22 Historinhas - Maio de 2014
Eu
era forasteiro e me acolhestes
Certa vez,
Jesus estava viajando a pé, com os Apóstolos, e anoiteceu. Noite escura, de modo
que não podiam mais caminhar.
Pedro foi até
uma casa e bateu. Veio o dono e Pedro lhe disse: “A gente queria um pouso. É
possível?” O homem respondeu: “Sim. Nós damos um jeito”.
Pedro ficou
meio sem graça e disse: “Acontece que eu não estou sozinho. Há mais doze ali na
estrada”. O homem assustou-se, mas pensou um pouco, conversou com a esposa e disse:
“Mande-os entrar. Vamos dar um jeito”.
Pedro chamou o
grupo, eles entraram e lavaram os pés, enquanto a dona da casa preparava algo
para comerem. Eles jantaram e foram dormir. No outro dia, agradeceram e continuaram
a viagem.
Muitos anos se
passaram e aquele dono da casa morreu. Quando foi chegando à porta do Céu, encontrou
doze parentes seus que estavam tristes, porque S. Pedro não os havia deixado entrar,
dizendo que o lugar deles era o inferno.
Então falaram
para o homem que acabava de chegar: “Estamos esperando você, porque sabíamos
que você viria logo. Converse lá, dê um jeito”. O homem aproximou-se da porta,
S. Pedro olhou a ficha dele e disse: “Sua ficha é pesada. Seu lugar seria o
inferno. Mas você acolhia os peregrinos, por isso venha. Entre na alegria do
Céu”.
Nessa hora, o
homem falou: “Mas eu não estou sozinho. Tenho mais doze ali atrás”. Pedro olhou
bem para ele e se lembrou da hospedagem lá na terra. Emocionado, usou a mesma
frase que o homem havia usado para ele: “Pode chamar todos eles; a gente dá um
jeito”. Assim todos entraram no Céu e lá estão por toda a eternidade.
Os peregrinos
são como ovelhas desgarradas. Precisamos acolhê-los. “Eu era forasteiro e me acolhestes
em casa” (Mt 25,35).
Maria
Santíssima era e continua sendo uma mulher acolhedora. Ela não exclui nenhum de
nós, por piores que sejamos. Aliás, esta é uma virtude própria da mãe. Ela
acolhe principalmente os maus que a ela recorrem para que se convertam. Santa
Maria, rogai por nós.
Educação
errada
Certa vez, uma
visita chegou a uma casa e estranhou, ao ver um menino pulando no meio da sala.
Ele pulava com um pé só, pois o outro estava preso no assoalho.
A mãe
conversava com a visita, mas, de vez em quando, dizia ao menino; “Fique quieto,
senão eu prendo o outro pé!”
Foi aí que a
visita entendeu: Sabendo que ela ia chegar e, como o garoto era extremamente
irrequieto, a mãe tomou essa medida para que ele ficasse quieto. Mas não
adiantou, pois o garoto pulava em círculo, com o outro pé.
Essa forma de
educar, prender fisicamente a criança, não resolve. Melhor tentar convencê-la a
agir corretamente, mesmo que tenhamos, depois, de lhe dar um castigo se
desobedecer. Criança pular e correr é sinal de saúde, e é necessário para o seu
desenvolvimento físico. O que ela precisa é ser orientada, não tolhida.
S. Paulo dá
aos pais uma orientação excelente para a educação dos filhos: “Insiste, oportuna
ou inoportunamente, convence, repreende, exorta, com toda a paciência e com a
preocupação de ensinar” (2Tm 4,2).
Maria
Santíssima é a Rainha dos educadores, pois educou o próprio Filho de Deus. Que
ela nos ajude.
Cidade
católica, vereadores não
Certa vez, um
bispo estava precisando da aprovação de um projeto na Câmara municipal, e não conseguiu.
Era um projeto que ia beneficiar todo o povo da cidade. Mesmo assim, os vereadores
não aprovaram.
Foi aí que o
bispo “acordou”: Naquela Câmara, os vereadores eram, em sua grande maioria,
inimigos da Igreja Católica, apesar de 70% da população da cidade ser católica.
Na Assembleia
Diocesana, com a presença dos líderes leigos da Diocese, o bispo foi enfático:
“Vocês, cristãos leigos, estão se descuidando da sua missão principal que é
serem homens e mulheres da Igreja no coração do mundo secular!”
Falta-nos mais
consciência da missão fundamental do cristão leigo, que é ser a presença da
Igreja no coração do mundo. As pastorais internas da Comunidade: Ministro da
Eucaristia, Leitor etc, vêm em segundo lugar.
O cristão é
luz, é sal que transforma, e deve fazer isso a partir de dentro da sociedade, como
o fermento na massa. Um dos campos principais da atuação dos leigos é a
política, usando, usando a força que ela tem, especialmente o voto. O mundo em
que vivemos precisa urgentemente ser transformado em Reino de Deus.
Rei e rainha
são cargos políticos. Nós pedimos ao Rei do universo, e à sua Mãe, a Rainha,
que nos ajudem.
Há
pessoas que nem o diabo quer
Certa noite, o
diabo saiu, com um saco nas costas, recolhendo aquelas pessoas que Deus não
queria.
- Viu um
bêbado estendido na calçada, jogou-o dentro do saco.
- Mais na
frente, em um recanto escuro, viu uma quadrilha de ladrões. Mais que depressa,
colocou todos no saco.
Continuando a
caminhada, viu um sujeito balançando-se numa espreguiçadeira. “Quem é você?” perguntou.
O homem respondeu: “Sei lá. Não sou nada, nem sou de nada. Não sou amigo nem
inimigo de ninguém. Não sou contra nem a favor, e não faço nem desfaço nada. O
que eu quero é sombra e água fresca”. O diabo não o quis e foi embora.
Como é triste
ser indiferente! Ninguém o quer, nem o diabo. “Porque és morno, nem frio nem
quente, estou para vomitar-te da minha boca” (Ap 3,16).
Maria
Santíssima não era uma mulher indiferente. Mostrou isso principalmente ao ficar
ao pé da cruz, no meio dos soldados armados e da multidão furiosa. Também hoje
ela se une conosco em nossas lutas e dores. “Ó Mãe do Redentor, do Céu ó porta,
ao povo que caiu, socorre e exorta.”
Esposa
desmaia por engano
Certa vez, um
homem viajou para um lugar distante e, alguns dias depois, a esposa iria para
aquele mesmo lugar.
Quando ele
chegou ao destino, mandou para ela um e-mail. Entretndo, por engano, trocou uma
letra no endereço. Assim, a mensagem foi parar no computador de uma senhora,
cujo marido havia falecido no dia anterior.
A mensagem
dizia: “Querida esposa, acabei de chegar. Já falei com todos aqui e estão esperando
a sua chegada, para amanhã. Olhe, aqui faz um calor horrível. Um beijo do seu esposo,
e até amanhã”.
A viúva acabou
de ler a mensagem e caiu no chão. Os filhos ouviram o barulho, correram até ela
e descobriram o equívoco: Os nomes eram outros!
Está vendo o que
dá ficar acreditando que os falecidos se comunicam conosco? Após a nossa morte,
acabou a nossa liberdade e teremos três destinos: Ou o Céu, ou o Purgatório, ou
o Inferno. E não haverá mais nenhuma comunicação com os viventes aqui na terra.
Quando pedimos
a intercessão de uma pessoa que está no Céu, canonizada ou não, Deus atende,
levando em conta os méritos daquela pessoa. E nesse ponto Maria Santíssima
ganha de longe, pois é nossa Mãe, dada pelo próprio Filho na cruz.
Um
grupo mudou uma cidade
Certa vez, em
uma pequena cidade do interior, o ambiente estava horrível. Quase todos os fins
de semana acontecia um homicídio.
Um grupo de
cristãos resolveu fazer alguma coisa. No início, nem sabiam que medidas tomar,
mas pediram a ajuda do Espírito Santo.
Começaram
dedicando-se à liturgia. Depois, à catequese e aos grupos de reflexão. A equipe
aproveitava todas as oportunidades para evangelizar.
Resultado: Nasceram
Comunidades católicas em todos os bairros, rurais e urbanos. Foi criada a Conferência
Vicentina, que dá assistência aos pobres. As celebrações ficaram mais bonitas,
e a juventude se aproximou. A alegria era geral. E os homicídios diminuíram.
O Evangelho
tem uma força incrível. É como o fermento. Basta ser anunciado, que age por força
própria. “Ele mostrou a força de seu braço” (Magnificat).
O
mundo cão
Certa vez, uma
empresa estrangeira começou a comprar cabos de vassoura de um fabricante do Paraná.
Os cabos eram de pinho e imbuia. O representante da empresa queria que o fabricante
abaixasse o preço, mas ele não podia, devido aos gastos, especialmente com
funcionários.
A empresa
estrangeira foi aumentando a compra e a fábrica foi crescendo. Todo mês, uma
quantidade maior de cabos de vassoura eram exportados.
De uma hora para
outra, e sem avisar com antecedência, a empresa parou de comprar cabos de vassoura.
A fábrica começou a estocar o produto em grandes barracões.
Já não havia
mais dinheiro para pagar os funcionários. Nesta hora, apareceu o representante
da empresa estrangeira e comprou todo o estoque pela metade do preço.
Outro fato
parecido: No século XX, havia duas fábricas vizinhas, que fabricavam o mesmo produto.
Uma era grande e a outra, mais antiga, era pequena. A grande quis comprar a pequena,
mas o dono não pensava em vendê-la, por isso pediu um preço bem alto.
O que a grande
fez: Abaixou o preço do seu do produto e espalhou vendedores em toda a região. Assim,
a pequena não conseguia mais vender seus estoques, e acabou vendendo para a
grande a preço de banana.
Ainda outro
fato: Havia, em uma cidade do interior do Brasil, uma fábrica de óleo de soja.
Era tradicional e há anos fornecia óleo para toda a cidade.
Um grupo empresarial
montou na cidade outra fábrica de óleo de soja, bem maior que aquela, e comprou
toda a soja da região, pagando um preço mais alto, mesmo tendo prejuízo. Com
isso, evidentemente, a fábrica pequena não encontrava mais soja para comprar, e
entrou em vermelho.
Nesta hora,
executivos da fábrica grande procuraram o proprietário da pequena e a compraram
por um preço bem abaixo do que ela valia.
Táticas como
estas acontecem diariamente no mundo capitalista e sem Deus. “Os filhos das
trevas são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (Lc 16,8).
Mas, no Juízo Final, nada disso vai passar despercebido pelo Juiz.
O nosso amor a
Deus nunca é isolado, mas inclui o amor ao próximo. E este começa pelo respeito
aos direitos dos outros.
Padre
é capturado por quadrilha
Certa vez, uma
quadrilha de ladrões capturou um padre e o levou para o seu esconderijo. Lá, o
chefe dos ladrões disse ao padre: “O senhor será solto, se fizer um discurso,
comparando-nos com Jesus Cristo. O padre disse:
“Queridos ladrões,
vocês se assemelham a Jesus Cristo:
- Ele foi
detestado pelo povo, vocês também são.
- Ele foi
preso, vocês também serão.
- Ele foi
condenado, vocês também serão.
- Ele morreu,
vocês também morrerão.
- Ele desceu
aos infernos, vocês também descerão.
- Mas agora
vejam a diferença: Ele saiu de lá e vocês não sairão, se não mudarem de vida”.
Constrangido,
o chefe da quadrilha ordenou que o padre fosse solto.
Na saída, um
dos ladrões falou aos ouvidos do padre: “Amanhã eu vou lá na igreja confessar-me
com o senhor”. (Adaptação Pe. Roque Schneider)
Até na hora da
morte, se um pecador recorrer a Maria Santíssima, ela dá um jeito e ele vai
para o Céu. “Um verdadeiro devoto de Maria não se perde” (Sto. Afonso Maria de
Ligório).
Uma
viagem inteira comendo farofa
Certa vez, uma
família da roça fez uma longa viagem pelo rio Amazonas. Quatro dias dentro do
navio. Era a primeira vez que viajavam de navio. A mãe preparou farofa
suficiente para toda a viagem.
Era farofa de
manhã, farofa ao meio dia e farofa à tarde. No terceiro dia, as crianças já não
aguentavam mais comer farofa, principalmente vendo os coleguinhas no refeitório
do navio, tomando refeições gostosas.
Então o pai
disse: “Amanhã, último dia, eu vou pagar o almoço para todos nós no refeitório
do navio”.
No outro dia,
a família reuniu-se no refeitório e comeram à vontade. Quando foram pagar, o
garçom disse: “Não precisam pagar nada. Todas as refeições estão incluídas no
preço da passagem!”
Jesus deixou
para nós um manancial de bênçãos, tudo de graça. Que pena que nós passamos pela
vida e não usufruímos desse delicioso banquete!
Se não
soubermos como chegar ao refeitório, peçamos ajuda à nossa querida Mãe do Céu.
Ela é interessada em nos ajudar, intercedendo por nós.
O
Regente Feijó
O Pe. Feijó
nasceu em S. Paulo, em 1784. Era um padre dinâmico e culto. No tempo da infância
do imperador D. Pedro II, alguém devia fazer as vezes dele, na condução do
império do Brasil. O consenso voltou-se para o Pe. Feijó, simples, autêntico,
abnegado e eficiente. Ele deixou então a sua paróquia e assumiu o governo do Brasil,
de 1835 a 1837, com o nome de Regente Feijó.
Governou
pouco, porque os desafios eram muito grandes e superavam a sua capacidade para
isso. Mas o bonito foi que ele entrou pobre e saiu pobre. Terminada a sua missão
política, voltou humildemente a assumir a sua paróquia.
O Brasil
continua precisando de cidadãos e cidadãs como o Pe. Feijó. A tarefa não é
pesada como foi a dele. É simples, começa com o nosso voto, consciente, precedido
de muita oração. Isso porque está em jogo o futuro da nossa querida Pátria.
Política não é
sujeira. Se é, não devia ser, e isso depende de nós. Compensa dedicar-nos ao
bem comum, mesmo que tenhamos de deixar, por um tempo, os nossos afazeres
diários.
Maria Santíssima,
mesmo se sentindo indigna, não recusou a missão que Deus lhe confiou, porque
amava muito a Deus, e quem ama a Deus sente-se seguro em qualquer situação. Rainha
do Brasil e do universo, rogai por nós.
A
lição das flores murchas
Havia uma moça
que sempre passava em frente a um asilo e se admirava ao ver uma senhora idosa
cuidando do jardim. Um dia, ela foi visitar aquela senhora.
Feliz, a
velhinha começou a andar com a jovem pelo jardim. A moça perguntou-lhe por que
não cortava as flores murchas. Ela explicou: “Essas flores são parecidas comigo,
isto é, velhas. Por isso as trato com carinho, até secarem completamente e
caírem por si mesmas”.
Ao perceber as
lágrimas da moça, abraçou-a e mostrou-lhe um botão. Falou sobre a responsabilidade
dos jovens, que devem ser flores sadias, a fim de produzir boas sementes.
A visita ao
asilo foi um dos passeios mais proveitosos daquela jovem. Ela aprendeu uma lição
que jamais esqueceu: A pessoa idosa é como uma flor meio murcha. Precisamos
amá-la, cuidar bem dela e respeitá-la, até o fim natural de sua vida. Todos
somos filhos de Deus, e ele nos ama a todos indistintamente, velhos ou novos.
Aquela
velhinha foi uma profetiza. Aproveitou a situação oportuna para anunciar a verdade,
no meio de um mundo onde há tanto engano.
Maria
Santíssima é a Rainha dos profetas. Ela testemunhou corajosamente a verdade,
com atitudes e com palavras, por exemplo, no hino Magnificat. E o principal: Ela
nos deu o maior profeta de todos os tempos: Jesus Cristo. Rainha dos profetas,
rogai por nós.
As
pessoas têm a cor que você pinta
Havia, certa
vez, duas adolescentes irmãs. Uma era de igreja. Ia à Missa, rezava, pertencia
ao grupo de jovens... A outra só queria usar as roupas da moda, ver novelas e
comprar os últimos CDs que apareciam. Vivia procurando bandalheira.
Esta morreu e
foi para o Céu. Lá, viu Nossa Senhora: Uma mulher usando um vestido muito pobre
mesmo. Ela ficou surpresa e disse para a Mãe de Jesus: “Quando a minha irmã chegar
aqui, vai ficar decepcionada, porque ela fala que a senhora é Rainha. Mas eu não
estou vendo nada de rainha”. Maria lhe disse: “Este vestido foi você que
construiu”.
Tempo depois,
morreu a outra irmã. Ao chegar, viu Nossa Senhora muito linda: Com roupas de Rainha,
cheia de pérolas e uma linda coroa na cabeça. Encantadora. Nossa Senhora olhou
para ela e disse, apontando suas roupas: “Tudo isso foi você que construiu para
mim”.
Nós
construímos a Nossa Senhora que queremos. Vamos valorizar mais a Mãe de Deus e
nossa.
Isso vale para
o Batismo, que para alguns é coisa sem importância. Nem sabem a data do seu
Batismo. Vale também para a Missa, para o amor ao próximo, para o perdão...
O
pai que tocava violão
Havia, certa
vez, um menino de oito anos que adorava ouvir o pai tocar violão. À noite, o
garoto sempre levava o violão para ele tocar. Na verdade, o homem não sabia
tocar violão, apenas fazia alguns acordes.
Como o pai
chegava em casa sempre cansado, comprou para o menino um toca CD e lhe deu de
presente, junto com vários CDs de grandes violonistas. Mas o filho, em vez de
ligar o aparelho, continuava levando o violão para o pai tocar.
Numa noite, o homem
lhe disse: “Filho, você não gosta de ouvir CD?” O menino respondeu: “Gosto,
pai. Mas eu quero ouvir o senhor tocar!” Mais importante que o violão, era a
amizade com o pai, e os dois ficarem juntos.
Muitos moram
longe do seu pai, ou este até já faleceu. Mas temos outro amigo maravilhoso que
o substitui: Jesus Cristo. E, na Eucaristia, ele está pertinho de nós,
esperando-nos. Vamos sentir este carinho e dialogar com o nosso Amigo. Assim,
seremos mais felizes e adquiriremos forças para continuar a caminhada.
Maria
Santíssima estava sempre unida, não só ao Filho, mas à santa Igreja que, após a
Ascensão, reuniu-se no Cenáculo. Depois, obedecendo ao Filho, foi para a casa
do evangelista João e lá participava da Comunidade cristã. Que ela nos ajude a
amar mais a Eucaristia, o Cristo vivo no meio de nós, transformado em nosso alimento.
A
herança dos bens e da ganância
Certa vez, um
senhor bem idoso disse, cheio de tristeza, a um amigo, também velho: “Eu estou
horrorizado com meus filhos. Eles nem esperaram a minha morte e já estão
brigando entre si por causa da herança!”
O amigo não
deixou por menos e disse: “Mas você também sempre foi ganancioso. A vida é assim:
Os filhos puxam os pais”. O velho não teve o que responder, porque era verdade.
Quantos pais
passam a vida ajuntando bens materiais, pensando em, com isso, dar um futuro
feliz para os filhos e, no fim, acontece o contrário: Os filhos acabam brigando
entre si e não vivendo em paz!
Vamos nos
prevenir desde agora, a fim de não nos sentirmos um velho ou uma velha frustrada,
como aquele senhor.
Deus
criou os bens para todos
S. Francisco
de Assis é o fundador da Ordem religiosa Franciscana. Um dia, um Irmão aproximou-se
dele, mostrou-lhe o livro de orações que usava e pediu: “Frei Francisco, eu
posso ficar com este breviário para mim?”
S. Francisco
respondeu: “Eu não dou este breviário para você porque, se amanhã um colega seu
quiser usá-lo, não poderá, pois você o terá guardado no seu quarto”.
Aí está o modo
correto de usar os bens da terra: Aproveitar-nos deles sim, mas não impedir que
os outros também os usem. A propriedade particular é um direito, mas ela tem
uma hipoteca social, o que nos leva a ser mais administradores que donos.
Possuir um bem
não é errado. O erro começa quando eu o uso só para mim, sem pensar nos outros.
Toda propriedade tem uma dimensão social, pois Deus criou a terra, e todos os
bens que nela existem, para todos os seus filhos e filhas. Ser dono de um bem é
zelar por ele, para que todos possam beneficiar-se.
Toda a Bíblia
mostra o grande amor que Deus tem aos pobres. “Eu ouvi o clamor do meu povo” (Ex
3,7). É assim que Deus fala a Moisés, e a partir daí tira o seu povo da escravidão.
Anos mais
tarde, Deus vira o contrário e coloca-se contra o seu povo: “Não maltrateis o estrangeiro
nem o pobre que está no meio de vós. Não façais mal à viúva nem ao órfão” (Ex
22,20-22). “Abre tua mão para teu irmão e para o necessitado” (Dt 15,11). Em
outro lugar: “Não haja pobres no meio de vós” (Dt 15,4).
“Pai dos
órfãos e defensor das viúvas, assim é Deus em sua santa morada. Aos desprezados
ele dá uma casa para morar e faz sair com alegria os prisioneiros” (Sl 68,6-7).
Maria
Santíssima tinha uma única riqueza. Era aquela que o anjo Gabriel destacou
nela: “Ave, cheia de graça!” Em Aparecida, ela veio socorrer três pobres
pescadores, e continua nos socorrendo. Santa Mãe Maria, nesta travessia,
cubra-nos teu manto cor de anil.
Santo
Antônio e o Conde Ezelino
No tempo de
Santo Antônio, havia, na cidade de Pádua, Itália, um homem rico chamado Conde Ezelino.
Ele explorava os pobres através da agiotagem. O pior é que se apresentava como
um homem bom, um verdadeiro santo. Com isso, enganava as pessoas mais simples.
Um dia, Frei
Antônio perdeu a paciência. Foi a casa dele e mostrou-lhe toda a sua falsidade
e ganância. Disse a ele: “Até quando vais continuar desafiando o Céu? Pensas
que os ouvidos de Deus estão surdos ao clamor do sangue desses inocentes? As
medidas estão cheias. Se não mudares de vida, a cólera divina te atingirá”.
Resultado:
Frei Antônio ganhou mais um inimigo. Daí para frente, o Conde Ezelino passou a
persegui-lo e a desmoralizá-lo de todas as maneiras.
O cristão católico
precisa ser profeta, mesmo sabendo que, depois, poderá ser perseguido.
“Usai o
dinheiro, embora iníquo, para fazer amigos. Quando acabar, eles vos receberão
nas moradas eternas... Se não sois fiéis no uso do dinheiro iníquo, quem vos
confiará o verdadeiro bem?” (Lc 16,9-11).
Que Maria
Santíssima nos ajude a usar o dinheiro corruptível para ganhar os bens eternos
e incorruptíveis.
Gandhi
é recusado na festa
Mahatma Gandhi
era um advogado indiano e grande líder no combate à discriminação racial e à violência.
Morreu assassinado em 1948.
Um dia, os
ingleses o convidaram para uma festa de elite, em Calcutá. Ele atendeu o
convite e foi. Ao chegar, o recepcionista não o deixou entrar porque não estava
vestido a caráter. Ele voltou à sua casa, pegou o seu terno de última moda
ocidental e o mandou de presente para o dono da festa, que o havia convidado.
O importante
não é a roupa, ou a aparência, mas a pessoa. Quanta gente de "colarinho
branco" está aí roubando da sociedade e não é presa! Devemos cuidar bem da
roupa e da nossa aparência, mas sem inverter os papéis, colocando a roupa acima
da pessoa que a veste.
“O homem olha
a aparência, mas Deus vê o coração” (1Sm 16,7).
Maria
Santíssima era, em sua aparência, uma mulher simples como as outras. No
entanto, em seu coração, era bem diferente: Mãe de Deus, Imaculada.
O
garimpeiro acusado de roubo
Havia, certa
vez, um rapaz que trabalhava em um garimpo, morando no acampamento do garimpo.
Um dia, ele
resolveu deixar o trabalho e voltar para a casa de seus pais, distante uns 200
km. A família morava em um sítio, perto de uma vila rural.
Aconteceu que
houve um grande roubo no garimpo, e a suspeita caiu sobre ele, já que havia
saído do serviço.
Dias depois,
apareceram quatro policiais em uma viatura, na vila, a procura dele. O povo da
vila, apavorado com aquele carro, deu a informação, mas um rapaz correu à casa
do moço e o avisou.
Minutos depois,
a polícia chegou, de forma ostensiva. Os policiais posicionaram-se, um em cada
canto da casa, com arma em punho, ordenando que ele saísse. O pai gritou apavorado
lá de dentro, que o filho não estava.
Os policiais
entraram na casa e ameaçaram: “Vamos ficar na vila. Se ele não aparecer, chamaremos
um helicóptero e o pegaremos, vivo ou morto”. E foram para a vila.
Foi aquela
choradeira em casa. O
irmão dele entrou no quarto e fez a seguinte oração, diante de uma imagem de Nossa
Senhora: “Nossa Senhora, se meu irmão realmente não deve nada, faça alguma
coisa para o libertar!”
Neste momento,
ele sentiu coragem. Saiu do quarto e falou para os pais: “Eu vou procurá-lo e
vou avisar a polícia”. Trouxeram o irmão para casa. Aquele que rezou, junto com
o pai, foram à vila e disseram aos policiais que o moço estava em casa
esperando.
Os policiais
chegaram com o mesmo aparato ostensivo. Mas, ao verem o moço, disseram: “Não é
este que estamos procurando”. Pediram desculpas e foram embora.
Eles tinham o
retrato falado do ladrão. Além disso, todo o clima da família, os retratos de
santos nas paredes e o fato do rapaz se entregar... tudo indicava que não era
ele o ladrão.
“Quando vos
entregarem (ao tribunal), não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele
momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o
Espírito do vosso Pai que falará em vós” (Mt 10,19-20).
A
garota que namorava um drogado
Certa vez, uma
jovem estava namorando um rapaz, e descobriu que ele usava drogas. Ela sempre
contava para a mãe as suas amizades e paqueras. Mas a paixão pelo moço era tão
forte que a menina já estava achando normal essa situação. Ela não conseguia,
nem tinha ideia, de como dizer não a ele.
Os pais, por
sua vez, estavam apreensivos. Felizmente, buscaram a orientação de um sábio e
acabaram proibindo o namoro da filha.
Depois de
tudo, a menina disse: “Para mim foi um alívio. Eu não estava sabendo como resolver,
como sair daquela situação”.
Este foi um exemplo
de proibição bem dada, que funcionou como uma libertação para a filha.
Como é bonita
a vida de uma família integrada! Ela é sempre unida, na alegria e na tristeza,
na luta e na dor. Pais e filhos caminham sempre juntos. Uma família assim
supera todos os obstáculos e torna-se alicerce do Reino de Deus no mundo. Na
hora certa, Deus entra em ação, e com ele nada é impossível.
“Filhos,
obedecei a vossos pais, pois isto é de justiça. ‘Honra teu pai e tua mãe’. Este
mandamento vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim de que sejas feliz e tenhas
longa vida sobre a terra” (Êx 20,12; Ef 6,1-3).
Que a Família
de Nazaré seja para nós um modelo e uma meta.
A
triste festa de aniversário
No ano 2000,
numa escola de Denver, Estados Unidos, um grupo de alunos decidiu celebrar o
aniversário de Adolf Hitler de uma forma macabra, imitando-o. Pegaram armas e
saíram atirando em colegas e professores. Muitos morreram
Que bom se os
jovens cristãos decidissem celebrar o aniversário de Jesus da mesma forma, isto
é, imitando-o! Eles sairiam pelas ruas anunciando o Evangelho e dando
atendimento de saúde a todos os doentes. Sairiam fazendo tudo o que Jesus fazia
e do jeito que ele fazia.
“Eu sou o caminho,
a verdade e a vida” (Jo 14,6). “Sede discípulos meus, pois sou manso e humilde
de coração” (Mt 11,29). Feliz quem tem Jesus como modelo de vida e como meta a atingir!
“Lá em casa,
se vive a religião. Lá em casa, se fala de você. Sua Lei, lá em casa, é Oração.
Meu irmão mais velho é você.”
As crianças e
jovens aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos, isto é, imitam as
pessoas, mais do que obedecer os seus conselhos. A palavra convence, o exemplo
arrasta. O nosso testemunho pica hipodermicamente, como um agulha de injeção
subcutânea. O modo de viver das pessoas que nos cercam penetra em nós e
passamos a imitá-las, sem perceber.
Maria
Santíssima falou pouco. Mas o seu exemplo continua ultrapassando os séculos e fazendo
o bem, inclusive a mim e a você. Fina flor da humanidade, rogai por nós.
Rapaz
quer chegar até o horizonte
Havia, certa
vez, um rapaz que admirava muito a criação de Deus, especialmente a natureza.
Ele achava Deus fantástico, por ter feito o mundo com tanta sabedoria e beleza.
Mas uma coisa o
intrigava: o horizonte. Por que existe o horizonte? Nós nunca chegamos até ele!
Está na nossa frente e, quando caminhamos em sua direção, ele se distancia.
Quando esse
rapaz morreu, passou um tempo no purgatório mas depois foi admitido no Céu.
Ficou muito feliz por estar junto com Deus, com os anjos e os santos.
Mas nunca se esqueceu
da dúvida. Na primeira oportunidade que teve, chegou perto de Deus e disse:
“Senhor, primeiramente muito obrigado por ter criado a natureza, com tanta
arte, amor e sabedoria. Só uma coisa eu não entendo: Por que existe o
horizonte? As pessoas nunca chegam até ele!”
Deus deu um
sorriso e disse: “É justamente isso que faz o povo caminhar. As pessoas estão
sempre procurando atingir o horizonte que se propõem, e isto os tira da
acomodação”.
De fato,
quando lemos a Bíblia, ou estudamos a história da Igreja, vemos tantas pessoas
que foram mais santas que nós. Elas estão na nossa frente como o horizonte.
Queremos imitá-las, e isto nos faz caminhar sempre.
Maria
Santíssima é a criatura humana que está mais perto de Deus, e ao mesmo tempo
mais perto de nós. Mais perto de Deus porque é Filha de Deus Pai, Mãe de Deus
Filho e Espoa Espírito Santo. Mais perto de nós por que é nossa Mãe.
Rapaz
mata-se em sinal de protesto
Certa vez,
aconteceu em um país, um fato triste: Um rapaz foi à praça central da cidade,
derramou gasolina em seu corpo e pôs fogo. As pessoas vieram correndo, mas não
foi possível salvá-lo.
Ao lado do
corpo, encontraram um bilhete, no qual ele dizia o motivo de seu desatino. Era
um protesto contra as injustiças praticadas pela grande indústria local, para
com seus funcionários. O protesto se estendia às injustiças cometidas contra os
trabalhadores em todo o seu País.
Ele havia
lutado para exterminá-las, mas sentiu-se impotente diante das grandes barreiras
que encontrou.
As pessoas, em
volta do seu corpo, comentavam: “Se ele tivesse tido um pouco mais de paciência,
poderia ver algum resultado de seu esforço. Mas agora só nos resta enterrar
este corpo carbonizado e, junto com ele, os sonhos deste moço”.
Os jovens que
usam droga cometem o mesmo desatino, pois ela mata. Não na hora, mas a prestação.
As pessoas gostam de adquirir coisas a prestação. Os usuários de droga são suicidas,
pois sabem que ela destrói o cérebro. E, mesmo assim, a usam. É o desespero de
quem não vê saída para superar os problemas.
“Em vez de
maldizer a escuridão, acenda um fósforo.” Se o moço tivesse continuado vivo,
teria acendido muitos fósforos. Deus é Pai poderoso e não permite para nós
barreira sem brecha. Sempre há uma brecha. Só não a encontra quem não procura.
Mesmo que saiamos arranhados, o importante é sair do problema.
Os
três grileiros da ilha
Certa vez, na
antiguidade, um navio estava atravessando o mar, com centenas de passageiros.
Aconteceu uma grande tempestade e os tripulantes perderam a direção. Acabaram
chegando a uma ilha desconhecida e totalmente desabitada.
Logo que
chegaram, três homens começaram a explorá-la. Viram que ela tinha duas partes bem
distintas: O centro, com terra boa e coberta com matas e muita água doce, e a
periferia, constituída de pedreiras.
Mais que
depressa, cercaram a parte boa da ilha e se declararam donos. Construíram três
mansões. As outras pessoas tiveram de ficar na periferia.
Logo, os da
periferia começaram a passar fome. Então, os três propuseram: “Quem trabalhar
para nós, ganhará comida”. Assim, todos os da periferia se tornaram seus empregados.
Os três
escolheram os homens fortes e corajosos e deram-lhes bastante comida e armas, declarando-os
a polícia da ilha. Aos outros, davam menos comida, para não terem forças, no
caso de uma revolta.
Escolheram os
mais inteligentes e fizeram deles professores. Mas deviam ensinar conforme a
cartilha dos três.
Escolheram
também os mais piedosos e com eles fundaram uma religião, chamada “A religião
do verdadeiro deus”. Os pastores dessa religião ensinavam que a miséria e a
fome são agradáveis a deus e que todos deviam obedecer aos três, cujos retratos
as famílias deviam colocar nas paredes de suas casas. Outras imagens eram
proibidas.
Entretanto,
apareceu um profeta e começou a ensinar que todas as pessoas são iguais, e que
aquela religião é falsa. Os três chefes chamaram a sua polícia e mataram-no.
Mas as ideias
dele ficaram em muitas cabeças, e estas pessoas continuaram a doutrina do profeta,
criando dentro da ilha um novo povo e um novo modo de viver, no qual as pessoas
são iguais e os alimentos são distribuídos para todos.
Aquele profeta
foi parecido com Jesus Cristo.
Que Maria
Santíssima nos ajude a sermos profetas do verdadeiro Deus. Que sejamos cada vez
mais unidos, solidários e organizados, a fim de que todos tenham vida e vida
plena.
Um
índio faz discurso para o Papa
Quando o Papa
São João Paulo II veio ao Brasil, em 1980, esteve em Manaus. E lá, o índio Marçal
fez um discurso para ele, em nome dos índios brasileiros. Marçal disse:
“Santo Padre,
nós éramos uma grande nação, antes de 1500. Mas hoje vivemos à margem daquilo que
os brancos chamam de civilização. Somos espoliados e estamos morrendo aos poucos,
sem encontrar caminho de saída, porque os que tomaram o nosso chão são bem armados
e poderosos. Nós queremos pedir a Vossa Santidade que nos ajude a salvar a
nossa raça.”
Marçal era o
líder nacional dos índios. Três anos depois, em 1983, ele foi visitado por um
grupo de fazendeiros. Estes lhe ofereceram cinco milhões de Cruzeiros e
disseram:
“Pegue este dinheiro.
Você é pobre e está precisando. E fale para os índios Kaiowás, do Tocantins,
irem embora daquela terra”.
Marçal ficou
irritado com a tentativa de suborno, pois isso não é costume entre os índios. Ele
respondeu: “Nada disso. Aquela terra é dos Kaiowas. Aliás, vou lá ajudá-los a
resistirem”.
Então os homens
o ameaçaram dizendo: “Você vai se dar mal”. “Nada feito”, confirmou Marçal. “Vocês
não prestam. Podem levar o seu dinheiro. Sou pobre sim, mas não vou me sujar com
o dinheiro de vocês”.
Os homens se
retiraram. Naquele mesmo dia, Marçal foi morto. Era o dia 25/11/1983.
A ganância da
riqueza cega a pessoa e a leva a colocar a vida humana em segundo lugar, sacrificando-a
para salvar a riqueza. “Vós não podeis servir a dois senhores.”
A
longa viagem de Jesus e os Apóstolos
Certa vez,
Jesus e os Apóstolos estavam fazendo uma longa viagem a pé. Cansados, com fome
e sede, pararam em uma casa bonita e confortável. Bateram palmas, veio uma moça
e eles pediram acolhimento. A moça olhou-os com desdém e não os acolheu. Eles
continuaram a caminhada.
Lá na frente,
Jesus olhou para trás e disse: “Que essa jovem encontre um rapaz bom para ser
seu companheiro de vida”.
Seguindo em
frente, ao entardecer, dirigiram-se a um casebre simples e humilde. Uma moça
veio atendê-los e os recebeu de bom coração. Acolheu-os com amor e carinho.
Deu-lhes água para lavar os pés, comida e arrumou camas para dormirem. No outro
dia, ao amanhecer, despediram-se e continuaram a viagem.
Lá na frente,
Jesus olhou para trás e desejou para aquela jovem um rapaz que não fosse convertido.
Os discípulos,
encabulados, questionaram Jesus; “Por que, para a moça ruim, o Senhor desejou
um rapaz bom; e para esta boa, uma pessoa ruim?” Jesus respondeu: “Eu vim para
que todos sejam salvos. A primeira jovem será salva através da convivência com o
marido bom. Já a segunda, é o contrário: Ela é que salvará o marido ainda não
convertido. Assim, todos se salvarão”.
Todos somos
responsáveis pela salvação dos nossos irmãos. Deus, às vezes, coloca pessoas
não convertidas ao lado de seus discípulos fiéis, a fim de que estes os
convertam. A esperança de Jesus é que a primeira jovem fosse convertida pelo
marido, e a segunda convertesse o seu esposo.
Santa Isabel
da Hungria, numa escolha feita pelos pais, casou-se com Luís Hesse, um rapaz
rude e violento. Ela sofreu muito nas mãos dele. Felizmente, no fim da vida ele
se converteu. O mesmo aconteceu com Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, em
relação ao seu esposo Patrício. Ele era um homem pagão, rude e de vida
desregrada, que também se converteu. (Adaptação Isolina)
Os
dois caminhos de Alice
Esta história
é inspirada no livrinho infantil chamado Alice no País das Maravilhas. Um dia, a
menina Alice estava caminhando em uma estrada e chegou a uma bifurcação. A
estrada se dividia em duas, uma para a esquerda e outra para a direita.
Alice ficou em
dúvida sobre qual dos dois caminhos tomar. Viu um gato em cima de uma árvore e
perguntou-lhe: “Senhor gato, por qual desses dois caminhos eu devo seguir?” O gato
perguntou: “Para onde você quer ir?” Ela disse: “Não sei”. Então o gato falou:
“Tome qualquer dos dois caminhos”.
O gato estava
certo, porque parados é que não podemos ficar. Sempre há, lá na frente, a possibilidade
de retomarmos o caminho certo.
Mas a grande
falha de Alice foi não saber para onde queria ir. Ela estava no mundo como uma
nuvem branca do céu, que vai para onde o vento sopra. Pessoas sem rumo, sem
ideal, tornam-se massa de consumo do mundo capitalista.
Se não sabemos
o que queremos na vida, como vamos escolher o melhor caminho? Precisamos ter um
ideal. Ideal é uma meta, um sonho, uma luz que brilha lá na frente e nos impulsiona
a caminhar.
Jesus tinha um
ideal: Salvar a humanidade. Não foi ele que escolheu, mas foi seu Pai, a quem
ele muito amava.
Para todos
nós, Deus Pai escolhe também um ideal. Ele nos criou exatamente adaptados ao
cumprimento dessa vocação, como o homem que, quando fabrica uma máquina, a faz
adaptado à sua finalidade.
Maria
Santíssima tinha um ideal, também recebido de Deus, e muito bonito: Ser a Mãe
do Redentor. Ela o cumpriu tão bem que Deus não suportou esperar até o fim do
mundo para levá-la em corpo e alma ao Céu. Fez isso logo que terminou a sua
vida terrena, através da Assunção.
Quem
faz o bem é tentado
Havia, certa
vez, uma família da roça que tinha um filho de dez anos chamado Joãozinho. Um
dia, o pai entregou a ele uma sacola com alimentos e disse: “Leve esta comida para
seu avô, porque ele está precisando. Mas tome cuidado no caminho”. Joãozinho
foi. A casa do avô ficava a dois km.
Logo na
frente, um moleque o convidou para pescar. Ele explicou que não podia. Mas o moleque
não entendeu, e ainda o chamou de tolo.
Mais adiante,
outro menino o cercou com duas pipas nas mãos. Ofereceu uma para ele e disse:
“Vamos soltar pipa juntos?” Joãozinho respondeu: “Não posso agora. Tenho de levar
esta sacola para meu avô”. O outro zombou dele: “Largue de ser careta!”
Um pouco na
frente, outra tentação: Uns moleques o convidaram para chupar jabuticabas. Desta
vez, quase que o forçaram, mas ele conseguiu escapar.
Por fim, ao
chegar à casa do querido avô, o sorriso que este lhe deu, e a alegria com que recebeu
a sacola, pagaram todo o sacrifício e as humilhações recebidas.
A vida é assim.
Quando nos dispomos a ajudar o próximo, aparecem mil tentações. O tentador se esforça
para nos afastar da ajuda aos necessitados, porque sabe esse gesto abre para
nós a porta do Céu.
“Vinde,
benditos de meu Pai, tomai posse do Reino... Porque eu tive fome e me destes de
comer” (Mt 25,34-35). “O amor cobre uma multidão de pecados” (1Pd 4,8).
Quem
levou a bilha, o filho ou o pai?
Certa vez, um menino
de quatro aninhos estava caminhando ao lado do pai e levando uma bilha de água.
O pai viu que
ele estava cansado e falou: “Dê-me a bilha!” O garoto respondeu: “Não, pai, eu
dou conta!”
Um pouco na
frente, o pai percebeu que o filho estava mesmo cansado. Sem dizer nada, pegou-o
e o levou nos braços com bilha e tudo. Quando chegaram em casa, a criança falou
para a mãe: “Olhe a água que eu trouxe para a senhora, mamãe”.
Nós somos como
aquele garotinho. Deus nos carrega nas 24 horas do dia e, às vezes, nos vangloriamos,
pensando que somos os tais, e nem nos lembrando de agradecer a ele. É Deus que
nos dá saúde, forças, respiração e nos sustenta a cada minuto.
“O Senhor é o
meu pastor, nada me falta. Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranquilas
me conduz. Restaura as minhas forças, guia-me pelo caminho certo. Se tiver de andar
por vale escuro, não temerei” (Sl 23,1-4).
O
menino que não descia da escada
Certa vez, a
empregada descuidou-se e um menino de dois anos subiu em uma escada que estava
levantada no meio da cozinha, cujo teto era bem alto.
A empregada
disse: “Ô meu bem, desça da escada!” O garotinho não desceu.
Ela ligou para
a mãe, que estava no serviço. Esta veio correndo. Quando viu a cena, disse: “Filhinho,
desça da escada! É perigoso!” O molequinho não desceu.
A mãe
telefonou para o pai, que estava no escritório. Este veio imediatamente. Olhou
para o garotinho, sorriu, elogiou-o e pediu: “Desça daí, senão você pode cair e
se machucar!” O menino continuou em cima da escada.
Chamaram o
psicólogo, um homem alto e forte, de mãos bem grandes e que usava barbas compridas.
Este veio, subiu na escada e falou algo aos ouvidos do menino. Imediatamente o
garoto desceu.
A família
perguntou ao psicólogo: “O que o senhor falou nos ouvidos dele?” O psicólogo respondeu:
“Eu mostrei-lhe a minha mão e disse: ‘Se você não descer agora, eu lhe dou uns
tapas”.
“O pai que
poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24). Há ocasiões em que umas palmadas valem
mais que mil palavras.
A
árvore frustrada
Havia, certa
vez, um bosque cheio de árvores variadas: Macieiras, laranjeiras, goiabeiras e
belíssimas mangueiras, todas felizes, alegres e satisfeitas com seus frutos.
Mas entre elas
existia uma árvore que estava sempre triste. O grande problema é que ela não
sabia o sentido de sua existência, para que servia.
A pereira
disse a ela: “Com esforço, quem sabe você consegue produzir deliciosas peras como
eu. É fácil fazer uma pera!”
Já a parreira
falou diferente: “É mais fácil você produzir uvas. Seja como eu”.
A roseira
interveio: “Não queira produzir frutos. Veja minhas rosas como são belas e são
mais fáceis de produzir. Produza flores!”
E a árvore,
desesperada, tentava fazer tudo o que lhe aconselhavam, mas nada dava certo. Diante
disso, ficava cada vez mais triste. O bosque inteiro sofria com ela.
Um dia, chegou
ao local uma coruja. Ao ver o desespero daquela árvore, exclamou: “Não se preocupe.
O seu problema não é grave, e eu lhe darei a solução: Não queira imitar essas árvores
ao seu redor, porque jamais conseguirá. Seja o que Deus quer que você seja,
isto é, um carvalho. O seu destino é crescer, ser forte, alto e majestoso, para
que as aves possam fazer em você seus ninhos e você possa fazer sombra para os homens
e os animais, além de embelezar o bosque. Por fim, de você sairá a forte
madeira para o uso do homem.”
Dali para
frente, o carvalho entendeu o sentido de sua existência e decidiu seguir o
conselho da coruja. Logo se tornou a mais bela árvore do bosque, e a mais
respeitada e feliz.
O
morcego matreiro
Certa vez, um
morcego pousou no ninho de uma coruja e ficou ali, junto com os filhotes dela.
Quando a coruja chegou, foi logo dando bronca: “Como você se atreve a entrar em
minha casa, eu que odeio a família dos ratos?”
- “Não, dona
coruja. Eu não sou rato. Veja que tenho asas e voo. Sou uma ave como a senhora!”
Tudo bem. A
coruja se conformou. Dias depois, o morcego plantou-se na casa de um
gato-do-mato. O gato entra, dá com ele e lhe fala nervoso: “Invadindo a minha
casa, hein! Ainda mais uma ave. Saiba que detesto as aves”.
- “E quem
disse que sou ave? Sou um bicho da terra, como você”.
- “Como não é
ave, se tem asas e voa?”
- “Mas ave tem
penas, e onde estão as minhas penas? Sou um animal da terra; por isso tenho pelos,
como você. Não vê?”
- “Mas você
voa!”
- “Voo de
mentira.”
O gato-do-mato
aceitou os argumentos, e o morcego continuou na sua política: Quando estava com
as aves, era ave. Quando estava junto com os animais da terra, era um deles.
Mas um dia ele
se deu mal. Foi rejeitado tanto pelos animais da terra como pelos pássaros. Por
isso que os morcegos só aparecem à noite. É por medo de serem vistos!
Nós não vamos
ser assim, ficar com os pés em duas canoas. Isso não dá certo. Vamos cada um assumir
com alegria o nosso lugar na natureza e a nossa vocação, e vivê-la com amor.
Maria
Santíssima assumiu com amor a vocação recebida de Deus. Que nós a imitemos,
pois todos somos chamados.
A
mosca na sopa
Certa vez, um
senhor chegou do serviço, tomou banho, pegou logo seu prato de sopa e foi para
a televisão.
O filhinho de cinco
anos lhe disse: “Paiê!” O pai não deu atenção. Um pouquinho depois: “Paiê!” O
pai, com os olhos fixos na televisão, novamente fingiu não ouvir.
Passou um pouquinho,
o pai virou-se para o garoto e disse: “O que você quer?” O menino respondeu: “É
tarde, pai. O senhor já engoliu a mosca!”
Tinha caído uma
mosca no prato de sopa e o pai, tão envolvido no programa, não viu. Aí está um exemplo
de falta de diálogo em casa.
Maria é
Rainha. Mas saibamos todos, para consolação nossa, que é uma Rainha cheia de doçura.
A
Missa do Galo
Certa vez,
estava acontecendo a Missa do Galo em uma igreja grande e central da cidade. O
templo estava repleto. Cantos bonitos, preces, intensa participação.
No final da
Missa, na hora dos avisos, o padre perguntou se alguém podia ajudá-lo a
resolver um problema: Na véspera, havia chegado uma família pobre do interior,
que não tinha onde ficar.
O padre foi
direto e perguntou se alguma família os acolhia em sua casa por uns dias, até
que fosse encontrado um lugar definitivo para eles.
Fez-se
profundo silêncio. Ninguém se ofereceu. Aceitá-los em casa exigiria, sem
dúvida, alguns sacrifícios. Que fazer?
O casal, com a
criança, estavam na sacristia, e o padre os chamou. Era uma encenação do grupo
de jovens da paróquia, para mostrar que a sociedade continua a mesma do tempo
de Jesus, na qual, em Belém, a Família de Nazaré não foi acolhida.
A cena causou
impacto, evidentemente, mas já era tarde. Seria como a hospedaria de Belém
chamar José e Maria de volta, depois de descobrirem que o menino era o Messias.
Hoje se
criaram até outras formas de negar acolhimento aos necessitados, como o tráfico
humano.
Espanta-nos e
desanima-nos a vista de nossos pecados? Lembremo-nos de que Maria foi feita Rainha
de Misericórdia.
A
nuvenzinha chorona
Certa vez, uma
nuvenzinha lamentava a sua sorte: “Eu não gosto de ser nuvem!”
Um dia, ela
viu um pássaro, ficou com inveja e resolveu tornar-se também uma ave. Puxou-se
e repuxou-se, até que se tornou um passarinho. Mas não saiu do lugar, pois não
tinha asas!
Resolveu então
transformar-se ema pipa. Depois, em um avião. E, finalmente, em uma estrela.
Mas nada dava certo, porque ela não tinha o fio e a cauda da pipa, não possuía o
motor do avião nem o brilho da estrela.
A nuvenzinha
começou então a chorar. E qual não foi a sua surpresa quando percebeu que o vento
a levava para cima de uma terra seca. Suas lágrimas caíram naquela terra e começaram
a brotar as mais lindas e perfumadas flores.
A nuvenzinha
ficou feliz, porque entendeu o sentido de sua existência.
Que todos nós
nos aceitemos como somos e, a partir daí, busquemos a felicidade nossa e dos outros.
A Bíblia, do
livro de Gênesis até o Apocalipse, faz referência àquela que foi escolhida para
ser a Mãe do Salvador.
Uma
vocação bonita
O Pe. Negri
nasceu na roça. Quando tinha dez anos, um dia ele e o pai foram à cidade. Participaram
da Missa. Terminada a celebração, o pai lhe perguntou: “Você não quer ser padre?”
Ele respondeu: “Quero”.
Então o pai
pediu a uma família amiga da cidade que o acolhesse para estudar. Logo se tornou
coroinha.
Tempo depois,
veio a Jacutinga um padre redentorista para ajudar na Semana Santa. Um dia,
esse padre perguntou aos coroinhas que estavam na sacristia: “Quem de vocês
quer ir para Aparecida, a fim de se tornar missionário redentorista?” O Negri
levantou a mão e disse “Eu quero”.
Terminada a
Semana Santa, quando o padre voltou para Aparecida, já levou o Negri. Ele tinha
treze anos. Na hora da partida, um homem da cidade lhe disse: “Você não vai
perseverar!” Ele respondeu: “Vou sim”.
Pe. Negri
sempre se recordava daquele homem, e reafirmava a palavra que havia dado a ele
e ao pai.
Como é bonito
ver alguém perseverar na vocação, seja sacerdotal, religiosa ou matrimonial! É
na perseverança que mostramos para Deus e para o mundo quem somos.
Porque começar
todo mundo começa. Começar é fácil. Tem o gostinho da novidade. Os grandes problemas
aparecem depois.
Pe. Negri
gostava de ouvir os programas radiofônicos feitos pelos seus colegas, e também
as homilias. E, quando os encontrava, fazia questão de dizer que ouviu, e de
elogiar, se fosse o caso.
Ele fazia
acontecer aquilo que diz o Salmo 133,1-3: “Como é bom, como é agradável os irmãos
conviverem unidos. É como o orvalho caindo sobre as plantas. Porque ali o Senhor
desce com a sua bênção, e haverá vida para sempre”.
Como o pai do
Pe. Negri, também nós podíamos perguntar às crianças: “Você não quer ser padre?”
Você não quer ser uma Irmã religiosa? Quem sabe a resposta seja como a do garoto
Negri. Ou como a de S. Pedro, de Santo André, de S. Tiago, como a de Nossa Senhora,
como a de Jesus.
Existe muita
gente boa por aí, que está como os trabalhadores na praça, esperando que alguém
os chame, e lhes aponte um caminho (Cf Mt 20,1-16). Caminhos maus, ou
medíocres, há muita gente apontando. E quantos respondem “sim”, e depois se
afundam!
Maria do
“Sim”, ensina-me a dizer meu “Sim”!
A
gota d’água
Certa vez, no
deserto, um beduíno ia mudar-se para outro oásis, e pôs sobre o seu camelo tudo
o que possuía. Colocou tapetes, utensílios de cozinha, baús com roupas...
Depois começaram a caminhar.
Mas, poucos
metros na frente, lembrou-se de uma pena azul, de pavão, que seu pai lhe havia
presenteado. Voltou, pegou a pena e colocou-a em cima do camelo.
Nesse momento,
o animal não aguentou o peso, arriou e morreu.
Muitas vezes,
o nosso próximo perde as forças e cai, por um pequenino peso a mais que lhe
colocamos nas costas. Não é bem por aquele peso, mas pelo acúmulo de carga. O
que lhe impomos foi apenas a gota d’água sobre o peso anterior, que às vezes
nem tínhamos percebido que ele carregava.
Pode acontecer
de uma pessoa se irritar por muito pouco, até por uma brincadeira, e não nos lembramos
que pode ter sido a gota d’água.
Maria
Santíssima é a Virgem dada à oração. É o que vemos na sua visita a Isabel,
quando o seu espírito exultou em agradecimento e louvor a Deus.
A
palestra sobre stress
Certa vez, um
palestrante foi convidado para falar a um grupo de pessoas sobre o stress.
Durante a palestra,
ele pegou um vaso com água, mas sem mostrar o quanto de água havia dentro. Mostrou-o
para a plateia, com os braços esticados no horizontal e, segurando o vaso com
as duas mãos, perguntou:
“Quanto vocês
acham que pesa este vaso com água?” As respostas variaram entre quinhentas gramas
e cinco kg.
Em seguida,
ele disse: “Não importa o peso do vaso. O que vale é durante quanto tempo eu
vou sustentá-lo nesta posição. Se eu o sustentar durante uma hora, sentirei dor
em meus braços. Se o sustento durante doze horas, vocês terão de chamar uma
ambulância. O peso do vaso é o mesmo. Entretanto, quanto mais tempo eu o
sustento, mais pesado ele se torna”.
E o
palestrante concluiu: “Se carregamos os nossos pesos, físicos ou psicológicos,
o tempo todo, ficamos com stress, até por pequenos problemas”.
Jesus, sabendo
disso, quis ficar conosco para nos ajudar, a fim de não carregarmos sozinhos as
nossas cargas. Ele disse: “Vinde a mim vós todos que estais cansados, e eu vos
darei descanso” (Mt 11,28).
Stress, também
chamado estresse, pode ser definido como a soma de respostas, físicas ou
mentais, causadas por determinados estímulos externos, e que causam no
indivíduo um desgaste físico ou mental.
Maria
Santíssima é a Virgem Oferente. Mostrou o Filho aos pastores, apresentou-o a
Deus no Templo e, por fim, entregou-o à morte na cruz, por nosso amor. Virgem
oferente, rogai por nós.
Amor
de mãe
Certa vez, nos
Andes, aconteceu que duas tribos começaram a guerrear entre si. Uma ficava na
planície e a outra no alto da montanha.
Um dia, a
tribo da montanha invadiu a planície e, como parte da pilhagem, levou um bebê.
A tribo da planície enviou seus melhores homens, com a missão de trazer de
volta o bebê. A escalada era íngreme e difícil, além de eles não conhecerem os trilhos
usados pelos inimigos.
Os homens
tentaram uma rota, depois outra... Após diversas tentativas, sentiram-se impossibilitados
de executar a tarefa, e desistiram, sem conseguir chegar ao topo da montanha.
Enquanto
preparavam as bagagens para a descida, viram a mãe do bebê descendo a montanha
e caminhando até eles. Perceberam que ela trazia a criança presa às costas por
umas correias de couro.
Como podia ser
isso? Um homem a cumprimentou e perguntou: “Nós não conseguimos escalar a
montanha. Como você fez o que os homens mais capazes da tribo não conseguiram?”
Sacudindo os ombros, ela respondeu: “O bebê não era de vocês”.
“Acaso uma
mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que
alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!” (Is 49,15). Maria Santíssima
é para nós a expressão do amor materno de Deus.
As
panquecas
Certa vez, um
garotinho de seis anos resolveu fazer uma surpresa para seus pais. De manhã,
levantou-se antes de todos e foi para a cozinha fazer panquecas para o café da
manhã. Ele via a mãe fazer e achava que dava conta.
Como a lata de
farinha estava na prateleira, e ele não a alcançava, subiu em uma cadeira.
Mas... caiu com a lata e esparramou farinha por toda a cozinha.
Mesmo assim,
colocou na tigela duas xícaras de farinha, duas xícaras de leite e igual quantidade
de açúcar. Ao quebrar os ovos, um caiu. Depois eu limpo, pensou ele. E começou
a procurar uma panela.
Quando acendeu
o fogo, viu que o gato estava lambendo a tigela. Espantou-o e continuou o trabalho.
Nisso, o pai
entra na cozinha e vê a monumental bagunça. Assustado, o garoto arregalou os
olhos. Quando estava certo de que levaria uma enorme bronca, o pai o levantou e
lhe deu um abraço, dizendo: “Valeu a intenção, filhinho!”
Mesmo que dê
tudo errado, vamos tentar fazer o bem ao próximo, especialmente dentro de casa.
Não é sem
motivo que os servos de Maria a chamam de Mãe. Parece até que não sabem invocá-la
com outro nome. Sim, porque ela é verdadeiramente nossa Mãe. Mãe espiritual, da
nossa alma e da nossa salvação.
O
pão bengala
Certa vez,
estava havendo, em uma região, muitas injustiças cometidas pelos grandes contra
os pequenos.
Então o grupo
de jovens da Paróquia criou uma encenação, a fim de despertar a consciência
crítica da Comunidade. O jogral não tinha palavras, só gestos.
Quando se
abriram as cortinas, várias pessoas, com trajes muito pobres, estavam deitadas
no chão, espalhadas pelo palco. O ambiente era de fome, miséria e penúria.
Logo entra no
palco um homem carregando um pão bengala, dentro de um saco plástico transparente.
Os pobres estendiam a mão, pedindo um pedaço de pão, mas ele não dava. Por gestos,
dizia que quem quisesse, que fosse trabalhar, como ele trabalhou... E andava no
meio dos famintos, ostentando o pão.
De repente, um
dos pobres levantou-se e começou a cochichar nos ouvidos dos outros. Todos
foram se levantando. O homem que tinha o pão ficou apavorado. Em pouco tempo,
os pobres se uniram e fizeram um círculo em volta do homem. Ele tentava sair,
mas não era mais possível, pois o círculo estava fechado.
Então, aquele
mesmo líder que falara nos ouvidos dos colegas deu uns passos firmas até o
homem, pegou de suas mãos o pão e o repartiu para os companheiros. No fim, deu
também um pedaço para o homem que entrara com o pão. Todos comeram com alegria.
E a plateia aplaudiu longamente a encenação.
Este jogral
foi bem mais brando que o hino Magnificat, pois lá os ricos são despedidos de
mãos vazias, e aqui não, o rico também recebeu uma parte da riqueza.
Povo unido jamais
será vencido. Jesus pensou também nisso, ao fundar para nós a Igreja.
Nós fomos
gerados duas vezes: Para a vida humana e para a vida divina. E neste segunda geração
Maria participou diretamente como Mãe.
Sábio
abraça coluna
Certa vez, um
homem procurou um sábio, para que este o ajudasse a solucionar os seus problemas.
Após ouvir
tudo, o sábio levantou-se, foi até uma coluna, abraçou-a, cruzou os dedos do outro
lado, e começou a gritar: “Socorro! Estou preso! Ajudem-me!”
Surpreso, o
homem disse: “Mas o senhor não está preso. É só soltar os dedos!”
O sábio largou
a coluna e explicou: “Você já tem a resposta: Não são os seus problemas que o
prendem, mas você que se prende a eles. Você os agarra firmemente e não os
solta. Para se livrar deles, basta largá-los”.
O Papa
Francisco disse que há três atitudes diante dos desafios, sejam nossos, sejam
das pessoas que dependem de nós: 1) Ignorá-los. 2) Bater de frente. 3)
Acariciá-los. Acariciar os problemas, eis a solução.
Jesus assumiu
sozinho a nossa Redenção. “Eu calquei o lagar sozinho” (Is 63,3). Mas teve a
alegria de ver ao seu lado sua Mãe, sempre querendo ajuda-lo.
O
papel e a tinta
Certa vez, uma
folha de papel estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas exatamente iguais
a ela. De repente, ela se viu coberta de sinais.
Uma pena,
molhada de tinta preta, havia escrito uma porção de palavras em toda a folha. “Será
que você não podia ter me poupado dessa humilhação?”, disse o papel para a
tinta.
“Espere”,
respondeu a tinta. “Eu não estraguei você. Eu cobri você de palavras. Agora
você não é mais uma simples folha de papel, mas um precioso documento”.
Pouco depois,
alguém foi arrumar a mesa e apanhou as folhas de papel para jogá-las na lareira.
Subitamente reparou na folha escrita com tinta preta. Vendo que era um
documento, guardou-a com cuidado.
Neste momento,
a folha entendeu. Ela não existia para si mesma, mas para servir, mesmo perdendo
um pouco da sua beleza. Nós não queremos ser escravos do egoísmo, o qual não
realiza nem constrói.
“Eu sou a Mãe
do belo amor” (Eclo 24,24). O amor de Maria Santíssima embeleza as nossas almas
aos olhos de Deus.
O
pavão, o urubu e a tartaruga
Havia, certa
vez, um bosque que tinha animais dos mais diversos tipos. Um dia, o pavão disse
ao urubu: “Bem que você podia passar para mim essas suas botinhas vermelhas,
tão bonitinhas. Elas não ornam em você, porque você é todo desajeitado”.
O urubu
respondeu: “Ao invés disso, passe para mim as suas penas e o seu bico, para
combinar com minhas botas”.
A tartaruga,
que estava perto, ouviu a conversa e disse: “Vocês dois estão errados. Deus é infinitamente
sábio. Ele distribuiu sua beleza, um pouco para cada criatura. Olhem este bosque,
como a variedade o torna belo. O importante é cada um de nós contentar-se com o
dom que recebeu”.
A tartaruga
estava certa. Assim como os animais e as árvores frutíferas, cada um de nós é
chamado a produzir um fruto diferente, sem ficar com inveja dos outros, nem
querendo imitá-los, produzindo o mesmo fruto deles.
É importante
todos nós nos sentirmos amados por Deus, desenvolvendo as nossas qualidades e colocando-as
a serviço. Vamos gostar de nós do jeito que somos, inclusive do nosso passado,
pois “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).
Alegrai-vos
todos que sois filhos de Maria Santíssima. Sabei que ela aceita como filhos
seus quantos o quiserem.
O
testemunho na hora do café
Havia, certa
vez, um pai de família que, na Comunidade, era tido como um homem exemplar. Ele
trabalhava em uma fábrica.
Um dia, os
funcionários estavam tomando café, e um chegou para ele e contou uma piada suja.
Daquelas pesadas, que rebaixam e desrespeitam o casamento.
Quando o outro
acabou de contar a piada, ele não deu risada. O outro disfarçou sua humilhação
e mudou de assunto.
Muitas
pessoas, que se dizem católicas, acham que não há nada de mais em contar uma piada
suja, desrespeitando, por exemplo, o corpo da mulher. Mas Cristo não pensa
assim: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba... E do seu interior fluirão
rios de água viva” (Jo 7,37-38).
“De vossa boca
não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar
e de fazer bem aos outros. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus” (Ef
4,29-30).
Existe lei
mandando os filhos amarem os pais, mas não existe mandando os pais amarem os
filhos. Isso porque Deus colocou nos pais um amor tão forte aos filhos, que
vvence qualquer barreira. O amor de Maria por nós é também deste tamanho.
Os
pintores de rostos
Certa vez,
dois artistas se encontraram. Eram pintores, e os dois tinham a mesma especialidade:
Pintar rostos humanos.
Na conversa,
um deles disse: “Eu viajei o mundo inteiro, procurando um rosto que merecesse
ser pintado, e ainda não encontrei”. O outro respondeu: “Pois eu não saio da vila
onde moro, e nunca encontrei um rosto que não merecesse ser pintado”.
São duas
maneiras de ver as coisas. Vamos ser como o segundo artista: Capazes de ver belezas
até nas coisas feias, e de consertá-las. Saber colocar arte mesmo onde não existe.
Nós não
nascemos imaculados, como Maria Santíssima. Mas somos capazes de tirar as manchas
dos rostos, nossos e dos outros, tornando-os bonitos. Quem ama, sempre vê o lado
bom e bonito do outro. Maria, teu rosto é sol que brilhando aquele.
O
poço das grandes rãs
Havia, certa
vez, um poço bem fundo e escuro. Lá embaixo, existia uma mina d’água. Esta mina
não enchia o poço até a boca, porque ele tinha um ladrão, isto é, um buraco
pelo qual a água saía. O ladrão ficava a dois metros do fundo.
Nesse poço,
vivia uma sociedade de rãs. Quase todas eram pequenas, mas algumas eram grandes.
As grandes oprimiam as pequenas, tratando-as como escravas.
Um dia, um
bem-te-vi desceu até o fundo do poço, a procura do seu filhote. Ao ver as rãzinhas
carregando cestos pesados de alimentos, perguntou para quem eram aqueles
alimentos. As rãzinhas responderam: “É para as donas desde poço, as grandes
rãs”.
“Donas nada”,
disse o bem-te-vi. “Este poço é de vocês todas. Vocês são muitas. É só se unirem
e tamparem o ladrão de água, que ele se encherá e vocês poderão sair”.
As rãzinhas
seguiram o conselho, tamparam o ladrão e a água começou a subir.
As grandes rãs
ameaçaram, tentaram comprar a chefe das rãzinhas... Fizeram de tudo para interromper
o fechamento do ladrão. Mas, com a ajuda do bem-te-vi, as rãzinhas venceram.
A água subiu,
transbordou e elas saíram. Lá fora, a vida era bela. Havia sol, flores, borboletas...
Elas ficaram muito felizes.
O trabalho
desse bem-te-vi é continuado hoje por inúmeros líderes sociais. A história nos
lembra também o presente que Jesus nos deu na Páscoa, e que nós recebemos no Batismo:
A vida em Comunidade.
Maria
Santíssima é para a Comunidade católica o mesmo que a mãe é para a família:
Traz alegria e carinho.
Os
católicos e a política
Certa vez, o
grupo de jovens de uma paróquia estava reunido, e um rapaz disse para a coordenadora:
“Peça a fulano que pare de falar em política!”
A coordenadora
perguntou-lhe: “A qual partido você pertence?” Ele respondeu: “Ao partido de
Jesus Cristo”.
Nesta hora, os
outros jovens deram risada, porque semanas antes eles tinham ouvido uma palestra
sobre cidadania, e o palestrante citou exatamente este exemplo, chamando quem
diz isso de analfabeto político.
O analfabeto
político pensa que sabe tudo sobre a atuação política dos católicos. Mas, na verdade,
ele ou ela não sabe nada. Pode ser um bom cristão em outras áreas, mas nesta do
posicionamento correto dos católicos na política, ganha nota “zero”.
A Comunidade
cristã não deve assumir um partido político, porque é aberta a todos os partidos.
Mas deve conscientizar sobre a política em geral e sobre a necessidade de cada
um entrar em um partido.
E não existe o
tal “partido de Jesus Cristo”. Pelo menos até hoje ele não foi registrado no Tribunal
Eleitoral. Nós pedimos ao Espírito da Verdade que nos ensine como agir em
relação à política.
Rainha é um
cargo político. Além de Mãe, Maria é também nosso Rainha. Que, através dela,
nos envolvamos na política.
Gesto
heroico de um pai
Existe, em um
país, uma ponte pênsil. São aquelas pontes que se levantam para que os navios
possam passar. Ao lado do rio, passava também, debaixo da ponte, uma estrada de
ferro.
A um km da
ponte, havia um farol. Se o farol estava verde, era sinal que o trem podia
passar. Havia sempre um operador de plantão na ponte, para acionar as pesadas
máquinas e levantá-la.
Um dia, o
operador levou para o serviço o seu filhinho de seis anos. O menino ficou brincando
com uma bola, enquanto o pai trabalhava.
De repente,
apareceu no horizonte um trem. O operador deu o sinal verde. Mas, quando foi ligar
as máquinas, viu o filho lá embaixo, entre as engrenagens, atrás de sua bola que
havia caído.
Gritar não
dava mais. Neste momento, em um instante, o pai tinha de decidir: Se ligasse as
máquinas, o menino na certa morreria esmagado pelas engrenagens. Se não
ligasse, o trem se chocaria com a ponte, matando grande número de passageiros.
Então ele
optou pela morte do filho e ligou a chave. Mesmo nessa angústia, respondeu com
um sorriso ao aceno do maquinista, como fazia sempre.
Imediatamente
desceu, a fim de recolher os pedaços do filhinho querido. Mas, a grande surpresa:
O garoto, por sorte, estava numa posição tal que não foi atingido por nenhuma
engrenagem. Imagine a alegria do pai!
A atitude
desse funcionário foi parecida com a de Abraão, quando decidiu sacrificar o filho
Isaque, para obedecer a Deus (Gn 22,1-19). Lembra também a atitude de Deus Pai,
que preferiu sacrificar o Filho único e querido, para nos salvar. “Deus amou
tanto o mundo, que lhe deu seu Filho único...” (Jo 3,16).
As
rãs e o charco
Um dia, um
mestre perguntou ao seu discípulo: “Três rãs estavam sentadas em um galho e
debaixo havia um charco. Uma delas decidiu saltar para dentro do charco. Quantas
rãs permaneceram no galho?” “Duas”, respondeu o discípulo.
O mestre disse:
“Não! Vou falar de novo: Três rãs estavam em um galho. Uma decidiu saltar. Quantas
ficaram?”
O discípulo
refletiu e disse: “Já sei: Não ficou nem uma, porque as outras duas pularam junto”.
O mestre
explicou: “A rã só decidiu saltar. Eu não disse que ela saltou. As três
permaneceram no galho!”
Se todas as
boas decisões que tomamos fossem levadas à prática, o mundo estaria bem melhor!
A nossa mente é repleta de bons desejos e bons propósitos, até de boas
decisões. Mas infelizmente a nossa prática nem sempre segue no mesmo passo.
O amor a Deus
e o amor ao próximo se contêm debaixo do mesmo preceito. Quando crescemos em
um, crescemos também no outro. Ninguém jamais amou tanto a Deus como Maria, que
é Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa do Deus Espírito Santo. Por
isso que Maria se interessa tanto por nós.
Foi
colher lã e saiu tosquiado
Certa vez, na
quaresma, uma catequista foi convidada pela diretora de uma escola para falar
nas classes sobre a Páscoa.
Em uma classe
do último ano de Ensino Fundamental, quando ela falava sobre os compromissos do
nosso batismo, um aluno quis dar uma de engraçadinho e disse: “Mas eu não pedi
para ser batizado!”
O adolescente
saiu-se mal, porque a catequista conhecia a sua família e perguntou-lhe: “Você
fez a Primeira Comunhão?” “Sim”, respondeu ele. “Antes de receber Jesus, você
fez a Renovação das Promessas do Batismo!”
“Você foi
crismado?” perguntou ainda a catequista. “Sim”, respondeu o aluno, já com vergonha.
“Na crisma, você confirmou também o seu batismo!”
“Você
participa da Missa aos domingos?” “Sim”, respondeu o aluno. A catequista
explicou: “Na Missa, quando você faz a Profissão de Fé, está renovando as
promessas do seu Batismo!”
A catequista podia ir mais longe: “Você já
rezou o Terço com a família? No Terço, você renova os compromissos batismais,
quando reza o Creio em Deus Pai!”
Naquele dia,
não só o aluno “engraçadinho”, mas toda a classe recebeu uma grande lição sobre
os compromissos que assumimos com Deus no Batismo.
“Assim serão
revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2,35).
A Família de
Nazaré era generosa. Cumpria tudo conforme a Lei do Senhor. Que nós a imitemos.
Errar é humano. O que não devemos é permanecer no erro. Muito menos jogar a culpa
nos pais ou em qualquer pessoa pelas nossas infidelidades.