizada, por isso é certo que foi para o céu, pois até os sete anos a pessoa não tem consciência suficiente para cometer pecado grave, e assim perder a graça santificante, recebida no batismo. E, se o menino gostava da mãe aqui na terra, certamente vai interceder por ela no Céu, junto de Deus. Este é o lado positivo da morte: A ressurreição. Pe. Alderiges está em processo de beatificação.


O piloto e o rato

Certa vez, um piloto estava voando sozinho, em um pequeno avião, numa região onde não havia aeroportos por perto. Ele começou a ouvir um ruído acima de sua cabeça, e percebeu que era um rato que estava roendo a lona de cobertura do frágil e velho avião.

Ficou preocupado. Largar a pilotagem para espantar o animalzinho não era possível. Se não tomasse uma providência, o rato ia acabar furando a lona e o avião cairia na certa. E o rato continuava roendo.

Foi aí que ele se lembrou que rato não suporta grandes altitudes. Mais que depressa, começou a subir. Foi subindo... até que o rato caiu morto. Pronto, passou o perigo.

Boa lição para nós. Precisamos subir na vida, não no sentido de ficar ricos de bens materiais, mas ricos da graça de Deus. Assim, o grande rato que nos quer destruir, o demônio, não nos perturbará, porque ele não suporta esse tipo de altura.

Maria Santíssima é a “cheia de graça”. Que ela nos ajude a nos manter sempre nas alturas.


Os dois remos do barqueiro

No interior do Brasil, havia um barqueiro que era funcionário da prefeitura. Seu trabalho era atravessar as pessoas em um rio muito largo. Atravessava crianças para a escola, jovens, homens e mulheres.

A canoa dele era dessas de dois remos, presos nas laterais da canoa, um de cada lado, que ele puxava com as duas mãos. Ele escreveu em um dos remos. Oração. No outro: Ação.

Um dia, ele estava atravessando um senhor, e este, conversando sobre as duas palavras, ridicularizou a oração, dizendo que o principal era o trabalho.

O barqueiro então, sem dizer nada, deixou de lado o remo da oração e começou a remar só com o da ação. Naturalmente, a canoa começou a rodar no meio do rio e não ia para frente. Ao contrário, ela estava descendo na correnteza, sendo que dois km abaixo havia uma cachoeira.

O homem ficou com medo, parou de argumentar e suplicou: “Pare com essa brincadeira, senão nós morremos!” O barqueiro pegou os dois remos, remou rio acima e chegou ao porto.

Depois lhe explicou: “É isto que acontece na nossa vida, se deixamos a oração de lado, e nos entregamos só à ação. Ficamos rodando em torno de nós mesmos, não vamos para frente, e o pior: Cairemos no abismo”.

Os santos padres antigos diziam: “Nós devemos trabalhar como se tudo dependesse de nós, e rezar como se tudo dependesse de Deus”. Aí sim, encontraremos o porto seguro”.

Maria Santíssima remava com os dois remos. Vemos isso nas Bodas de Cana: Pediu ao Filho, e procurou os serventes para enviá-los a ele, com a ordem: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Esta ordem ela está dando hoje para você. Por isso pedimos a ela: “Ensina teu povo a rezar, Maria Mãe de Jesus. Que um dia teu povo desperta e na certa vai ver a Luz”.


O menino e o vitral

Certa vez, um menino de uns oito anos estava na igreja matriz. Era uma tarde ensolarada. O garotinho ficava na frente dos vitrais, na direção do sol, para ver os santos dos vitrais refletidos na sua roupa.

Uma senhora, que estava por ali, achou a cena engraçada, aproximou-se do menino e perguntou: “O que você está fazendo?” Ele respondeu: “Estou vendo o santo refletido na minha roupa”. A mulher perguntou: “O que é santo?” Ele disse, apontando para o vitral: “É aquele ali, que deixa a luz do sol passar”.

Ser santo é ser transparente para deixar a luz do Sol, que é Deus, passar através de nós e refletir no mundo.

“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).


Jovem católica é ridicularizada

Havia, certa vez, uma linda garota que pertencia ao grupo de jovens da Comunidade. Bem dotada, ela era a coordenadora do grupo. Uma menina cheia de vida e comunicativa.

Um dia, esta jovem arrumou emprego em um escritório grande da cidade, que tinha muitos rapazes e moças. Alguns dias depois, ela procurou o padre, apavorada, e lhe disse: “Eu não sei o que está acontecendo comigo. Lá no escritório, todos zombam de mim, por eu ser aqui da igreja!”

O padre a orientou dizendo: “Não se preocupe. Você está sendo “brasa na cabeça” de seus colegas de trabalho. Continue como você é, e não trate mal a ninguém”.

O padre se referia a Pr 25,21-22: “Se teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer. Se tem sede, dá-lhe de beber. Assim amontoarás brasas sobre a sua cabeça, e o Senhor te retribuirá”.

Da mesma maneira que nós procuramos tirar logo uma brasa que cai em nossa cabeça, também tentamos fazer calar as pessoas que vivem perto de nós e dão testemunho de Cristo, se nós não damos. Mas o Espírito Santo assiste ao discípulo ou discípula de Jesus, para que continue dando testemunho na hora dos ataques.

Alguns meses depois, a jovem voltou ao padre, com as mãos na cabeça e disse admirada: “O senhor nem imagina o que aconteceu. Um colega meu de trabalho, justamente aquele que mais zombava de mim, perguntou se podia vir no sábado que vem, na reunião do nosso grupo! Eu disse que sim”.

Resultado: Algum tempo depois, toda aquela turminha do escritório estava no grupo de jovens da Comunidade e o ambiente no escritório virou ao contrário. Passaram a ser alegres discípulos de Jesus.

Nós somos chamados por Cristo a ser fermento, luz do mundo e sal da terra.


O farmacêutico que entregou remédio errado

Certa vez, numa cidade grande, um menino foi a uma farmácia de manipulação, levando uma receita médica de sua mãe, a fim de comprar o remédio. Chegando à farmácia e entregou a receita para o farmacêutico. Este colocou o vidro em uma sacolinha, o garoto pagou, pegou a sacolinha e foi embora.

Uns dez minutos depois, o farmacêutico descobriu que havia cometido um grave engano. Entregou um vidro que continha um princípio ativo fortíssimo que, se a mãe do garoto tomasse, ia morrer na hora. Ele entrou em seu carro imediatamente e passou por todas as ruas da redondeza. Enquanto isso, rezava: “Senhor, tomai conta desse caso, porque eu não sei o que fazer!”

Como não encontrou o menino, voltou para a farmácia. Minutos depois, aparece o garoto na farmácia. Todo envergonhado, ele disse: “Moço, por favor, me dê outro vidro. Eu deixei aquele cair na calçada e quebrou. E eu não tenho dinheiro para comprar outro!”

E mostrou o embrulho molhado. O farmacêutico deu um sorriso aliviado e entregou-lhe o remédio certo, com o coração super agradecido a Deus.

“Pedi e vos será dado. Procurai e encontrareis. Batei e a porta vos será aberta. Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra, e a quem bate  a porta será aberta” (Lc 11,9-10). Se Deus não nos dá aquilo que pedimos, dará algo melhor: “Algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra?” (Lc 11,11).


A cura da romeira

Certa vez, uma senhora, esposa e mãe de quatro filhos, descobriu que estava com câncer. Ela se abateu psicologicamente, simplesmente perdeu o rumo da vida.

Resolveu então fazer uma romaria a Aparecida. Logo que chegou, subiu a rampa e ficou em frente à Imagem da Santa. Permaneceu ali o dia todo, só saindo para as refeições e necessidades. No outro dia, fez a mesma coisa, ficando horas e horas na frente da Imagem de N. Sra. Aparecida.

Depois de três dias, ela estava totalmente aliviada e transformada. Antes de voltar para casa, essa senhora disse para uma funcionária do Santuário: “Estou em paz e feliz. Sou outra. Não sei se estou curada ou não, vou fazer os exames para ver. Mas não me preocupo com isso”.

Este é o tipo de milagre que acontece diariamente em Aparecida e pelo mundo afora, graças à intercessão de Maria Santíssima. Mais do que cura física, ou além da cura física, Deus cura a alma da pessoa, para que seja feliz e tenha paz, mesmo na doença.


A comparação entre um grupo e um bicho

Nós podemos comparar qualquer grupo organizado de pessoas com um bicho. O que vemos em um bicho? A cabeça, o corpo e o rabo. Por exemplo, um cachorro, um gato, uma vaca...

A Comunidade cristã também, por ser um grupo organizado, é como um bicho. O rabo são os bens materiais, os prédios, inclusive a igreja ou capela, o dinheiro na conta bancária etc. Assim como um bicho vive sem o rabo, a Comunidade consegue viver perfeitamente sem os bens materiais.

Nos seus primeiros trezentos anos, a Igreja não tinha nem templo para celebrar a Missa. Os cristãos se reuniam em casas de família. E foi a faze melhor da Igreja. Quanta gente inverte os papéis e coloca o rabo na frente de tudo!

O corpo são os membros da Comunidade. Se o corpo de um bicho fica doente, ele sofre. Também a Comunidade sofre, quando os seus membros vão mal.

E a cabeça da Comunidade são os líderes. Se a cabeça de um bicho fica doente, ele sofre muito mais do que com as doenças do corpo. Se existem problemas em nossa Comunidade, mas a liderança vai bem, a Comunidade consegue caminhar. Agora, se o problema está nos líderes...

Vamos pedir a Maria Santíssima que nos ajude a amar muito a Jesus e a amar muito a sua e nossa Igreja, que é una, santa, católica e apostólica. E que nela, demos atenção especial aos líderes.


Carlos Magno coroa seu filho

Carlos Magno governou a França do ano 742 a 814. Quando estava velho, marcou a data da coroação do seu filho Luís. Na hora da coroação, diante da corte e de todo o povo, Carlos Magno pegou a coroa e perguntou a Luís:

“Filho, Jesus é o Rei dos Reis. Prometes obedecer aos mandamentos dele e da sua Igreja?” O jovem respondeu: “Prometo”. “Recebe então esta coroa”, disse o pai. “E jamais te esqueças deste juramento”. E coroou solenemente o filho, que passou a chamar-se Luís I.

Luís I governou a França de 814 a 840. O povo o chamava de Luís I, o Pio, por causa da sua piedade e vida cristã.

Jesus é Rei porque Deus Pai lhe deu essa coroa. A coroa foi de espinhos, mas foi válida. No alto da cruz, quando afixaram acima da cabeça dele aquela placa com os dizeres: “Jesus Nazareno, rei dos judeus”, escrita nas principais línguas do mundo na época, ali foi a sua tomada de posse do seu Reino, como Rei do universo.

Nós, pelo batismo, fomos também coroados reis e rainhas. Veja o que o padre nos disse, na celebração do batismo, logo após derramar a água na nossa cabeça:

“Querida criança que o Espírito Santo te consagre com este óleo santo, para que, inserida em Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei, continues no seu povo até a vida eterna”. E unge a cabeça do batizando.

Como Jesus, como Maria Santíssima e como Luís I, que nós também exerçamos bem a nossa missão real, especialmente quando governamos pessoas ou exercemos qualquer liderança.


Aluno erra a prova

Certa vez, um professor estava aplicando uma prova aos seus alunos, os quais, em silêncio, tentavam responder as perguntas com certa ansiedade.

Faltavam uns quinze minutos para o encerramento, quando um aluno levantou o braço e disse ao professor, que estava sentado à sua mesa: “Professor, pode me dar uma folha em branco?” O professor levou a folha até a sua carteira e perguntou por que mais uma folha em branco. Ele respondeu: “Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão e quero começar outra vez”.

Apesar do pouco tempo que faltava, o professor confiou no rapaz e lhe deu a folha em branco, torcendo por ele.

Nós, pela vida afora, vamos corrigindo aqui, apagando ali... Mas pode acontecer que, em determinado momento, precisemos de uma folha em branco, a fim de mudarmos radicalmente a nossa vida. Isso apesar, talvez, do pouco tempo que nos resta. O professor, que é Cristo, confia em nós e torce para que acertemos o caminho.

Há momentos na vida em que a única saída para seguir a Cristo é pedir uma folha em branco. Como disse Jesus a Nicodemos: “Se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus” (Jo 3,3).

Os nossos atos têm suas raízes. Eles são como iceberg. Aquilo que aparece, esconde uma parte muito maior que está escondida. Através do que aparece nós podemos calcular o tamanho do que está oculto. Os nossos atos são manifestações do nosso mundo interior. Se determinada falha nossa se repete todos os dias, será que não é hora de pedir uma folha em branco? Também os nossos atos positivos, as virtudes, são iceberg.

Maria Santíssima tinha o coração todo voltado para seu Filho e para a Igreja. Afinal, ela é Mãe dos dois. Nós pedimos a ela que interceda por nós, a fim de que a graça de Deus nos transforme desde dentro.


O anel do professor

Certa vez, um rapaz procurou o seu professor e desabafou: “Muita gente fala que eu sou sem iniciativa, acomodado, que não sirvo para nada! O que eu posso fazer?”

O professor respondeu: “Sinto muito, meu jovem, mas agora não posso tratar desse assunto. Tenho de resolver um problema muito sério. Talvez até você possa me ajudar. Eu tenho uma dívida que preciso pagar hoje. Possuo este anel aqui. Você não poderia ir até o mercado para ver se o vende? Não menos que cinquenta Reais. Se achar um comprador, volte aqui antes de fechar o negócio”.

O rapaz foi ao mercado e começou a oferecer o anel às pessoas. Ele dizia: “Vendo este anel por cinquenta Reais. O senhor ou a senhora deseja comprá-lo?”

Horas depois, ele voltou e disse ao professor: “Um ofereceu vinte, outro trinta, mas por cinquenta não achei comprador”.

O professor lhe disse: “Agora, vá até aquele joalheiro da rua tal e veja se ele compra o anel e quanto dá. Mas também volte aqui antes de fechar o negócio”.

O rapaz foi ao joalheiro. Este examinou o anel e disse: “Fale para o professor que no momento não posso dar mais que R$2.300,00 pelo anel. O valor dele é R$3.000,00. Se o professor esperar uns dias, eu poderei dar mais”.

O rapaz voltou envergonhado. O professor lhe disse: “Meu caro! Você é como este anel. É uma joia única e valiosa. Mas só pode ser avaliado por quem o conhece. Não é qualquer pessoa que pode descobrir o seu valor verdadeiro!”

Quem nos conhece são nossos pais, parentes, amigos, professores e principalmente Deus. Deus nos valoriza tanto, que criou para nós este mundo tão rico e bonito. Pelo batismo, o nosso valou se tornou infinito.

“Feliz de você que acreditou”, disse Isabel a Maria Santíssima. Peçamos à nossa Mãe do Céu que nos ajude a entender o nosso valor, a também o valou do nosso próximo.


Gedeão reduz número de soldados

Jz 7 narra que os madianitas resolveram atacar Israel. Vieram com um exército de trezentos mil homens. Gedeão, o general de Israel, tinha apenas trinta e dois mil soldados. Pediu ajuda a Deus, e este lhe disse: “Estás levando gente demais contigo para que eu entregue Madiã às tuas mãos. Israel poderia gloriar-se às minhas custas, dizendo: Foi minha mão que me salvou”.

Então Gedeão reduziu o seu exército para dez mil homens. Deus achou que ainda era muito, e alguém poderia pensar que foi a força do exército que salvou Israel. Gedeão reduziu para apenas trezentos soldados, ordenando que os outros voltassem para casa. Deus então ordenou o ataque ao inimigo.

Aquela noite foi a mais escura que se possa imaginar. Gedeão posicionou os trezentos homens nos morros em volta de todo o exército inimigo.

À meia noite, todos tocaram as trombetas ao mesmo tempo, e acenderam as tochas que levavam consigo.

Os madianitas acordaram apavorados. Sem ver nada, devido à escuridão, matavam-se uns aos outros, pensando que eram os inimigos. E Israel venceu a guerra.

Com Deus ninguém pode. Mas “Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes” (Pr 3,34). Deus nos ajuda, mas pede a nossa humildade, não confiando só nas nossas forças.


O pulo do gato

Certa vez, a onça e o gato estavam conversando. O gato em cima da árvore e a onça no chão. Então a onça pediu: “Gato, eu sou meio bobinha. Ensine-me as suas espertezas” O gato concordou, e ensinou para ela a correr, a miar, a subir em árvore, a caçar, a pular para frente...

Tempo depois, a onça estava em cima da árvore e o gato lá embaixo. A onça estava com fome. Então ela pensou: “Eu vou comer este gato”. E pulou em cima dele.

Mas o gato deu um pula para trás e escapou. A onça então lhe disse: “Este truque de pular para trás você não me ensinou!” O gato respondeu: “Claro! Se eu lhe tivesse ensinado, você teria me devorado agora!”

Daí surgiu o provérbio: “O pulo do gato”, para designar uma esperteza maior que as dos outros. Você está convidado ou convidada a aproximar-se mais de Jesus Cristo, pois ele tem o pulo do gato para lhe ensinar. Assim, você não só se livrará das onças do mundo, mas poderá ajudar outros a fazer o mesmo.


Pena que faltou angu

Certa vez, um homem da roça resolveu preparar uma festa de casamento da sua filha. Ele queria uma festa boa mesmo, para ninguém por defeito.

Contratou as melhores cozinheiras da região e lhes pediu que fizessem do melhor. Da minha parte, disse ele, eu providencio tudo o que vocês pedirem.

Elas se dedicaram. Uns minutos antes da festa, ele foi ao local verificar como estava. Havia frango ao molho, carne de vaca, de porco, de cabrito, peixe, arroz, feijão, que-bebe... Para a sobremesa havia doce de abóbora, de mamão, de batata, de leite... tudo.

A cozinheira chefe falou para ele: “Só não fizemos angu”. Ele respondeu: “Não tem importância. Com tantos pratos gostosos, ninguém vai sentir falta do angu”.

Quando terminou a festa, o sitiante ouviu várias pessoas comentando: “Que festa mais boa, só faltou angu.”. Todas as famílias que iam saindo, só comentavam sobre a falta do angu.

Há pessoas que gostam de destacar o lado negativo das pessoas e coisas. No meio de tantas qualidades, se existe um defeito, é justamente deste que se fala.

Vamos ser otimistas e destacar o lado positivo. Assim nós animamos as pessoas a continuarem na luta.

Maria Santíssima gostava de festas. Ela não só participava, mas ajudavam nas festas. Veja as Bodas de Caná. A transformação da água em vinho foi para que a falta de vinho não estragasse a festa.


O homem que se esqueceu que detestava N. Sra.

Havia, certa vez, um homem que dizia para todo mundo: “Eu não acredito em Nossa Senhora nem gosto dela”. Um dia, ele estava viajando de avião, junto com um colega, e de repente o avião entrou numa tempestade e começou uma turbulência muito forte. A aeronave balança como palha ao vento. Apavorado, aquele homem disse: “Nossa Senhora Aparecida, ajudai-nos!”

Quando passou a tempestade, o colega disse a ele: “Você não falou que não gosta de Nossa Senhora? Por que então chamou por ela?” O outro respondeu: “Eu não gosto dela lá embaixo, em terra firme. Aqui em cima é outra história”.

Ainda bem que Maria Santíssima é Mãe, inclusive desse filho ingrato. Uma mãe ama até aqueles filhos que dizem não gostar dela. Ama e ajuda.


O médico igual aos outros

Havia, certa vez, um posto de saúde que estava sempre super lotado de pacientes. Eram filas enormes que se formavam todos os dias, de pessoas que queriam ser atendidas pelos médicos.

Um dia, Jesus Cristo resolveu ajudar. Vestiu a roupa de médico, achou uma sala de atendimento vazia, entrou e começou a atender.

Chegou a vez de um aleijado. Ele entrou, Jesus o olhou e disse: “Pode ir”. O homem levantou-se e saiu andando, completamente curado.

Ao passar no meio dos outros que esperavam, perguntaram a ele: “Como é esse novo médico aí?” Ele respondeu: “Igualzinho os outros. Ele nem tocou em mim, não me mandou deitar na maca, e foi super rápido”.

Que ingratidão! Estava curado, mas só olhava a parte negativa. Muitas vezes, nós somos assim com Jesus eucarístico. Ingratos. Ficamos loucos para a Missa terminar e irmos embora, deixando Jesus lá.


O seminário roubado

Havia, certa vez, um seminário pequeno, situado em um bairro bastante pobre e violento, na periferia de uma cidade.

Em uma noite, um grupo de adolescentes pulou a janela da dispensa e entrou para roubar pacotes de alimentos. Mas aconteceu que um seminarista viu. Chamou seus colegas, agarraram os ladrões e os levaram ao quarto do diretor.

Este, ao ver a cena e aqueles meninos magros, ficou com dó e disse: “Filhos, vocês não precisam fazer assim. Podem entrar pela porta da frente da nossa casa e pegar o que quiserem. Eu convido vocês a virem tomar refeição conosco todos os dias”.

Os adolescentes aceitaram o convite e começaram a frequentar o seminário na hora das refeições.

Tempo depois, o diretor arrumou uma casa para eles morarem. Nesta casa havia comida e oração. Chama-se Casa São Dimas, em homenagem ao bom ladrão que estava crucificado ao lado de Jesus. Hoje, um desses “ladrõezinhos” é padre.

“Por acaso eu sinto prazer com a morte do injusto? O que eu quero é que ele se converta de seus maus caminhos e viva!” (Ez 18,23). A Santíssima Trindade é um mistério de inclusão, e nós somos uma imagem dela.

Maria Santíssima é a pessoa mais ligada à Santíssima Trindade, pois é a filha de Deus Pai, mãe de Deus Filho e esposa de Deus Espírito Santo. Mãe amável, rogai por nós.


Sabiá-mãe alimenta dois ninhos

Certa vez, um homem começou a se preocupar com a seguinte questão: E se eu morrer, quem vai sustentar meus filhos e minha esposa? Ele morava na roça. Um dia, quando ia para o trabalho, viu, numa árvore, um ninho com filhotes de sabiá. Logo na frente, viu um gavião apoderando-se de um sabiá, justamente a mãe daqueles filhotes, que vinha trazendo no bico comida para eles.

A avezinha morreu ainda com os alimentos no bico! Revoltado, o homem tentou atingir o gavião com pedradas, mas em vão. O bicho foi devorar a sua presa, bem distante dali.

No outro dia, ao ir para o trabalho, o homem foi direto àquela árvore para ver como estavam os filhotes órfãos. Ele tinha certeza que ia encontrá-los com muita fome.

Mas pelo contrário. Os bichinhos estavam cantando, cheios de vida. Como é possível isso? O homem ficou ali, a fim de descobrir o segredo. Logo viu chegar a mãe do ninho vizinho, que repartiu o alimento que trouxe, para os dois ninhos.

Emocionado, o agricultor tirou o chapéu e rezou: “Senhor, desculpe, eu havia me esquecido que existe a Providência divina. Pensava que somente eu poderia manter a minha família. Agora vejo que é o Senhor o único e infalível sustento dos meus filhos”.


O sino cheio de sujeira

Certa vez, um grupo de turistas estava andando numa região rural, e encontrou no meio do pasto uma capela velha. Ela estava já sem o telhado e algumas paredes tinham caído. Dentro dela, era só mato.

Entretanto, a torre estava intacta e, lá em cima, estava o sino. Viram que havia um arame amarrado no badalo do sino, cuja ponta estava à altura da mão.

Um rapaz pegou logo o arame e puxou. Mas não saiu som nenhum. Ele percebeu que o sino não ressoava porque estava cheio de sujeira. Telhas de aranha, formigas, até caixa de marimbondo abandonada. O sino estava todo entupido.

O rapaz subiu a torre e limpou o sino. Depois desceu e puxou o arame. Aí sim, saiu aquele som bonito de um sino de bronze. Até o gado gostou e veio ouvir de perto.

Nós somos como aquele sino. Se estamos sujos de pecado, a nossa comunicação também sai suja, feia e prejudicial aos outros. O nosso testemunho não ressoa e é fraco como o barulho de um sino sujo.

Maria Santíssima, depois de Jesus, é o sino mais bonito que existe. Que ela cante e nos encante para o seu Filho.


O velho que adorava o sol

Certa vez, Abraão estava sentado na frente da sua tenda, apreciando a tarde. Aproximou-se dele um velhinho de cem anos de idade, apoiado em uma bengala. Abraão o recebeu bondosamente. Lavou-lhe os pés e ofereceu janta.

Antes de comer, reparou que o homem não invocou a Deus. Perguntou-lhe: “Você adora a Javé, o Deus verdadeiro?” “Eu adoro o sol”, respondeu o velho. “Ele é o meu Deus”. Abraão ficou zangado e expulsou o homem de sua tenda.

Logo em seguida, Deus chamou Abraão e perguntou por que tinha mandado embora o forasteiro. “Ele não adora o Senhor!” respondeu Abraão. Deus disse: “Abraão, eu aguentei esse homem durante cem anos, embora me renegue, e você não pôde suportá-lo nem uma hora?” Abraão, envergonhado, correu atrás do velho, pediu desculpas e o acolheu.

O amor é universal. Ele nos une a todos, independente de crenças, partidos políticos, idade, raça, cor etc. Nós não adoramos o sol, mas acolhemos quem o odora. Assim imitamos o nosso Pai do céu, que manda o sol e a chuva sobre todos (Cf Mt 5,45).

Peçamos a Maria Santíssima, a Mãe do belo amor, que nos ajude a amar a todos, esquecendo as diferenças.


O povo que tinha uma perna mais curta

Havia, certa vez, uma vila rural grande, mas muito distante e de difícil acesso. Nela havia uma venda, onde se encontrava de tudo.

Um vendedor fez questão de ir de carro até esta vila, para vender seus produtos. Arrumou um carro com tração nas quatro rodas, com pneu de lama e correntes, e foi.

Depois de muita luta, conseguiu chegar à cidadezinha. Logo na entrada, teve uma surpresa. Percebeu que todas as pessoas tinham uma perna mais curta que a outra, e andavam mancando.

Ele parou na frente da venda, do outro lado da rua. Ao atravessar a rua, viu que as pessoas riam dele. Observava bem sua roupa para ver se havia alguma coisa errada, nada. Ao entrar na venda, a mesma coisa. Todos riram dele, disfarçadamente.

Depois de negociar com o dono da venda, perguntou-lhe: “Agora me diga uma coisa. Por que todo mundo aqui está rindo de mim?” “Porque o senhor é aleijado”, respondeu o dono da vinda, que também estava rindo.

Aquele vendedor era aleija porque tinha as duas pernas do mesmo tamanho, e não mancava. Ali, o normal é ser aleijado, e não ser aleijado é anormal, porque é diferente de todos.

Nosso mundo, às vezes, é parecido com aquela cidadezinha. As pessoas que não pecam é que são diferentes e por isso são objetos de riso. Já os que vivem errado são considerados normais.

Maria Santíssima nunca teve pecado. Ela pisou a cabeça da serpente. Santa Maria, rogai por nós!


Menino ferido perdoa agressor

Certa vez, um garoto de dez anos, chamado Bruno, voltava da escola, quando um homem se aproximou dele e perguntou: “Filho, você pode ir comigo à loja a fim de escolher um presente de aniversário para o seu pai?” De fato, o pai de Bruno, sr. Jorge, fazia aniversário no dia seguinte. Ele entrou no carro do homem.

Havia um detalhe que Bruno não sabia: Este homem, no passado, fora empregado do sr. Jorge e este o despediu por causa de bebida. Por isso ele era revoltado contra o sr. Jorge.

O homem levou Bruno para uma área isolada, onde o perfurou várias vezes no peito com uma chave de fenda, depois lhe deu um tiro na cabeça e o deixou lá, para morrer. Felizmente, a bala havia passado por trás dos seus olhos, não danificando o cérebro.

Depois que retomou a consciência, Bruno ficou sentado na beira do asfalto, onde foi socorrido por um motorista que passava. Duas semanas depois, Bruno descreveu para um desenhista da polícia o rosto do agressor. Seu pai o reconheceu. Entretanto, o menino, devido ao trauma, não conseguiu identificar se era aquele mesmo, ou não. Por isso ele não foi preso.

O ataque deixou Bruno cego de um olho. Mas, sem nenhum outro problema grave. Ele voltou para a escola e deu continuidade à sua vida.

Formou-se, casou-se e tiveram dois filhos. Um dia, um policial lhe telefonou para informar que o seu agressor, agora com setenta e sete anos, havia confessado o crime. Sem família, ele estava em um asilo.  Bruno foi visitá-lo. Ele se desculpou pelo que havia feito e Bruno disse que o havia perdoado.

Depois disso, visitou-o muitas vezes. Apresentou-lhe sua esposa e filhos, a fim de lhe dar uma sensação de família. Ele ficava feliz quando Bruno aparecia, porque o tirava da solidão e era um grande alívio para ele, após vinte e dois anos de arrependimento.

Mais do que tragédia, Bruno via no fato um milagre. Sentia-se abençoado por Deus. Apesar de muitos não entenderem como que Bruno pôde perdoar aquele homem, ele mesmo via o perdão como a única saída para ser feliz. Se tivesse escolhido o ódio, ou passar a vida procurando vingança, não seria o homem feliz e realizado que é hoje.

O perdão também é uma penitência, que faz bem aos dois lados: a quem perdoa e a quem é perdoado.

O amor de mãe é o mais belo retrato do amor de Deus por nós. “Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!" (Is 49,15). Maria Santíssima, Mãe de Jesus e nossa, enfrentou situações difíceis, como a fuga para o Egito, a morte do Filho na cruz... Sinal de que ela se exercitava no auto domínio, a fim de promover a vida. Santa Maria, rogai por nós!


O barraco lá no Céu

Certa vez, um homem morreu e chegou à porta do Céu. S. Pedro olhou a ficha dele e disse: “Pode entrar”.

E S. Pedro foi levá-lo até a sua casa. Ao ver as mansões, o homem ficou admirado. Todas traziam o nome do morador. De repente ele viu um palácio muito bonito, e era justamente do seu empregado, que havia falecido um tempo antes. Ele pensou: Se até o meu empregado ganhou uma casa chique assim, imagine a minha!

Continuaram caminhando, e S. Pedro não parava de andar. De repente, entraram na periferia do Céu, numa rua de terra, toda esburacada. Já no fim da rua, S. Pedro apontou para um barraco pobre, que mal cabia ele, e disse: “Esta é a sua casa”.

O homem disse, admirado: “Mas S. Pedro, por que o meu empregado ganhou uma casa tão bonita, e eu esse barraco?” S. Pedro respondeu: “Aqui nós só damos a mão de obra. O material vem lá de baixo. São as boas obras que a pessoa fez lá na terra. E você só mandou isso aí!”

“Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Porque, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6,36-37).


O Pe. Izidório

No Séc. XIX, havia uma família que morava no meio de uma floresta, muito distante de qualquer povoado. Um dia, a mãe ficou gravemente enferma.

Percebendo que ia morrer, pediu, com insistência, que lhe trouxessem um padre, pois ela queria receber a santa Comunhão antes de partir desta vida.

O seu esposo, como não podia deixá-la sozinha, pediu ao filho mais velho, de doze anos, que fosse até a sede da missão chamar o padre. Era um dia todo de caminhada para ir e voltar. O pai deu ao menino um revólver, a fim de se defender, caso encontrasse algum animal feroz.

Aconteceu que, quando o menino chegou à sede da missão, o padre tinha viajado para rezar Missa em outro lugar distante. A Irmã, que conhecia o menino, pegou uma Hóstia consagrada, colocou-a em um corporal, e deu a ele. Pediu que ele mesmo desse a Comunhão para a sua mãe.

O garoto pegou com todo cuidado o corporal com a Hóstia, colocou no bolso do seu casaco e voltou correndo para casa.

Lá em sua casa, a família estava preocupada, porque ele não chegou na hora prevista. Além disso, já escurecia e à noite era perigoso andar na floresta.

O pai não tirava o olho da estrada. De repente, ele ouviu um tiro de revólver. “É nosso filho”, disse ele para a esposa. “Aconteceu alguma coisa com ele”. E saiu correndo. Minutos depois, ouviu outro tiro. O pai então gritou: “Estou aqui, meu filho, pode ficar tranquilo”.

Quando o pai encontrou o menino, ficou aliviado. Não havia acontecido nada. Apenas o garoto correu tanto que, chegando ali, caiu e não conseguia mais andar. Por isso deu os tiros para chamar o pai.

Chegaram em casa, o menino deu a Comunhão para a mãe, que a recebeu com um sorriso e muita alegria. Horas depois, ela falecia em paz. Parecia que estava esperando a Comunhão para morrer.

Esse garoto chamava-se Izidório. Dias depois desse fato, ele chegou para o pai e disse: “Papai, eu vou ser padre, para que muitas pessoas tenham a sorte da minha mãe: Poder comungar antes de morrer”.

Estamos falando do Pe. Izidório, que foi um grande missionário. Ele passou a vida dedicando-se à Eucaristia, a serviço do Povo de Deus.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome” (Jo 6,35).


A água milagrosa

Certa vez, uma senhora procurou um sábio para lhe pedir ajuda. O problema dela eram as brigas com o marido. Era só ele chegar em casa, pronto, começavam as brigas. Ela não conseguia controlar-se.

O sábio ouviu-a com atenção, depois disse: “A senhora espere um pouco aqui, que eu tenho uma solução para esse caso”.

Foi lá dentro, encheu uma garrafa de água potável, trouxe e lhe deu, dizendo: “Esta água é milagrosa. Ela cura mesmo. Mas a senhora tem de usá-la da maneira correta. É assim: Quando o seu marido fizer alguma coisa errada e a senhora tiver vontade de brigar, primeiro ponha um bom gole desta água na boca, e não engula, mas fique segurando a água na boca até se acalmar. Depois pode jogar fora a água”. A senhora agradeceu e levou a água para casa. Lá, usou a água milagrosa da forma indicada.

Dias depois, ela voltou para agradecer. O sábio sorriu e lhe disse: “Filha, aquela água não é milagrosa coisa nenhuma. O que a senhora fez foi usar o dom do discernimento. Para usar esse dom, precisamos ter calma, paciência e não agir precipitadamente”.

Muitas pessoas são precipitadas e tomam atitudes que só depois param para pensar. É o caso de usar a técnica de contar até vinte. Antes de tomarmos qualquer atitude repentina, parar e contar mentalmente até vinte. Quando terminamos de contar, a nossa reação será outra.

Mãe do Bom Conselho, rogai por nós, a fim de que todos recebamos também esse dom maravilhoso do Conselho.


O “nariz católico”

S. Clemente Maria Hofbauer era missionário redentorista, e viveu no Séc. XVIII, na Polônia. Quando ele era seminarista, seu País passava por uma forte crise religiosa. Surgiam seitas dos mais diversos tipos.

Um dia, um dos seus professores, apesar de estar dando aula no seminário diocesano, começou a ensinar coisas contrárias à fé católica. Clemente disse para ele: “Isso que o senhor está falando não é católico”. O professor pediu que o menino provasse. Ele respondeu: “Provar eu não sei; mas percebo que esta afirmação do senhor não é católica”. A polêmica chegou aos ouvidos do diretor do seminário, que acabou despedindo o professor.

A partir daí, os colegas de Clemente diziam que ele tinha "nariz católico", isto é, uma espécie de "faro" pelo qual percebia o que estava e o que não estava de acordo com a doutrina católica.

Na verdade, todos nós temos esse “nariz católico”. São os dons do Espírito Santo que recebemos na crisma, especialmente os dons do entendimento e do conselho. Jesus disse que a ovelha conhece a voz do seu pastor, por isso, quando chega um mercenário, ela foge (Cf Jo 10,1-5).

Quando Jesus disse: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio”, ele falou também: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,21). Assim como S. Clemente, todos nós temos condições de dizer a palavra certa, na hora certa e do jeito certo.

Maria Santíssima é a Rainha dos Profetas. Que ela nos ajude a viver melhor o dom e a missão profética que recebemos no Batismo.


A diferença está no filho

Certa vez, uma garotinha de sete anos estava rezando a Ave Maria. Um senhor viu e lhe disse: “Por que você está louvando a Maria? Ela é uma mulher como as outras!”

A criança respondeu: “O senhor não sabe a diferença? A diferença é que ela é a mãe de Jesus!” O homem ficou sem saber o que responder, porque a menina tinha razão. Maria é uma mulher como as outras, mas a diferença está no seu Filho. Por isso que ela é Imaculada.

Até uma criança entende o nosso amor e a nossa gratidão a Maria Santíssima.

“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a dignidade de filhos. E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: ‘Abbá’: Pai! Portanto, já não és mais escravo, mas filho. E, se és filho, és também herdeiro. Tudo isso, por graça de Deus” (Gl 4,4-7).

Foi através de Maria que o Filho eterno de Deus Pai assumiu a carne humana, e assim nós, inseridos nele, nos tornamos também filhos e filhas de Deus. Agradecemos a Maria a sua disponibilidade para isso. “Ave, Maria!”


A criança perdida no trigal

Certa vez, uma mãe foi trabalhar numa grande lavoura de trigo, que já estava perto da colheita. Como não tinha com quem deixar o filhinho de três anos, levou-o consigo.

Lá, ela se descuidou e o menino perdeu-se no meio do trigal.

A mãe ficou desesperada. Havia quatro pessoas trabalhando ali. Todos se puseram a procurar a criança. Mas o tempo se passava, a tarde vinha chegando, e nada. A mãe cada vez mais aflita, pois era tempo de frio e o menino estava sem agasalho.

Chamaram mais gente, e todos procuravam a criança.

A certa altura, um senhor falou: “Nós estamos, cada um passando no lugar onde os outros já passaram, e existem áreas onde ninguém passa. Vamos dar as mãos, fazer uma corrente, e caminhar um ao lado do outro, percorrendo todo o trigal. Assim, é certo que encontraremos o menino”.

Realmente, poucos minutos depois, o garotinho foi achado. Estava deitadinho no chão, dormindo. Isso porque se cansou de tanto andar a procura da mãe.

Como é importante a vida em Comunidade! Povo unido jamais será vencido. Sozinhos é o contrário, facilmente os inimigos nos vencem. Na Comunidade, além de vencer, nós damos testemunho de Jesus Cristo, que disse: “Pai, que todos sejam um” (Jo 17,21). E assim realizamos aquele desejo de Jesus: “Venha a nós o vosso Reino”.



O amigo verdadeiro

Havia, certa vez, dois rapazes que eram amigos. Um se chamava João e o outro José. Eles moravam perto da praia.

Um dia, o João estava nadando, descuidou-se, foi levado pelas ondas e começou a se afogar. O José nadou até ele, pegou-o e o trouxe para a terra firme.

O João ficou muito agradecido. Durante a semana ele foi à praia, com um ponteiro, e escreveu em baixo relevo numa grande pedra: “Hoje, o meu amigo José fez um gesto heroico e me salvou do afogamento. Assinado: João”. E escreveu a data. O José viu e agradeceu.

Meses depois, na mesma praia, os dois tiveram uma discussão. O José ficou esquentado e deu um tapa no João.

O João pegou um pedaço de vara e escreveu na areia: “Hoje, o meu amigo José, por um motivo fútil, esbofeteou-me. Assinado: João”. E escreveu a data.

Quando o José viu a escrita, disse admirado ao seu amigo: “Por que aquele dia você escreveu na pedra, e hoje na areia?” O João respondeu: “É porque as ofensas nós precisamos esquecer logo. Daqui a pouco vem uma onda e apaga. Agora, os benefícios, não podemos nos esquecer nunca”.

Perdoar é uma graça de Deus. Por isso, vamos pedir a ele, pela intercessão da Virgem Maria, que nos dê a virtude do perdão.


Cicatrizes de amor

Certa vez, um menino foi nadar em um lago. A mãe, olhando de longe, viu que havia um jacaré no lago. Gritou para o filho e veio correndo. O garoto nadou para a margem, mas não deu tempo. O animal grudou no seu pé. E virou aquela luta: A mãe segurando os braços do pequeno e o jacaré o puxando pelo pé.

Um homem ouviu os gritos, veio com um facão, deu um golpe na cabeça do bicho e este largou a criança.

No hospital, veio uma pessoa visitar o garoto. Ele lhe mostrou as cicatrizes no pé e disse: “Mas olhe meus braços, eles estão também cheios de cicatrizes. São das unhas da minha mãe, enquanto me segurava”. São cicatrizes de amor.

Na nossa vida, há muitas dessas cicatrizes, que Deus nos permite, a fim de nos libertar de outras piores.

“O pai que poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24). “Eu repreendo e educo os que amo” (Ap 3,10).


O aniversário da Margarida

Havia, certa vez, uma menina de oito aninhos, que se chamava Margarida. Chegou o dia do seu aniversário. Margarida levantou-se ansiosa, mas ninguém falou nada! De repente, na hora do café, toda a família abraçou a garota e a mãe lhe deu um presente. Ela abriu a caixa, era um par de sapatos muito bonitos. Experimentou-os, serviu certinho.

Então pediu para a mãe: “Posso ir para a escola com estes sapatos novos?” “Sim”, respondeu a mãe.

Na escola, logo que as colegas a viram, ficaram encantadas com seus sapatos. A Margarida contou: “É porque hoje é o meu aniversário!” Todos a abraçaram.

De repente, a Margarida ficou triste. Viu uma menina descalça! Coitada! Ela pode pisar em prego, em poça d’água, pegar doenças... E perguntou a garota: “Por que você está descalça?” Ela disse: “É porque eu não tenho sapatos. Sou pobre”.

Chegando em casa, a Margarida pediu para a mãe: “Posso levar meus outros sapatos para uma colega da escola?” A mãe respondeu: “Sim, mas antes o limpe e engraxe”.

No dia seguinte, antes da aula, ela chamou a colega de lado e deu os sapatos. A colega experimentou, serviu certinho. Que bom! Agora a Margarida ficou contente.

Na hora do recreio, cada criança comia o lanche que trazia de casa. A Margarida percebeu que aquela menina não havia levado lanche. Dividiu com ela o seu lanche.

No outro dia cedo, antes de ir para a escola, ela pensou: Vou levar dois lanches, um para mim e outro para aquela menina. Como a mãe tinha ido à feira, ela mesma pegou dois pães, cortou-os no meio, foi até o fogão, destampou a panela e pôs a carne nos dois pães.

Quando voltou da escola, contou para a mãe. Esta falou: “Ah! Foi você? Eu pensei que tinha sido o gato que comeu a carne, e dei-lhe uma paulada!” A Margarida foi ao fundo do quintal, encontrou o gato deitadinho, triste, e fez carinho nele.

Minutos depois, chegou o pai para o almoço. A Margarida estava no quarto e ouviu a mãe contar para ele: “Hoje eu ia fazer uma sopa, mas a Margarida pegou toda a carne da panela. Isso porque, além do lanche dela, fez outro para aquela tal colega a quem deu os sapatos”.

O pai chamou: “Margarida, vem cá!” É hoje que vou levar castigo, pensou a ela. Abaixou a cabeça e aproximou-se do pai. Este lhe disse: “Você fez uma coisa muito boa. De hoje em diante, todos os dias você vai levar para a escola dois lanches. Um para você e outro para esta sua colega”. E abraçou a Margarida.

Que pena que existem tão poucas pessoas como a Margarida! Ela imitava Jesus.

Que Maria Santíssima nos ajude a ter um coração sensível a quem vive ao nosso lado e passa necessidade.


A menina que quebrou o vaso

Certa vez, uma senhora foi visitar a amiga vizinha. Quando chegou à casa dela, só encontrou a filhinha de sete anos, que estava chorando.

A mulher perguntou: “O que foi, filha?” Ela respondeu: “Eu quebrei o vaso de flores da minha mãe!” A senhora disse: “Está com medo de apanhar, hein!” “Não”, reagiu na hora a garotinha. “É que eu amo a minha mãe e ela gostava tanto deste vaso!”

A criança sabia que não ia apanhar, porque sua mãe não tinha esse costume. O seu choro era provocado pelo amor à mãe. O amor faz chorar, ele é mais forte que o medo de apanhar.

Maria Santíssima também se dirigia pelo amor, pelo seu grande amor a Deus. Que ela nos ajude a sermos bons cristãos, não por medo de castigos, mas por amor a Deus.


O príncipe salvo por camponeses

Certa vez, um príncipe foi salvo da morte por dois camponeses, que moravam em vilas rurais diferentes.

Agradecido, o príncipe deu a cada camponês um saco de sementes especiais, quase mágicas, que garantiriam grande produção.

Muitos anos depois, já coroado rei, ele foi visitar os dois camponeses.

O primeiro era agora rico, dono de uma grande fazenda, mas vivia assustado, cercado de arame farpado e guardas, numa vila sem recursos e no meio da miséria dos vizinhos.

O segundo camponês, o rei quase não o reconheceu. A vila era agora uma comunidade maravilhosa, com boas escolas, estradas para escoar a produção, hospital, saneamento... Uma beleza.

É que o segundo camponês optou por partilhar com os vizinhos as magníficas sementes que ganhara.

Para sermos cristãos de verdade, precisamos nascer de novo para uma vida segundo o Evangelho. Se o fizermos, seremos felizes e também as pessoas ao nosso redor. Esta é a Páscoa hoje.

Maria Santíssima foi a discípula que melhor acolheu a proposta do seu Filho. Que ela nos ajude.


A rica festa de aniversário

Havia, certa vez, um casal que tinha duas crianças e estava atravessando uma situação financeira muito difícil.

No dia do aniversário do marido, a esposa não tinha nada para preparar uma festinha. Tinha apenas um punhado de arroz em casa. O que ela fez. Cozinhou o arroz, colocou-o numa travessa bonita e, com folhas de cebola, escreveu em cima: "Parabéns". Além disso, colocou ao lado um vaso de flores. Quando o esposo chegou, ela e as crianças cantaram parabéns e o abraçaram com grande alegria. Naturalmente, ele ficou súper feliz.

A festa faz parte da vida em família. Ela é o espaço que temos para agradecer, para elogiar, para expressar o nosso reconhecimento por tudo o que a pessoa faz, e por isso se alegrar. Na festa, as pessoas ali presentes são muito mais valiosas do que comidas e bebidas caras.

A Família de Nazaré gostava de festa. Eles iam todos os anos a Jerusalém, na festa da Páscoa (Lc 2,41), e Maria fez até o Filho aumentar a alegria em uma festa de casamento, providenciando mais vinho.

Queremos participar de festas e nos alegrar, mas sem soltas os nossos instintos e paixões desordenadas. Queremos divertir-nos no Senhor.

A menina e o pai doente

Certa vez, um pai estava doente, de cama, já há vários dias. Depois de diversos exames, o médico foi claro com a família: É grave. Ele terá poucos dias de vida.

Então sua filha adolescente começou a chorar, desconsolada. O pai lhe disse: “Por que você chora tanto assim, filha? Se eu morrer, na outra vida nós nos encontraremos!”

Ela falou: “É justamente por isso que estou chorando, pai. Será que na outra vida nós vamos nos encontrar mesmo? O senhor leva vida errada, não vai à Missa, não reza... E não quer a visita do padre!”

O pai levou um susto com aquelas palavras da filha. Pediu que chamassem o padre, fez uma boa confissão, recebeu a Unção dos Enfermos e a Eucaristia.

Essa menina foi uma missionária dentro de casa. Atraiu o pai para Deus. Que bom se nós também aproveitássemos as ocasiões para aproximar as pessoas de Cristo!

“Os que tiverem ensinado a muitos o caminho da virtude, brilharão como as estrelas por toda a eternidade” (Dn 12,3).


“Quando (os reis magos) entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe” (Mt 2,11). Naturalmente, Maria mostrou o Filho para os ilustres visitantes. E mostrou sorrindo, como fazem as mães, ao apresentarem o seu bebê. Este foi o momento exato da Epifania, o momento em que o Filho de Deus foi manifestado ao mundo, representado naqueles homens. Maria foi o instrumento usado por Deus para mostrar Jesus. Que nós também, a exemplo dela e daquela menina, o sejamos.

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