MAIS 28 HISTORINHAS - FEVEREIRO-2015
Deu a vida pelos irmãos 1404
O que adianta ganhar o mundo 1403
Bodas na cadeira de rodas 1402
O abraço à macaúba 1401
Irmã Dorothy, uma vida pelos pobres 1400
Tarde para se arrepender 1399
A mulher que uniu as vizinhas 1398
Espião escapa da morte 1397
Olhar para o alto 1396
O navio não é meu 1395
Como manter a amizade 1394
A mão fechada fica presa 1303
Um triste Natal sem Jesus 1392
O transplante de olhos, surpresa 1391
Pentecostes continua hoje 1390
O pedido do mendigo 1389
A
moça que salvou o cego 1388
A experiência do silêncio 1387
A coragem de experimentar 1386
Felizes os misericordiosos 1385
Xícaras diferentes entre si 1384
O cheiro de alho e cebola 1383
Candidatos a coordenador 1382
A oração atendida 1381
As crianças jogadas no rio 1380
O quarto secreto do rei 1379
Há males que vêm para bem 1378
Falta enxada e adubo! 1377
Todos somos culpados 1376
Deus nos fala no silêncio 1375
As
duas joias 1374
Os paus cruzados ou
paralelos 1373
O menino e a flor 1372
O grande presente 1371
A entrevista especial 1370
O resgate caro 1369
A vida desembaraçada 1368
O poder da doçura 1367
Menino encontra-se com Deus 1366
O castelo de areia 1365
A mochila muito pesada 1364
O discípulo predileto 1363
A canoa furada 1362
A moça de coração duro 1361
O menino que tinha medo de bola 1360
São Luciano, mártir 1359
Os carrinhos de choque 1358
Como é triste a fofoca 1357
Pular no rio vence tentação 1356
O carro no atoleiro 1355
A pomba e a formiga 1354
A mão cansada da mãe velhinha 1353
O cervo e a onça 1352
Caridade recompensada 1351
Deu a vida pelos irmãos
Certa vez, uma família estava passando férias na praia. O pai e o
filho mais velho ficaram tomando sol na areia, enquanto a meninada foi
aproveitar as ondas. De repente, o clima mudou e o mar ficou agitado. As crianças
começaram a se afogar. O pai, que não sabia nadar, gritou para o filho que
estava com ele
- Salve os seus irmãos!
Levando uma boia, a rapaz enfrentou as ondas e conseguiu recolher
todos, fazendo-os apoiar-se na boia.
Mas uma enorme onda ia pegar a todos. O moço, com todas as suas
forças, empurrou a boia para a praia.
Enquanto empurrava, a onda o pegou e o arrastou para o fundo. As
crianças foram salvas, mas o jovem morreu afogado!
Reunidos na praia, todos choraram muito. O pai, que também chorava,
consolava as crianças dizendo:
- Ele é um herói! Mandei-o salvar vocês e ele conseguiu, mesmo
perdendo a vida!
Esse filho mais velho assemelha-se a Jesus Cristo, o qual,
obedecendo ao seu Pai, enfrentou todas as tempestades e nos salvou. Mas foi
colhido pela onda do orgulho daqueles que não suportavam a sua bondade para com
os pequenos.
Ficou o exemplo para nós: Compensa nos esforçarmos para salvar o
próximo das avalanches do mundo pecador, mesmo que, com isso, percamos a nossa
vida terrena.
O que adianta ganhar o mundo?
Havia, certa vez, um homem que tinha muita vontade de ficar rico.
Numa noite, enquanto dormia, apareceu-lhe em sonho uma fada com uma moeda na
mão e lhe disse:
- Todas as vezes que você jogar esta moeda para cima, ela se
tornará duas; apanhe uma e jogue a outra, que se tornará duas novamente.
Ao acordar, o homem viu-se com a moeda na mão e lembrou-se do
sonho. Imediatamente lançou-a para cima e realmente caíram duas. Apanhou uma e
jogou a outra, que também se tornou duas moedas, e assim sucessivamente.
Ele não queria outra coisa senão jogar moedas para cima.
Consequentemente, foi ficando muito rico, e só tinha tempo para jogar moedas
para cima.
O tempo foi passando... Um dia, um homem bateu à sua porta e queria
transmitir-lhe um recado. Ele não foi recebê-lo, alegando muitos compromissos.
Dias depois, apareceu outro, desejando falar-lhe. Também não o
recebeu, alegando muito serviço, ou seja, jogar moedas para cima.
Mais tarde, apareceu-lhe um terceiro homem, querendo dirigir-lhe umas
palavras. Não pôde recebê-lo, alegando, como antes, trabalho demasiado.
Passadas algumas semanas, surgiu um homem muito forte e robusto. O
rico não quis atendê-lo, alegando que precisava mais dinheiro. E continuou jogando
moedas para cima.
Desrespeitando o recado do porteiro, o homem avançou palácio
adentro, chegou à presença do rico, que estava ao lado de um montão de moedas,
e lhe disse:
- A bondade, a misericórdia e a salvação bateram à sua porta. O
senhor não quis recebê-las. Eu sou a morte, vamos embora.
Assim chegou o triste fim daquele homem que só pensava em adquirir
posses e descuidava dos valores mais importantes.
“O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua
alma?” (Mc 8,36). Precisamos deixar o corre-corre da vida e dedicar-nos às
coisas que nos fazem eternamente felizes. Ninguém leva riqueza nenhuma dentro
do caixão, para o cemitério.
“Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem
destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós
tesouros no Céu” (Mt 6,19-20). (Fonte:
Pe. Odair Ângelo)
Bodas na cadeira de rodas
Certa vez, numa Missa de domingo, aconteceu, no final, uma bênção
de bodas de casamento. Depois da Oração Pós Comunhão, o casal entrou. Mas pegou
a assembleia de surpresa, pois o marido uma cadeira de rodas com a esposa!
Tanto os dois como os familiares estavam muito felizes e alegres.
O padre perguntou ao marido:
- Há quanto tempo sua esposa vive nesta cadeira?
- Há vinte e cinco anos, respondeu ele.
- Como assim? Vocês não se casaram há 25 anos?
- Exatamente. Faz vinte e cinco anos que nesta igreja pronunciamos
o nosso sim para toda a vida. Durante o almoço festivo, ela levou um choque
elétrico e ficou paralisada.
Todo o povo ali presente aplaudiu emocionado. Após as palmas, o
homem concluiu:
- Se eu não tivesse casado com ela naquela ocasião, faria isso
hoje.
Certamente naquela casa reina a alegria, fruto da graça de Deus e
do amor verdadeiro, que opera maravilhas. Ele assume a querida esposa não como
um peso, mas como um presente de Deus.
Muitos casais unem-se apenas pela aparência, pela beleza física,
não por um amor profundo. Mas Deus pensa diferente: “O homem deixará pai e mão
e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24). E Jesus conclui:
“O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19,6).
O abraço à macaúba
Certa vez, um homem estava em uma ilha de um rio, pescando. De
repente, foi surpreendido por uma inundação proveniente de uma barragem que
tinha se rompido.
Antes que as águas o levassem, tomou uma medida. Só teve tempo de
pegar a caixa de isopor que tinha levado para transportar os peixes e amarrá-la
à cintura, como se fosse uma boia.
A correnteza o levou rio abaixo e ele foi rolando, sem ter onde se
agarrar. Se fosse atirado contra uma pedra, certamente morreria.
Felizmente viu, mais embaixo, uma macaúba bem firme, no meio
daquelas águas. Ajudando com os braços e as pernas, foi até ela e abraçou-a.
Mas a macaúba estava cheia de espinhos por todos os lados. O pobre
pescador viu-se espetado em todas as partes do corpo. Se soltasse, iria
arrebentar-se mais abaixo, contra as pedras. O jeito era aguentar os espinhos.
Foi um abraço longo e doloroso, mas salvador.
Muitas vezes, fugimos dos abraços, de medo dos espinhos. Mas
frequentemente Deus nos pede para abraçarmos, especialmente se a pessoa é um pobre,
um enfermo ou um familiar. Jesus abraçou a mulher adúltera e não se sujou.
Abraçou o leproso e não foi contagiado. Deus nos protege quando o abraço é dado
por causa dele.
Não só as pessoas, mas precisamos abraçar a cruz, que nos vem das
mais diversas formas, como fez Jesus.
Irmã Dorothy, uma vida pelos pobres
A Irmã Dorothy Stang nasceu nos Estados Unidos
em 1931. Era naturalizada brasileira. Pertencia à congregação das Irmãs de
Nossa Senhora de Namur. Após trabalhar vários anos em seu país como professora,
veio para o Brasil em 1966. Residia em Anapu, no Pará, a 500 Km de Belém. Anapu
é uma pequena cidade cortada ao meio pela rodovia Transamazônica.
O seu trabalho pastoral era a catequese e a
formação de Comunidades cristãs. O zelo da Irmã Dorothy a levava a atuar em
várias cidades e vilarejos rurais da região do Xingu, formando filhos e filhas
de Deus.
Ela buscava também a geração de emprego e
renda, com projetos de reflorestamento em áreas degradadas. Seu trabalho
focava-se também na minimização dos conflitos fundiários existentes na região.
Atuou em várias pastorais sociais do Pará,
principalmente na Comissão Pastoral da Terra. Devido ao seu trabalho junto aos agricultores,
ganhou vários prêmios a nível nacional e internacional.
Participava ativamente na luta dos
trabalhadores do campo contra a grilagem e a devastação da floresta. Ajudou a
fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica.
Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de
morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada, declarou: “Não vou fugir nem abandonar a luta desses
agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado
direito a uma vida melhor, numa terra onde possam viver e produzir com
dignidade, sem devastar”.
A Irmã Dorothy Stang foi assassinada com seis
tiros, dia 12/02/2005, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 km da
sede do município de Anapu. Tinha 73 anos de idade.
Segundo uma testemunha, antes de receber os
disparos, ao ser indagada pelo próprio assassino se estava armada, ela
respondeu que sim e mostrou-lhe sua arma: a Bíblia.
O fazendeiro Vitalmiro Moura, acusado de ser o
mandante do crime, foi condenado a 30 anos de prisão.
“Tenho de gritar, tenho de arriscar, ai de mim
se não o faço. Como escapar de ti? Como calar, se tua voz arde em meu peito?”
Tarde para se arrepender
Certa vez, o marido estava saindo para o trabalho e, sem motivo
aparente, surgiu um desentendimento, um bate-boca do casal. Pediu desculpas à
esposa, pois não queria ir para o serviço com aquele peso no coração.
Ela, porém, teimava em não perdoar. Chegou a fugir para o quintal
para não vê-lo sair.
O marido costumava voltar às seis da tarde, mas nesse dia ainda não
havia chegado. Ela não estava preocupada em calcular o motivo do atraso. Ele é
dono de seu nariz, chegue quando quiser.
Quem veio pelas sete horas da noite foi um mensageiro com a triste
notícia de que seu esposo tinha sido atropelado por um carro, quando retornava
para casa, e morrera no local.
Uma hora depois, a viúva recebia o corpo do marido para ser velado.
Tomada de remorso, daria tudo o que possuía só para fazê-lo voltar à vida por
alguns minutos e assim poder pedir-lhe perdão, mas já era tarde.
Não vamos deixar que uma pessoa se retire sem nos reconciliarmos
com ela, pois ninguém sabe o que pode acontecer. Às vezes, por coisas bobas, o
marido dorme com a mulher sem falar com ela.
Ficamos sem conversar com um parente, vizinho, amigo, por coisas
fúteis, porque achamos que a morte está muito longe e não há necessidade de
parar para rever a posição.
O sono é primo da morte, pois em ambos nós “apagamos”. Antes de
dormir, vamos nos reconciliar, principalmente com Deus. “Perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” (Fonte: Pe. Odair Ângelo)
A mulher que uniu as vizinhas
Havia, certa vez, duas vizinhas, a Joana e a Marília, que eram
muito amigas. Mas, acreditando em fofocas, deixaram de conversar uma com a
outra.
Um jovem casal foi morar perto delas. A esposa, Beatriz, percebeu
que as duas não se falavam e quis fazer alguma coisa para reaproxima-las. Pediu
a ajuda do Espírito Santo.
Sem demonstrar que conhecia a situação, fez exatamente o papel
inverso dos fofoqueiros: Começou a falar bem de uma para a outra.
Como Joana cultivava flores no seu jardim, e a Marília gostava de
cozinhar, tentou reaproximá-las através das boas qualidades que tinham. Um dia,
conversando com a Marília, disse:
- Comecei um jardim na frente da minha casa e está ficando muito
bonito. Mas, sem as orientações da Joana, eu não teria conseguido nada. Você precisa
ver o belo jardim que ela tem.
- Sem dúvida, respondeu a Marília a contragosto, seu jardim é
modelo.
No dia seguinte, a prosa foi com a Joana, por cima da cerca do
quintal, pois eram vizinhas. Disse-lhe a Beatriz:
- Seu jardim é um encanto. Ontem a Marília me disse a mesma coisa.
Pode acreditar. E tem mais: Convidou-me para tomar café e provar do bolo que
ela tinha feito. A mulher cozinha bem, você não acha?
- Sim, respondeu, meio hesitante, a Marília. Temos de ceder para
ela essa boa qualidade.
Dias depois, a Marília ficou sabendo dos elogios que Joana fizera a
respeito de sua arte culinária.
Mais alguns dias se passaram e as três estavam assentadas à mesma
mesa, saboreando o bolo feito pela Marília. Sobre a mesa, um vaso de flores
cultivadas no jardim da Joana.
Está aí um exemplo do testemunho cristão: Ser vínculo de união e de
paz. As pessoas pacíficas jogam água, não mais lenha, na fogueira dos desentendimentos.
“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
“Deus quis, por Cristo, reconciliar consigo todas as coisas, tanto
as da terra com as do céu, estabelecendo a paz” (Cl 1,19-20).
Espião escapa da morte
Havia, certa vez, dois países que estavam em guerra. Um senhor foi
encarregado de ser o espião no país inimigo. Mas o plano falhou e ele foi preso.
Submeteram-no a torturas horríveis na prisão. Seu corpo foi picado
com agulhas. Depois, no meio da noite escura, arrastaram-no até a estrada de ferro,
amordaçaram-no, amarraram de mãos e pés nos trilhos e foram embora.
A uma da madrugada ia passar o trem, em alta velocidade. O relógio
da torre da igreja bateu meia noite. Restava-lhe apenas uma hora de vida. Uma
hora cheia de esperança.
Começou a luta contra a morte. Experimentou a resistência das amarras.
Contorcendo-se vigorosamente, seus músculos e nervos se retesaram, quase
estourando, mas as cordas não cediam.
O relógio bateu meia noite e meia. Ele não desanimou. Quando o
relógio bateu três quartos de hora, as pernas se soltaram. Tinha ainda quinze
minutos. A esperança aumentou. Os esforços se intensificaram. A mão direita
também ficou livre.
Mas percebeu leve vibração nos trilhos. O comboio vinha vindo. A
morte se aproximava. Depois ouviu o pesado rolar dos vagões sobre os trilhos. O
tempo urgia. O farol da locomotiva rasgava a escuridão e o comboio apontou ao
longe.
Faltavam trezentos metros... duzentos... cem metros... Reunindo as
últimas forças, conseguiu soltar as cordas totalmente, rolou-se fora dos
trilhos e o trem passou.
Mesmo ferido e com muitas dores, correu o resto da noite e escapou,
entrando em seu país. Foi imediatamente conduzido ao hospital.
É possível libertar-se dos grilhões dos vícios também. Com nossa
força e com a força de Deus. "Cristo liberta de todas as prisões."
“Pedro dormia entre dois soldados, amarrado por duas correntes, com
sentinelas guardando a porta da prisão. Eis que de repente uma luz brilhou na cela.
Um anjo acordou Pedro, dizendo: ‘Levanta-te depressa!’ As correntes caíram-lhe
das mãos (At 12,6-7). Fonte: Pe. Clóvis
de Jesus Bovo)
Olhar para o alto
Certa vez, uma senhora da roça foi buscar água em uma fonte bem
limpa. Quando se debruçou sobre o poço, teve uma surpresa: Viu uma grande fruta
colorida, madurinha, dentro da água. Alongou o braço e tentou apanhá-la, mas a
fruta sumiu. Retirou o braço e a fruta reapareceu. Mas era só ela ir apanhá-la,
não a via mais.
Naquela fonte azul, a senhora tentou várias vezes pegar a fruta e
não conseguia. Até que chegou alguém e disse:
- Olhe que fruta bonita nesta árvore!
Foi aí que a mulher se deu conta que a fruta estava apenas
refletida na água. Ela estava bem perto da sua cabeça.
Aquela mulher esqueceu-se de olhar para cima! Olhando só para
baixo, nunca iria saborear a gostosa fruta.
As pessoas passam a vida correndo atrás da felicidade, mas olhando
só para baixo, para este mundo corrupto e competitivo. A “felicidade” que
encontram é só miragem, como aquela fruta na água. Não nos preenche e
permanecemos sempre vazios e em busca.
Se olharmos para cima, encontraremos Deus, nosso Pai, e a sua
Família, isto é, os santos e santas do Céu. Encontraremos também a Santa Igreja
e todos os meios para nos fazer felizes. Estes sim, são a fruta real e saborosa
que está bem pertinho da nossa cabeça e de fácil acesso.
O navio não é meu
Um navio estava em alto mar, quando sobreveio uma tempestade com
ondas gigantes. Eram relâmpagos, raios, um panorama assustador. O navio balançava,
objetos caíam, era o caos. Já estava entrando água e as pessoas a bordo faziam
o que podiam para evitar a morte.
No meio de tudo isso, um senhor estava tranquilo, sentado e lendo
uma revista. Alguém lhe pediu:
- Você não vai nos ajudar?
- Não estou preocupado, respondeu ele, o navio não é meu.
Muita gente se comporta assim em relação à Pátria, à cidade e à
Santa Igreja. Isso não é comigo. Que se virem. Por que me preocupar com o
desemprego, se estou empregado? Ainda bem que a maioria dos cristãos pensa o
contrário, evitando o caos total.
Existe até uma música descrevendo o egoísmo das pessoas: “Os homens
são maus: só pensam em si! Só eu penso em mim!” (Fonte: Pe. Odair Ângelo)
Como manter a amizade
Certa vez, uma mãe e sua filha estavam caminhando na praia. Em
certo momento, a menina perguntou:
- Mãe, como manter a amizade com uma pessoa?
A mãe lhe disse:
- Pegue um pouco de areia e aperte-a com força na mão.
A garota assim fez e reparou que, quanto mais forte apertava a
areia, mais rapidamente ela escapava entre os dedos.
- Mamãe, mas assim a areia cai! reclamou ela.
Em seguida a mãe pediu que a menina abrisse a mão. O forte vento
levou toda a areia que havia sobrado.
- Assim também não consigo manter a areia, mamãe!
A mãe, sempre a sorrir, disse:
- Agora pegue outra vez um punhado de areia e mantenha na mão
semiaberta, como se fosse uma concha. Assim você a protege do vento.
A garota fez isso e viu que a areia não escapava da mão porque
estava protegida do vento.
- É assim que se mantém a amizade, concluiu a mãe. Deixamos a
pessoa livre. Se ela voltar, é sinal que você a conquistou; se não voltar, é
porque nunca houve amizade verdadeira.
Também Deus nos trata desse modo. Ele nos deixa livres, mas envia o
Espírito Santo para nos proteger. Este nos acompanha, dia e noite, em nossa caminhada,
orientando-nos, mas sem tirar a nossa liberdade. Isso é amizade, isso é amor.
A mão fechada fica presa
Certo dia, enquanto brincava com um vaso muito valioso, um
garotinho colocou a mão dentro dele e não conseguia tirá-la.
Seu pai tentou ajudá-lo, mas não obteve êxito. Já estava pensando
em quebrar o vaso, mas antes disse ao menino:
- Vamos, meu filho, faça mais uma tentativa. Abra a mão, estique os
dedos, da maneira como estou fazendo e puxe-a com força.
Para sua surpresa, o garotinho disse:
- Não posso, papai. Se eu esticar os dedos minha moeda vai cair
dentro do vaso!
Muitas vezes, somos parecidos com esse menino: Apegados às pequenas
coisas do mundo, especialmente ao dinheiro.
Soltemos aquela moeda que está dentro do nosso coração, para que
Deus possa conduzir a nossa vida. Assim viveremos a liberdade dos filhos e
filhas de Deus. Se não nos desapegarmos dos bens materiais, será muito difícil
sermos cristãos autênticos. Deus não fecha seu amor a nós, mas não quer que
fechemos a nossa mão para ele e para o nosso próximo. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)
Um triste Natal sem Jesus
Certa vez, um catequista sonhou, na noite de Natal, com um mundo
para o qual Jesus não tinha nascido. Viu-se caminhando pelas ruas, entrando em
lojas, mas ninguém falava de Jesus.
Não viu nem presépios, nem músicas de Natal, nem qualquer
referência ao nascimento do Salvador. Por toda parte dominava o comércio,
a violência e a ambição. Todos com quem se encontrava pareciam estar caminhando
sem rumo.
Voltou frustrado para casa, quis ler algo, mas não encontrou nenhum
livro ou revista que falassem de Jesus.
Alguém veio chamá-lo para visitar uma pessoa enferma. Apressou-se a
ir. Sobre a mesa da sala encontrou uma Bíblia. Abriu-a, procurando uma passagem
confortadora do Evangelho. Mas a Bíblia terminava em Malaquias, o último livro
do Antigo Testamento. Abaixou a cabeça e chorou com a enferma. Jesus não
tinha chegado ainda. Trevas cobriam a terra.
Foi quando acordou, ouvindo os acordes melodiosos de uma música
conhecida. Levantou-se e foi ao encontro do grupo que cantava: "Noite
feliz! Noite feliz! O Senhor, Deus de amor, pobrezinho nasceu em Belém..." Felizmente
fora um sonho.
Como seria o mundo, se Jesus não tivesse vindo à terra? Seria
exatamente como o moço sonhou: Cheio de barulho e correria, mas sem paz e
felicidade.
Infelizmente, mesmo hoje existem noites de Natal parecidas com
aquele sonho. “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram” (Jo
1,11). Pedimos ao Verbo que venha nascer de novo, no coração de cada um.
O transplante de olhos, surpresa
Havia, certa vez, um rapaz que era cego de nascença. Outro jovem
foi acidentado gravemente e, antes de morrer, doou para ele seus olhos. O moço
ficou muito agradecido. A expectativa era grande.
Logo que o acidentado teve morte cerebral, seus olhos foram
transplantados no moço. A cirurgia correu dentro da normalidade. Restava agora
aguardar, pois seus novos olhos deviam ficar vendados por um determinado
período.
O paciente foi preparado psicologicamente para o primeiro encontro
com a luz do dia.
Finalmente, foram retiradas as vendas. O quarto, ainda escuro, foi
sendo iluminado gradativamente. O rapaz enxergou pela primeira vez. Chorou de emoção.
Choraram também os que estavam ali presentes.
Horas depois, o médico quis saber quais as primeiras impressões do
novo vidente. Sempre comovido, assim se expressou:
- Fiquei imensamente alegre e agradecido. Mas fiquei também triste.
Verifiquei meu engano sobre a fisionomia das pessoas. Quando era cego, eu as
imaginava livres, alegres, descontraídas e acolhedoras. Agora que vejo, a realidade
é outra.
E acrescentou, com um semblante desiludido:
- Eu queria saber pintar, para mostrar como eu imaginava o rosto e
o semblante das pessoas com quem conversava.
O coração é nosso, mas o semblante pertence aos outros. Vamos
acolher as pessoas de modo que correspondamos às suas expectativas. Jesus está
presente no meu próximo. Devemos, portanto, tratar as pessoas como se nos
encontrássemos com o próprio Jesus.
“O pior cego é aquele que não quer ver.” (Fonte: Pe. Clóvis de Jesus Bovo)
Pentecostes continua hoje
Certa vez, dois rapazes brasileiros foram à Itália a fim de
participar do encontro de um movimento católico. Eles não sabiam nada de da
língua italiana. Quando chegaram, havia um membro do grupo esperando-os no
aeroporto, que também não sabia uma palavra de português.
E tiveram uma alegre surpresa: Os três se entendiam, como se
estivessem falando a mesma língua! Dirigiram-se ao local do encontro, e lá
também os dois jovens não tiveram dificuldade de se comunicar, apesar de não
conhecer nada do idioma italiano.
O fato mostra que o milagre acontecido em Jerusalém no dia de
Pentecostes continua acontecendo hoje entre os cristãos católicos. Todos se
entendem, apesar de falar línguas diferentes. É o milagre do amor, que nos une
em um só corpo.
“Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que
nós os entendemos em nossa língua de origem?” (At 2,7-8).
O pedido do mendigo
Certa vez, no dia de Ano Novo, um senhor caminhava despreocupado
pela estrada, quando um pobre estendeu-lhe a mão. Seu estado físico era lamentável:
Macilento, andrajoso, carente de tudo.
O homem procurou dinheiro nos bolsos, mas não encontrou. Tinha saído
para andar um pouco e sentir o perfume da manhã, por isso não trazia nada.
Mas a mão emagrecida do mendigo continuava estendida. Confuso, o
senhor pegou naquelas mãos mal cuidadas e desejou a ele um Bom Ano, dizendo
ainda:
- Desculpe, meu irmão, não tenho nada agora.
O andarilho sorriu, mostrando os tocos de dente que lhe restavam, e
disse:
- Estou contente assim mesmo. Esse aperto de mão valeu mais que uma
esmola. Foi um presente que ganhei.
Aquele senhor sentiu que havia
recebido também um presente do pobre ancião, naquele primeiro dia do ano.
Quando fizermos um favor ou uma boa obra, façamo-lo com amor e com o semblante
alegre.
“Expia teus pecados com esmolas, e
tuas maldades tendo misericórdia com os miseráveis. Então talvez se prolongue a
tua felicidade” (Dn 4,24).
A moça que salvou o cego
Certa vez, uma jovem queria suicidar-se. Foi a uma ponte bem alta,
sobre um rio largo e fundo, a fim de pular lá de cima, pois ela não sabia
nadar.
Quando chegou à ponte, viu um cego que caminhava para atravessá-la,
mas estava errando a direção da ponte, e ia cair em um barranco bem alto,
direto na água do rio, que naquele lugar não dava pé.
Ela correu, deu a mão ao cego e o conduziu até atravessar a ponte.
Depois resolveu levá-lo até o seu destino.
Quando chegaram, ele sorriu para ela e disse: “Muito obrigado,
moça! Você salvou a minha vida!” Ela respondeu emocionada e com o coração cheio
de alegria: “Eu é que lhe agradeço, meu amigo. Você também salvou a minha vida!”
Deu-lhe um abraço e foi embora, sem se apresentar nem explicar o
sentido real da sua frase. E nunca mais pensou em destruir a própria vida. Pelo
contrário, queria viver o máximo, a fim de fazer muitas pessoas felizes e ver
muitos sorrisos, como viu no rosto daquele cego.
Maria Santíssima é chamada a Mãe da Vida, porque nos deu aquele que
é o caminho, a verdade e a vida. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, defendendo
e promovendo a vida, tanto a nossa como a dos outros.
A experiência do silêncio
Certa vez, um grupo de jovens foi visitar um monge anacoreta, que
vivia sozinho no meio do mato, e passava o dia rezando, lendo a Bíblia e
trabalhando. Tudo no maior silêncio. Um dos visitantes perguntou-lhe:
- Que sentido tem essa vida de silêncio?
O monge foi com eles até a cisterna, desceu o balde e depois o
subiu cheio, puxando pela carretilha. Pediu que os jovens olhassem para o fundo
da cisterna, e perguntou:
- O que vocês veem?
- Não vemos nada, apenas a água se mexendo, responderam.
O monge esperou a água ficar bem paradinha e pediu que olhassem novamente.
- O que vocês veem agora?
- Vemos nossos rostos refletidos na água.
O anacoreta concluiu:
- Aí está o valor do silêncio. Nós vemos a nós mesmos, não só o
rosto, mas o nosso interior.
Para gostarmos do silêncio interior, precisamos ter paz. Quem abafa
a consciência com barulho, música, celular... fica velho antes do tempo. Muita
gente corre do silêncio porque ele nos leva ao encontro conosco mesmos. No silencio,
vemos o nosso rosto como realmente é.
Pessoas acostumadas a fazer silêncio interior conseguem isso até
dentro de um ônibus ou andando numa rua movimentada.
“Na conversão e no silêncio sereis salvos, e na confiança está a
vossa força” (Is 34,15).
A coragem de experimentar
Certa
vez, um rei submeteu sua corte à prova, para preencher um cargo importante.
Quando estavam todos reunidos, ele disse:
-
Tenho um problema e quero ver qual de vocês tem condições de resolvê-lo.
Conduziu-os
a uma porta enorme e disse:
-
Aqui está a maior e mais pesada porta do reino. Quem dentre vocês pode abri-la?
A
maioria fez sinal que nem iam tentar. Outros, contados entre os sábios, olharam
a porta mais de perto, mas reconheceram não ter capacidade de abri-la. Tendo
escutado o parecer dos sábios, o restante da corte concordou que o problema era
difícil demais para ser resolvido.
Somente
um camponês aproximou-se da porta. Ele examinou-a e tentou movê-la. Finalmente,
puxou-a com força para o seu lado e a porta se abriu. Ela estava apenas encostada,
e a única coisa necessária era puxá-la.
O
que fez a diferença foi que este camponês teve a iniciativa de experimentar. O
rei disse-lhe:
-
Você receberá alta posição na corte, pois não confia apenas na aparência, nem
apenas no que ouve os outros falarem. Você coloca em ação suas próprias
faculdades e arrisca experimentar.
Diante das dificuldades, não desistamos de buscar uma solução, por
maior que seja o problema. Na hora, peçamos a luz do Espírito Santo e tenhamos
paciência e sabedoria.
“Sede fortes e corajosos!
Não tenhais medo nem fiqueis aterrorizados... Porque o Senhor vosso Deus é quem
vai convosco e ele nunca vos deixará abandonados” (Dt 31,6).
Felizes os misericordiosos
Certa vez, um mestre e seu discípulo
retornavam à cabana, seguindo uma longa estrada. Ao passarem perto de uma moita
de samambaia, ouviram gemidos. Verificaram e descobriram caído um homem.
Estava pálido e com uma grande
mancha de sangue no corpo, próxima do coração. O homem tinha sido ferido e
jogado ali, inconsciente.
Com muita dificuldade, mestre e
discípulo carregaram o homem para a cabana, onde trataram dos ferimentos e
providenciaram condução para levá-lo ao hospital.
O homem contou que havia sido assaltado e
que, ao reagir, fora ferido com uma faca. Disse que conhecia seu agressor
e que não descansaria enquanto não se vingasse.
Ao receber alta, voltou-se para o mestre
e disse:
- Muito lhe agradeço ter salvo minha
vida. Tenho de partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao
encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que
senti.
O mestre olhou fixamente para ele e
disse:
- Vá e faça o que deseja. Entretanto,
devo informar-lhe de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento
pelo socorro que lhe prestamos.
O homem ficou assustado e disse:
- Senhor, é muito dinheiro!
Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!
- Se você não pode me pagar pelo bem que
recebeu, disse o mestre, com que direito quer cobrar o mal que lhe
fizeram?
O homem ficou confuso, e o mestre
concluiu:
- Antes de cobrar alguma
coisa, procure saber quanto você deve. Não faça cobrança pelas coisas
ruins que lhe acontecem, pois a vida pode cobrar de você tudo que
você lhe deve. E com certeza você não vai ter condições de pagar.
“Felizes os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
O vento que às vezes tira
algo que amamos é o mesmo que nos traz algo que apreciamos. Por
isso, não devemos chorar pelas perdas, e sim amar o que nos é dado todos os
dias. (Fonte: Pe. Valdo
Bartolomeu)
Xícaras diferentes entre si
Certa vez, um grupo de ex-alunos foi visitar um antigo professor.
Vendo que os jovens preocupavam-se com a aparência, o professor resolveu
oferecer-lhes café. Foi à cozinha e retornou com um grande bule e uma variedade
de xícaras bem diferentes uma da outra: De porcelana, de plástico, de vidro, de
cristal, de louça... Algumas eram simples, outras caras e requintadas.
Colocou a bandeja em uma mesa no meio da sala e pediu que cada um
se servisse. Quando todos se serviram, o professor comentou:
- Se vocês repararem, pegaram todas as xícaras bonitas e caras, e
deixaram as simples e baratas. É normal que queiramos o melhor, mas isto é
fonte de muitos problemas e de estresse. Vocês podem ter certeza: O tipo de
xícara não adiciona qualidade nenhuma ao café. E o que todos vocês realmente
queriam era o café, não a xícara.
As pessoas que se preocupam com as xícaras são chamadas de pessoas
periféricas. As que se fixam no café são as que vivem em profundidade.
Agora pensem nisso: A Vida é o café e o emprego, o dinheiro e
posição social são as xícaras. Elas são apenas ferramentas para sustentar a
vida. E o tipo de xícara que temos não define, nem altera, a nossa qualidade de
vida. Às vezes, ao nos concentrarmos apenas na xícara, deixamos de saborear o
café. Deus cuida do nosso café, não tanto das xícaras.
O cheiro de alho e cebola
Certa vez, um padre foi nomeado pároco de uma pequena paróquia do
interior. Lá, todas as pessoas comiam cebola e alho. Por isso, todos exalavam o
cheiro forte de alho e de cebola.
A princípio, o padre estranhou demais. Mas como acabar com um costume tão arraigado? Experimentou também comer alho e cebola. No começo, com repugnância. Mas depois se acostumou e parou de sentir o mau odor de cebola e de alho que exalava dos seus paroquianos.
A boa convivência vale mais do que combater um costume, se este é
inofensivo. (Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)
Candidatos a coordenador
Certa vez, um padre foi celebrar a santa Missa em uma Comunidade
grande, mas que não tinha coordenador. No final da Missa, ele perguntou quem se
candidatava a ser o coordenador ou coordenadora da Comunidade. Três homens se
apresentaram. Eram pessoas conhecidas e de boa reputação.
O padre ficou perplexo, e não sabia qual dos três escolher. Pediu
então que eles recordassem o catecismo, e marcou uma reunião em que haveria um
concurso. Quem desse as melhores respostas seria o escolhido.
Na data marcada, os três compareceram. A pergunta, pela qual
ninguém esperava, foi somente esta: “Se alguém pedir a você para conduzir um
burro com carga muito pesada até um determinado lugar, e o animal se cansasse
quase na chegada, a ponto de não poder continuar, o que você faria?”
O primeiro respondeu, em tom enérgico:
- Eu forçaria o burro a gastar suas últimas reservas de energia
para vencer esse trecho derradeiro.
O segundo respondeu, num tom decidido:
- Eu providenciaria outro animal.
O terceiro, em tom conciliador, disse:
- Eu repartiria o peso, passando para meus ombros um pouco da carga
do pobre animal.
O padre, sem titubear, entregou a este último a coordenação da
Comunidade.
Está aí uma boa dica para nós: Imitar este último, fazendo o mesmo
com o nosso próximo, seja na família ou na Comunidade.
“Irmãos, carregai os fardos uns dos outros, e assim cumprireis a
lei de Cristo” (Gl 6,2). (Fonte: Pe. Clóvis
de Jesus Bovo)
A oração atendida
Havia uma senhora que perdera o marido, ficando com os filhos e
algumas dívidas. Como geralmente acontece, apareceram alguns credores querendo
abusar dela sexualmente.
Acossada de todos os lados, a pobre viúva reuniu os filhos no
quarto para rezar. Retirou do guarda-roupa um crucifixo muito antigo, que
recebera de herança e guardava com muito carinho. Enquanto rezava, ela o
apertava em suas mãos.
No auge da angústia, ao apertar com mais força o crucifixo, sentiu estalar
alguma coisa. Observando, descobriu que a madeira se partira ao meio, deixando
aparecer algumas pedrinhas brilhantes. Ela não sabia o que era.
Procurou um especialista em joias e ele disse que eram pedras de
diamante! Foi assim que sua oração foi ouvida. Ela pôde pagar todas as dívidas
e ainda sobrou uma boa reserva para o sustento da casa.
Deus sempre atende as nossas orações, de uma forma ou de outra.
“Pedi e recebereis. Buscai e achareis. Batei e a porta vos será aberta” (Mt
7,7).
As crianças jogadas no rio
Certa vez, dois pescadores estavam sentados à beira de um rio,
pescando. De repente, ouvem gritos fortes. Olhando para a parte de cima do rio,
veem duas crianças descendo pelas águas e pedindo socorro. Mais que depressa,
jogam-se na água e salvam as crianças.
Mal conseguem salvá-las, ouvem mais gritos. Agora são quatro
crianças que vêm, debatendo-se nas águas correntes. Pulam no rio e conseguem
salvar duas delas.
Aturdidos, os pescadores ouvem pela terceira vez gritos ainda mais
fortes. Desta vez são oito crianças vindo na correnteza.
Um dos pescadores vira as costas para o rio e começa a ir embora. O
amigo exclama:
- Você está louco? Não vai me ajudar? Sem deter os passos, o outro
responde:
- Faça o que puder. Vou tentar descobrir quem está jogando as
crianças no rio.
Todo brasileiro que tem coração sente-se como aqueles pescadores.
Temos poucos braços para socorrer tantos afogados. Mal salvamos um e vários descem
rio abaixo, em um apelo incessante por mais vida. Somos obrigados a cair na
água e, ao mesmo tempo, sair à procura de quem joga as crianças.
É incrível como há pessoas, à beira do rio, que conseguem pescar
tranquilas, com tantos berros. “O pior cego é aquele que não quer ver.” Nós
podemos acrescentar: O pior surdo é aquele que não quer ouvir.
O quarto secreto do rei
Havia, na antiguidade, um rei muito generoso e piedoso, que todos
os dias distribuía alimentos aos necessitados. Entretanto, seus estoques nunca
terminavam. Onde estaria o segredo?
Sabia-se que, antes de atender seus pobres, ele entrava em um
quarto e ali permanecia durante uma hora. Ninguém entrava nesse quarto e
ninguém sabia o que havia lá dentro e o que o rei fazia.
Quando ficou velho, resolveu passar para o filho sua obra
caritativa. Mas antes, para experimentá-lo, entrou com ele no quarto secreto e
disse:
- Meu filho, você vai ficar sozinho aqui, nesta noite. Procure
planejar alguma coisa a respeito deste quarto. Amanhã interrogá-lo-ei.
O rapaz ficou sozinho dentro do quarto. Não pensou em nada. No dia
seguinte, disse ao pai que apenas sentiu medo e pavor.
O pai mandou-o passar mais uma noite fechado naquele quarto. No dia
seguinte, disse ao pai:
- Fiquei pensando como que se poderia encher esse quarto.
O pai pediu que ele ficasse mais uma noite. Após a terceira noite,
o filho falou:
- Papai, rezei, meditei e dormi profundamente.
- Agora sim, disse o pai, satisfeito. Você descobriu o segredo do
quarto. Venha comigo e me ajude a repartir os donativos.
Após a morte do pai, o jovem rei continuou seguindo o mesmo ritual:
Antes de repartir as doações, fechava-se no quarto, rezando e meditando. Só
depois atendia os pobres. Por isso os estoques de alimentos nunca tiveram fim.
É no silêncio e na oração que surgem as ideias mais fecundas.
“Feliz quem ama a Lei do Senhor e nela medita dia e noite” (Sl
1,2). “Senhor, eu me deito em paz e adormeço, porque só tu fazes repousar com
segurança” (Sl 4,9).
Há males
que vêm para bem
Havia,
certa vez, um rapaz que, quando criança, sofreu um acidente que o deixou aleijado
e disforme. Essa deficiência física chamava a atenção, despertando compaixão
em alguns e riso em ouros.
Conseguiu
estudar e formar-se professor. Mas não foi capaz de fazer amigos. Era
respeitado, mas não amado. Vivia isolado. Parecia haver um muro que o
separava da sociedade. Isso o deixava triste.
Um dia,
saindo da escola bastante contrariado e afobado, esbarrou em uma jovem,
derrubando-a na calçada. Ao ver o desastre que havia causado, voltou-se confundido
e procurou socorrer a moça. Só então reparou que era cega.
Ela
tremia de medo. Os joelhos e cotovelos sangravam. A bengalinha havia saltado
longe. O moço colocou-a em um táxi e a levou para o hospital. Na viagem,
dizia-lhe, para acalmá-la:
-
Desculpe, foi sem querer! Eu estava muito afobado e muito revoltado com a
vida.
- Você
não tem culpa, disse ela. Isso aconteceu porque não enxergo.
Ambos se
culpavam mutuamente. Desse incidente desagradável nasceu uma simpatia tão
irresistível que se transformou em amizade, e depois em namoro. Não deu
outra: Alguns meses depois eles se reencontraram no Altar para nunca mais se atropelarem.
Na
Bíblia, existe outro tombo que foi benéfico e abençoado por Deus. Aconteceu
com José do Egito. Ele foi jogado em uma cisterna (Gn 37,24) e depois vendido
a mercadores, os quais o levaram para o Egito. Isto resultou bênção, não só
para José, mas para toda a sua família. Que confiemos na providência divina,
que sabe transformar males em bens.
Falta
enxada e adubo!
Uma
senhora havia plantado uma horta à beira da lagoa. Limpou a terra, semeou as
hortaliças, regou e esperou os primeiros resultados. Estava esperançosa. Mas,
seja por doença, idade, descuido ou inexperiência, o mato cresceu junto com
as verduras.
Naqueles
dias, o Pe. Carlos Borromeu estava visitando aquela Comunidade, e a piedosa
hortelã pediu que ele fosse benzer a sua horta. O padre, bondoso e amigo,
atendeu o pedido e foi à casa dela.
Apenas
correu os olhos pela horta e percebeu todo o problema: O mato cresceu junto
com as plantinhas e as estava sufocando. Precisava uma enxada para limpar a
horta. Além disso, faltava adubo.
Pe.
Carlos rezou direitinho a fórmula da bênção. Depois, em um tom espirituoso,
enquanto jogava a água benta, dizia em voz alta: “Falta enxada e adubo!
Abençoai, Senhor! Falta enxada...” E foi repetindo até aspergir toda a horta.
Pe.
Carlos Borromeu viveu na Itália, entre os anos 1538 e 1584. Ficou bispo,
depois cardeal e, alguns anos após a morte, foi canonizado.
300 anos
depois, no séc. 19, Dom Scalabrini, um bispo também italiano, inspirado no
zelo pastoral de S. Carlos Borromeu, fundou uma congregação religiosa para
cuidar dos migrantes. São os padres, irmãs, irmãos e leigos carlistas.
“O Senhor Deus criou o ser
humano à sua imagem e semelhança. Homem e mulher ele os criou. E Deus os
abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e
submetei-a” (Gn 1,27;28). (Fonte: Pe.
Clóvis de Jesus Bovo)
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Todos somos culpados
Certa vez, conduziram perante o juiz um homem que havia roubado pão
na padaria. Era um dia de inverno rigoroso. O réu tremia de frio e de medo. Praticara
aquele roubo impelido unicamente pela fome.
O juiz precisava cumprir a lei. Por isso condenou-o a pagar dez
dólares. Tirou do bolso a quantia da multa e depositou-a no chapéu do acusado.
Em seguida, voltando-se para os que estavam presente na sala do
julgamento, disse, em tom sério: “Agora cada um deve pagar uma multa de
cinquenta cêntimos, porque todos têm alguma culpa nesse roubo”.
- Culpados de quê? Interrogavam-se atônitos os assistentes.
- Somos culpados de omissão, explicou o juiz. Deveríamos ter criado
tal clima de justiça e solidariedade, que ninguém se visse obrigado a roubar
para não morrer de fome.
A multa foi reconhecida e entregue ao réu, que não acreditava no
que via. Deixou o tribunal com 47 dólares e cinquenta cêntimos.
Todos temos uma parte de culpa diante do nosso irmão ou irmã que
passa fome, pois isso é fruto da injustiça social, na qual todos nós
colaboramos, seja por atos, seja por omissão. Vamos arregaçar as mangas e trabalhar
unidos para construir um mondo mais irmão.
(Fonte: Pe. Odair Ângelo)
Deus nos fala no silêncio
Certa vez, um rapaz estava cheio de problemas e, para completar,
perdeu o emprego. Estava meio perdido. Ficou sabendo de um sábio e o procurou.
Ao encontrá-lo, cerrou os punhos e disse-lhe em alta voz:
- Implorei a Deus para que dissesse algo, mas ele não me respondeu!
Por que isso?
O velho levou-o calmamente até a sombra de uma árvore próxima. Os
dois sentaram-se e o sábio falou ao rapaz. Mas falou com voz tão baixa que o moço
teve de se aproximar para ouvi-lo.
- Não entendi, disse ele. O senhor podia repetir?
O sábio disse as mesmas palavras, mas em um tom ainda mais baixo,
como um cochicho. Então o rapaz chegou ainda mais perto e se inclinou, quase encostando
o ouvido na boca do velho. E pediu que ele repetisse mais uma vez. O sábio
disse:
- Deus nos fala sempre. Mas, para entendê-lo, precisamos estar
pertinho dele, e ter silêncio interior.
Todos nós queremos ouvir a voz de Deus, como resposta aos nossos problemas
e anseios. Ele nos fala. Mas a sua voz nos vem baixinho e só a ouvimos se
estivermos em silêncio e bem pertinho dele.
“O Senhor disse ao profeta Elias: ‘Sobe o monte (Horeb) e permanece
ali, diante de mim’. Elias obedeceu.
Primeiro veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas
e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento.
Depois do vento, houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no
terremoto.
Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo.
Depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. Nesta hora,
Deus falou a Elias: ‘Que fazes aqui, Elias?’ Ele respondeu: ‘Estou ardendo de
zelo pelo Senhor, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança...”
(1Rs 19,11-14).
As duas joias
Certa vez, a muitos
anos atrás, um pai de família teve de viajar para um lugar distante e sem
possibilidade de comunicação. A viagem ia durar duas semanas. Em casa, ficaram
a esposa e os dois filhos.
No período em que ele estava
ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados. A mãe
sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte e de
grande fé, suportou o choque. Mas uma preocupação lhe vinha à mente: Como dar
ao esposo a triste notícia. Pediu a luz do Espírito Santo.
Alguns dias depois, em
um final de tarde, o esposo chegou. Abraçou-a longamente e perguntou pelos filhos.
Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois
ela lhe falaria dos moços.
Alguns minutos depois,
estavam ambos sentados à mesa. A esposa, um tanto embaraçada, disse-lhe: “Peço
a você que me ajude a resolver um problema, que considero grave”. O marido, já
um pouco preocupado, pediu que ela expusesse o problema. Ela disse:
- Enquanto você esteve
ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas joias de valor incalculável,
para que as guardasse. São joias muito preciosas. Jamais vi algo tão belo. O problema
é que ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei
a elas. O que você me diz?
- Ora, mulher! Não
estou entendendo o seu comportamento. Você nunca cultivou vaidades! Por que
isso agora?
- É que nunca havia
visto joias assim. São maravilhosas!
- Pode até ser.
Entretanto elas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.
- Mas eu não consigo
aceitar a ideia de perdê-las!
O esposo respondeu com
firmeza:
- Ninguém perde o que
não possui. Retê-las equivaleria a um roubo! Vamos devolvê-las, eu a ajudo.
Faremos isso juntos, hoje mesmo.
- Pois bem, meu
querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já
foi feito. As joias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa
guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los! Os dois foram vítimas de um
grave acidente e morreram.
O casal se abraçou e,
juntos, derramaram muitas lágrimas.
O que Deus fez com Maria, quer fazer com todos nós. E ele nos dá os
recursos para isso. O que faz a diferença é o nosso pouco empenho em nos jogarmos
nas mãos de Deus como um escravo, uma escrava.
Os paus
cruzados ou paralelos
Certa vez, em um retiro, o pregador pegou dois pedaços de pau, um
maior que o outro, mostrou-os aos retirantes e disse: “Este maior é a vontade
de Deus, o menor é a nossa vontade”.
Em seguida, cruzou os dois, formando uma cruz, e explicou: “Se nós
contrariamos a vontade de Deus, os nossos problemas se tornam uma cruz”.
Colocou depois os dois paus em paralelo e disse: “Se permanecermos
na vontade de Deus, os nossos problemas se transformam em alegres desafios”.
“Agradar-te é meu desejo, não fazendo o que almejo. O que quer tua
vontade, isso eu quero, meu Senhor. Ó vontade sacrossanta, como és digna de
louvor! Tu no amor és tão zelosa, mas depois, como és bondosa!”
A Maria, nossa Mãe, demonstraremos nosso amor, trabalhando por seu
Filho Jesus. (Fonte: Helena Maria de
Almeida)
O menino e a flor
A praça estava deserta. Um senhor sentou-se para ler, à sombra de
um carvalho. Estava desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o
mundo estava tentando afundá-lo.
Um garoto, ofegante, se achega e diz: “Veja o que encontrei!” Em
sua mão, uma flor com a metade das pétalas caídas.
Querendo ver-se livre do menino, o homem dá-lhe um pálido sorriso.
Mas, ao invés de recuar, a criança sentou-se ao seu lado, levou a flor ao
próprio nariz e falou: “O cheiro dela é ótimo, e eu a dou ao senhor”.
O homem ia pegar a flor, mas, ao invés de colocá-la na sua mão, o
garoto a segurou no ar. Nessa hora o senhor percebeu que o garoto era cego! Sua
voz sumiu. Lágrimas correram de seus olhos, enquanto lhe agradecia por escolher
a melhor flor daquele jardim. “De nada!” respondeu o menino, enquanto voltava a
brincar, sem perceber o impacto que havia causado naquele senhor.
E o homem ficou pensando: Como este menino conseguiu descobrir-me,
debaixo do carvalho, se é cego? Através daquela criança cega, ele percebeu que
o problema não estava no mundo, e sim dentro dele. Na verdade, ele estava mais
cego que o menino. Levou a feia flor ao nariz e sentiu a sua fragrância.
“O essencial é invisível aos olhos, só se vê com o coração.”
As pessoas a quem Deus quer fazer muito santas, faz com que elas
sejam muito devotas de Maria.
O grande presente
Havia um homem que vivia sozinho na montanha, rezando, lendo a
Palavra de Deus e trabalhando. Todos o consideravam um santo.
Um dia, apareceu-lhe um jovem e disse: “Eu ando à procura de
riquezas. O senhor podia me ajudar?” O sábio respondeu-lhe que só possuía uma
velha cabana e a roupa que vestia. Mas ofereceu-se para partilhar tudo com o jovem.
Como este se mostrasse desiludido, o sábio lembrou-se da pedra
preciosa que havia enterrado, na perspectiva de dá-la a alguém que dela
precisasse. Com um sorriso, disse que podia levá-la e explicou-lhe onde ela
estava. O rapaz, muito alegre, seguiu as indicações e localizou a pedra.
No dia seguinte, quando o sábio acordou, encontrou o jovem à porta
de sua cabana. “Vim devolver-lhe a pedra”, disse ele. “Prefiro que o senhor me
dê um pouco da riqueza que traz no coração. Essa riqueza que lhe permitiu
dar-me o único objeto precioso que possuía, mantendo o mesmo sorriso, alegria e
paz.
"O Verbo divino se fez carne e
habitou entre nós" (cf.Jo 1,14).
Ele se fez pobre, partilhando conosco o que tinha de mais precioso: a
vida divina. (Cf Gl 4,4-7).
Amor, ternura, sacrifício, tudo isso é a nossa Mãe do Céu. E tudo
isso é para nós.
A entrevista especial
Certa vez, um jornalista conseguiu a
melhor entrevista de sua vida: ia entrevistar o próprio Deus!
À tarde, ele chegou à sua casa duas horas antes, arrumou-se com
suas melhores roupas, lavou seu automóvel e imediatamente saiu. Enquanto
dirigia pela avenida principal, rumo ao local da entrevista, caiu um forte
temporal que causou um grande engarrafamento, paralisando o trânsito. O tempo
corria. Já eram 19h30 e a entrevista estava marcada para as 20h00.
De repente, alguém tocou no vidro da janela e ele viu um menino de
uns nove anos, oferecendo-lhe sua caixinha cheia de chicletes. O homem tirou um
dinheiro de seu bolso e, quando ia entregar, não o viu mais o menino. Olhou
para o chão e lá estava o menino, no meio de um ataque epiléptico.
O jornalista abriu a porta, colocou o garoto dentro do carro e
conseguiu sair do engarrafamento, dirigindo-se ao hospital mais próximo. Ali,
entregou o garoto e, depois de explicar, pediu desculpas e saiu correndo para
chegar à entrevista.
No entanto, ele chegou dez minutos atrasado e Deus não estava mais
lá. Desconsolado, ficou sentado em seu carro. De repente, apareceu uma luz e
ele viu nela o rostinho do garoto que havia socorrido. Vestia o mesmo shortezinho
desfiado, mas agora tinha o rosto iluminado de bondade.
O homem, então, ouviu em seu interior uma voz: “Meu filho, não pude te esperar, e fui ao teu
encontro”.
Deus continua vindo ao nosso encontro pelas estradas e avenidas da
vida, através de nossos irmãos mais necessitados. Como os acolhemos? Como virão
ao nosso encontro? Preparemo-nos para recebê-los bem, pois são surpresas de
Deus.
“Bendito seja
o Senhor Deus de Israel, que visitou o seu povo e o libertou” (Lc 1,68).
Antes de
morrer, Jesus oferece a João o que ele tem de mais precioso: sua Mãe, que
estava ali apoiando-o ao pé da cruz. (Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)
O resgate caro
Certa vez, o filho de um homem muito rico foi sequestrado. Era um
menino que o pai amava intensamente. Para aquele pai, não tinha mais sentido a
sua vida. Só havia um jeito de restituir-lhe a felicidade: a volta do garoto.
Os sequestradores conheciam bem a situação daquela família: A grande
riqueza e o imenso amor ao filho. Logo mandaram um recado sigiloso ao pai:
“Dê-nos 100 mil Reais e lhe devolveremos o garoto. Se não nos der essa quantia,
dentro de 24 horas o menino será morto”. O pai se virou, arrumou os cem mil
Reais e a criança foi resgatada.
Quando, no paraíso terrestre, a serpente enganou Eva, sequestrou
toda a humanidade. Jesus foi o nosso redentor. A palavra redentor vem do verbo
redimir, que significa resgatar, ou pagar o resgate. Portanto, o redentor é
aquele que paga o resgate. No nosso caso, o preço foi altíssimo: O sangue do
Filho de Deus. Mas este foi generoso e deu todo o seu sangue. Com isso,
voltamos a ser propriedades de Deus, como éramos antes do pecado original.
“Sabeis que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou com
ouro, que fostes resgatados da vida fútil que herdastes de vossos pais. Mas foi
pelo sangue precioso de Cristo, o cordeiro imaculado”(1Pe 1, 18-19).
Aquela frase do evangelista: “Maria conservava todas essas palavras
em seu coração” significa que ela as vivia (Cf Sl 119,11). (Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)
A vida desembaraçada
Havia uma tecelagem onde
eram fabricados tecidos finíssimos. Quando os fios embaraçavam, o operador
devia tocar uma campainha, a fim de ser atendido por um técnico.
Certo dia, um operador achou que já
sabia o suficiente e podia desembaraçar os fios sozinho. Mas os fios
embaraçaram-se ainda mais e se tornaram um emaranhado. Sem
possibilidade de resolver, chamou o técnico. Quando este chegou, o operador lhe
disse: "Mas eu fiz o melhor!" O especialista replicou: "O seu
melhor era chamar por mim".
"Entregue teu caminho ao Senhor,
confia nele, e ele agirá” (Sl 37,5). Quantas
vezes tentamos solucionar os problemas da nossa vida sozinhos, sem rezar! A
oração é uma porta aberta ao infinito, porque Deus entra no problema e ele tem
poder infinito. Já o horizonte das nossas possibilidades, sozinhos, é bem
curto; termina logo ali.
Quando você se vir em um beco sem saída, não se esqueça: Deus está
ao seu lado, como um Pai amoroso. Mas ele não entra na sua vida, se você não
abrir a porta. Quem reza dificilmente se estressa.
Assim como a aurora é o fim da noite, o nascimento de Maria foi o
fim das nossas dores e o começo do nosso consolo.
O poder da doçura
Certa vez, um viajante
caminhava por uma estrada de roça, e viu um pequeno riacho que começava ali,
timidamente, por entre as pedras. Ele ficou curioso e foi seguindo o riacho.
Caminhou muito. Aos poucos, o córrego foi se tornando volumoso. Lá na frente,
transformou-se em um rio caudaloso. O viajante continuou a segui-lo.
Bem mais adiante, o rio dividiu-se em várias cachoeiras, num
espetáculo de águas cantareiras. A música das águas atraiu mais o viajante, que
se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.
Descobriu uma gruta. A natureza a criara, com paciência e
capricho. O homem foi adentrando a gruta,
admirado ao ver as pedras gastas pelas águas.
De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali e deixara um
verso do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913: "Não
foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua
dança e sua canção”.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir. O
mesmo acontece na nossa vida.
Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma, e que desejam tudo
arrumar aos gritos e pancadas. E existem os indivíduos que são suaves e sabem
dosar a energia, tudo conseguindo.
Um sábio exemplo foi de Madre Teresa de Calcutá. Antes dela, e depois
dela, tem se falado em altos brados sobre miséria, fome e enfermidades que tomam
comunidades inteiras. Ela observou a miséria, a morte e a fome rondando os seus
irmãos, na Índia. E tomou uma decisão: agir.
Começou sozinha, amparando nos braços um desconhecido que estava à
beira da morte, em uma rua de Calcutá. Fundou uma obra que se espalhou, com
suas casas de caridade, por quase todas as nações. Teve a coragem de se dirigir
a governantes e homens públicos para falar de reverência à vida, de amor, de
ação.
Não gritou, não esbravejou, cantou a música do amor, pedindo pão e
afeto para os pobres mais pobres. Deixou o mundo físico, mas conseguiu esculpir
as linhas mestras do seu ideal em centenas de corações. Como a água mansa, ela
cantou nos corações e os transformou, moldando-os para a dedicação ao seu
semelhante.
“(E Deus
estava)... no murmúrio de uma brisa suave...” (1Reis 19,12).
Assim como os
santuários marianos têm no centro o Tabernáculo, assim brilha Maria na Igreja
como o tabernáculo de Jesus.
Menino encontra-se com Deus
Certa vez, um menino queria encontrar-se com Deus. Imaginou que teria um longo caminho.
Por isso, encheu sua mochila com pastéis e guaraná, e começou sua caminhada. Quando
andou três quadras, encontrou um velhinho sentado no banco da praça, que olhava
para os pássaros.
O garoto sentou-se junto dele, abriu sua
mochila e ia tomar um gole de guaraná. Mas, olhando para o velhinho, imaginou
que ele estivesse com fome e ofereceu-lhe um pastel. O velhinho, muito
agradecido, aceitou e sorriu para ele. Seu sorriso era tão incrível que o menino
quis ver de novo. Então lhe ofereceu guaraná. Mais uma vez, o velho sorriu.
A criança estava muito feliz. Ficaram
sentados ali, sorrindo, comendo pastel e tomando guaraná. Quando começou a
escurecer, o garoto estava cansado e resolveu voltar para casa. Mas, antes de
sair, levantou-se e deu um forte abraço no velhinho. Este deu-lhe também um
belo sorriso.
Quando o menino entrou em casa, sua mãe,
surpresa, perguntou-lhe por que estava tão feliz. Ele respondeu: Eu queria
encontrar-me com Deus. Dizem que Deus é amor, por isso eu o encontrei.
Enquanto isso, o velhinho chegou à sua casa
radiante. A filha perguntou por que tanta alegria. Ele disse: “Na praça, um
garoto sentou-se ao meu lado, e nossa amizade e felicidade foram enormes. Senti
ali a presença de Deus, que é amor”.
Não sejamos pessimistas. Deus se mostra a nós
de muitas formas, principalmente através do amor. E isso nos faz muito felizes.
Assim como o demônio anda buscando a quem
devorar, Maria anda em busca de a quem salvar.
O castelo de areia
Em um dia de verão, estavam na praia duas crianças brincando. Elas
construíam um castelo de areia, com torres, passarela e tudo. Quando o castelo
estava quase pronto, veio uma onda e destruiu tudo. Mas as crianças não desanimaram
nem choraram. Simplesmente deram as mãos, sorriram e começaram a construir
outro castelo.
Nós gastamos muito tempo das nossas vidas construindo uma coisa.
Mas, de uma hora para outra, perdemos tudo. Se isso acontecer, somente aquele
que tem as mãos de alguém para segurar, será capaz de sorrir e recomeçar.
“O amor é forte, é como a morte. Suas chamas são faíscas de Deus no
mundo” (Ct 8,6).
Nossa Senhora das Graças, traga para nós a graça de Deus, para que
nós também sejamos “cheios do graça”!
A mochila
muito pesada
Certa vez, um homem precisava fazer uma longa viagem e se preparou
bem. Como ia enfrentar sol, chuva e frio, providenciou calçados, roupas, chapéu...
E fez questão de comprar esses objetos, a fim de levar coisas novas e resistentes.
Providenciou também bastante dinheiro para imprevistos. Acomodou a mochila nas
costas e partiu.
Ao longo da estrada, ele ficou exausto, devido ao peso da mochila.
O calçado, a roupa e o chapéu que ele usava já estavam bastante danificados. E
havia ainda uma longa distância para caminhar.
Em silêncio, ele concluiu: Se tivesse utilizado meu calçado novo
muito antes, ele estaria agora estragado, mas meus pés estariam saudáveis. O
mesmo vale para as roupas e o chapéu.
Então ele reconheceu: Bem perto dele estavam seus amigos, mas
preferiu caminhar sozinho.
Nossos amigos não desejam apenas fazer parte da nossa mochila. Eles
querem nos ajudar!
“Um amigo fiel é um poderoso refúgio. Quem
o descobriu, descobriu um tesouro” (Ecl 6,14).
Maria é chamada de mil nomes. Assim
podemos chama-la de Senhora da vinha, da oliveira, do mar e das montanhas.
O discípulo predileto
Havia, na antiguidade, um mestre que tinha vários discípulos. Era
um bom mestre e querido por todos. Ele também estimava a todos, mas um
discípulo lhe era predileto. Essa predileção tornou-se conhecida dos demais,
que ficavam enciumados.
Um dia, o mestre resolveu dar uma tarefa para eles. Entregou a cada
um uma pomba branca e disse: “Dispersem-se pelo bosque. No momento em que se
sentirem sozinhos, soltem a pomba. Depois tragam para mim uma de suas penas”.
Todos os discípulos fizeram exatamente como ele ordenara, menos um,
justamente o preferido, que voltou com a pomba. O mestre perguntou-lhe: “Por
que você trouxe a pomba de volta, descumprindo a minha ordem?” Ele respondeu:
“Mestre, eu não descumpri a sua ordem. Não soltei a pomba porque em
momento algum me senti sozinho. Andei entre as árvores, entrei numa caverna,
atravessei um riacho e fiz muitas outras coisas. Mas em nenhum momento me senti
sozinho. Em todos os lugares estive acompanhado por Deus. Por isso não soltei a
pomba”.
Voltando-se para os demais discípulos, o mestre explicou: “Vocês
todos são muito fiéis e dedicados. E eu os trato a todos com a mesma justiça.
Mas a minha preferência por este é porque ele é amigo verdadeiro de Deus”.
Obrigado, Maria, porque, em tua humildade, aceitaste o convite de
Deus para seres a Mãe do nossa Salvador Jesus Cristo! Ensina-nos a não buscar
as glórias humanas, e sim a de Deus.
(Fonte: Maria Olívia Coutinho)
A canoa furada
Certa vez, dois casais estavam atravessando um rio bem largo, em
uma canoa. Um casal estava numa ponta da canoa e o outro na outra ponta.
De repente, bem no meio do rio, a canoa furou em uma das pontas e
começou a entrar água. Aquele casal se pôs a trabalhar. Enquanto ela tirava a água
com uma latinha, ele tentava tampar o buraco.
O outro casal, que estava na outra ponta da canoa, comentou entre
si: “Ainda bem que não foi do nosso lado, senão nós é que teríamos de lutar”.
Imagine que insensatez! Pois, se a canoa afundasse, os dois casais estariam
perdidos.
A família é como aquela canoa. O problema de um é de todos. O mesmo
vale para a Comunidade cristã.
Obrigado, Maria, porque mesmo emocionada por ter perdido o Filho no
Templo, soubeste ouvir a sua palavra e guardá-la no coração. Ensina-nos a ser,
não apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra de Deus. (Fonte: Pe. Hilton Furlani)
A moça de coração duro
Havia uma moça que sempre negava esmola para uma mulher pobre que
lhe pedia. A jovem chegou a proibi-la de apertar a campainha de sua casa.
Um dia, descobriu que aquela senhora era a sua mãe! A moça era
filha adotiva. A mãe a doou para uma instituição que acolhia crianças para
serem adotadas, porque não tinha condições de criá-la, esta família de classe
média a adotou.
Nós somos a Família de Deus. Podemos dizer como Jesus: Quem faz a vontade
de Deus, esse é meu irmão, minha irmã, minha mãe e meu pai. Quando negamos
ajuda ao próximo, estamos, como aquela moça, negando ajuda a um parente nosso.
Obrigado, Maria, pelas graças que concedes aos teus filhos e filhas
nos teus santuários!
O menino que tinha medo de bola
Um pai era louco por futebol. Logo que seu filhinho começou a
engatinhar, deu-lhe de presente uma bola. Queria brincar com o menininho e
ensiná-lo a chutar.
Mas quando o pai jogava a bola para o seu lado, ele sentia medo. Aquele
objeto enorme o apavorava. Desesperava-se e chorava.
O pai então guardou a bola. Bem mais tarde, quando o filho cresceu,
deu-lhe novamente a mesma bola. Agora foi diferente. O garoto vibrava com a
bola. O mesmo objeto que antes lhe causava medo, agora é dominado por ele.
Os nossos problemas são como aquela bola. Se nos sentimos mais
fracos que eles, eles nos dominam e apavoram. Mas se nos colocamos acima deles,
facilmente os dominamos. Eu sozinho sou fraco. Eu mais Deus, somos maioria
absoluta, nada nos vence.
“Tu o fizeste (o homem) um pouco menor que os anjos, de glória e
honra o coroaste, e todas as coisas puseste debaixo de seus pés” (Hb 2,7-8).
Eu queria cantar a ti, Maria, e saltar de alegria, porque o teu
meigo semblante me inspira confiança e ânimo para a luta. (Fonte: Maria Olívia Coutinho)
São Luciano, mártir
S. Luciano nasceu no ano 235, em Antioquia. Era sacerdote e foi
preso por causa do Evangelho. Torturaram-no a tal ponto que ele ficou deitado
de costas no chão úmido e frio, sem poder levantar-se.
Alguns colegas padres conseguiram licença para visitá-lo. Levaram
alimentos e um pouco de hóstias e de vinho para a santa Missa. Ofereceram-lhe
primeiro o alimento, mas ele recusou dizendo: “O meu corpo não precisa de alimento,
e sim a minha alma”. E pediu que primeiro celebrassem a Missa.
Como não havia mesa, colocaram o copo de vinho e as hóstias no seu
peito. Todos comungaram e ele ficou muito alegre.
No dia seguinte, não resistiu as novas torturas e morreu, sob
golpes de cordas, enquanto dizia: “Sou cristão”. Era o dia 07/01/312.
Nenhuma dor é igual à de pegar nos braços o corpo do filho,
ensanguentado, torturado e morto pelos pecadores.
Os carrinhos de choque
Nos parques de diversão, as crianças gostam de dirigir carrinhos de
choque. Elas batem deliberadamente em outros carros, sem sofrer consequências.
Algumas pessoas têm a mentalidade de carrinho de choque. Nos
relacionamentos, sem perceber, elas usam palavras duras e inconsequentes, e com
isso dão trombadas nos sentimentos dos outros. Se alguém as adverte, elas dizem
que era brincadeira.
“Aquele que não comete falta ao falar, é um homem perfeito, capaz
de por freio ao corpo todo. Quando colocamos freio na boca dos cavalos, para que
nos obedeçam, nós dirigimos todo o corpo deles. Vejam também os navios: Eles são
tão grandes e são empurrados por fortes ventos. No entanto, por um pequeno leme
são conduzidos para onde o piloto quer. A mesma coisa acontece com a nossa
língua. É um pequeno membro, mas é capaz de fazer um grande mal. Observem também
a fagulha. Apesar de ser uma pequena chama, pode incendiar uma floresta
inteira. A nossa língua é assim (Tg 3,2ss).
Precisamos tomar cuidado com a nossa língua, pois ela está
instalada em um lugar molhado e portanto muito escorregadio. Caímos com muita
facilidade.
As Ave Marias do Rosário nos põem diante dos olhos os episódios
principais da vida de Jesus, vistos com o solhos de sua Mãe. (Fonte: Marisa Carpinete)
Como é triste a fofoca!
No alto de uma árvore oca, uma água acomodou a ninhada. Junto ao
tronco, uma porca morava com os filhotes e, entre ambas, uma gata vivia com os
seus.
Mas a gata era intrigante e quis destruir a harmonia reinante entre
as vizinhas. Um dia, disse à águia:
- Cara vizinha, não está muito longe o dia em que a morte leve
todos os nossos filhos. Pois não vê a porca cavando uma mina no tronco da
árvore? Qualquer dia, esse carvalho vai por terra, e será a ruina de nossos
filhos.
A gata desceu e disse à porca:
- Não deve você afastar-se nem por um instante. Seus filhos correm
perigo. A águia só espera que você saia para baixar sobre os leitõezinhos.
Guarde segredo do meu aviso, senão a cólera dela recairá sobre mim.
Após haver despertado o medo e o terror nas duas vizinhas,
recolheu-se à toca.
Tanto a águia como a porca não se atreveram a sair de perto de seus
ninhos, e passaram-se as horas, passaram-se os dias, sem que elas tivessem
ânimo para deixar os filhotes por um momento sequer. Resultado: Não podendo ir
buscar alimento, enfraqueceram-se os filhotes e elas, e todos acabaram por
morrer.
Como são tristes e perigosas a intriga e a fofoca! Elas podem
provocar uma grande ruína.
Com a obediência de Maria, conquistamos a nossa liberdade de filhos
e filhas de Deus. (Fonte: Irmã Maria
Antônia)
Pular no rio vence tentação
Conta-se que S. Francisco de Assis, quando, durante a noite, as
tentações contra a castidade o atacavam fortemente, ele levantava-se da cama e
pulava em um rio que havia perto, cuja água era bem fria.
O nosso corpo é como criança manhosa: Se o castigamos quando ele
quer uma coisa errada, ele para de querer. Mas, se damos corda, a manha aumenta.
Este é um dos motivos por que muitos não conseguem dominar o
instinto sexual: Não fazem penitência.
Com a Imaculada Conceição de Maria começou a grande obra da
Redenção, realizada pelo sangue de Jesus. Com a Redenção, todas as pessoas são
chamadas a realizar em plenitude a santidade.
O carro no atoleiro
Certa vez, um homem viajava de carro e, sem perceber, entrou em um
atoleiro. Ele não conseguia sair. Pediu ajuda a alguns agricultores que estavam
nas proximidades, mas mesmo com o esforço deles, não foi possível tirar o
carro.
Foi quando chegou um caminhão. O caminhoneiro amarrou uma corda no
carro e o tirou. Durante a conversa, depois que o carro saiu, o caminhoneiro,
vendo um Terço pendurado no carro, disse: É, amigo, há certas ocasiões em que
precisamos contar com alguém mais forte do que nós”.
Essa frase do caminhoneiro ficou gravada naquele senhor, e fez com
que ele ligasse o fato com a oração. Não que se deva rezar só na hora do
aperto, mas, sem dúvida, a oração é aquela força que nos acompanha, a fim de vencermos
os atoleiros da vida, sentindo a alegria de não estar caminhando sozinhos.
Confia em Maria, e você vai perseverar e ser eternamente feliz. (Fonte: Pe. Zezinho)
A pomba e a formiga
À beira de um límpido e silencioso regato, bebia uma pomba a água
cristalina que passava lentamente. Foi nesse instante que uma pobre e minúscula
formiguinha caiu na água. Ter-se-ia afogado nas águas correntes, que para ela
pareciam um oceano, se a pomba, em um gesto amigo, não lhe atirasse uma folha,
onde a formiga subiu e se salvou.
A formiga já ia agradecer, quando apareceu um camponês que, ao dar
com os olhos na pomba, preparava-se para atirar. A formiga, mais que depressa,
deu uma forte ferroada no calcanhar do homem, que parou para coçar-se.
A pomba, rapidamente percebeu que o momento era para fugir e,
batendo as asas, voou para longe. A ceia do camponês desapareceu e ele voltou
resmungando para casa.
“Jesus passou pela vida fazendo o bem” (At 10,38). De fato, ele
curava os doentes, multiplicava pães, ressuscitava os mortos... “Estou no meio
de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).
Confie em Maria Santíssima e reze o Terço, que ela cuidará de você
e de todos os seus assuntos.
A mão cansada da mãe velhinha
Certa vez, uma mãe, já meio cega, conversava com o filho adulto,
que morava em outra cidade distante. Ela, cheia de amor, estendeu a mão para
tocar no seu ombro, mas ele se afastou. E ela ficava abanando a mão, tentando
achar o filho que estava a poucos centímetros!
O filho via a mãe balançando a mão, tentando tocar nele, e mesmo
assim não se aproximou! Ela, então, expressou com palavras o carinho que ia
demonstrar com o gesto.
Como foi triste ver aquela cena! Poucos anos depois, a mãe faleceu,
falando o nome do filho, mas ele não estava presente!
A mãe é a expressão mais viva do amor de Deus por nós. O seu acolhimento
é uma amostra do acolhimento de Deus.
“Quem aflige o pai e afugenta a mãe é um filho desonrado e infame” (Pv
19,26). “Escuta teu pai que te gerou e não desprezes tua mãe envelhecida” (Pv
23,22).
Na época em todas as jovens hebreias sonhavam em ser mãe do
Messias, Maria faz voto de virgindade. Mostrou com o gesto que não se via digna
de tão grande honra. Mas foi justamente ela a escolhida.
O cervo e a onça
Cervo é aquele animal que tem os chifres cheios de galhos. Havia um
cervo que admirava muito seus chifres. Gostava de olhar na água parada, para
ver o reflexo deles. Mas ficava aborrecido sempre que observava suas patas. Na
sua visão, elas eram finas, feias e fracas. Por causa disso, começou a
rejeitá-las.
Um dia, apareceu uma onça que partiu para cima dele e começou a
persegui-lo. O cervo, em alta velocidade, correu em direção à mata, com o
intuito de se embrenhar nela e assim livrar-se da inimiga predadora. Graças às
suas patas, distanciou-se da onça.
Entretanto, ao correr na floresta, seus chifres se enroscaram em
uma moita e a onça logo conseguiu pegá-lo.
Quando estava quase morto, o cervo disse a si mesmo: “Como eu
estava errado! Não gostava de minhas patas por achá-las finas e feias, e foram
justamente elas que estavam me salvando. Adorava os meus chifres, mas foram
eles que me prenderam nos ramos e acabaram com a minha vida!”
Muitas vezes, damos valor àquilo que tem pouca importância e
desprezamos o que tem um real valor.
“Eu te louvo, ó Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e
entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25). “O que para o mundo é
loucura, Deus o escolheu para envergonhar os sábios, e o que para o mundo é fraqueza,
Deus o escolheu para envergonhar o que é forte” (1Cor 1,27).
O dom maior que temos, e que nos salva, é a fé em Deus.
Quando você estiver passando por um grande sofrimento, olhe para
Maria Santíssima segurando seu Filho mosto nos braços. (Fonte: Luís Antônio Carneiro)
Caridade recompensada
Havia, certa vez, uma senhora idosa que morava sozinha, na zona
rural, perto de uma estrada. Ela costumava acolher os andarilhos que iam à sua
casa pedir comida. Uns contavam para os outros, e assim quase todos os dias ela
dava refeição para andarilhos.
Um dia, ela ficou gravemente enferma. Sentiu que ia morrer e
desejava a visita de um padre, para receber os últimos sacramentos. Mas este morava
muito longe!
Aconteceu que o carro de um padre quebrou-se bem na frente da casa
dela, e o padre foi lá pedir informações. Ela pediu-lhe os sacramentos. Por
sorte, ele trazia consigo a Eucaristia e os santos óleos para a Unção dos
Enfermos. Assim, ela pôde confessar-se, receber a Unção e comungar.
Deus é carinhoso com os seus filhos e filhas que fazem caridade.
“Dá-me um exército que reza o Terço e eu conseguirei com ele
conquistar o mundo” (S. Pio X).